Mais seis meses se passaram...

Parando bem para pensar o tempo voa e o que vem com ele pode ser positivo ou negativo dependendo de como se encara. Eu estava correndo dia a dia com todas as obrigações que aumentavam e aos poucos eu via que aquele encanto da vida escolar escorria por minhas mãos. Eu mal via os meus amigos e pouco tempo que tinha para ver meus parentes era a meia hora antes de ir dormir. As vezes eu dormia junto da Laís. Ia ao quarto dela conversar e quando me deitava ao seu lado acabava dormindo. E era muito engraçado quando eu acordava ao lado dela. Minha irmã era muito compreensiva e sempre me despertava no horário correto e com meu lanche já pronto. É um anjo. Alias ela mudou muito, está mais responsável e menos fofoqueira. Está se cuidando mais e não teve mais crises nesse tempo, isso muito me anima. Mas coração é algo muito traiçoeiro e os exames que ela fez mostram que a arritmia está ainda lá como uma sombra a nos assustar.

o relacionamento dela com Daniel ia bem, super bem. Não sabia que o cara certo para ela estava ali ao seu lado e isso me deixa mais tranquilo e animado, pois eu sei que ele não vai decepciona-la. Assim eu espero. Hirome e Matheus estão indo de vento em polpa, são os gênios da equipe e as vezes nos fins de semana nos juntamos para estudar, mesmo que os cursos sejam diferentes existem pequenas matérias que podem ser estudadas juntas. Assim nós levávamos. Porém mesmo assim meu tempo ainda era escaco e eu muitas vezes não conseguia acompanhar o que havia ao meu redor. Que me deixava de cabelo em pé ao ver o romance de Elisa e Kevin ficar dia a dia mais visível. Por mais que eles quisessem esconder. Isso estava me preocupando, já que ela ainda estava com Leonny.  Renan estava se assumindo. Mas o que me preocupava era ele se envolver com um cara que não fosse legal e que não tratasse ele como ele merecia. Isso também me deixava inquieto. Era como se eu estivesse tendo filhos para cuidar e não amigos. Falando nisso eu não conseguia tirar da mente a minha primeira vez com a Tayla e a maneira como ela já tinha tudo preparado, depois de um tempo ela me revelou que foi a Elisa quem deu a ideia. Isso me assustou e muito. Aquela garota que eu julgava ser inocente conseguiu incentivar minha namorada a fazer o que eu queria que acontecesse a tempos? Fiquei me sentindo menos homem por um momento.

Ela me disse o que Elisa tinha dito a ela e eu fiquei feliz em passar aquela imagem boa para nossa amiga. Ela sofreu muito e acreditar nos homens era algo difícil pra ela. Que bom que ela me vê de maneira diferente.

Nosso querido loiro não está mais sabendo disfarçar o que está sentindo.

— Eu acho que estou optando pelo caminho errado. - ele me disse em uma noite a esmo. Era tarde, mas ele estava lá na minha casa. Alheio em pensamentos.

— Como assim? - me fiz de idiota.

— Eu acho que vocês perceberam que entre a Elisa e eu está acontecendo alguma coisa. - ele foi direto.

— Sim eu percebi e acho que você está louco para apanhar de um homem mais velho.

— Eu sei disso Leo, o problema é que eu me apaixonei mesmo eu não paro de pensar nela e quero ver ela bem, sorrindo pra mim. Animada. Me preocupava muito com o fato de ela estar sobre o mesmo teto que aquele irmão louco dela. E meio que estou aliviado por ela está morando com alguém que eu muito confio.

— Acho que vocês devem fazer a coisa certa. Pedir que ela termine com o namorado dela e fique com você. Mas Kevin, você realmente ama aquela garota?

— Sim Leonardo. Eu posso ter a pior imagem aqui das pessoas do nosso grupo, mas o que eu estou sentindo é real. Único de uma maneira que eu nem sentia pela sua irmã. - agora a coisa ficou séria.

— Se você tem certeza, faça a coisa certa.

Naquele dia ele ficou pra dormir lá em casa, já que ele queria pedir uns conselhos para a minha irmã. Do meu quarto eu conseguia ouvir os gritinhos de alegria dela. Céus, essa menina não muda mesmo. Ela não gostava nada do namorado da amiga e creio que ela estando junto do nosso amigo será algo melhor, segundo ela. No fundo as vezes penso que tarjávamos muito mal o loiro pelo que aconteceu no passado. Dentre todos nós, depois do Matheus ele era o das melhores notas na faculdade e o mais esforçado em ajudar a todos como podia. Da maneira que podia. Éramos uma família ali, que brigava, chorava, passava por momentos ruins e bons, mas sempre uns ao lado dos outros e seja lá qual problema for sempre estaremos dispostos a ajudar uns aos outros. Minha vida não estava totalmente resolvida mas mesmo com as adversidades eu poderia levar um dia após o outro da melhor maneira possível.

...

— O que foi? - eu perguntei a Tayla, era de tarde e estávamos descansando juntos. Naquele dia eu estava de folga do trabalho.

— A minha menstruação está atrasada. - fiquei muito preocupado com isso. Já que desde aquele dia sempre tínhamos momentos íntimos juntos.

— Você está...

— Não seja precipitado. - ela se exaltou e se sentou na cama em que estávamos deitados. - Vou ao médico e ver o que pode ser. Vamos pensar positivo.

— Certo.

Confesso que fiquei extremamente preocupado com isso e minha memória anda tão carregada de matéria da faculdade e preocupação com o casal não tão secreto que eu me esqueci dos meus próprios problemas. E se ela estivesse grávida? Como nós faríamos. Claro que eu não iria deixar o meu filho assim. Seria emocionante até, mas eu fico pensando na reação da mãe dela. Não sei. O que fazer? O que pensar? Só iria sossegar quando ela fizesse o exame.

Ela era teimosa, mas acreditem. Eu sou mais. E naquele mesmo dia em que ela disse aquilo eu a levei para uma farmácia onde faziam esses exames.

Chegamos lá e por sorte era um horário em que haviam poucas pessoas. E eu logo solicitei o exame. Ela me olhava com uma cara de quem acha que estou exagerando. Assim fiquei ao lado dela no momento da coleta de sangue. Logo o resultado sairia.

Fiquei apreensivo e andando de um lado para o outro. Levaria apenas poucas horas, mas pareciam dias pra mim. Fomos tomar um sorvete eu estava nervoso.

— Você está bem?

— Estou amor.

— Sentindo fome?

— Leonardo, não.

— Está com alguma dor?

— Não amor.

— Está com frio?

— Leonardo! Para! - ela se irritou e foi ver umas lojas por perto.

Logo as duas horas se passaram e voltamos para pegar o resultado. Ela entregou na minha mão.

— Abre.

Eu peguei o envelope e quando abri havia escrito...

Por Leonardo John Walker.