O Maior Amor escrita por Sâmara Blanchett


Capítulo 35
Capítulo 35




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/691593/chapter/35

   Por Anat

 

   Não desvio minhas atenções de Alon um instante sequer. Quando Ikeni veio até mim avisar o que houve no campo de treinamento me senti como se o chão tivesse saído de debaixo de meus pés. Só não entrei em desespero ali mesmo porque sabia que isso não ajudaria em nada. Com grande dificuldade, meu tio conseguiu estancar o sangue que praticamente jorrava do ferimento no abdomên de Alon e depois lhe deu uma fórmula para aliviar a dor, que o fez dormir.

 

  —Ele está com febre. — Falo ao tocar em seu rosto.

 

  —Não podemos deixar a temperatura do corpo se elevar. — Meu tio coloca um pano úmido sobre a testa de Alon.

 

  —Ele vai ficar bem?

 

  —O ferimento é grave e ele perdeu muito sangue. — Ele responde. — Estou fazendo tudo o que está ao meu alcance, mas não posso garantir que Alon vai se salvar.

 

  —Ele não vai morrer! — Afirmo. — Sou capaz de oferecer a minha vida aos deuses para que ele possa viver.

 

  —Você sempre me surpreende, seja para o bem ou para o mal. — Meu tio me olha. — É claro como água pura o carinho que você tem por esse rapaz.

 

  —Já disse uma vez que Alon é para mim como o filho que não pude ter por ser sacerdotisa. — Me calo por alguns segundos. — O príncipe tem que pagar pelo que fez.

 

  —Não foi certo o que Amenhotep fez, mas não espere que ele seja punido por isso. — Ele fala. — O rei jamais castigaria o próprio filho, por mais errado que ele esteja.

 

  —O Egito está perecendo por culpa de seu rei, assim como Alon está entre a vida e a morte por culpa do príncipe. — Falo. — O soberano deveria renunciar ao trono e ao direito de que sua linhagem governe.

 

  —Se isso acontecesse, quem governaria o Egito, Anat?

 

  —A princesa Henutmire. — Eu o surpreendo com minha resposta. — Tenho minhas desavenças com ela, mas reconheço que seria a pessoa mais sábia para ocupar o trono.

 

  —Para o seu próprio bem, não repita o que acabou de dizer. — Ele adverte. — Suas palavras podem ser interpretadas como conspiração contra o rei.

 

  —Anat... — Alon sussura ao abrir seus olhos lentamente e me ver ao seu lado.

 

  —Estou aqui. — Sorrio ao vê-lo acordado. — Não se esforce, você precisa de todas as suas forças para se recuperar.

 

  —Arde como fogo sobre a pele. — Ele reclama sobre o ferimento.

 

  —Procure descansar, meu jovem. — Meu tio pede.

 

  —Durma novamente, meu querido. — Peço. — Eu vou cuidar de você.

 

   Flash back on

 

  —Anat. — Alon me assusta ao chamar por mim, me despertando.

 

  —O que está fazendo aqui? — Pergunto, ainda sonolenta. — Deveria estar dormindo.

 

  —Tive um sonho ruim. — Ele fala. — Posso dormir com você?

 

  —A senhora Atalia não vai gostar disso. — Reprovo a ideia do menino.

 

  —Ela não vai saber se você não contar. — Os olhos suplicantes de Alon me desarmam por dentro. — Por favor, Anat.

 

  —Está bem, mas só esta noite. — Falo e no mesmo instante o menino sobe em minha cama e se aconchega entre meus braços. Uma sensação boa sempre toma conta de mim quando estou perto dele. — Alon, quantos anos você tem?

 

  —Quase dez. — Ele responde.

 

  —Você tem a idade que o meu filho teria. — Falo com tristeza ao lembrar do bebê que Ausar arrancou de meus braços e matou sem nenhuma piedade.

 

  —O que você disse? — O menino pergunta após bocejar.

 

  —Nada. — Respondo enquanto acaricio seu rosto. — Durma, criança. Eu cuidarei de você enquanto sonha.

