Mais que uma bruxa escrita por Favorite Girl


Capítulo 3
Um erro


Notas iniciais do capítulo

Então, tive que mudar a idade da nossa Bia. Por que? Segredos...mas prometo que vão gostar. A partir de agora a fic da W.S. vai se tornar bem mais presente aqui. Espero que gostem do capitulo, amores. -Favorite



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—O que aconteceu com a J.K. por ter postado a história do Potter? Afinal, tudo é verdade e tal – Perguntei enquanto Gael empilhava as caixas com as minhas coisas junto a parede da sala.

—Ela foi para Azkaban. Não podíamos apagar a memória de metade do mundo.

—Mas então quem aparece na televisão, fotos e tudo mais? Ela se tornou realmente muito famosa.

—Usamos a poção polissuco. A garota que finge ser ela até que gostou dessa vida de fama. Era apenas uma secretaria antes – Senti um tom de arrogância em sua voz, porém resolvi ignorar.

Gael havia se oferecido para me ajudar a arrumar as malas e Noah está terminando de preparar todos os meus documentos na mesa da cozinha. Eles tinham começado a ser muito mais prestativos e amáveis depois de ver o quanto eu estava confusa. Também entenderam o quanto era difícil para mim aceitar de uma hora para outra tudo o que tinha me acontecido e o fato de eu ter um cofre no Gringotes não ajudou muito na minha situação, porém tudo o que eles sabiam era o que eu também já tinha conhecimento. O cofre fora aberto com os meus documentos e com o meu nome, ninguém tinha acesso a ele a não ser eu. Nada de identidade ou CPF da pessoa que tinha o aberto para mim, se é que isso existe no mundo bruxo.

—Falta mais alguma coisa? - Perguntou Gael, me tirando dos meus pensamentos.

—Acho que só meu espelho e algumas prateleiras.

—As prateleiras podemos deixar, já o espelho é melhor pegarmos – Disse indo para o meu quarto – Noah, que horas saímos? -Gritou de onde estava.

—Bom, agora são duas da tarde. Daqui duas horas temos que estar prontos. Será uma aparatação difícil por causa da distância – Me endireitei na poltrona em que estava sentada. A ideia de aparatar tão cedo, mesmo sendo só acompanhante, era um pouco assustadora.

Gael estava arrumando meu espelho encostado nas caixas de forma que deu de ver meu reflexo antes que ele o cobrisse com um pano para não refletir o feitiço. Vi desconforto em meus olhos, mas também vi a coragem que estava tendo refletida naquele espelho. Vi minha alma naquele curto instante e estava orgulhosa daquele pequeno vislumbre de força. Sorri pensando no que minha mãe teria falado se me visse dessa forma sem ter sangue bruxo. Ela estaria orgulhosa. Afastei esse pensamento quando uma dúvida me veio a mente.

—Gael, como vamos mandar tudo isso para Hogwarts?

Locomotor malas – Disse, com um aceno da varinha. Todas as dez caixas e o espelho começaram a levitar. Voaram até a sacada e desapareceram em meio as nuvens. Fiquei de boca aberta por alguns segundo.

—Mas, como? Ainda é dia, qualquer pessoa que estiver passando na rua vai ver tudo aquilo flutuando por ai!

—Calma. Antes de arrumarmos tudo coloquei um feitiço protetor e antitrouxas em todas as suas coisas. Antes que eles possam olhar para o alto seus olhos vão começar a arder pelo sol e se algum bruxo cruzar com as suas coisas vai ser arremessado para longe. Tudo está seguro e, pela velocidade que programei, daqui meia hora suas coisas já estarão em Hogwarts, na sala da Diretora.

—Ok – Disse ainda desconfiando.

—O que vai fazer agora? - Perguntou se sentando no sofá a minha frente.

—Vou escrever para os meus amigos dizendo o motivo de ter ido embora sem nem falar com eles. Ainda não pensei em nada que não seja tão idiota ao ponto de eles não acreditarem.

—Você vai fazer amigos novos lá – Arregalei os olhos antes de perceber que ele estava falando sério.

—Você não tem muitos laços, não é?

—Não. Vivo melhor assim.

