Capitulo 6

Ed  chega em casa com Noah, vai pro banho e dá banho no filho. 

— Lucy, pode ir, daqui a pouco Benson chega.

— Ok, sr. Tucker, até amanhã.

— Até. 

Ed dá a janta de Noah e distrai Serena no carrinho.

— Vem amigão, vamos escovar os dentes e brincar um pouco.

— Vamos papai. E a mamãe?

— Mamãe já vai chegar.

Serena começa a resmungar no carrinho...

— Oi minha flor, o que foi? Vem aqui, deixa eu ver essa fraldinha...shiiiii tem muito xixi aqui.... Vem Noah, vamos lá no quarto trocar a mana. Me ajuda?

Olívia chega em casa...pendura o casaco e a bolsa no cabideiro e guarda sua arma.

Noah vem correndo... - Mamãe, mamãe chegou! e pula em seu colo.

— Oi meu amor! Hummmm tá cheiroso!! Já tomou banho? 

— Banho com papai! 

— O papai deu banho no Noah! E a Serena? Cadê a mana?

— Tá xixi, muito xixi!

— É mesmo, filho? Muito xixi?

Ed vem com Serena no colo... - Mamãe chegou! Já vai mamar!!

— Ohhh minha florzinha, deixa a mamãe tomar um banho primeiro, você espera um pouquinho?

— Esperamos, responde Ed...vai tomar banho mamãe!

Liv dá um ligeiro sorriso pro marido.

Serena começa a chorar, Ed tenta distraí-la, sem sucesso.

— Pronto minha filha...não precisa chorar, estou aqui...Liv a pega no colo e a faz parar de chorar antes de colocá-la no peito.

— Quer jantar?

— O que temos pronto?

— Vou fazer.

— Não precisa, faço um lanche.

— Quero jantar com você! Posso?

Liv o olha seriamente e não responde.

Ed vai pra cozinha ver o que fazer... Faz omelete com queijo e alguns legumes.

O cheirinho chega lá no quarto e deixa Olívia com água na boca.

Serena dorme mamando e depois de arrotar Liv a põe no berço e tem um ligeiro flashback da época que se infiltrou no presídio.

Noah adormece no sofá, Ed o pega com cuidado o põe na cama e vai chamar Liv, que está parada com os olhos marejados olhando pro nada.

— Liv...Liv??

— Oi?

— Vem jantar.

— Já vou...Liv entra no banheiro das crianças e lava o rosto, mas Ed percebe algo diferente.

Sentam na bancada e Ed serve os pratos. Liv não fala uma palavra...

— Você vai ficar calada?

— Quem tem que falar alguma coisa aqui é você!

— Eu?

— Sim, claro. O que você foi fazer na central hoje?

Fui trabalhar.

— Não seja cínico. Vocês sabe que está de licença, que está se recuperando  e não poderia estar lá.

— Fala a verdade!

— Se você vai me ofender é melhor pararmos por aqui.

— Te ofendi? Porque te chamei de cínico? Então, ok. Paramos por aqui.

Olívia levanta da bancada e larga o prato sem tocar na comida.

— Não faz isso! Eu fiz com carinho pra você. Vem comer.

— Não quero! Não estou com fome!

Ed levanta e a segura pelas mãos. - Não mente pra mim.

— E você? Quando vai assumir a verdade? Porque foi a central hoje?

— Ok, ok...eu assumo! Fui porque queria te proteger.

— Não vem com essa! 

— Você foi porque não confia em mim!

— Olívia!!

— Assume!

— Eu fui porque queria e quero te proteger, tive medo de te perder depois do que aconteceu no último evento em campo. Você acha fácil saber que a mulher que eu amo sai de casa pra trabalhar e se coloca em perigo todos os dias? Eu confio em você! Sei do que você é capaz. Mas só de pensar que algo poderia dar errado eu não poderia ficar em casa esperando. 

