O amanhã sempre chega escrita por Sazi


Capítulo 17
Desespero


Notas iniciais do capítulo

Estamos quase no fim, espero que gostem do capítulo de hoje, ficou curtinho, mas continha tudo que precisava.
Obrigada por lerem.



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Esses meses da minha vida foram um turbilhão de sentimentos, escolhas e adversidades. Morar com Renan era simplesmente ótimo, eu tinha a minha liberdade e ele a dele, além de que ele me ajudava na escola e a escolher o que vestir. Era sempre atencioso e como um irmão. Falando nisso meu pai mudou um pouco comigo, eu ia aos fins de semana para lá e ele parecia distante como se estivesse ressentido. Só melhorava mais quando Lenny intervia. Eu estava muito cansada disso, mas dessa vez eu não iria mais ligar tanto. Eu sempre vivi de acordo com o que ele queria e não do que eu queria. Tentava agrada-lo e Ehtan me ajudava. As vezes conseguíamos e no fundo o senhor Carlos estava apenas com saudades e ciúmes de sua filhinha. Eu até que entendia.

Meu irmão voltou pro trabalho e fez umas provas para tentar um supletivo afim de terminar a escola mais rápido. Por conta de sua idade. Ele ainda não sabia o que queria fazer após isso, mas estava trabalhando duro pra isso.

Minha mãe estava muito bem com a pessoa que ela amava e creio que por isso, quando nos via, aparentava sempre um bom humor. Ela estava tentando se aproximar do filho, não estava dando muito certo, porém dessa vez ele fazia de conta que aceitava. Eu sempre ria dessa situação.

Falando nisso eu finalmente consegui o peso que precisava e amava vestir roupas que antes nem cogitava a possibilidade. Ela olhada sim na rua, mas não por ser gorda e desajeitada, mas sim por ser linda e atraente. Aquilo me deixava orgulhosa, já que eu precisei suar muito a camisa e abrir mão de coisas que eu gostava. Claro que eu tive a ajuda da Tayla e da Laís. Elas sempre estavam me incentivando e me fazendo ver que não era bom desistir. Eram minhas verdadeiras amigas.

Meu namorado e eu estávamos discutindo demais. Os ciúmes dele era exagerados e eu não estava mais aguentando aquilo. Tudo que eu esperava era o momento certo de terminar e assumir o meu namoro com Kevin. Já que íamos bem e eu sentia que ele gostava realmente de mim assim como eu dele. Eu sentia me sentia muito bem ao lado dele e juntos vivíamos em apenas poucos meses o que eu não vivi com o meu namorado nesse tempo inteiro. No fundo eu somente me sentia mal por não ter admitido antes e dado um fim a isso. Creio que não queria magoar os dois, ainda mais sabendo que ele fez por mim o que ninguém mais faria. Mas eu não o amava e não importa o quanto eu seja grata, engana-lo seria a pior coisa.

— Tudo bem ai? - Renan me tirava dos meus devaneios.

— Mais ou menos.

— O que foi? Vem, me conta. - ele se sentou ao meu lado na cama. Eu aproveitei e deitei em seu colo. Ele sempre mexia em meus cabelos me deixando relaxada. Sabia que poderia contar com ele sempre.

— Eu não sei como terminar com o Lenny. É um impasse enorme eu não tenho menção de como sair dele.

— Diz a verdade, que você não o ama. No fim das contar estar com ele o enganando e não sentindo nada é o pior que isso. Então meu amor. Conte sim tudo que sente a ele. - ele me faz levantar e do nada me empurra na cama, deita por cima de mim e beija minha testa. Sinto seu corpo inteiro e se não soubesse de sua preferencia sexual diria que aquilo foi um flerte.

— Obrigada, vou seguir o seu conselho. - ele se levanta sorrindo e bagunça seus cabelos ruivos. Renan é lindo e sem dúvidas o melhor amigo que eu poderia ter na vida.

...

Caminhei devagar naquele dia, voltar da aula nem sempre era a parte boa. Hoje em especial eu não estava com ânimo de ir ao treino, detestava faltar, mas naquele dia eu me permiti. Estava me sentindo mal e detestava aquilo.

