O amanhã sempre chega escrita por Sazi


Capítulo 21
Vingança


Notas iniciais do capítulo

Tenho de agradecer a todos que chegaram até aqui ao meu lado, que leram e que comentaram ou apenas favoritaram. Fico imensamente feliz que tenham lido algo que eu escrevi.
Boa leitura



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Esperei até que a minha enfermeira favorita pudesse falar comigo, naquela época em que estive naquele maldito manicômio ela foi a minha diversão e bem já que eu a satisfazia ela me deve favores. Além do que eu era de menor e ela quem sairia perdendo se fosse acusada de molestar um paciente nessa idade. O que eu queria era simples, ter por direito o que era meu. Elisa estava me deixando eu cansei de ser bonzinho, alias eu estava sendo um completo idiota até quando não tinha as minhas memorias intactas. Me lembro daquela maldita queda e de ter acertado forte a cabeça. Não sei porque eu fui defender a minha irmã daquela maneira. Deveria ter deixado aquele corno empurra-la e me vingaria dos dois ao mesmo tempo. Mas bem eu tive de ser um bom samaritano, mas graças a isso eu recobrei o que havia perdido.

E dia a dia era um verdadeiro martírio conviver com aquele casal e aquele gay. Era um amor demais que me dava enjoou. Amor esse que eu a oferecia todos os dias, mas ela não quis aceitar. Brincou comigo e por mais engraçado, brincou com o Leonny também.

Me surpreendi quando ele me ligou depois de ter sumido do mapa. Alias ele não estava dando noticias nem ao pai. Aquele velho metido. Falando nisso meu pai fez o favor de me expulsar de casa e eu odiei ter de sair do meu conforto para viver como escravo. Já que eu quem ajudava a limpar a casa e trabalhava em uma lanchonete imunda ajudando aquele cara chato que me vigiava direto. Mas no fim nada impedia de eu concluir os meus planos e quando Lenny me propôs uma vingança eu aceitei na hora. Iriamos roubar aquele filho dela, que merecia ser nosso. Ou meu ou dele, não importava. Ela brincou comigo e merecia chorar o tanto que fosse. O nosso plano era simples, sequestrar a criança. Eu o criaria, Lenny só ajudaria com a fuga e com a parte financeira por uns tempos.  Ele queria apenas isso e só isso. Eu só aceitei já que eu realmente precisava de uma mãozinha e não poderia fazer nada só. Com a ajuda da minha funcionária do mês sequestrar o meu sobrinho foi fácil. Mas eu sabia que logo seriamos visados então eu tinha de ser rápido. Sumi da sala rapidamente e logo avistei a minha cumplice. Por sorte ela ficaria responsável por aquele setor então seria bem fácil. Eu não estava nem ai se ela fosse ser pegue ou não. Eu queria ver aqueles idiotas sofrendo.

...

E lá estava eu no carro ao lado de Lenny, a criança dormia tranquila em seus braços.

— Pega essa avenida aqui, vamos entrar em estradas rodoviárias e fica mais fácil fugir. - ele sugeriu. Eu não entendia aquele homem. Ele estava quieto e sóbrio e apenas acalentava o bebe e fazia de tudo para que o menino não chorasse. Eu estava ficando desconfiado e com medo. - Faremos assim cuida do bebe pra mim que eu dirijo. - estranhei, mas obedeci. Encostei o veículo e desci, dando a volta e pegando o meu sobrinho que dormia tranquilamente.

— O que vamos fazer com ele?

— Adotar ele.

— Nós dois?

— Não, apenas eu. - de súbito senti o carro desviar e quase derrubo o bebe. Mas segurei ele com força e o menino começou a chorar. Bati a cabeça de leve e a minha visão estava nublando por conta só sangue que escorria e quando menos esperei estávamos indo por uma estrada de terra em direção a um pedreira.

Droga!

Pov Leonny

Lembro-me de quando a vi pela primeira vez na vida. De uma maneira que não posso mensurar a forma como eu a quis naquele instante e nos outros mais pelo resto da vida. No início meus pais tarjavam de amor infantil e que passaria rápido e quando eu menos esperasse esse sentimento iria embora. Mas não foi, realmente não foi. E os anos só o tornaram bem mais forte do que eu pude imaginar.

E quando seu pai dizia pra mim que eu me casaria com ela era a maior alegria. Eu sentia que estaríamos juntos pra sempre e que ela a minha prometida desde o berço. Apesar dos anos de diferença, apesar da minha vida ser outra, dos rumos e decisões que eu tomei. Elisa era minha e ninguém poderia tirar isso do meu coração. Eu estava inteiramente preso a ela.

O tempo ia passando e eu a via se descuidar, não ligava, contanto que era me esperasse resgata-la daquele enlace, eu estaria ali sempre que ela quisesse. Como ela estivesse. Ela era única. Estava ficando louco e não conseguia deixar de querer aquela menina. Então eu fugi na  epoca da minha vida em que tive de procurar outras bocas, os hormônios explodiam e eu queria ter mais do que beijos e comecei a me relacionar com outras mulheres. Mas todas elas era apenas meninas inseguras com medo e sem nada de especial. Logo terminava e começava outro e outro e na minha mente eu tinha Elisa na hora do quando estava com qualquer uma delas ou sozinho, não importava.

Assim quando ela completou os seus quatorze anos eu precisava voltar.

