O amanhã sempre chega escrita por Sazi


Capítulo 2
O peso de uma escolha


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando, aos que se sentem meio perdidos na história mais a adiante farei um resumão para ajudar. Lembrando que é uma continuação de duas outras tramas.



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Esse seria o meu último ano na escola. Logo eu teria de enfrentar os novos desafios que a vida adulta viesse me impor. Era uma manhã tranquila e novos vizinhos iriam se mudar para a casa ao lado que estava vazia há um bom tempo. Cumprimentei a vizinha e rumei para a escola com minha irmã.

 - Onde está Daniel? Ele não é seu cachorrinho?  

— Muito engraçado Leonardo. Ele vai levar a irmã hoje a escola. - Daniel tinha uma irmã mais nova chamada Adele. Ela tinha sete anos e parecia e se comportava como um anjo. Sempre que podia ele levava ela a escola. Eles tinham criado o hábito de ele sempre deixar e buscar Laís no colégio. Eu andava um pouco na frente, enquanto eles viam atrás namorando. Eram bem fofos juntos. Já meus outros amigos não estavam tão bem no amor assim.

Renan parecia que não estava ligando pra nada no mundo em relação às mulheres. Brincávamos com a  possibilidade de que ele fosse gay, mas isso era apenas coisa da nossa cabeça. Apenas ele queria ter um futuro para poder proporcionar conforto a sua namorada. E também tinha o autismo, que mesmo em baixo grau o impedia de se relacionar. Kevin estava sempre na dele. O loiro é exemplo de beleza, sempre tem uma menininha querendo ficar com ele. Mas parece que a cabeça do rapaz gira em torno da minha irmã. Eu sinto que ele não desistiu dela ainda, mas o relacionamento com o moreno ia bem demais para acabar assim do nada.

Porém o coração é algo imprevisível, eu já presenciei relacionamentos gigantes acabarem da noite pro dia. O da minha irmã também estava passivo ao fim. Não que eu desejasse isso. Apenas estou sendo realista.

Matheus estava ligado na Hirome. Nunca o vi assim, interessado, querendo a todo custo conquistar uma pessoa daquela maneira. Meu amigo é um cara bonito e inteligente. Creio que logo ela percebera isso e formarão um belo casal. Agora estou sendo positivo.

Já a Larissa se mudou. Os pais dela estavam receosos de continuar aqui. Foram morar na Espanha. Bem longe de qualquer ameaça que possa alcançar a princesinha deles. Rebeca ficou feliz que a amiga estaria a salvo e decidiu que iria terminar a escola e se mudar também. Originalmente a família da moça era daquele pais. Voltar para lá seria bom para ela. Então eu não veria mais aquelas duas.

— Bom dia. - Renan cumprimentou ao chegar. Nesse dia íamos tomar café juntos, por isso estávamos todos ali um pouco mais cedo do que o normal.

— Bom dia. - respondemos todos ao ruivo.

Hirome foi a ultima a chegar e trouxe uma espécie de omelete enrolada. Segundo ela é tradição comer daquilo no Japão.

— Está uma delicia. - Tayla se pronunciou antes de todos nós. Minha linda namorada. Depois que aquele homem foi preso ela ficou um pouco mais aliviada, ainda mais de saber que a minha ex-namorada iria para outro pais. Não que ela estivesse com ciúmes, mas ela concordou que a moça estaria mais segura lá.

O medo ainda pairava por sua mente e no fundo ela não podia negar que ainda tremia ao pensar que poderia ter sido ela a sofrer o que Larissa sofreu. Eu sempre buscava distrai-la e lembrar que ela estava segura e não estava sozinha. Mas era em vão. O medo era seu prisioneiro.

— Temos novos vizinhos. - minha irmã soltou o comentário.

— Legal, são muitos? - Daniel quis saber.

— Um homem e uma garota. Se havia mais alguém não vimos. - ela completou com aparente desdém.

— Humm, uma garota? - Kevin se meteu na conversa. - Era bonita?

— Sim, mas ela é fora do seu padrão de beleza senhor marido da Barbie. - eu brinquei.

— Fora do meu padrão?

— Ela é gordinha, mas muito bonita, principalmente a pele dela e os cabelos. Parecia uma boneca. - ela parou um pouco e depois olhou pra mim. - Por que não seria o padrão dele? Por ela estar acima do peso não significa que o Kevin não possa se interessar por ela.

— Ei eu não estou sendo pré-conceituoso. É que o padrão de garotas que ele tem interesse são bem outros.

— Bem, vocês ainda nem me apresentaram a garota e eu não sou assim tão superficial. - Senti que ofendemos o loiro, ainda mais a Laís. Já que ele ainda gostava dela e assim do nada a menina estava lhe jogando pretendentes. Na realidade nem conhecíamos a vizinha nova direito.

— Vamos encerrar essa conversa e comer? - Matheus encerrou o assunto abocanhando uma fatia de bolo.

Deixamos o assunto de lado, mas eu reparei que o loiro ainda estava ressentido.

O dia se minguou rapidamente e voltamos para casa. A nova vizinha estava saindo naquele momento, minha irmã a abordou.

— Oi você não me disse seu nome.

— Elisa.

— Você gostaria de passar a tarde aqui conosco? Vamos estudar um pouco. - realmente iriamos estudar.

— Desculpem, mas eu vou ter de cuidar da casa e arrumar tudo até meu pai chegar.

— É apenas você e seu pai?

— Não, tem o meu irmão, mas ele está no hospital. - a voz dela saiu baixa. Parecia incomodada em falar sobre isso. Puxei a manga da blusa da minha irmã que não percebeu que eu estava dando um sinal para irmos embora.

— Mas o que ele tem? Você é a irmã mais nova?

— Bem, eu tenho quinze anos, sou sim a mais nova. Ele tem dezessete. E...- ela hesitou. Respirou fundo como quem toma coragem e falou por fim. - está em coma.

Nossa. Como minha irmã estava sendo inconveniente.

— Eu sinto muito por ele. - Daniel que estava ao nosso lado disse o que eu queria dizer. - ah desculpe. Eu sou Daniel, namorado dessa moça aqui. - ele tocou a cabeça da minha irmã. - Seja bem vinda e caso precise de qualquer coisa estaremos aqui.

— Eu digo o mesmo. - a metida se pronunciou. - Se quiser ajuda. Adoraríamos ser prestativos.

Eu percebi que ela era aquele tipo de garota sozinha. Talvez ela se abrisse um pouco mais conosco. Eu não sei.

— Se você quiser. Eu posso te ajudar com tudo e depois vamos estudar. Já que está no fim do ano, quanto mais ajuda melhor. - falei por fim. Ela pareceu surpresa. Eu procurei passar uma ideia de que eu não estava com pena da situação dela, mas que queria realmente ser útil. Ela tinha a idade da minha irmã e pelo seu semblante parecia que sentia falta de alguém.

— Não, não quero incomodar. - ela gaguejou. Estava comovida.

— Claro que não incomoda. Nossos pais vão chegar apenas à noite. Posso te ajudar a fazer um bom almoço. Isso fica como recompensa por nossa ajuda. O que acha? - Laís concluiu. Ela sentia o mesmo que eu. Não podíamos deixar aquela garota sozinha.

Por Leonardo John Walker


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Notas finais do capítulo

Devo admitir que quando vou escrever a parte em que o Leonardo narra é a mais fácil pra mim. Ele é divertido e parece que eu sempre sei o que dizer sobre ele. >...<
Uma curiosidade eu me basei em pessoas que eu conheço para compor alguns personagens *----*



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