Ariel estava tranquila, parecia que nada daquilo tinha acontecido. Estava em sua antiga casa, sua mãe tinha chegado de viagem e fazia o jantar que Ariel sempre pedia para ela fazer quando ia para casa. Aurora parecia feliz e mais bonita do que já era. Ariel sorria enquanto observava a mãe cozinhando, olhou para o lado e viu o anjo de sobretudo creme parado observando ela. Ariel ficou séria e não saiu de onde estava, Castiel foi até ela

— Não agora

— Estão atrás de você, não saia do bunker. Eu vou tentar esconder seus rastros se você sair mas não será por muito tempo, sua mãe era melhor nisso do que eu – Aurora olhou para filha e sorriu – esse é seu maior desejo não é mesmo?

— Eu só queria que ela estivesse ainda aqui, só isso – Castiel sorriu tristemente – sobre mais cedo eu...

— Não era você e eu fui contra ao que fizeram contigo no céu

— Eu sei que foi – Aurora começava a cantar baixinho a música que Ariel adorava quando ela cantava – Aurora te amava, incondicionalmente

— Eu sei – ela sorriu novamente – eu só queria que sempre fosse assim, ultimamente eu tenho esses sonhos estranhos

— Tente controla-la, as coisas podem melhorar – ele sorriu e sumiu na sua frente, Ariel suspirou e foi ajudar a mãe quando ela pediu.

Ariel acordou sendo abraçada por alguém em um espaço pequeno na cama, não estava em seu quarto e estava enrolada com a pessoa pois o espaço era pequeno demais. Dividir aquele espaço com Dean era impossível, ela sorriu enquanto observava o Winchester mais velho dormindo. Ela passou a mão pelo seu rosto com calma, com medo de acordá-lo. Ele apenas puxou Ariel para mais próximo de si, ela sorriu, parecia mais uma criança, era diferente do que era normalmente.

Ariel se levantou com cuidado para não acordá-lo, olhou mais uma vez para ele antes de sair do quarto, ao fechar a porta deu de cara com Sam no corredor

— Não fala

— Vocês dois...

— Sam, por favor – ela tinha ficado vermelha, ela sentia isso e Sam soltou uma risada baixa – cala a boca, eu preciso tomar café. Estou faminta

— Uau – Ariel rolou os olhos e saiu a frente dele, Sam veio logo atrás ainda rindo da reação da menina com o “flagra” dele. Ariel e Sam chegaram no hall e ouviram um barulho vindo da “cozinha”, Sam colocou Ariel atrás dele e foi andando devagar com a menina. Ao chegar na cozinha viu um menino sentado, tomando algo em uma caneca como se fosse a sua vida ali e que ele tinha acabado de descobrir – quem é você? – o menino se levantou com pressa e olhou para a pessoa que falava com ele, ele sorriu quando viu Ariel

— Olá Ariel – Ariel não entendeu porque ele a conhecia, até reconhecer a voz, era ele. Ariel saiu de trás do Sam e foi em direção ao garoto que tinha, no máximo 20 anos, a sua frente – espero que não tenha assustado vocês, não era a minha intensão

— Como você...?

— Ah, consegui me transportar para cá, sério, vocês precisam atualizar as escrituras desse lugar – ele olhou em volta. Sam chegou mais perto do garoto – Haziel

— Haziel? O anjo Haziel?

— Sim, eu acho – ele sorriu olhando para o próprio corpo – ah! Eu fiz essa bebida e meu deus ela é tão boa – Sam pegou ele pelo colarinho da jaqueta e o levantou contra a parede – okay, tudo bem

— Sam!

— O que você quer com ela?

— Eu só...

— O que está acontecendo a... – Dean tinha aparecido na porta e ao ver o desconhecido nas mãos de Sam, apontou a arma para ele – quem é você?

— Haziel, ele vem falando comigo. Gente pelo amor Deus isso não é necessário – Sam não largou o anjo, Ariel suspirou e fez com que Sam largasse-o – me desculpe. Haziel, o que você faz aqui?

