A new love escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 4
IV. | Carta


Notas iniciais do capítulo

Oi :)



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Caius

Era uma decisão arriscada, mas mesmo assim eu a quis beijar porque talvez essa fosse a última vez em que a veria. A decisão não era arriscada somente por se tratar de um vampiro beijando uma humana, e sim porque minha família, os Volturi, estavam a alguns metros de nós e eles viram, eles viram o rosto dela e viram a forma como ela me olhava, Aro viu e sabe quem ela é, entreguei-a nos braços da morte.

“Jane” Aro ordenou. A vampira loira e pequena obedeceu ao seu mestre, ela me olhou e logo em seguida eu cai de joelhos sentindo o meu corpo inteiro doer. Jane parou com sua tortura mas logo em seguida perdi os meus sentidos, eu sentia vergonha de mim mesmo por me deixar chegar a esse ponto, qual o sentido de está passando por isso tudo? Ela era apenas uma humana. Ela iria envelhecer e morrer, nunca seria o suficiente, nunca iriamos ter tempo o suficiente para aproveitar nada porque diferente de mim ela iria se cansar, iria ficar doente, iria precisar comer e dormir, tinha necessidades que eu a milênios não sabia o que era, mas algo no fundo da minha mente me dizia porque valia tanto a pena passar por toda essa tortura.

“É amor!” ela dizia.

Por estar sem meus sentidos eu não soube ao certo quanto tempo passei dessa forma porém quando Alec finalmente me liberou a minha garganta ardia, eu precisava de sangue mais do que qualquer coisa. Minha visão finalmente se ajustou ao ambiente e vi que estava no salão central, o meu trono havia sido retirado e Marcus me olhava com um pouco de pena e tédio, Aro tinha um sorriso maldoso no rosto e eu sabia que era o meu fim.

 Com um gesto de cabeça Alec estendeu a mão e me entregou uma bolsa de sangue hospitalar, a informação dizia que o sangue era B–, o sangue que eu não gostava, contra a minha própria vontade eu bebi a bolsa inteira, a minha sede ainda continuava forte mas Aro não me deu outra bolsa.

“O que fizeste com a humana?” perguntei.

“A deixei ir, decidi deixar a caçada para outro dia. Irei cuidar de você primeiro, querido irmão!” ele disse sorrindo e caminhando ao meu encontro, ele pegou a minha mão brutalmente e absorveu todas as minhas memórias, absorvendo assim o que eu sabia a respeito da humana ruiva. “Grace!” ele cantarolou o nome dela.

Com outra ordem silenciosa Felix e Santiago me imobilizaram, segurando meus braços com força e me obrigando a ficar de joelhos à frente do Aro, o meu julgamento iria começar e eu me esforçava para ficar com raiva dela, se ela não tivesse tirado a minha foto, se não tivesse me procurado, eu não estaria sendo julgado pela minha própria família.

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Grace

Eu corri até a feira como planejei correr e me misturei a multidão de turistas que comprava os objetos que eram expostos, eu sabia perfeitamente bem que a família do Caius não era maluca o suficiente para me atacar em público, mas mesmo sabendo o quão perigoso eles eram eu só queria entrar dentro daquele castelo e resgatar o Caius. Dei a volta na praça e fiquei de frente para o castelo escondida perto do café onde criei uma absurda coragem para falar com ele pela primeira vez, saindo do beco onde estávamos eu vi os mantos negros indo em direção ao castelo e vi que um deles estava inconsciente, pensei em correr ou avisar alguém, mas lembrei que Caius me mandou ficar longe, sair de Volterra e não voltar mais, o que eu faria agora? Como iria reencontrar ele novamente? Dei curtos passos até chegar perto do castelo, observei eles entrando e meu coração acelerou ao ver um deles vindo em minha direção, o manto negro parou e baixou o capuz, era o homem que havia nos ajudado na noite anterior.

“Obedeça ao Caius, saia de Volterra imediatamente e não volte. Se ele sobreviver ele irá atrás de você!” ele disse e se foi.

Atordoada eu fiquei paralisada no local em que estava por alguns minutos, observei o homem entrar e fechar a porta sobre olhares curiosos. Resolvi voltar para o hotel, apressada eu deixei o elevador de lado e subi correndo pelas escadas até o meu quarto que ficava no terceiro andar, entrei em meu quarto e liguei o notebook, conectando no wi-fi do prédio e abrindo o navegador, agradeci internamente pela internet ser rápida.

Quando a página inicial abriu eu digitei Volturi no buscador, quase nenhuma informação apareceu, abri a primeira página que dizia a respeito de uma maluca teoria a respeito da família que vivia no castelo de Volterra. A teoria dizia que eles eram vampiros, quão louco isso era eu não sabia, mas resolvi pesquisar sobre vampiros e milhares de informações apareceram, abri uma aleatoriamente.

