O Maior Amor escrita por Sâmara Blanchett


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Peguem suas lanternas e vamos entrar no Egito as escuras.



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Por Hadany

 

Tudo ficou escuro de repente, não consigo enxergar nada diante de mim. Ainda assim, insisto em seguir pelo corredor para chegar sabe-se lá onde. Levo minhas mãos a minha frente afim de encontrar uma parede ou qualquer outra coisa para me guiar, mas tudo o que consigo pegar é o vazio, ou melhor, a escuridão que de tão densa consigo tocar.

 

—Ai! — Exclamo ao tropeçar em algum objeto no chão. Fico parada por alguns segundos até que o barulho do objeto cessa. Então, volto a caminhar, mas logo tropeço novamente em algo maior e mais pesado e meu corpo se choca contra o chão. — Desse jeito eu não vou chegar a lugar algum!

 

Tento me levantar, mas sinto meu tornozelo direito doer, o que me impede de ficar de pé. Certamente me machuquei com a queda e em meio a esta escuridão sequer posso pedir ajuda. É então que vejo uma pequena chama brilhar na extensão do corredor. A chama se torna maior e logo se revela uma tocha na mão de meu irmão.

 

—Hadany! — Uri se preocupa ao me ver no chão frio do corredor. — Você está bem?

 

—Tropecei em alguma coisa e acabei caindo. — Respondo. — Meu pé direito dói.

 

—Deve ter se machucado quando caiu. Se apóie em mim. — Ele pede e eu assim o faço, logo ficando de pé com sua ajuda. — Não coloque o pé no chão.

 

—E como acha que eu vou andar?

 

—Segure isso. — Uri me entrega a tocha, a única coisa que nos ilumina, e no mesmo instante me carrega em seus braços. — Vou levar você aos aposentos de sua mãe e é bom que fique por lá. Ficar andando no escuro só vai causar mais acidentes.

 

—Como o irmão mais velho ordenar.

 

—Não seja irônica, Hadany. — Ele diz, enquanto caminha comigo pelo corredor. — Você sabe muito bem que pode mandar em mim, se quiser.

 

—Eu gostaria disso. — Falo, rindo.

 

—Não deveria rir, estou falando sério. — Uri me repreende. — Você é minha irmã mais nova, mas é uma princesa do Egito. Eu sou apenas um joalheiro, subordinado às ordens de qualquer membro da família real.

 

—Nós temos o mesmo sangue, Uri. Isso nos torna irmãos, nos torna iguais. — Olho seriamente para ele. — Pare com essa tolice de achar que é inferior a mim e a Tany, porque você não é.

 

—Você nunca vai entender.

 

—Realmente nunca vou entender o que se passa nessa sua cabeça dura. — Falo e ele ri.

 

—Como se enfiar algo na sua cabeça fosse a coisa mais fácil do mundo.

 

Por Henutmire

 

Inúmeras tentativas eu fiz de acender novamente a lamparina, e até mesmo outras, mas não tive sucesso pois o fogo simplesmente não fica aceso. Isso só serviu para me deixar ainda mais confusa sobre o que está acontecendo e assustar minha sobrinha ainda mais. Contemplar a total escuridão me leva a pensar que os egípcios certamente estão apavorados com o dia que se tornou a mais negra noite, deixando-os sem a proteção de Rá.

 

—Meu pai não deixou os hebreus partirem. — Mayra fala, após ficar um tempo considerável em silêncio, envolvida em meus braços. — Isso com certeza é mais uma praga.

 

—Eu penso o mesmo, minha sobrinha. — Falo. — Mas, não vamos nos apavorar. Todas as outras pragas acabaram, mais cedo ou mais tarde. Não vai ser diferente desta vez.

 

—Assim espero, tia.

 

O ruído das portas de meus aposentos se abrindo chama a minha atenção. Logo Uri adentra o local com Hadany em seus braços, ambos iluminados por uma tocha que minha filha trás em sua mão direita.

 

—O que houve com Hadany? — Pergunto afim de receber uma explicação para meu enteado estar carregando a irmã.