— Preciso te avisar sobre o que está acontecendo já que Castiel não pode falar muita coisa, eu te disse, sou amigo. Nossa cara, você é forte – Haziel bateu de leve no ombro de Sam antes de ir até Ariel – sua mãe era uma grande companheira, me ajudou em muitas coisas e nada mais justo do que eu ajudar a filha dela.

— Não vamos começar com o encontro de anjos e como você conseguiu... – Dean tinha começado a falar mas o anjo o interrompeu

— As escrituras... sério que eu vou ter que explicar tudo de novo? – Haziel rolou os olhos – esse local é seguro, disso vocês não podem ter dúvidas mas... eu conheço métodos de burlar esse “sistema” de segurança e consigo me desligar de minha parte angelical, assim consigo passar por alguns símbolos, é útil na maioria das vezes – ele piscou para Ariel que olhava para ele sem entender muito o que estava acontecendo – achei que vocês poderiam estar dormindo então esperei aqui até que vocês acordassem. Seu namorado Castiel não é mais confiável – ele agora disse olhando para Dean – ele se encontra sempre com Naomi que quer a cabeça da Ariel em uma bandeja de prata, foi ela que enviou aqueles anjos atrás dela no hospital. Eu tentei impedir eles mas, bem, eles eram mais fortes – Haziel sorriu – então, decidi me conectar com Ariel, explicando o que Castiel estava fazendo. Fui eu que te ajudei a entrar naquele local – Haziel disse olhando para Ariel – eu posso ser um deles mas não significa que sou totalmente a favor do que eles querem fazer com Ariel. Ah! Tomem cuidado com Crowley ele...

— Já sabemos esperto – Dean disse com um sorriso falso – olha eu juro por deus que se você aparecer novamente aqui sem ninguém ter chamado eu te mato

— Gostaria de ver você tentar mas... não vamos começar a ir para o lado violento não é Winchester? – ele piscou para Dean o que fez ele bufar e começar a ignorar o anjo – Ariel eu posso te ajudar a te camuflar dos anjos, mas só dos anjos. Crowley pode conseguir te achar e isso eu não consigo impedir

— Obrigado pela ajuda então – Dean disse irônico

— Dean! – Ariel falou em tom de censura – Haziel, eu entendo que você queira me ajudar e agradeço mas... Castiel disse que...

— Castiel quer você longe disso, pois ele quer uma abertura mais fácil para conseguir te pegar e te entregar para Naomi – Ariel ficou calada – ele prometeu te proteger mas ele está correndo risco de ser exilado se continuar com isso, Castiel é leal ao céu, mesmo que seu namorado seja um humano

— Castiel não é...

— Que seja, nem você conseguiria mudar ele. Ele é facilmente corrompível, tome cuidado – Ariel iria falar mais alguma coisa mas o anjo sumiu com o estalar de dedos

— Ótimo, temos mais um Castiel para a coleção. Some sem dar respostas

— Na verdade...

— Nem continue a falar o que você iria falar

— Dean, não sabemos de que lado Castiel está e sabemos muito bem que ele pode ser facilmente enganado – Sam disse – talvez Haziel...

— Você também? Vamos lá, um anjo que aparece aqui do nada falando coisas que não faz sentido. Vocês acham mesmo que deveríamos dar algum tipo de crédito? Ele pegou um corpo de um adolescente, pelo amor de deus

— Mas teve coisas que ele disse que faz sentido

— Por exemplo?

— Meninos... – Ariel tentava falar mas os dois começava uma discursão sem sentido de quem tinha razão. Ariel tentou novamente mas ninguém deu bola para ela, as vozes começavam a se alterar, Ariel bufou e desistiu de ser legal e calma – vocês dois podem por favor calarem a boca! – ela gritou e os dois se calaram olhando para ela, Ariel ficou em silêncio por alguns segundos – vocês podem por favor lembrar que na verdade eu que tenho que decidir o que vou fazer já que é da minha vida que estamos falando.

