O amanhã sempre chega escrita por Sazi


Capítulo 12
Despertar de um sonho


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos, desculpem a demora. Espero que estejam animados para descobrir como tudo está se desenrolando.
Quero saber a opinião de todos em relação ao que vai acontecer aqui.
Bem, não vou dar spoiler, mas uma grande surpresa está por vir.
Boa leitura.



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Realmente eu não sabia o que sentir e nem muito menos como reagir a tudo aquilo. Laís andava de um lado para o outro inconformada como se algo ruim estivesse acontecendo quando era pra ser algo bom. Algo que transmitisse alegria. Mas não para a minha irmã. Ela estava sentindo muita raiva de tudo aquilo. Estava inconformada. Os outros já estavam conosco, mas ninguém se atreveu a ir na casa da nossa amiga ver o ocorrido. Estavam esperando por nós. Elisa deixou para nos avisar apenas de manhã. Eu não sei o que se passou pela mente dela, mas aquilo deixou minha irmã com os nervos a flor da pele. Ela estava se sentindo traída, de alguma maneira. Ela queria ser anunciada sobre aquilo logo, já que sentia que a mente da amiga precisaria urgentemente de auxilio. Tentei fazê-la entender que não é todo dia em que seu irmão acorda do coma. Creio que ela deveria querer ter um tempo para digerir tudo aos pouquinhos.

— Ela devia ter me dito na hora, no exato momento em que aquele infeliz abriu os olhos. - Laís estava chorando agora de raiva, andando de um lado pro outro na sala. Daniel se levantou e quis contê-la pelo braço e tentar fazer com que ela se sentasse, tínhamos medo de que ela passasse mal. Mas a menina se livrou do toque do rapaz e me encarou com os olhos rubros e cheios de lágrimas. - Quem ele acha que é? Acordar assim depois de tudo que ele fez? Você sabe como a vida dela está agora? Sabe como ela lutou para conseguir se libertar daquele peso todo e seguir adiante?

— Laís eu sei de tudo isso. - nesse instante Tayla tocou meu antebraço. Eu entendi. - Mas o coma é algo involuntário, tanto para acordar como para entrar nele; Entenda minha irmã.

— Não importa. Nenhum pouco. Ele vai estragar a vida dela de novo. Ela lutou tanto para chegar a forma em que está. E..e..- ela soluçava agora quando enfim aceitou o meu abraço. Eu a puxei e a fiz sentar ao meu lado no sofá e deixei que ela chorasse a vontade no meu colo. Tayla e Daniel ficaram ao nosso lado. Até quando minha irmã se acalmou mais e teve forças para irmos juntos na casa da nossa vizinha. Hirome, Matheus, Renan e Kevin já estavam lá haviam ido na frente e encontramos com eles.  

Quando adentramos a casa todos estavam reunidos na sala. Elisa veio ao encontro de Laís que a abraçou.

— Onde ele está?

—Os médicos estão o examinando. Acharam melhor não o mover ainda. Ele acordou e... - ela parecia transtornada. Era como se algo visivelmente incomodo estivesse engasgado em sua garganta.

— Ele não sabe quem somos. - o pai de Elisa se pronunciou quebrando o seu silencio.

— Como assim? - eu quis saber.

— Quer dizer que ele simplesmente esquece de tudo que um dia fez assim. Muito lindo pra ele. -Laís começou a rir.

— Laís! - repreendi minha irmã. - Desculpem ela, por favor.

— Tudo bem Leonardo. Creio que no fundo ela está apenas traduzindo tudo aquilo que estamos pensando, mas que não temos coragem de dizer. - Leonny se pronunciou pela primeira vez ali. Seus olhos estavam fixos nos meus, ele parecia bem cansado. Ficamos um pouco em silencio quando um médico e um enfermeira desceram. Logo o senhor Carlos foi encontra-los.