 

—Não foi nada demais, mãe. — Ela fala ao ser colocada na cama pelo irmão e em seguida lhe entregar a tocha que segurava. — Eu tropecei e acho que torci o pé.

 

—Está doendo? — Pergunto ao colocar uma almofada para que minha filha coloque seu pé.

 

—Nada que eu não possa suportar. — Hadany responde. — Só preciso ficar quieta por um tempo e logo vai passar.

 

—Como você conseguiu? — Mayra pergunta para Uri.

 

—Consegui o quê, alteza? — Ele indaga, sem entender.

 

—Isso. — A menina então aponta para a tocha na mão de meu enteado.

 

—Eu tentei acender lamparinas de todas as formas, mas não consegui. — Falo. — Como consegue manter a tocha acesa, Uri?

 

—Eu não havia me dado conta disso, princesa. — Ele diz, com expressão de surpresa. — Se isto é uma nova praga, talvez eu consiga manter a luz por ser hebreu.

 

—Isso explica porque tia Henutmire não conseguiu acender as lamparinas. — Minha sobrinha fala. — E explica porque a tocha não se apagou estando na mão de Hadany.

 

—Chega a ser espantoso a forma como Deus protege o seu povo. — Falo. — Os hebreus sempre são poupados das pragas.

 

—Isso significa que não vamos ficar no escuro. — Hadany fala. — Tany e eu podemos manter o fogo aceso.

 

—Vou procurar por nossa irmã e trazê-la para cá. — Uri fala. — Eu acho que seria melhor ficarem aqui até a praga acabar.

 

—Eu concordo com você, Uri. — Dou razão a meu enteado. — É melhor Ramsés não saber que minhas filhas podem manter o fogo das lamparinas e tochas aceso.

 

—Não se preocupe com o soberano, senhora. Eu mesmo me apresentarei a ele, assim que trouxer Tany para cá. — Ele diz e não demonstro que discordo de sua atitude. Ramsés merece ficar em completa escuridão por sua tamanha teimosia. — Hadany, pegue uma lamparina e fique com ela perto de você. Isso irá iluminá-las até eu voltar trazendo algumas tochas.

 

—Eu só espero que Leila, Gahiji e Chibale tenham chegado a vila. — Falo, enquanto observo Hadany e Uri acenderem a lamparina. — Eles saíram do palácio pouco antes da praga começar.

 

—Conheço o caminho para a vila, certamente eles chegaram a tempo. — Minha filha afima, segura. — Estão em segurança lá.

 

(...)

 

Eu já não tenho noção de tempo, já não sei se é noite ou se é dia. Tudo o que eu sei é que estou em meio a esta escuridão há mais tempo do que desejava, imóvel como uma estátua pois o mínimo movimento que faço próximo as lamparinas pode apagá-las. Duas tochas, colocadas próximo a cama, são o que mais iluminam o aposento. Mayra permanece adormecida ao meu lado, enquanto Hadany e Tany conversam entre si algo a respeito dos pães hebreus.

 

—Deixe estes para Mayra e para a mamãe. — Tany diz para a irmã.

 

—Porque estão dividindo os pães? — Pergunto, chamando a atenção de minhas filhas para mim.

 

—Não temos o suficiente para nós quatro e não sabemos quando Gahiji voltará trazendo mais pães. — Hadany responde. — Mayra é criança e a senhora está grávida, precisam se alimentar.

 

—Mas, e vocês? — Indago. — Não vou deixar minhas filhas morrerem de fome.

 

—Nós podemos suportar por mais um tempo, a senhora não. — Tany fala ao olhar seriamente para mim. — Não pode ficar fraca por falta de alimento, meu irmão depende de sua força.

 

—Tany tem razão, a senhora precisa pensar primeiro nessa criança. — Hadany fala. — Tenha fé, minha mãe. Deus não permitirá que nada de mal aconteça a mim e a minha irmã.

 

—Além disso, Uri foi a vila buscar Moisés a mando do rei. — Tany sorri ao segurar minha mão. — Logo isso vai terminar.