Quando de súbito senti alguém me abraçar por trás, não pude evitar sorrir. Conhecia o perfume dele, como eu sentia falta. Me virei e pude abraça-lo de verdade, nossos lábios se encontraram urgentemente e eu senti um gosto delicado de sua boca misturado com aquela sensação de querer me derreter. Eu era dele e não havia como negar ou tentar me enganar.

— Ei, meu amor. Vim te legar pra casa.

— E sua aula acabou cedo assim?

— Sim, hoje sim. E eu queria te ver. - ele ainda me abraçava. Deu um beijo longo em meus lábios e depois afagou os meus cabelos.

— Sabia que eu navego sempre no mar dos teus olhos? - ele riu. Ah, que sorriso. Era meu encanto.

— E eu navego sempre na alegria que é ter o seu amor. - começamos a rir feito idiotas e caminhamos juntos até o apartamento do Renan. Alias nosso apartamento.

O ruivo nos ajudava muito e estava sempre disposto a nos ver feliz. Eu já havia me sentido a pior pessoa do mundo naqueles dias, por saber do sentimento dele, mas ao mesmo passo eu entendo que ele quer ver seu amigo e a mim felizes.

...

Creio que o desespero é um sentimento involuntário e naquele momento uma dor preencheu o meu estômago o embrulhando inteiro. Era de noite, eu andava de um lado para o outro naquela sala. Esperando urgentemente que Renan chegasse. Precisava muito que aquele rapaz me abraçasse e me dissesse que iria ficar tudo bem.

— Renan. - eu corri para seus braços e nem o deixei fechar a porta direito.

— O que houve querida, o que houve.

— Aconteceu o que eu não previa. - eu não sabia se chorava ou me desesperava.

— Calma, calma Elisa. - ele me segurou pelos braços me fazendo olhar em seus olhos. - O que houve.

— Eu estou grávida Renan, grávida. - ele me soltou por um momento e levou as mãos a boca.

— Elisa, nós tomamos tanto cuidado e...

— Como assim grávida? Que porra é essa Elisa. - por coincidência Lenny estava na porta do apartamento junto de Ehtan. O que eles estavam fazendo aqui?

— Eu, eu, eu...

— Você não era um viado? Como assim tomaram cuidado? Você está me traindo com ele? - ele estava com muita raiva e avançou em cima de Renan.

— Calma Leonny. - Ehtan que estava atrás tentou segurar o meu namorado.

— Solta ele Lenny, ele não tem culpa de nada. - eu disse em desespero.

— Não venha defender ele Elisa, eu ouvi bem. Nós nunca tivemos nada um com o outro. Como assim você está grávida. De quem é esse filho se não dele. - ele vociferava com aspereza.

— Solta ele Lenny, vamos conversar melhor. - meu irmão tentava ajudar, mas o moreno não era convencido por nada.

— Vou acabar com você agora, seu falso viado de merda. - ele arrastou Renan para fora do apartamento pela gola da camisa. Ehtan e eu corremos atrás em desespero.

Lenny levou o meu amigo até a beira das escadas, já que no prédio em que morávamos haviam apenas três andares e não possuía elevador.

— O que você pensa que vai fazer? Solta ele Lenny. - eu gritava histérica, chorando e tentando livrar o meu amigo daquele empasse. Ele não tinha culpa de nada.

— Vai defender o pai do seu filho é?

— Ele não é o pai. - eu disse por fim fazendo-o parar. Todos me olharam e por fim meu amigo foi solto indo em minha direção e me segurando de lado. Minhas pernas estavam bambas e eu sentia que iria cair a qualquer momento.

— Quem é Elisa, quem é. - Lenny avançou em cima de mim e meu grito ecoou pelo ambiente vazio.

Não sei como, mas meu irmão interviu na investida do mais alto e impediu que ele me puxasse para mais adiante. Os dois travaram uma pequena luta e por mais que eu desejasse separa-los sentia que não podia, minha visão estava ficando turva. Renan tentou fazer o que pode, mas o meu namorado era mais forte e só sossegou quando empurrou Ehtan escada abaixo, sob o som do meu grito de pavor.

Por Elisa Ann Dicksen


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Notas finais do capítulo

E agora? O que será que vai acontecer?



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