— Ariel

— Shhh – Sam se calou – eu vou dar uma chance para Castiel, eu sei que ele não iria me trair desse jeito mas não vou dispensar a ajudar de Haziel e não começa a querer apontar os pontos negativos Winchester – ela disse isso olhando para Dean – eu já fiz minha decisão. Vamos concordar que quanto mais ajuda melhor. Vocês me estressam – ela pegou a caneca cheia de café e saiu dali em direção ao seu quarto.

—x-

Ariel, deitada em sua cama, respirou fundo e fechou os olhos. Pensou nos seus dias mais felizes, com seus pais presente ali quando ela precisava. Castiel tinha razão, ela sentia falta daqueles dias, ela sentia falta da proteção que sua mãe tinha com ela, as vezes até um pouco exagerada o que a Ariel não entendia naquela época e foi motivo de várias brigas dela com a mãe. Aurora sabia o que a filha era, sabia que ela corria risco e destruía ela o fato dela não poder falar a verdade para a filha e simplesmente proibi-la de muitas coisas.

Ariel lembrava exatamente do dia que disse que iria estudar na América para poder ter um pouco de liberdade. Seu pai tinha acabado de falecer e parecia que as brigas com a mãe só pioravam, Aurora se tornara mais paranoica com a filha e Ariel tinha se enchido daquilo. Foi para Atlanta e conheceu Owen, o garoto que, aparentemente, parecia normal conquistou o coração da menina aos poucos. Owen foi seu primeiro namorado, o seu primeiro. Ariel ao lembrar do que ele tinha feito não conseguia lembrar aonde tinha perdido ele, aonde tinha deixado os sinais escaparem. Aquele Owen que ela conheceu era uma mentira.

Ariel abriu os olhos e não estava em seu quarto, novamente sua mente tinha levado ela a outro lugar, um quarto infantil mas completamente escuro. Ela se levantou, a cama tinha um toque clássico mas igualmente infantil, o papel de parede era com algumas nuvens, lembrava muito o seu quarto quando era mais nova. Ariel olhou o quarto todo, a luz se acendeu, ela olhou para a porta e viu uma outra pessoa ali, de cabeça baixa e os cabelos mais curtos. Ao levantar os olhos a menina se assustou, era ela, Ariel parecia que estava se vendo no espelho. Não era só o corte de cabelo que estava diferente, o olhar também estava

— Quem é você?

— Bom saber que você não se conhece, isso facilita muito as coisas para mim – sua cópia estendeu a mão e Ariel foi com tudo contra a parede, batendo as costas com força na mesma – você é forte, não posso negar, mas não sei até quando essa força toda vai durar.

— Eu não... – Ariel fechou os olhos e controlou um grito de dor, parecia que seu corpo estava queimando – você não vai conseguir!

— Veremos – ela continuou torturando Ariel. Ariel sentia cada segundo que passava a dor aumentando – você não vai conseguir.... – Ariel não sabia o que estava acontecendo mas ao abrir os olhos novamente estava em seu quarto. Alguém segurava o seu rosto, ela olhou para a pessoa e sorriu

— É claro que seria você – Ariel sorriu novamente, chegou mais perto do rosto dele e quando estava perto de beija-lo, o mesmo fechou os olhos e se afastou com a mão na cabeça – Dean? – Ariel chegou perto dele novamente – Dean fala comigo?

— Não – Ariel conseguiu segurar o braço dele, Dean tinha parado por um momento

— Dean? – ao abrir os olhos, eles estavam completamente negros. Ariel se afastou dele assustada – Dean, por favor – ele avançou nela, Ariel bateu a cintura com força na cômoda – por favor, para – ele veio contra ela novamente, Ariel se viu obrigada a lutar com ele. Os dois começaram, Ariel não usava sua força nele mas ele parecia cego. Ela não sabia o que tinha acontecido antes para deixar ele daquele jeito – Sam! – ela saiu do quarto

— Não adianta correr Ariel – ela saiu correndo pelos corredores até dar de cara com Sam

— O que está acontecendo?