 

—Eu só espero que desta vez Ramsés se convença e deixe os hebreus partirem. — Falo, esperançosa. — Se isso acontecer, eu quero que partam com seu pai.

 

—Já conversamos sobre isso, minha mãe. — Hadany me olha. — Não vamos a lugar algum sem a senhora.

 

Por Uri

 

Não nego que me surpreendo ao ver que não falta luz aos hebreus, por todos os lados da vila há tochas iluminando o lugar. Ouço uma música animada ao longe e me deixo guiar por ela. Logo vejo pessoas dançando alegremente ao redor de um casal de jovens noivos. Então, no mesmo instante, lembro-me do quanto Leila insistiu para que eu comparecesse ao casamento de nosso filho e eu relutei. Esta festa só pode ser em comemoração as bodas de Bezalel.

 

—Pai! — Ouço meu filho chamar por mim. Olho em todas as direções até encontrá-lo. — O senhor veio!

 

—Eu não poderia faltar ao casamento do meu filho. — Falo diante do sorriso de Bezalel. — Eu me perdi com a chegada da praga, não sabia se a data marcada era mesmo hoje.

 

—O importante é o senhor estar aqui. — Ele diz e traz uma jovem para perto de si. — Esta é Deborah, minha esposa.

 

—É um prazer conhecê-la. — Falo com um sorriso. — Bezalel fez uma ótima escolha.

 

—Agradeço a gentileza, meu sogro. — Ela sorri timidamente.

 

—Você veio. — Leila pronuncia com surpresa ao se aproximar de nós, acompanhada por meu pai.

 

—Meu filho! — Meu pai me abraça. — Não sabe como fico feliz em vê-lo.

 

—Eu digo o mesmo, meu pai.

 

—Eu não o vi quando fui ao palácio. — Ele diz ao me olhar.

 

—A senhora Henutmire até mandou me chamar, mas eu sabia ela tinha algo importante a lhe dizer. — Falo. — Era um momento somente de vocês, não quis atrapalhar.

 

—Você veio somente pelo casamento de nosso filho? — O olhar de Leila me fita com desconfiança.

 

—Infelizmente não. — Respondo. — Vim a mando do soberano, ele mandou chamar Moisés.

 

—Mas, o senhor vai ficar um pouco na festa, não é? — Bezalel pergunta e seus olhos brilham para que eu diga sim.

 

—Claro que sim. — Minhas palavras fazem meu filho sorrir.

 

Bezalel e sua esposa logo voltam animadamente para sua festa, enquanto Leila se afasta um pouco com sua irmã. Fico apenas em companhia de meu pai, enquanto tento disfarçar o quanto me sinto estranho em meio aos hebreus, em meio ao meu próprio povo.

 

—Como elas estão? — Meu pai pergunta, se referindo a esposa e as filhas.

 

—Ficaram um pouco assustadas no início, mas estão bem. — Falo, observando as pessoas dançarem. — Hadany e Tany podem manter tochas e lamparinas acesas, não estão no escuro desde que a praga começou.

 

—Eu fico aliviado em saber disso. — Meu pai suspira e até sorri. — Leila chegou a vila pouco antes das trevas tomarem conta do Egito. Ela se preocupou por Henutmire no palácio, no escuro, assim como eu.

 

—Ninguém no palácio sai de seu lugar desde que a praga começou, todos estão imóveis para evitar algum acidente. — Olho para ele. — A princesa estava em seus aposentos com a filha do rei, quando encontrei Hadany e Tany eu as levei até a mãe.

 

—Fico orgulhoso em saber que além de cuidar de suas irmãs, você também cuida de Henutmire. — Ele sorri para mim. — Sempre serei grato por isso, meu filho.

 

—Acredite, Leila cuida melhor da princesa do que eu. — Falo ao voltar meu olhar para a festa. Sei bem que a senhora Henutmire e eu somos praticamente da mesma família, mas ela jamais precisaria que eu cuidasse dela. Uma princesa, filha do faraó mais temido da história egípcia, irmã de um rei que tem feito sua fama por desafiar uma poderosa divindade invisível de escravos. Uma mulher da família real, que tem homens dispostos a dar suas vidas para defendê-la. Para quê alguém assim precisaria de mim, um simples joalheiro do palácio?