Imortal, pálidos, olhos vermelhos, bebedores de sangue, caçadores da noite, luz solar queima, não se refletem em espelhos e nem em fotos.

Palidez? Confere.

Olhos vermelhos? Confere.

A teoria não era mais tão absurda. Fechei meu notebook imediatamente e guardei todas as minhas coisas, a minha estadia no hotel estada marcada para finalizar somente daqui a uma semana mas não seria possível, não quando prováveis vampiros estavam atrás de mim. Fechei a minha bolsa e mandei um recado para a minha mãe avisando que estava voltando.

Após longas horas o avião pousou em Phoenix, a minha mãe veio me receber preocupada, provavelmente ela estava assustada porque o meu cabelo estava acabado e eu passei a noite em claro, por mais incrível que tudo pareça a minha mente estava aceitando com muita facilidade o fato da família Volturi ser na verdade um clã de vampiros e eu não sabia porque, afinal havia vários mitos a respeito de vampiros, eles não podiam sair em fotos e nem sair de dia, então por que Caius estava na foto que eu guardei no álbum de fotografias? E por que ele saia de dia? Ficava passeando pela praça como qualquer um e usando poucas roupas contra o frio. Minha cabeça começava a doer só de imaginar.

A última semana de férias se passou lentamente e logo eu estaria indo para o meu último ano na escola, Caius não apareceu nessa semana e eu tentava me agarrar a algum fio de esperança que eu ainda tinha, acreditando firmemente nas palavras do homem que me ajudou. Caius viria me procurar, nada o deteria!

No primeiro dia de aula eu acordei na hora certa, tendo dormido somente umas duas horas durante aquela noite eu não reclamei quando o despertador finalmente tocou. Tomei o meu banho e coloquei uma roupa leve, agradecendo por Phoenix ser quente e me permiti sair usando algum dos meus jeans. A minha mãe, como em todos os anos, foi me deixar na escola.

Primeiro dia de aula, alunos novos e amigos velhos e todos os meus problemas se resumiam ao grego que conheci na Itália que provavelmente era um vampiro, esse ano a escola seria fácil.

Assim que cheguei encontrei-me com a Elizabeth, a minha amiga mais chegada. Ela me abraçou entusiasmada e nós duas seguimos até um pequeno supermercado que havia ali para que Elizabeth pudesse comprar seus doces para comer durante a aula. Ela entrou e sumiu dentro da sessão dos doces e eu fiquei na entrada a esperando, peguei meu celular e verifiquei se não havia nenhuma mensagem de voz, não sei exatamente para quê, afinal Caius não tinha o meu número e ninguém que o conhecia sabia da minha existência, era inútil esperar por alguma informação via celular, era inútil continuar esperando. Ele provavelmente percebeu o erro que estava cometendo, por que ele me escolheria ao invés da família? E ele tinha uma namorada ou esposa, enquanto eu era apenas uma garotinha, um bebê comparado a mulher que vi ao seu lado, quem sou eu comparada a ela?

Ouvi Elizabeth estalando seus dedos na minha direção, quando olhei ela apontava para algo fora da loja, desinteressada eu olhei para o que ela me mostrava e me assustei, fiquei de pé imediatamente e colei o meu rosto no vidro para ver melhor, comecei a achar que era somente uma brincadeira da minha mente, mas Elizabeth viu primeiro e ele se moveu. Era ele! Ele estava ali!

Caius não usava mais terno e nem manto preto, parecia finalmente ter se moldado para o século XXI e usava um jeans preto e uma camisa de moletom azul escuro, seu cabelo loiro estava escondido dentro de uma touca preta e ele mantinha uma de suas mãos no bolso. Ele sorria para mim e estava escondido em uma sombra na rua seguinte, ele estava a poucos metros de mim. Sai do supermercado e corri até a calçada, mas ele foi embora, sumiu em um piscar de olhos.

“Cadê o bonitão?” Elizabeth perguntou ao meu lado. Ela segurava uma sacola plástica pequena e seus olhos iam de uma ponta a outra da rua, assim como os meus, Caius não estava mais ali, senti meus olhos se encherem de lágrimas mas não as deixei cair, isso iria fazer Elizabeth me encher de perguntas, e como explicar toda a história a ela sem parecer uma maluca? “Você o conhecia?”

“Não” respondi.

“E por que saiu correndo? Parecia que ia agarrar o sujeito!” ela brincou.