 

   Flash back off

 

 

   Por Henutmire

 

   Em silêncio, observo Hadany e Tany discutirem diante de mim. Mas, a verdade é quanto mais elas falam, menos eu entendo o motivo da discussão. Parece que o destino não para de me surpreender desde que eu soube sobre o envolvimento de Hur e Miriã. Todavia, desta vez foi uma surpresa deveras desagradável. Alon está entre a vida e a morte porque Amenhotep lhe feriu com um punhal e Tany acusa Hadany de ser a culpada por isso.

 

  —Chega! — Exclamo, fazendo minhas filhas se calarem. — Vocês vão me deixar louca agindo dessa maneira.

 

  —Desculpe, mãe. — Hadany fala. — Mas, eu não vou aceitar que Tany coloque a culpa do que aconteceu em mim.

 

  —A culpa é sua! — Tany exclama. — Alon não estaria morrendo se não tivesse confrontado Amenhotep para te defender.

 

  —A mão que enfiou aquele punhal em Alon não foi a minha! — Hadany se defende. — Você está sendo injusta comigo.

 

  —Injusta? — Tany indaga. — Não sou eu quem está comprometida com o príncipe do Egito, enquanto outros dois homens disputam o meu amor.

 

  —O noivado com Amenhotep não significa nada para mim! — Hadany afirma com segurança. — E se você não quer acreditar que eu não amo Alon, não há nada que eu possa fazer.

 

  —Mas, ele ama você. — Tany rebate.

 

  —O quê? — Falo, supresa com tal revelação.

 

  —Alon se apaixonou por Hadany desde a primeira vez em que a viu.

 

  —Eu sempre deixei bem claro que não queria o amor de Alon. — Hadany se manifesta. — Seja sincera, Tany. Diga a nossa mãe que está agindo dessa forma comigo porque está apaixonada por Alon.

 

  —O quê? — Repito, incrédula.

 

  —Vamos, confesse! — Hadany fala ao ver a irmã se calar. — Não é vergonha amar alguém, Tany.

 

  —O que sua irmã está dizendo é verdade? — Pergunto para Tany.

 

  —Sim, eu amo Alon. — Ela responde e em seguida olha para a irmã. — Mas, ela é a única que habita os pensamentos dele. Ela me tirou a chance de ao menos tentar conquistar seu amor.

 

  —Se eu soubesse de seus sentimentos por Alon jamais teria me aproximado dele. — Hadany fala. — Ainda mais se soubesse que você tem tanto ciúme de algo que não é seu.

 

  —Assim como Chibale tem ciúme de você? — Tany pergunta.

 

  —Ouça bem, Tany. Eu não tenho culpa se o homem que você ama é apaixonado por outra e menos ainda tenho culpa de ser eu essa outra. Não tenho culpa de Amenhotep ser mimado e inconsequente a ponto de não saber reconhecer quando é derrotado e atacar alguém covardemente pelas costas. — Hadany olha com firmeza para a irmã. — Minha única culpa é ser tola o suficiente para acreditar que você entenderia isso.

 

  —Cale-se ou eu arranco a sua língua! — Tany fala furiosa e avança em direção a irmã.

 

  —Pare com isso, Tany! — Ordeno ao segurá-la.

 

  —Se Alon morrer, é em sua consciência que a morte dele irá pesar. — Ela fala, nervosa.

 

  —Eu posso conviver muito bem com isso, pois sei que a culpada não serei eu. — Hadany altera a voz.

 

  —Basta! — Tento fazer com que se calem.

 

  —Eu farei com que sempre se lembre que ele morreu por amar você, enquanto vive seus dias infelizes como esposa de Amenhotep. — Tany continua, com a clara intenção de provocar a irmã.

 

  —EU DISSE BASTA! — Meu grito faz com que as duas se calem. — Parem de se comportar como duas crianças disputando um brinquedo! Não vou admitir que minhas filhas briguem por um motivo tão fútil. — Respiro fundo, tentando controlar meus ânimos. — Quero que saiam daqui e fiquem em seus quartos até amanhã de manhã, para que pensem bem no que estão fazendo.

