A new love escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 3
III. | Início de uma bela história


Notas iniciais do capítulo

Oi :)



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Grace

A minha cabeça doía quando acordei no dia seguinte, parecia que eu estava de ressaca mas eu sabia perfeitamente o porquê daquela dor. Caius corria mais rápido do que qualquer um, ele poderia facilmente ganhar uma corrida nas olimpíadas, talvez ele corresse mais rápido do que a velocidade da luz.

A noite anterior foi como se fosse um sonho, tudo surreal demais para a minha mente conseguir acreditar. Como eles podiam correr tão rápido? E de quem era o sangue no lenço daquele homem? Se falar no meu próprio sonho, pesadelo para ser exata. Caius parecia um monstro, seus olhos estavam vermelhos e alguém nas sombras o mandava me matar e ele obedecia, ele pulava em meu pescoço e me mordia.

Levantei-me da cama tentando não pensar no sonho, segui em direção ao banheiro tentando planejar uma forma de obter uma explicação do porquê de tudo aquilo ter acontecido, preciso de uma explicação do porquê do Caius e do outro homem estarem correndo tão rápido e porque a palidez de todos as outras pessoas naquele castelo, além do mais todos pareciam ter saído do século passado.

Quando deu sete da manhã eu sai, neguei o café da manhã e usando várias camadas de camisa e um grosso casaco sai do frio de Volterra. Caminhei rapidamente até o castelo que ficava quase no centro da cidade. Parei em frente à porta, o que exatamente eu iria falar? Como eu iria chegar até Caius? Resolvi ir embora, eu sabia bem que poderia o achar pela cidade a praticamente qualquer hora do dia, não importava qual fosse a hora e nem qual temperatura da cidade, Caius sempre estaria caminhando normalmente pela cidade usando somente um casaco, quase como se não sentindo frio nenhum.

Quando resolvi ir embora a porta se abriu, o meu coração bateu mais forte criando esperanças que fosse o Caius, mas na porta apareceu uma garota pequena e incrivelmente bonita, lembro-me vagamente dela da noite anterior. Ela sorri para mim.

“Grace, certo?” ela perguntou. “Entre, estávamos esperando por você”.

Ela deu outro sorriso e me deu passagem, cautelosamente eu entro e sinto a garota inspirar fundo quando passo ao seu lado, o gesto é estranho mas eu resolvo não dizer nada. Ela me guia por um longo corredor, o mesmo que passei na noite anterior porém ele estava cheio de pessoas pálidas e olhos escuros, ela me olhavam com um sorriso sinistro e eu podia identificar aquele olhar perfeitamente bem: era de um predador olhando para a sua presa, mais ou menos eu olhando para uma pizza.

Ela parou em frente a uma outra grande porta de madeira, ela parecia pesada mas a garota loira a empurrou com uma extrema facilidade. Ela fez um gesto indicando que eu deveria ir na frente, entrei cautelosa e vi Caius no centro do salão juntamente com uma mulher pálida, magra e loira, parecia uma modelo saída da capa de alguma revista. Eles pareciam estarem conversando, ouvi a garota ir embora e entrei mais um pouco, a mulher loira disse alguma coisa que incomodou o Caius o fazendo segurar os ombros da mulher com força e falar alto o suficiente para que eu ouvisse.

“Qual o seu problema, Athenodora?” ele perguntou grosso. “Será que não entende que eu te amo? Você é a...” ele foi interrompido por um forte vento que passou pelo salão e bagunçou meu cabelo, os dois imediatamente olharam para mim e eu senti minhas bochechas queimarem, a mulher me olhou da mesma forma que os outros lá foram estavam me olhando, não aguentei e corri, corri para fora do castelo o mais rápido que consegui, entrei no beco ao lado do castelo para consegui chegar ao meu hotel mais rápido, porém eu vi o manto negro do Caius parar a minha frente, seu rosto foi a próxima coisa que vi. “Você está bem?”

“Quem é você?” perguntei. Aterrorizada eu coloquei as mãos em meu cabelo e escorreguei pelo murro até o chão, minha cabeça já começava a doer com todos aqueles pensamentos e teorias a respeito de quem o Caius verdadeiramente era.

“Sou o Caius” ele disse.

“Eu sei que seu nome é Caius” disse irritada. “Mas por que você é assim? Diferente. É como se não fosse dessa época, como se tivesse saído de algum século passado. Você é estranho, vive em um castelo e suas roupas... as temperaturas estão abaixo de zero e você está usando apenas um manto. Quem é você?”

“Eu não posso lhe contar” ele respondeu sério. “É para a sua própria segurança, afaste-se de mim, eu sou perigoso!”

“E se eu não quiser?” desafiei-o. “E se eu quiser ficar aqui? Com você?”

“Não é questão de querer, é questão de segurança, você não sabe o quão perigoso o meu mundo é, não entende que minha família é perigosa para a sua espécie. É para o seu bem!”

Tentei toca-lhe o rosto mas ele desvio afastando-se da minha mão, tentei não parecer magoada com aquilo e olhei em seus olhos, meu coração disparou assustada. Seus olhos eram vermelhos como sangue, iguais aos do meu sonho.

“Caius, seus olhos...” disse em um fio de voz, assustada demais para tentar fazê-la sair firme e alta, minhas mãos começavam a tremer e algo dentro de mim me mandava correr para longe, mas eu não queria, não queria sair de perto dele.

Ele fechou os olhos bruscamente e se afastou mais um pouco, Caius continuava parado à minha frente, as pessoas passavam e nos olhavam franzindo as testas e cochichando entre si, todos querendo saber o que nós dois estávamos fazendo sentados no chão de neve suja. Levei minha mão ao seu rosto novamente e sorri quando ele não se afastou, toquei-lhe a bochecha e surpreendi-me ao sentir que ela era mais fria do que o chão abaixo de mim e era dura, era impossível puxar algum pedaço de pele do rosto dele, ele permaneceu no lugar onde estava enquanto eu acariciava o seu rosto, estávamos finalmente calmos e nossas respirações estavam sincronizadas, até que ele subitamente abriu os olhos e parou de respirar.

“Você tem que sair daqui” ele ordenou.

“Eu não vou” disse firme.

“Isso não é um pedido”

“Por que tenho que sair?”

“Sai desse beco e vá direto para casa, não fique em Volterra por mais nenhum segundo, saia e nunca mais volte. Faça isso por mim!”

As palavras duras e frias dele me machucaram, eu soltei um muxoxo triste logo em seguida e ele pareceu perceber as durezas de suas palavras pois ergueu sua mão e acariciou a minha bochecha, sua mão era gelada com sua bochecha, fechei meus olhos com o carinho e surpreendi-me ao sentir algo gelado tocar os meus lábios, abri meus olhos um pouco e vi seu rosto próximo ao meu, ele estava me beijando, eu tentei aprofundar o beijo mas ele não deixou, se afastou logo em seguida e ficou de pé me trazendo junto.

“Saia daqui, agora!”

Ele deu alguns passos à frente e eu corri para dentro da feira, o meu coração batia fortemente e eu não estava assustada por mim, estava com medo do que iria acontecer ao Caius, o que a família dele iria fazer com ele? Eu mal o conhecia mas já me importava bastante com ele, agora sim acreditava que amor à primeira vista é possível.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem.

Obrigada pelos comentários, como eu não vejo o futuro eu não sei quantas pessoas comentaram, mas mesmo assim obrigada por eles e por quem simplesmente leu!