“Besteira sua”

Ele sobreviveu e escolheu a mim, eu não poderia estar mais feliz! Meu coração batia com força no meu peito e um sorriso rasgava o meu rosto todas as vezes que eu pensava que ele havia voltado, só não entendia porque ele havia fugido, mas isso era outra questão para outra hora.

As aulas antes do almoço se passaram lentamente, as janelas da minha nova sala de aula davam para a rua do supermercado, portanto eu me sentei no fundo e passeis a maior parte de todas as aulas olhando para a janela tentando o achar, eu não vi em qual direção ele foi e nem fazia a menor ideia de para onde ele se foi, mas mesmo assim não perdi as esperanças. Quando deu a hora do almoço eu fui deixar meus livros no meu armário e vi um papel dentro dele, peguei o papel e coloquei-o no bolso do meu jeans.

“Eu vou ao banheiro” avisei a Elizabeth.

“Eu guardo o seu lugar na fila” ela disse e seguimos em direções opostas.

Dentro do banheiro eu entrei em uma das cabines e sentei no vaso, peguei o bilhete e abri com medo, o papel na verdade era uma folha A4 e uma belíssima caligrafia estava gravada no papel.

.

"Prometi que a encontraria e assim o fiz, obrigado por ter saído de Volterra e desculpe pôr a ter feito passar por todas aquelas coisas, mas agora eu estou longe deles e você corre perigo enquanto desprotegida dessa forma. Em minhas breves pesquisas sobre você eu descobri que você tem parentes em Forks e eu tenho conhecidos lá que irão te proteger, peço que acredite em mim mais uma vez e vá para Forks onde posso te proteger da minha família.

Eu sei que tem perguntas e eu estou disposto a responde-las se você assim quiser. Eu espero te encontrar em breve e prometo que não fugirei mais, não tenho mais forças para fugir de você.

Até breve, Caius."

.

Dobrei o papel novamente e o abracei, tentando de alguma forma o sentir perto de mim, agora eu sabia que estava correndo perigo mais do que eu imaginava que estava e precisava sair da cidade, precisava ir morar com o meu pai e isso seria um grande choque para a minha mãe.

Sair do banheiro e me encontrei com a Elizabeth na fila, eu mal toquei no meu almoço e nas aulas seguintes eu não prestei atenção em basicamente nenhuma palavra dos professores, fui a pé para casa e cheguei nervosa em casa, minha mãe estava na cozinha e a minha avó estava cuidando do jardim, larguei a minha bolsa ao pé da porta e fui até a cozinha, precisava sair da cidade o quanto antes.

“Olá filha, como foi o dia?” minha mãe perguntou animada e sem me olhar.

“Foi bom, estou um pouco cansada” disse. “Ah, mãe... eu estive pensando... eu acho que vou passar um tempo com o papai”.

Ela largou a colher e virou para mim. Dificilmente alguém iria confirmar que eu era filha daquela mulher, a minha mãe tinha um curto cabelo preto e enormes olhos cor de chocolate, ela era alta e gordinha, não do tipo gorda que pesa os seus noventa quilos mas com bastantes curvas e seios fartos, ela era morena e amava usar batom vermelho.

“Por que isso agora?” ela perguntou escorando-se no balcão. “Durante toda a minha vida eu tentei te fazer passar três semanas com o seu pai e agora você quer ir para lá? Quando finalmente pode escolher ficar lá ou não?”

“É por isso que quero ir, tenho idade para escolher e tenho maturidade o suficiente para perceber que não fui muito boa para ele naquela época” digo. “Ele é meu pai, preciso dá uma chance a ele, é o que a senhora sempre diz”.

Minha mãe me olha séria e me lança o olhar que ela denominou como sendo seu olhar para detectar mentiras, tento parecer mais confiante possível.

“E a escola?” ela perguntou.

“Posso me transferir para lá, o ano letivo começou hoje, é simples”.

“Já falou para o seu pai?”

“Ligo agora mesmo para ele”

Ela me olha uma última vez e vira novamente para o que está fazendo no fogão, ela solta um último suspiro derrotada e sei que ela não tem mais nada a dizer e me deixará ir para Forks.

“Tudo bem, amanhã vou na escola falar com a diretora, ligue para o seu pai e combine o dia da viagem e essas coisas”.

Sorrio e vou para o meu quarto animada. Irei ver o Caius novamente!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem!

E aí, deu pra reparar que a Grace é meio parecida com a Bella? Pais separados, moram na mesma cidade, mas é só isso mesmo. Na estória anterior a Grace era praticamente uma cópia da Bella e isso me irritou, fiquei impressionada como eu aos treze anos não tinha tanta criatividade.

Cadê meus parabéns? Meus presentes? Fiz DEZOITO ontem O/