 

   Hadany e Tany não contestam minhas ordens, apenas se digirem para fora de meus aposentos. Ao abrirem a porta se deparam com Leila, mas passam por ela em silêncio. Minha dama então caminha até mim, sem entender o que aconteceu. Me sento em minha cama, completamente sem saber o que fazer.

 

  —Está tudo bem, senhora? — Leila pergunta.

 

  —Não poderia estar pior. — Respondo. — Hadany e Tany brigaram por causa do rapaz que Amenhotep feriu.

 

  —Como assim? — Ela pergunta, confusa.

 

  —Infelizmente, Tany está apaixonada por Alon, mas ele está apaixonado por Hadany. — Falo, ainda tentando assimilar isso. — E por essa razão, Tany acusa Hadany de ser a culpada pelo que houve com o guardião. — Olho para minha dama. — Agora, diga-me. Como eu resolvo isso?

 

  —Acho que não há solução, por enquanto. — Leila responde, sincera.

 

  —Eu as coloquei de castigo até a manhã de amanhã. — Olho para o vazio. — Minhas filhas sempre foram tão unidas, Leila. Eu só consigo me lembrar de uma vez em que brigaram, quando tinham apenas quatro anos de idade.

 

   Flash back on

 

  —Me dá, Tany! — Ouço a voz de Hadany ecoar pelo harém.

 

  —Não, ela é minha! — Tany fala e então vejo uma boneca sendo disputada pelas duas.

 

  —Não é! — Hadany grita. — Solta!

 

  —O que está acontecendo aqui? — Pergunto, assustando-as, mas nenhuma das duas solta a boneca.

 

  —Manda ela devolver a minha boneca, mamãe. — Tany pede.

 

  —Não é sua para eu ter que te devolver. — Hadany fala ao puxar a boneca para si. — Solte agora!

 

  —Solte você! — Tany também puxa a boneca para si.

 

   É então que a boneca de pano se rasga ao meio, fazendo com que minhas filhas fiquem cada uma com metade do brinquedo em suas mãos.

 

  —Viram? É isso o que acontece quando vocês brigam por alguma coisa. — Pego os pedaços da boneca em minhas mãos. — Agora, nenhuma de vocês poderá brincar com ela novamente.

 

  —Não dá para consertar? — Hadany pergunta, triste.

 

  —Existem coisas que não podem ser consertadas depois que as destruímos. — Respondo. — Nunca mais eu quero ver vocês duas brigando, entenderam?

 

  —Sim, mamãe. — Minhas filhas falam ao mesmo tempo.

 

  —Peçam desculpas uma a outra.

 

  —Desculpe, Tany. — Hadany é a primeira a se pronunciar.

 

  —Desculpe, Hadany. — Tany diz e as duas se abraçam, o que me faz sorrir.

 

  —Vocês são irmãs, devem ser unidas. — Falo ao abraçá-las. — Nunca deixem que uma briga abale a amizade e o carinho que têm uma pela outra, está bem?

 

   Flash back off

 

  —Eu queria que Hur estivesse aqui agora. — Falo ao voltar de minhas lembranças. — Ele saberia como me ajudar a resolver essa situação.

 

  —Sente saudades dele, não é? — Leila pergunta.

 

  —Às vezes sim, às vezes não. — Respondo. — Me sinto mais instável que as areias do deserto. — Afundo meu rosto em minhas mãos, exausta.

 

  —Acho que a senhora precisa descansar um pouco. — Ela sugere. — Tente dormir, quando acordar vai pensar com mais clareza no que deve fazer.

 

  —Não sei o que seria de mim sem você, Leila. — Falo sorrindo. Acomodo-me em minha cama e suspiro, antes de fechar meus olhos e desejar que o sono logo me tome.

 

  —Bons sonhos, senhora. — Leila fala com doçura e carinhosamente deposita um beijo em meu rosto, como uma filha demonstrando carinho a sua mãe.

 

(...)

 

  —Pai? — Falo ao vê-lo sentado no trono.

