O amanhã sempre chega escrita por Sazi


Capítulo 8
Futuro


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, tenho de sempre me redimir por isso, mas muitas coisas aconteceram e eu meio que estava sem tempo de postar. Tanto quanto escrever. Espero que estejam gostando na trama. Aceito opiniões a cerca disso.



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Enfim o semestre começou e eu estava muito nervoso a cerca disso. Extremamente ansioso e sem um pingo de vontade de me levantar daquela cama quente. Eu estava confortável e não queria abandonar isso. Mas eis a realidade. Às vezes temos de sair da nossa zona de conforto pra encarar o mundo. E que venha o curso de medicina. Pois bem, nem eu acreditei que passei pra esse. Não sou muito inteligente, será que dei sorte? Bem seja o que for, aqui vou eu. Tenho ainda seis anos pela frente pra me formar e adivinhem a minha especialização?

Cardiologia. Decidi isso quando nesse período a minha irmã teve umas complicações e teve de se internar várias vezes. Eu me sentia em estado de agonia cada vez que tinha de presenciar ela indo naquela ambulância. Seu coração não batia da mesma maneira do que o nosso e isso era tão ruim que eu nunca pensei que pudesse me odiar tanto por não fazer nada. Decidi que ajudar ao próximo é a melhor maneira de se ajudar a si mesmo. Assim eu conversei com a minha mãe e Tayla e contei a elas o que eu queria fazer. De inicio minha namorada me abraçou e minha mãe chorou. Não entendi nada. Mas estava bem feliz em tê-las agradado tanto quanto a mim mesmo.

Nesse dia minha irmã não estava em casa. Foi fazer um eletrocardiograma junto do Daniel. Raramente deixávamos que alguém que não fosse minha mãe e eu acompanha-la. Mas recentemente as coisas não andavam bem para o coração dela e não queríamos em hipótese alguma deixa-la contrariada. Eu me inscrevi na faculdade, passei no vestibular e arranjei um emprego para complementar a renda; Não seria nada fácil, mas a grande sorte era que o

campus ficava a mais ou menos uns três quilômetros de casa. Então facilitou o fato de que eu não precisava me mudar, além de que eu não queria me mudar. Estar longe da minha família era um limite rígido pra mim, ainda mais pelo fato da minha irmã estar doente. Assim a minha decisão foi a melhor possível. Os meus amigos optaram por bons cursos. Matheus iria cursar Direito, Daniel e Renan iriam cursar Administração e por fim Kevin iria cursar uma área que nós não imaginávamos que ele gostasse. Psicologia. Todos estavam ansiosos por isso. Ficou algo bem dividido, os mais novos estavam cursando exatas enquanto os mais velhos cursavam biológica. Outra coisa a se pontuar, logo Kevin completaria os seus dezoito anos. No fim de Março. Claro que iriamos comemorar. Seria aquela festa. Só que o loiro não gostava então não fazíamos nada além do básico. Um bolo, alguns salgados e umas bebidinhas no quarto dele em meio a um rock ou música clássica. Kevin era sempre o extremo de uma coisa ou outra. Aliás nem sei se parei muito para falar sobre os meus amigos aqui. vou tirar um dia para falar mais sobre eles e menos de mim.

Mas há a incrível necessidade de contar algo que aconteceu entre mim e a minha namorada. Era um dia qualquer em que eu estava na casa dela. O clima meio que esquentou e entre beijos e toques acabamos na cama. Mas quando eu ia tirando a blusa dela do nada a garota ficou estática e seus olhos começaram a marejar e então eu me lembrei que ela havia sido estuprada. Não que isso não saísse da minha cabeça. Eu pensava nisso constantemente. Parei o que estava fazendo e dei um pouco de carinho e atenção a ela. Porém minha namorada passou uns dias sem me dar qualquer atenção. Como quem evita algo de uma maneira que não consigo descrever.

Assim eu pedi perdão. Já que de uma maneira ou de outra eu havia magoado ela. Eu me senti mal e pedi perdão a ela.

— Eu sinto muito. Não queria forçar nada e meio que me deixei levar pelo momento. - realmente eu não sabia o que dizer e estava tentando, no fundo, encontrar uma maneira de dar a ela uma desculpa. Precisava me redimir.

— Eu sei, Leonardo. Não se preocupa com isso. É que, não que eu não o ame, porém eu não estou preparada pra nada ainda. Eu tenho medo e naquele momento a minha mente nubla e não consigo dar um passo adiante...

Nesse momento eu a interrompi e dei-lhe um beijo. Afaguei seus cabelos e queria que ela se sentisse segura.

— Eu entendo, meu amor. Não fique pensando que eu só penso em sexo ou essas coisas.

— Tudo bem. Eu...

— Vamos superar juntos. Ainda temos um longo caminho pela frente.

— Sim, nós temos.

Eu a fiz sorrir e deixei que ela me contasse detalhes sobre o boxe e o ballet. Ela sempre gostava de falar nisso quando estava nervosa.  Parecia que precisava encontrar uma maneira de fugir dos seus problemas usando das suas válvulas de escape. Nesse meio tempo eu aprendi muito sobre esses dois mundos, totalmente opostos e ao mesmo tempo tão iguais. A forma como ela fazia parecer que era belo era sem comparação.

Passávamos horas perdidos conversando e eu aproveitava cada instante, já que logo teria de me dedicar as aulas e ela a escola. Eram apenas dois anos de diferença entre nós. Então ela estava pensando no que fazer. E eu apoiaria o que quer que seja.

Logo o semestre começou e junto dele o meu trabalho. Felizmente consegui uma vaguinha na empresa onde o pai do Matheus trabalhava. Eu seria auxiliar de escritório e mesmo não tendo experiência nenhuma eu estava conseguindo me sair bem.  Daniel estava trabalhando lá também. Renan iniciou em um pet shop e o loiro só estudaria. Os pais dele eram bem de vida e queriam apenas que ele se concentrasse nisso e nada mais. O coreano havia feito cursos e mais cursos nas férias, sejam eles presenciais ou a distância. Mesmo de curta duração eles

garantiam um certificado que pesaria no currículo dele. E assim a nossa vida na faculdade se deu inicio. Os novos colegas eram bem legais e uns eram até chatos. Mas nada com que se preocupar a grande diferença ali era que só ficava quem realmente quisesse alguma coisa. E isso era muito bom. Assim não tínhamos aquele problema de ter na sala aqueles que não tinham a intensão de aprender e nem de deixar que aprendêssemos também. Mas sempre

havia uma exceção. Quanto a isso não havia como fugir.

Ao fim do dia eu ia me encontrar com a minha namorada e passávamos umas duas a três horas juntos. Já que ficaria bem tarde para que eu voltasse pra casa e cansativo. Foi até vergonhoso o dia em que eu fui visita-la e ao espera-la descer, acabei cochilando no sofá. E o mais engraçado foi que ela não me acordou. Então eu me senti estúpido. E por sugestão da Tayla nos veríamos menos na semana. Assim eu não ficaria tão sobrecarregado e ao menos não dormiria na casa dela. Laís estava mais empenhada naquele ano. Era engraçado as crises de ciúmes que ela tinha do Daniel e ele tentando se redimir sempre encontrava um meio de conforta-la e fazer com que ela se sentisse única. Meus pais estavam da mesma maneira. Meu pai a cada dia mais ausente e a minha mãe sempre ali. Amiga e companheira. Eu amava os dois, mas não vou mentir que se ela precisasse eu daria o meu coração pra minha mãe.

E as coisas iam caminhando assim. A passos lentos, mas com uma direção.

 Por Leonardo John Walker.


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