Suspirei enquanto me levantava e fui para o meu quarto. Sentei em minha escrivaninha que agora só tinha alguns papéis e uma caneta. Precisava escrever para eles, mas o que poderia dizer? Eles nunca acreditariam na história de que tive que ir morar com uma tia, sabiam que meus pais eram filhos únicos. Até que tive uma ideia. Lhes escrevi contando que havia sido aceita em um internato em Londres, o que era verdade. Contei tudo da carta que recebi e de Gael e Noah, porém tirei qualquer vestígio mágico dessa história. Terminei a carta falando que não sabia se ia voltar e que não poderia usar o telefone em Londres. Acabei com duas folhas escritas. Suspirei e fui olhar o horário. Já era duas e meia, precisava me arrumar. Fui até a sala, onde Noah e Gael descansavam tranquilamente no sofá.

—O que eu visto? – Perguntei encostando na parede – Ainda não tenho uniforme.

—Não tinha pensado nisso – Comentou Gael apoiando os cotovelos nos joelhos – Acho que qualquer roupa serve.

— Tente alguma coisa mais escura. Pedi a Gael para deixar uma das suas caixas de roupas – Completou Noah – Está ao lado do armário.

—Ok, obrigada – Agradeci.

Fui até lá e peguei uma calça jeans escura, um suéter preto mais largo, meu All Star preto e um colar comprido com uma pedra pontiaguda amarrada. Fui até o banheiro e tomei um banho calmo e longo. Sai do chuveiro e me troquei, secando o cabelo com a toalha, deixando ele em um bagunçado bonito. Sai do banheiro e fui até a sala para perguntar se iriamos sair antes dos meus pais chegarem do mercado, mas assim que atravessei a porta vi que eles já estavam no sofá. Todos me olharam.

—Interrompi algo? – Disse.

—Não – Respondeu minha mãe – Estávamos te esperando.

—Aah – Sentei no braço da poltrona e esperei até que falassem alguma coisa.

—Bia, nós já estamos indo. Bom, é hora de se despedir – Disse Noah e pude sentir o desconforto em seu tom de voz.

—Vamos esperar no corredor – Concluiu Gael.

—Tudo bem – Suspirei.

Eles seguiram para a porta de casa e saíram. Ficamos nos encarando por alguns segundos antes de minha irmã vir me abraçar. Ela passou os braços pela minha cintura e esmagou minhas costelas. Resmunguei um pouco, mas não poderia ter pedido abraço mais sincero.

—Me mande muitas cartas. Quero saber como é tudo lá. Também não esqueça de me avisar pra que Casa você foi, entendeu?

—Pode deixar. Vou te mandar um leão de pelúcia – Completei piscando para ela. Sorrimos e ela seguiu para seu quarto, sentiria saudade dessas piadas internas e brincadeiras. Amava ela mais que tudo. Minha mãe me deu um abraço rápido e beijou minha testa.

—Se cuide – Sussurrou em meu ouvido antes de seguir para seu quarto também.

Aquilo machucou. Ela nem sequer teve coragem de olhar em meus olhos. Me senti horrível, porém prometi a mim mesma que não choraria na frente de nenhum deles. Sairia dali como deveria: de cabeça erguida.

—Não faça besteira – Sim, essa foi a despedida de meu pai.

Suspirei mais uma vez naquele dia e segui para a porta. Peguei a bolsa pendurada na cadeira e virei a maçaneta. Gael e Noah levaram um susto. Fingi que não notei e me virei para colocar minha chave na parte de dentro da fechadura. Não precisaria mais dela.

—Já? – Perguntou um Gael surpreso.

—Já – Respondi encarando meu tênis. Senti seu olhar sobre mim – Vamos?

—Eu vou levá-la. Noah vai com sua bolsa e a caixa com roupas. Ok?

—Ok – Me aproximei de Gael estendendo a bolsa para Noah, que a pegou de primeira.

Gael colocou, com cuidado, um braço pela minha cintura e deu um passo mais para perto. Estávamos quase sem espaço entre nós e isso me incomodou um pouco. “Pelo menos seu perfume é bom”, pensei comigo mesma. Ele aproximou sua cabeça um pouco mais de minha e sussurrou em meu ouvido:

—Sinto muito pelos seus pais.