— Eu não sei, eu acho que... – os dois ouviram alguém batendo nas paredes com algo – a marca se manifestou de novo eu não sei porque, foi de repente

— Venha – Sam segurou a mão dela e eles foram andando pelos corredores. A voz de Dean era escutada ao fundo, ele chamava por Ariel. Ela puxou Sam para parar de andar

— Não, espera! Eu posso tentar...

— Ariel não adianta, você estava perto dele e não aconteceu nada – os dois ouviram os passos dele mais próximo e foram andando com cuidado para não fazer muito barulho até a sala de geradores e se esconderam ali – Não importa o que você escute, não saia daqui

— Sam por favor...

— Fique aqui – ele beijou a testa da menina e saiu da sala. Ariel ficou andando de um lado para o outro nervosa. Passou alguns minutos e nenhum sinal de Sam, um barulho foi escutado de longe e as luzes se apagaram

— Droga – Ariel estava de costas para a porta e não viu que a mesma se abriu. A luz ambiente ficou vermelha e um alarme soava em todo bunker. Ariel, assustada, se virou para a porta com o intuito de sair dali mas viu uma silhueta parada ali, olhando para ela – Dean, me escuta...

— Dean está, como eu posso dizer isso, fora de serviço agora – ele disse sorrindo. Dean tinha uma faca prateada nas mãos, ela sabia muito bem quem faca era aquela. Ele entrou na sala e foi em direção da Ariel que levantou os braços

— Espera, eu viva posso ser o seu triunfo e morta posso ser o seu maior arrependimento, pense um instante sobre isso. Por favor.

— Não me importa – ele avançou em Ariel. Ela se defendeu como pode, Dean parecia bem mais forte que ela, Ariel não queria usar seus poderes nele mas já estava vendo que não teria outra escolha.

— Eu não quero lutar contigo! – Dean a ignorou. Ariel foi contra uma parede e bateu com força a cabeça ali, respirando fundo e vendo que ele vinha contra ela novamente ela se concentrou e conseguiu afastá-lo. A faca tinha caído da mão dele, Ariel ainda tentava se recuperar de todos os golpes e da batida mas não demorou muito para ele se aproximar novamente e conseguir derrubá-la. Ariel tentava se levantar, engatinhava para longe dele, apoiada na parede ela conseguiu se levantar e olhou, com o rosto machucado, para ele que vinha novamente contra ela – Dean você precisa voltar

— Cala a boca – Ariel se defendeu de outro golpe mas não aguentou por muito tempo em pé e caiu. Tentava novamente se levantar mas Dean foi mais rápido que ela, virou Ariel de frente para ele e com a faca novamente em mãos tentou golpeá-la mas Ariel conseguiu segurar seu braço antes disso

— Está tudo bem – Dean forçava o braço contra ela, Ariel segurava com força e conseguia manter a faca o mais longe dela possível – está tudo bem – olhando diretamente para ele, ela notou que ele não ia voltar, que ele não ia desistir de matá-la. Ariel, agora com lágrimas presas em seus olhos, com a voz embargada falou com ele novamente – eu te amo – ela notou algo em seu rosto que não tinha antes, era confusão. Ele parecia lutar, agora, com algo dentro dele – está tudo bem, eu te amo – a pressão contra suas mãos foi diminuindo mas ele ainda tinha o olhar focado nela – faça – ela largou o braço dele aos poucos, ele não fez nada, apertou mais o cabo da faca que estava a centímetros do rosto da menina mas não fez nada – faça – ele começara a ficar com a respiração ofegante, a confusão em seu rosto não deixava e Ariel fechou os olhos antes de gritar – faça! – Dean gritou o mais alto que pode e cravou a faca a centímetros de Ariel. Ela abriu os olhos e ficou paralisada. Dean saiu de cima dela e se afastou o máximo que pode da menina – Dean? – ele olhou para ela assustado – calma, está tudo bem – ela foi engatinhando até ele mas Dean se afastou da menina.