 

  —Por que está tudo tão vazio? — Ele pergunta. — Tão silencioso...

 

  —Talvez seja porque eu me cansei de tantas pessoas falando, do barulho que elas fazem. — Respondo.

 

  —Você não deveria ser tão má, Henutmire.

 

  —Eu não sou má. — Discordo.

 

  —Não? — Ele me olha. — Então me diga que bondade há no que você fez com a sacerdotisa, ou no que está fazendo com Yunet.

 

  —Isso se chama vingança e eu tenho o direito de me vingar dos que me fizeram mal. — Falo. — Não vale a pena ser boa o tempo todo, eu só tive dor e sofrimento agindo assim.

 

  —E acha que se tornar uma pessoa má é o melhor caminho? — Meu pai pergunta ao descer do trono e vir até mim.

 

  —Eu não sou má! — Repito, nervosa. — Não sou como o senhor.

 

  —E nem está sendo você! — Ele fala com voz alterada. — Sem ao menos perceber, você está erguendo muros em volta de si mesma.

 

  —E quem tentar derrubá-los irá se machucar e eu juro que não irei chorar por isto. — Afirmo. — Eu passei toda a minha exposta, vulnerável a quem queria me fazer mal. Já é hora de me proteger, seja como for.

 

  —Esqueça-se da princesa, Henutmire. — Meu pai pede, dando a entender que eu devo esquecer o passado de uma vez por todas. — Torne-se aquilo que nasceu para ser.

 

   Um leve sorriso toma os lábios de meu pai quando ele olha para o alto de minha cabeça e só então eu me dou conta de que a coroa real egípcia pesa sobre ela.

 

  —Como isso é possível? — Pergunto, assustada.

 

  —O povo fez de você a sua rainha, pois conhece a bondade e sabedoria que há em você. — Ele segura minhas mãos. — Não aprisione seu próprio reino governando-o com maldade em seu coração. Seja a rainha desejada por todos, mas nunca deixe de ser a Henutmire forte e justa que sempre foi. — Meu pai me abraça. — A minha filhinha querida, da qual eu me orgulho muito.

 

   Abro meus olhos rapidamente e me sento em minha cama. Suspiro ao perceber que tudo não passou um sonho, mas parecia tão real. Ainda posso sentir os braços de meu pai me envolvendo, como se eu realmente estivesse vivendo aquele momento. Sirvo-me de um pouco de água e noto que já é noite. Quando adormeci ainda era meio da tarde.

 

  —Torne-se aquilo que nasceu para ser. — Repito as palavras ditas por meu pai. — Mas, eu não nasci para ser a rainha do Egito.

 

(...)

 

  —Então, ele realmente está se recuperando? — Pergunto para Paser, enquanto caminhamos pelo corredor.

 

  —Felizmente sim, minha senhora. — Ele responde. — Cheguei a pensar que Alon não sobreviveria, mas ele apresentou uma melhora incrível nos últimos três dias.

 

  —Não nego que tal coisa é surpreende. Faz apenas uma semana que Amenhotep feriu esse rapaz.

 

  —Ou ele é muito mais forte do que parece ou é grandemente agraciado pelos deuses.

 

  —O importante é que Alon está bem e que logo estará totalmente recuperado. — Falo. — Meu único problema agora é com minhas filhas.

 

  —Ainda estão brigadas?

 

  —Sim, e eu já não sei mais o que fazer para que elas se reconciliem. — Desabafo. — Odeio admitir, mas estou fracassando como mãe.

 

  —Não diga isso, alteza. A senhora é uma mãe maravilhosa, talvez a melhor mãe que exista nesse palácio.— Paser tenta me consolar. — Dê tempo ao tempo, princesa. Ele conserta tudo.

 

  —Talvez o tempo apenas piore as coisas, meu amigo. — Considero. — E de certa forma a culpa de tudo isso é de Ramsés por essa ideia estúpida de noivado entre Hadany e Amenhotep.

 

  —Aquele não é Moisés? — Paser aponta para um homem que sai da sala do trono.