— É apenas um típico quadro de amnesia. Pode ser temporária ou não. Teremos de fazer mais alguns exames nele. Mas por enquanto, os familiares podem tentar colocar aos poucos as lembranças dele no lugar. É algo que vai ser conquistado no dia a dia.

— Obrigado Doutor, por aqui. - assim o homem o encaminhou até a porta. Todos nos entreolhamos.

— Isso é injusto. - alguém disse baixinho. Não consegui diferenciar de quem seria. Mas realmente era o que sentíamos naquele momento. Quando o dono da casa chegou  a  pergunta mais obvia foi lançada.

— Alguém veio aqui ver o Ehtan? - não sei se soou de maneira rude ou não. Mas meus amigos se sentiram visivelmente coagidos a ir embora.

— Desculpem nos o tumulto. - Matheus foi o primeiro a se levantar. Hirome o seguiu e antes que saíssem deram um abraço em Elisa.

— Obrigada por virem. De verdade, obrigada. - ela ia dizendo aos que saiam. Até restar apenas eu, Laís e Kevin. Tayla e Daniel combinaram de nos esperar em casa, já que prometemos que não nos demoraríamos.

— Podemos ir ver ele?

— Sim Leonardo, podem. - o senhor Carlos se pronunciou.

Subimos em silencio e aquele pequeno caminho nos pareceu tão longo. Creio que estávamos nervosos, parecia que veríamos um assassino, mas no fundo era assim que Laís o via. Por isso ela sentia tudo aquilo.

Carlos abriu a porta sorrateiramente e deu passagem pra nós. Quando chegamos no recinto o rapaz estava sentado na cama com a visão focada além da janela.

— Ethan. - Elisa chamou baixinho, como quem não quer incomodar.

Ele apenas a olhou e tentou sorrir. Seus olhos eram penetrantes.

— Sim. Bem. Acho que sim.

— Filho, esses são alguns dos amigos da sua irmã. -o rapaz se ajeitou um pouco, parecia tímido e ao mesmo tempo desorientado. Era como quem tinha de sorrir mesmo querendo chorar. Devia ser um estado muito ruim de se estar.

— Eu realmente não sei quem são. Então me desculpem por isso, caso alguns de vocês sejam meus amigos. - senti que minha irmã queria dizer alguma coisa, mas eu a segurei pelo pulso e ela deu um passo pra trás baixando a cabeça. Ela trazia fúria no olhar e não era pra menos.

— Bem. Você ainda não conheceu esses amigos meus. Ainda, não sei... - seja lá o que ela queria dizer não ganhava nexo, ela desviou o olhar do dele que a encarava cheio de duvida e talvez fosse impressão minha ou não, um pouco de medo. Ele realmente parecia estar com medo. E aquilo me deixava possesso.

— Vocês podem se apresentar pra ele, caso queiram. - o senhor Carlos se pronunciou meio sem jeito. Querendo ou não aquela era a sua casa e aquele era o seu amado filho. Mesmo que ele tivesse feito o que fez.

— Eu sou Leonny, - o rapaz tomou a dianteira apertando a mão do mais novo. - sou namorado da sua irmã.

Ehtan apertou a mão do rapaz com um sorriso simples no rosto. Lenny é incrível, talvez se fosse eu ali não teria a mesma força de cumprimentar assim aquele rapaz. Talvez eu fizesse com ele o que Laís queria fazer. Mas no fundo não sou eu ali. E não sei dizer se por amor ou tolice aquele rapaz estava tão disposto a fazer com que novas memorias fossem moldadas na mente daquele rapaz.

As apresentações se seguiram. Até minha irmã se dignou a dar oi. Só que ela apenas fez isso e saiu. Não aguentou mais. Eu também fui embora acompanhado do loiro. Na saída eu senti o olhar de Elisa buscar o nosso, como quem pede ajuda. Só que naquele momento eu não poderia ajudar em mais nada.

Por Leonardo John Walker


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