— Fica longe

— Dean...

— Não, você precisa... – Ariel não deixou que ele terminasse, conseguiu chegar perto dele e o abraçou. Ele relaxou em seus braços, Ariel passava devagar as mãos pelas suas costas, Dean apertou mais o corpo da menina contra si o que fez ela soltar um pequeno gemido de dor – droga, você não pode ficar perto de mim – ele a afastou, Ariel segurou pela gola da blusa

— Esquece isso

— Não posso – Ariel suspirou e fechou os olhos. Em segundos os machucados de seu rosto tinha desaparecido, junto com a dor que estava sentido na altura das costelas e na cabeça. Ao abrir os olhos novamente ela sorriu

— Agora você pode? – ele ia responder mas passos foram escutados pelos dois. Ao se virarem para a direção da porta Sam e Castiel estavam ali. Sam não tinha nenhum tipo de expressão no rosto, só olhava para eles, em seu rosto um rastro fino de sangue. Ariel olhou para Castiel e ele sim tinha algo em seu rosto que ela não soube saber o motivo, ele parecia triste – Cas, como você...

— Eu sinto muito Ariel – Castiel foi até os dois e ao encostar neles o ambiente mudou. Era uma sala ampla, clara demais e com algumas janelas de vidro com o seu interior totalmente azul. Ariel conhecia aquele lugar só não conseguia entender como o anjo foi capaz de fazer aquele tipo de coisa com a proteção que o bunker tinha. Castiel parecia ter entendido a menina e antes dela perguntar ele já respondeu ela – Haziel

— Aquele filho da... – Dean começou a falar mas foi interrompido por Castiel

— Dean, não piore a sua situação – Ariel ouviu vários passos, ao olhar para os lados tinha anjos se aproximando, vários ela nunca tinha visto, outros ela já tinha. Um deles se aproximou do meio do grupo e começou a falar

— Vocês dois, falharam várias vezes. Colocamos nossa confiança em vocês de proteger algo valioso para nós mas vocês dois não foram capazes de fazer isso, e quase perdemos tudo.

— Não comecem a fingir que se importam okay? Eu sei muito bem que a última coisa que vocês querem é que eu fique viva! – Ariel falou com raiva para a mulher na sua frente – desde o começo querem tirar a minha vida, querem que eu desapareça e agora estão se importando? Não venha com essa

— Ariel por favor – ela se virou para Castiel que estava sério. Ariel não entendeu o porque do anjo não ter falado nada contra o que tinha acabado de dizer

— Você tem razão, não nos importamos com você mas infelizmente você agora tem posse de algo valioso para nós

— Para o inferno vocês!

— Ariel!

— O que? Agora você vai defende-los? Eles nunca se importaram, foram capazes de expulsar minha mãe por causa disso. Castiel, você não pode estar começando acreditar que eles querem o meu bem.

— Dean falhou, colocou sua vida em risco – Hannah tinha começado a falar como se a menina não tivesse ali – Ariel poderia estar morta e nós perderíamos a graça dela para sempre. Castiel, mostre finalmente sua lealdade a nós

— Do que ela está falando? – Ariel perguntou olhando para o anjo ao seu lado, Castiel apenas suspirou

— Puna ele

— Perdão? – Dean perguntou sem acreditar

— Cas não faça isso – Ariel tentou segurar o anjo mas afastaram ela, Sam tentou também mas também o seguraram.

— Todos vocês, vão para o inferno – Dean tentou sair dali mas foi segurado por três anjos. Castiel viu a faca prateada em suas mãos e olhou para Dean que estava a sua frente, ele tinha parado de lutar contra os anjos que o seguravam e olhava para Castiel em desespero – Cas...