Quando cheguei a vi mergulhada em um mundo de desespero com uma família desestruturada e um irmão demente e psicótico. Acho que ela iria ruir a qualquer momento, mas eu não iria deixar que isso acontecesse. Fiz de tudo e consegui me transferir para a escola em que ela estudava. Consegui por fim e ficava vigiando, cuidando e protegendo ela. Haviam moleques que queriam apenas abusar dela e eu dei um jeito de que todos eles ficassem longe, além do que tinha Ehtan que me ajudava inconscientemente. Tudo ia bem e eu sentia que poderia resgata-la logo e quando isso aconteceu, E na hora que eu a beijei eu confesso não imaginei, se eu soubesse tinha feito antes. Senti o  mundo inteiro desaparecer e somente havia ela. Aquele precioso momento que se perdia naquela boca imaculada. Eu a amei desde o primeiro momento e naquele selar de lábios a corrente que a aprisionava a mim ficou mais forte. Elisa definitivamente era o meu objetivo de vida.

E eu sabia que faria tudo por ela. Sempre e em qualquer momento, tanto que arrisquei a minha vida para salvar uma pessoa que a fez tanto mal só porque sabia que ela sofreria dez vezes mais sem ele. Assim quando o vi em coma senti um enorme alivio. Ele não iria mais se meter na minha vida e nem nos meus planos novamente. Me lembro que quando vi as fotos dela nua em sua gaveta eu quis dar um fim na vida dele, pegar uma faca e cortar aquelas mãos pecaminosas. Mas me contive e olhe onde cheguei? Salvando ele.

Mas nem tudo eram flores. Com a mudança dela para outra cidade tudo ficou mais distante, porém quando eu a via sentia que nada tinha mudado. Quando era apenas ela, sem aqueles amigos. Aquelas pessoas chegaram e tiraram ela de mim. Literalmente.

Não era apenas os irmãos Walker, logo uma turma se juntou a eles e no meio deles aquele maldito loiro. Ele refletia Lewis um ex aluno meu que tentou abusar da minha rainha. E não sei porque aquela maldita imagem me assombrou de novo. E ele se aproximava dela e ela se afastava de mim. Dia a dia eu notei a ausência dos seus sentimentos e pouco a pouco eu sabia que poderia perder tudo aquilo que um dia eu almejei. O amor dela.

E quando menos esperei aquela bomba veio explodir sobre a minha cabeça. Sua traição veio como um furação destruindo tudo em mim, meus planos, sonhos, desejos, anseios, felicidade e acima de tudo a minha sanidade. Não pensei em nada, não queria mais nada. E que se ela não fosse minha que não fosse mais de ninguém e quando eu tive a chance quis joga-la daquelas escadas como se fosse um abismo. Para que ninguém mais pudesse toca-la como só eu podia.

E fugi...

Mas eu ainda contava com o apoio do meu sogro e ele veio me dar a pior noticia que eu podia ter na vida. Elisa estava gravida e eu sabia que aquele filho era meu. Mesmo que eu não tivesse tido nada com ela. Aquela criança me pertencia por direito, era meu pagamento o fruto do nosso amor. E eu pretendia toma-lo daquele moleque que estava ao lado dela.

Então manipular aquele idiota que não tinha mente e pronto. Teria o apoio do avô da criança e o criaríamos juntos. Mas ele não precisava saber que eu teria de me livrar de um peso morto. Talvez ele nem se importasse, mas realmente não precisava saber.

POv Ehtan

Eu senti que iria desmaiar. Não poderia colocar o bebe em risco e protegi com o meu corpo, mas ele chorava muito e eu não sabia como fazê-lo para.

— Desce do carro com o bebe. - Lenny estava com uma arma na mão. De onde ele...Merda, não importa. Eu me tremia inteiro. Fiz o que ele pediu. - agora coloca o bebe ali no chão. Na parte fofa da areia, e anda até ali a beira. Rápido.

— Lenny...- senti meu coração acelerar e a vista já não estava mais colaborando. Tentei limpar o sangue que escorria na minha testa e a dor de cabeça me preenchia.

— Anda porra, obedece.

Não tinha como hesitar e coloquei a criança onde eu achei que fosse mais seguro. Sabia que talvez aquela fosse a ultima vez que eu o veria e no fundo eu me arrependi amargamente pelas minhas escolhas assim como os atos impensados que fiz. Se aquele era o meu castigo eu o iria aceitar. Senti a minha vida passar pela minha mente naquele instante e o quanto eu fui ridículo. Se eu pudesse iria rir. Já tive chances demais.

— Calma Lenny, o que você está fazendo? - tentei argumentar. Mas sabia que aquele homem que estava na minha frente não era mais o que ia na minha casa ou que fazia de tudo para ver a minha irmã sorrir. Ali estava um monstro até muito pior do que eu. Olhei para o bebe e senti meu coração apertar e meus olhos se encherem de água e pela primeira vez na vida, pedi com todas as forças do mundo que aquela criança não pagasse pelos meus pecados e nem dos da minha irmã. Ele não merecia.

— Eu não preciso mais de você. Antes eu havia lhe salvado porque sabia que seria algo para Elisa, mas hoje em dia sua existência é o mesmo que esterco pra mim. Já cumpriu o seu papel Ehtan, agora pode ir descansar no lugar de onde você nunca devia ter saído. Do inferno. - senti o baque me abater e apenas isso. Depois veio o vazio, silencio e o frio que me consumiram e acredito que pra sempre.

POv Lenny.

Finalmente me livrei de um, agora faltavam as provas. Coloquei na beira do abismo e depois dei um jeito para que ele fosse sozinho até o desfiladeiro, tudo iria parecer que Ehtan se matou junto com a criança. Elisa agora iria chorar em dobro. Chorar pela morte do irmão e chorar por ter perdido o nosso filho, mas era por enquanto, porque eu sabia esperar e um dia ela estaria de novo nos meus braços me amando e terminaríamos de criar o nosso filho.

E finalmente eu serei feliz...


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