 

Por Tany

 

—Hadany! — Exclamo ao vê-la perder seu equilíbrio e quase cair. Amparo minha irmã em meus braços.

 

—Vai acordá-las falando tão alto. — Ela diz, olhando para nossa mãe e Mayra adormecidas sobre a cama.

 

—Você está fraca. — Falo ao ajudá-la a se sentar no divã. — Desde quando não come?

 

—Desde ontem, se é que não me perdi no tempo. — Minha irmã responde. — Temos poucos pães, Tany. Nossa mãe precisa se alimentar, ela e o bebê são prioridade agora.

 

—Concordo com você, mas se isso durar por muito mais tempo não sei o que vai acontecer conosco.

 

—Espero que nosso tio aceite de uma vez o pedido de Moisés e que esta praga termine. — Hadany diz com certa dificuldade pois parece lhe faltar o ar. — Quando isso acontecer, chegarão as provisões da Núbia e então estaremos salvos. Eu só preciso resistir até lá.

 

—Você vai resistir! — Afirmo ao olhar em seus olhos. — Não conheço pessoa tão forte e teimosa como você, exceto eu própria.

 

—E a mamãe. — Ela acrescenta e ri. — Herdamos as melhores características dela, algumas que ela mesma nem sabe que possui.

 

—E certamente daremos essas caraterísticas aos nossos filhos.

 

—Você já pensa em ter filhos? — Minha irmã pergunta um tanto quanto irônica.

 

—Não, é claro que não. Mas, algum dia vamos nos casar e teremos nossos próprios herdeiros. — Respondo. — Aliás, acho que você já tem um noivo.

 

—Não está se referindo a Amenhotep, está?

 

—Claro que não! Falo de Chibale. — Digo, deixando-a ruborizada. — Eu sei que vocês se acertaram e que até um beijo você deu nele.

 

—Não sei o que me levou a fazer aquilo, só depois me dei conta do quanto fui impulsiva. — Ela fala. — Não quero que Chibale pense que vai me ter tão facilmente. Ele terá que fazer por merecer o meu amor.

 

—Não tenho dúvidas de que ele sabe disso perfeitamente. — Falo e acabo deixando um risinho escapar. — Às vezes, tenho pena de Chibale.

 

—Por que? — Ela me olha sem entender.

 

—Ele foi se apaixonar justamente pela fera mais brava desse palácio. — Falo rindo, deixando Hadany meio irritada. — No lugar dele, eu não me arriscaria a casar com uma mulher que sabe manejar uma espada melhor que muitos soldados.

 

—Você é insuportável, sabia? — Ela ironiza e isso só me faz rir ainda mais.

 

Por Henutmire

 

O jardim está diferente, mas ainda assim sei que se trata do jardim do palácio. Posso ouvir as gargalhadas de minhas filhas e logo vejo-as com seus longos cabelos castanhos soltos e suas respectivas coroas sobre suas cabeças. Elas brincam animadamente com um garoto, que chama a minha atenção. O físico do menino indica que ele tem cerca de nove anos, seus cabelos negros fazem contraste com a coroa dourada sobre sua cabeça. Me pergunto quem ele é, mas logo seu belo par de olhos azuis se volta para mim e eu entendo tudo. Esse menino é o meu filho mais novo.

 

—Tome, mamãe. — Ele diz ao se aproximar de mim e me entrega uma delicada flor azul. — Ela tem a cor de seus olhos, por isso me lembrou a senhora.

 

—Muito obrigada, meu filho. — Sorrio ao pegar a flor.

 

O menino beija meu rosto carinhosamente e em seguida corre para junto das irmãs. Os três voltam a brincar pelo jardim e meu sorriso se torna maior ao ver meus filhos juntos.

 

—Só falta Moisés. — Falo para mim mesma, sentindo a falta de meu filho mais velho.

 

—Moisés está onde o seu Deus quer que ele esteja. — Ouço a voz de meu pai e me surpreendo ao ver que ele está ao meu lado. — Você me deu lindos netos, Henutmire. — Ele diz ao olhar meus filhos.