— Castiel, não esqueça que você é guardião dela. Ele quase a matou

— Cas não por favor – Ariel disse em desespero. O anjo parou perto de Dean mas não teve reação nenhuma – por favor

— Faça Castiel – Dean era segurado com força pelos três anjos. Sam olhava para Castiel também em desespero. Ariel começou a se debater. Castiel deu mais um passo a frente

— Por favor parem! Eu o amo! – Castiel parou no exato momento que ouviu Ariel falando aquilo. Todos ficaram parados aonde estavam. Ariel sentiu que os olhares de todos naquela sala estavam em cima dela, ela suspirou e olhou para baixo fechando os olhos – não... por favor, não faça nada com ele – Castiel, sem olhar para a menina e nem para o homem a sua frente, largou a faca no chão e se virou para Hannah

— Ele foi manipulado por um híbrido – Ariel levantou o rosto na hora que ele falou

— Owen? – ela perguntou assustada

— Exatamente – os anjos largaram todos, se afastaram mas continuaram ali. Hannah não fez mais nada, não disse mas nada – ele está cada vez mais forte. Crowley está “treinando” ele e... o alimentando

— Sangue de demônio? – Sam perguntou, Castiel apenas concordou com um aceno

— Haziel conseguiu algumas informações, ele é melhor do que eu nisso

— Mas porque ele iria querer mata-la? Não faz sentido nenhum – Sam perguntou confuso

— Owen e Ariel são os únicos vivos – Haziel surgiu no meio dos anjos e foi até aonde eles estavam concentrados – os dois são fortes, os dois tem poderes, mas Ariel sai a frente nisso, ela é filha de um arcanjo. O poder e a força dela é dobrado. Owen não gostou nada disso e quer acabar com ela, independentemente de o quão importante a graça dela pode ser para o Crowley. Ele está enganando o rei do inferno.

— Como? – Ariel perguntou

— Do mesmo jeito que ele faz com todos, o manipulando. No caso do Crowley, ele não está usando seus poderes, ele perceberia, mas está fazendo o papel de menino prodígio para o rei do inferno, fazendo ele acreditar que Owen vai levar você, Ariel, para ele em uma bandeja de prata.

— Crowley não seria idiota a ponto – Sam chegou mais perto do anjo que se virou para ele

— Não quando se tem um filho de demônio se alimentando de sangue dos seus seguidores. Owen está se alimentando de sangue de demônio por conta própria, ele conseguiu, por causa disso, ter um poder maior do que ele já tinha. Ele está bloqueando qualquer tipo de tentativa de Crowley descobrir a verdade. Owen quer o trono.

— Olha só, isso não é Game Of Thrones

— O que seria um Game of Thrones? – Dean rolou os olhos – não importa, temos que impedi-lo.

— E travar uma batalha entre o céu e o inferno por causa de duas aberrações? – Hannah se pronunciou pela primeira vez – não vale o esforço

— Só para avisar, a todo mundo, eu ainda continuo aqui – Ariel disse depois de mais uma vez a sua presença ser ignorada pelo anjo

— Se não pararmos ele, Owen pode ser um risco para todos nós. Um risco de vida.

— Eu não vou arriscar um exercito por causa de um menino mimado

— Hannah, não é você que decide isso!

— Mas sou eu que dou as ordens finais!

— Vocês podem parar por um instante! – Ariel disse mais alto, todos olharam para ela – Owen nem sempre foi assim comigo por perto. Ele era diferente...

— Ariel... – Castiel começou a falar mas ela o interrompeu

— Eu passei uma noite com ele okay? Se ele quisesse me matar mesmo, ele teria tentado naquele dia que eu estava totalmente vulnerável.

— Ariel ele foi corrompido – Haziel disse

— E eu tenho o maravilhoso dom de controlar as pessoas, vamos lá! – ninguém disse nada. Ariel suspirou percebendo que ninguém tinha entendido aonde ela queria chegar – vocês não precisam de um maldito exercito para dete-lo... eu posso fazer isso!

— Nem pensar! – Dean se pronunciou – é a sua vida

— É minha escolha!

— Ariel...