 

  —Sim, é ele. — Sorrio. — Moisés!

 

  —Mãe. — Ele atende ao meu chamado e no mesmo instante vem até mim e me abraça. — Não sabe como fico feliz em vê-la tão bem.

 

  —Acho que não fui feita para morrer tão facilmente, meu filho. — Falo divertida.

 

  —Vou deixá-los a vontade. Com sua licença, minha senhora. — Paser faz uma reverência e se retira em seguida.

 

  —Como estão as coisas por aqui? — Meu filho pergunta.

 

  —Imprevisíveis. — Respondo. — Há pouco tempo descobrimos que Yunet evenenou meu pai, provocando a sua morte.

 

  —Ela assassinou o faraó Seti? — Moisés indaga, sem acreditar. — Essa mulher não tem limites.

 

  —Realmente a crueldade de Yunet é sem precedentes, jamais houve uma pessoa como ela. — Falo. — Mas, agora ela está presa e apenas aguarda o dia em que sua sentença será executada. E eu estarei presente para assistir ao fim dessa víbora.

 

  —Eu compreendo que a senhora tenha todos os motivos para desejar o mal de Yunet, mas não se deixe levar pela satisfação temporária que a vingança proporciona. — Meu filho pede. — A senhora possui um coração bondoso como poucos, não deixe que ele se corrompa com o que é mal.

 

  —Prometo que farei o possível, meu filho. — Sorrio para ele. — Mas, o que o trouxe ao palácio? Veio anunciar outra praga?

 

  —Infelizmente sim, minha mãe. — Ele fala, triste. — Ramsés continua irredutível, parece que não percebe que sua teimosia coloca todo o Egito em risco.

 

  —E o que será desta vez? — Pergunto, aflita.

 

  —Deus enviará uma intensa chuva de pedras sobre o Egito, como jamais houve desde que este reino foi fundado. — Moisés responde, me assustando. — Ela destruirá as plantações que houverem no campo e matará pessoas e animais que não estiverem recolhidos a suas casas.

 

  —Por Deus! — É tudo o que consigo dizer diante do que meu filho diz. Desta vez, o Egito será completamente destruído. — Quando acontecerá?

 

  —Amanhã. — Ele segura minhas mãos. — Por favor, não saia do palácio sob circunstância alguma.

 

  —Não se preocupe com isso. Ramsés me proibiu de passar dos portões para fora. — Falo, surpreendendo meu filho. — Ele tem medo de que eu tente fugir para a vila novamente.

 

  —Se estiver nos planos de Deus que a senhora e minhas irmãs deixem o palácio e se juntem a nós a caminho da terra prometida, Ramsés não poderá fazer nada para impedir. — Moisés sorri. — Eu preciso ir agora, mas fico tranquilo em saber que a senhora e as meninas estarão seguras aqui.

 

  —E você e os outros hebreus estarão seguros na vila?

 

  —Deus nos protegeu por seis pragas, minha mãe. — Meu filho me abraça. — Ele há de nos proteger por mais essa.

 

  —Eu posso te perguntar uma coisa antes de ir?

 

  —Claro.

 

  —Como está Hur? — Surpreendo a mim mesma com meu súbito interesse em saber de meu marido.

 

  —Não vou mentir para a senhora, ele não está nada bem. — Moisés fala, me entristecendo. — Fica o tempo todo sozinho, calado. De longe se pode notar o quanto está triste por estar longe dos filhos, da esposa.

 

  —Ele deve ter lhe contado que brigamos antes de Ramsés o expulsar do palácio. — Falo e meu filho afirma que sim. — Eu estava e ainda estou magoada com Hur e por isso deixei que ele fosse embora sem sequer nos despedirmos.

 

  —A senhora o ama?

 

  —Mais do que consigo descrever.

 

  —Então, deixe que esse amor prevaleça sobre a mágoa, minha mãe. — Moisés acaricia meu rosto. — O amor é o mais supremo de todos os sentimentos porque ele é capaz de perdoar tudo, até mesmo o que parece imperdoável.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lá vem mais uma praga...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Maior Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.