— MAS EU POSSO? EU POSSO PASSAR A NOITE ACORDADA ESPERANDO UMA NOTÍCIA QUE NÃO CHEGA E QUANDO VOCÊ VOLTA AINDA ME ESCONDE O QUE ACONTECEU? EU SEMPRE CUIDEI DE MIM, NUNCA TIVE NINGUÉM PRA ME AJUDAR NAS SITUAÇÕES COMPLICADAS, VOCÊ ME CONHECEU ASSIM, NÃO QUEIRA AGORA ME FAZER DE FRÁGIL, PORQUE EU NÃO SOU! NÃO SOU UMA BONECA DE PORCELANA QUE PODE QUEBRAR A QUALQUER MOMENTO!

Serena acorda chorando...

— Droga!! Olívia corre no quarto da menina.

— Shiiiii shiiiiii. Desculpa. Mamãe te acordou! Shiiiii shiiii...

Serena pega no sono novamente. Olívia fecha a porta dos quartos.

Liv volta pra sala, Ed está na varanda pensando.

Ela senta na bancada e o chama... - Ed vem jantar.

Ele senta ao seu lado...Tenta disfarçar a dor no tórax...

 – Estamos bem?

— Não, ainda estou muito chateada. Você não pensou em você. Pode ter alguma complicação por achar que pode cuidar de tudo, mas esqueceu de você. Tomou os remédios na hora certa?

— Pra falar a verdade, não. Nem tomei.

— Pois é! Olívia levanta e vai buscar a medicação...

— Toma! E senta ao seu lado novamente.

— A omelete está uma delícia, como tudo o que você faz!

Ed sorri...- Obrigado! Estamos bem, agora?

— Talvez! Colocando mais uma garfada na boca...

— Talvez?? Ed a abraça...

— Me desculpa, você tem razão. Eu deveria ter ficado em casa. Mas tenta me entender também!

— Eu te entendo, eu te amo! 

— Era tudo o que eu queria ouvir!! Ed segura seu rosto e lhe beija os lábios. - Eu te amo! 

Olívia corresponde ao beijo.

—Liv?

— Oi?

— O que aconteceu lá no quarto quando fui te chamar pra jantar? Você estava longe e chorando!

— Não foi nada, já passou!

— Liv!! Eu te conheço...você teve um flashback, eu sei.

— Tive. Mas já passou. Ed, estou cansada. Vou dormir.

— Eu já vou, depois do noticiário. Boa noite.

Se beijam e Liv vai pro quarto, arruma a cama e vai escovar os dentes. Acaba tendo outro flashback...ela vê o policial Lowell Harris que a agrediu quando se infiltrou...  vai pra cama, adormece em seguida.

Noah choraminga, vê o pai na sala e corre pra ele.

— O que foi meu filho?

— Quero meu leite!

— Hummmm, papai faz seu leite quentinho.

— Prontinho, toma seu leitinho e depois vamos pra cama.

Colo, papai!

— Vem aqui! Noah adormece...Ed vê o jornal com ele no colo.

Ao levantar com Noah em seu colo, Ed sente dor.

Ed põe o filho na cama e o cobre quando ouve Olívia gritar no quarto...

— ME SOLTA! ME SOLTA!

— NÃO, NÃO!!

Ed acende a luz e senta ao seu lado.

— Liv, Liv...acorda!

— OLÍVIA!!

Ela desperta num susto...

— Calma, foi um sonho ruim!

— Ed?

— Estou aqui, calma! Respira! 

Ed a abraça...- Isso respira!

— Mais calma?

— Um pouco...

— O que foi? O que voltou?

— O presídio. O ataque que sofri no presídio.

— Já acabou, deita aqui. Ed acende o abajur e apaga a luz do quarto.

— Pronto, passou? Ele deita ao seu lado e a traz pra seu peito. Sente dor e disfarça de novo.

— Está passando. Liv fecha os olhos e vai relaxando.

Ed só dorme depois que percebe sua respiração tranquila.