Então girou em seus calcanhares e uma pressão me segurou no lugar. Não era capaz de falar, mas consegui encarar seus olhos em agradecimento. Ficamos assim por mais algum tempo, poderia ter passado horas ou minutos, mas naquele instante foi o olhar de Gael me prendeu a ele. De uma hora para a outra a pressão sumiu e fui envolvida pelos “agradáveis” sons de uma locomotiva.

—Aqui estamos. Expresso de Hogwarts. Daqui pra frente somente eu vou te acompanhar – Informou Gael, retirando os olhos dos meus.

Seguimos para os compartimentos e entrei em um logo no início. Coloquei a bolsa e a caixa no local que Gael indicou e sentei em um dos bancos, encostando a cabeça na janela do trem.

—Foi tão ruim assim? – Perguntou depois de um curto período de silêncio.

—Se você levar em conta que são meus pais e que estou saindo de casa para, provavelmente, nunca mais voltar. É, foi um desastre – Suspirei no vidro e comecei a desenhar bonecos palitos nele.

—Eu sinto muito mesmo – Disse colocando a mão em meu braço.

—Eu também sinto – As lágrimas vindo aos olhos. Gael se sentou ao meu lado e pegou minhas mãos nas suas. As dele estavam quentes, já as minhas estão sempre frias, faça chuva ou faça sol.

—Pode contar comigo – Falou.

—Obrigada – Ele soltou minhas mãos e voltou para o seu lugar.

Peguei um livro que tinha posto na bolsa e comecei a ler. Lembro de ter avançado cem páginas, porém não lembrei do que li cinco minutos depois. Logo chegamos a entrada do castelo. Já eram quase oito e o sol já tinha ido embora, dando lugar a lua. Minha eterna companheira nas noites de insônia. Entrei nas carruagens dirigidas por “fantasmas”, nunca tinha visto ninguém morrer em minha frente e isso explicava o fato de não ver o que as conduzia. Testrálios. Fizemos esse percurso também em silêncio e logo estávamos em frente aos portões.

—Uma última coisa: você não pode saber nada sobre a Grande Guerra. Se, por acaso, comentar algo e te perguntarem como sabe, fale que te contei no caminho para o castelo, tudo bem?

—Mas….

—Só faça, outra hora te conto – Terminamos o percurso e logo nos encontramos em frente as enormes portas do castelo. As empurramos e Gael me conduziu a uma pequena porta. Já sabia a onde ela daria.

—McGonagall está terminando de explicar o que aconteceu – sussurrou em meu ouvido – Assim que a porta abrir, já sabe o que fazer.

Meu coração estava a mil. Mal deu tempo de respirar fundo dez vezes e a porta se abriu. Passei pelo local e senti que todos me observavam.

—Bem-vinda, senhorita Miller. Pode se sentar – Disse a diretora que sonhei em conhecer. Olhei em seus olhos e me sentei calmamente no banquinho a minha frente. Senti o Chapéu antes de minha visão ser tampada.

“Um pouco atrasada, não?” Disse ele em minha cabeça. “Porem nunca é tarde para se descobrir, vejamos. É corajosa, inteligente e bondosa. É, os Leões seria uma boa casa para você, mas nada das Cobras? Nem uma pontinha de veneno?” Então minha mente foi inundada por um tigre rugindo. Ele era branco e magnífico. Sumiu tão rápido quanto apareceu. “Oh oh, isso muda completamente meu julgamento. Detalhes são tudo em uma história e a sua tem muitos que ainda não foram descobertos. Senhorita Miller, bem-vinda a SLYTHERIN” “Mas…”

O chapéu foi tirado da minha cabeça e a luz cegou meus olhos. Me levantei, fui em direção a mesa que aplaudia e gritava. Sentei em um lugar vazio ao lado de uma garota ruiva. Ali não era meu lugar. Eu não era uma Sonserina. O chapéu cometeu um erro.


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Notas finais do capítulo

E esse Gael ai? E como assim nossa Bia foi para as Cobras? Espero que tenham gostado, proximo vem logo logo. Bjss -Favorite



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