 

—Não se importa que sejam metade hebreus? — Pergunto.

 

—Não mais. — Meu pai responde e sorri. — Eles são soberanos sobre o Egito, assim como você. E mesmo que um dia não estejam mais aqui, serão sempre princesas e príncipe, os que nasceram para ser rainhas e rei.

 

—Como ele se chama? — Pergunto sobre o nome do menino.

 

—Héber. — Meu filho surge a minha frente e responde minha pergunta. — Significa companheiro.

 

—É um nome lindo, como você. — Falo e ele sorri.

 

—Foi o papai que escolheu.

 

Abro meu olhos com rapidez e, com uma de minhas mãos sobre meu ventre, logo me dou conta de que foi apenas um sonho. Da mesma forma como anos atrás eu sonhei com minhas filhas, antes mesmo de elas nascerem, agora eu sonhei com meu filho, um menino de olhos como os meus e cabelos negros que certamente são herança do pai. Sento-me na cama, assim atraindo as atenções de minhas filhas para mim. Mayra desperta com a minha movimentação e logo são as três a me olhar.

 

—Está tudo bem, mamãe? — Hadany pergunta.

 

—Sim, está. — Respondo, ainda um pouco atordoada pelo sonho.

 

—A senhora estava sorrindo enquanto dormia. — Tany diz. — Teve um sonho bom?

 

—Acho que sim. — Falo e olho para minhas filhas. — Eu sonhei com meu pai.

 

—Conheço meu avô apenas de histórias que ouço sobre ele. — Mayra se pronuncia. — Como ele era, tia Henutmire?

 

—Era exatamente como dizem, minha menina. Um rei temido, cruel a ponto de mandar matar bebês inocentes e obrigar a filha a se afastar do único filho que ela tinha e que tanto amava. — Falo, nostálgica. — Talvez por isso o grande faraó Seti I tenha sido obrigado a deixar este mundo sem conhecer nenhum de seus netos de sangue.

 

O silêncio se faz presente e eu me deixo levar por pensamentos. Lembro-me das palavras ditas por meu pai em meu sonho, que meus filhos serão sempre princesas e príncipe nascidos para serem rainhas e rei. Isto é impossível! Ramsés é o rei e Amenhotep seu herdeiro. Não há como a minha descendência chegar ao trono e tampouco eu quero isso. Ouço as portas se abrindo e logo Leila entra por elas, trazendo nas mãos um cesto com pães, frutas e até mesmo carne.

 

—Você voltou. — Sorrio para minha dama.

 

—Eu disse que voltaria, senhora. Não vim antes porque a chegada da praga nos impediu de sair da vila. — Leila coloca o cesto sobre a cama, diante de nós. — Joquebede e Miriã prepararam este cesto com alimentos e pediram que eu trouxesse para a princesa.

 

—Espero um dia poder retribuir a gentileza da família de Moisés. — Falo, enquanto minhas filhas e minha sobrinha dividem uma fruta entre elas. — Já não tínhamos muitos pães, minhas filhas iriam ficar sem comer para que Mayra e eu pudéssemos nos alimentar.

 

—Podem comer a vontade, Gahiji também trouxe mais pães da vila e estaremos alimentados até que cheguem as provisões da Núbia. — Leila fala.

 

—E Moisés? — Pergunto. — Meu filho veio com vocês?

 

—Sim, mas foi direto para a sala do trono. — Ela responde. — Ele e o rei devem estar conversando nesse exato momento.

 

Então, de uma hora para a outra, toda a escuridão se dissipa e o sol volta a brilhar no céu, iluminando todo o Egito. Olho ao meu redor e vejo tudo com clareza e exatamente como é. Hadany, Tany e Mayra se abraçam, comemorando o fim da praga. Mas, eu... Eu permaneço séria e pensativa. Ramsés e Moisés estão na sala do trono, a praga terminou. Todavia, não sei se tenho esperança de que os hebreus finalmente deixarão o Egito ou se tenho medo do que ainda pode acontecer.


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