— Talvez seja isso. Talvez seja por isso que ele tem tanta influência sobre mim.

— Cas, fale alguma coisa – o anjo olhou para baixo, parecia derrotado

— Ela tem razão

— Você só pode estar brincando?

— Ariel tem uma conexão forte com Owen, talvez por eles dois já terem tido um relacionamento mais intenso. Ela pode pará-lo – todos ficaram em silêncio. Ariel respirou fundo e bateu as mãos

— É isso então, eu vou acabar com essa história de uma vez por todas

— Não sozinha, você vai precisar de cobertura para entrar no inferno e passar pelos seguidores do Owen.

— Como você pode saber disso tudo? – Sam perguntou desconfiado para Haziel que sorriu antes de responder

— É complicado

— Temos tempo para uma história complicada

— É muito complicado – Haziel foi até Ariel e segurou suas mãos – Você tem certeza disso? Pode ser arriscado demais.

— Talvez eu consiga alguns pontos positivos com o céu e eles parem de me perseguir, vai valer o esforço – Ariel disse sorrindo – Eu quero fazer isso!

— Tudo bem – Haziel largou as mãos dela – precisamos de um plano – Castiel e Haziel se olharam e trocaram acenos com a cabeça – eu e Castiel vamos entrar com Ariel, Hannah você entra com os irmãos.

— Você não pode me obrigar a participar disso

— Mas eu posso – Castiel falou com o tom de voz mais sério – precisamos de cobertura, vocês três podem ser de grande ajuda.

— Eu ainda acho isso uma péssima ideia – Dean, que estava mais afastado do grupo, disse desacreditado naquele plano inteiro – vocês já pararam para pensar que talvez seja isso que ele quer?

— Já

— E mesmo assim vão entregar Ariel como alimento para leões?

— Eu escolhi isso – Ariel chegou perto dele

— Não vamos falar sobre isso novamente

— Você não pode simplesmente querer...

— Eu não posso perder você! – Ariel suspirou

— Me deixem falar com ele a sois, por favor

— Ariel...

— Por favor – Haziel foi o primeiro a sair, logo em seguida todos que estavam na sala saíram menos Castiel e Sam – está tudo bem, podem sair – Sam saiu puxando Castiel consigo e fechou a porta atrás de si – Dean você...

— Você tem um pouco de noção no que pode levar isso tudo no final?

— Eu quero correr esse risco

— Pelo amor de Deus escute a si mesma! – os dois ficaram em silêncio. Dean suspirou e virou de costas para Ariel – Eu não posso falhar contigo novamente

— Você não vai – Ariel chegou perto dele, passou a mão pelas suas costas - vai acabar tudo bem e eu vou voltar ao que eu era antes. Eu não quero essa ‘graça’, eu não quero esse poder. Eu quero só voltar a ser a Ariel de antes – ele respirou fundo antes de virar de frente para ela e abraça-la. Ariel escondeu seu rosto e respirou fundo. Dean se afastou um pouco dela e segurou seu rosto, puxando para perto do teu

— Isso está errado

— Estamos indo para o inferno mesmo – ela disse sorrindo, tinha os olhos fechados e sentia a respiração dele em seu rosto – agora porque você esquece isso tudo, cala a boca e me beija de uma vez – Ariel sentiu a mão dele segurar sua cintura e seus lábios encostarem no dela. Ariel colou seu corpo no dele e aprofundou o beijo que começou calmo. Depois de um tempo os dois pararam ofegantes, Ariel sorria ainda de olhos fechados – não sei você mas parece que alguém está nos olhando

— Eu tenho a mesma sensação – os dois viraram o rosto para a porta. Sam, Castiel e Haziel olhava para os dois, os anjos pareciam confusos, Haziel depois de alguns segundos sorriu e Castiel continuou sério, agora olhava apenas para Dean que largou a cintura da menina na hora e se afastou. Sam sorria desde o começo

— Já era tempo

— Cala a boca – Dean disse para o irmão – vamos logo com isso antes que eu mude de ideia.