Falling escrita por Lohane Pinheiro


Capítulo 15
Capítulo XVI - I can't shake this feeling now


Notas iniciais do capítulo

Feriado e finalmente um capítulo novo!
Desculpe por não ter postado no domingo mas eu não consegui finalizar o capítulo, hoje eu peguei o dia para escrever e o capítulo ficou tão grande que eu tive que dividir ele em duas partes, sim, o final desse capítulo não é só isso, terá a continuação no próximo que eu to terminando de finalizar, talvez eu poste ainda hoje, talvez.
Uma novidade, a capa da fanfic mudou vocês viram? Não ficou perfeita (porque eu tentei fazer) mas ta de boas KJSDFJSDLKFJSKLJ espero que tenham gostado e... vamos lá!



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Atlanta, Outubro de 2006

Ariel chegou no local marcado, não tinha visto ninguém conhecido ainda e achava que seus colegas de turma tinham pregado uma peça com ela falando que iria estar no local mas não estavam. Bem, ela não foi a única, ao fundo do bar um homem de óculos olhava para os lados toda hora, ela achava aquilo em Owen estranho mas ao mesmo tempo engraçado, ele parecia estar com medo de tudo a todo tempo.

Ariel chegou devagar perto dele e cutucou seu ombro, Owen se virou depressa e se levantou ficando de cara com a menina

— Me desculpe, eu não deveria ter feito isso, você parece apavorado

— Eu não... me desculpe – ele se sentou novamente, agora estava sem graça. Faziam 2 anos que Ariel tinha ido estudar na América, tinha decidido depois da morte do pai, aquele país lembrava seu pai em cada canto, sem sombras de dúvidas ela iria demorar bastante para voltar para a Inglaterra – acho que eles não vão vir

— Eu tenho certeza, eles não prestam – era aniversário da menina, ela estava fazendo 21 anos naquela noite e os colegas decidiram sair para comemorar, bem, como ela estava percebendo, o único que levou a ideia a sério tinha sido ela e Owen  - okay, eu não quero passar meu aniversário em branco então... vou começar com as bebidas tudo bem?

— Eu não bebo

— Hoje vai beber, nem que seja um gole. Vamos lá, coragem – ela sorriu batendo de leve no ombro do amigo. Ariel se levantou e foi em direção do bar, Owen ficou no mesmo lugar, olhando para ela de longe. Ele começou a ouvir uma voz conhecida ao fundo e balançou a cabeça para afastá-la. Ouviu outra vez e resmungou baixo balançando a cabeça mais uma vez, ele sabia quem era, sabia muito bem o que era para fazer mas simplesmente não tinha coragem, ela parecia inofensiva ‘você quer sempre ser o número 2 seu idiota?’

— Pare – ele disse baixo e colocou a mão na cabeça disfarçadamente, como se tivesse tendo uma dor de cabeça normal. Viu Ariel voltando para a mesa e tentou ficar normal, a voz ainda sussurrava dentro de sua mente mas ele se desligou dela por um instante – eu disse que...

— Meu aniversário, por favor – ela entregou para ele um copo com uma dose pequena e virou o dela em um gole só – vamos! – Owen respirou fundo e, também em um gole, virou a dose inteira – isso porque você não bebia

— Cala a boca – ele sorriu – acho que eles estão chegando – Ariel virou para aonde Owen olhava e seus colegas vinham sorrindo, todos pareciam já estar bêbados e apontaram para ela

— Meu Deus, a noite ainda nem começou

— Boa sorte, vamos precisar – Owen disse sorrindo e se levantou para falar com os que tinham acabado de chegar.

A noite foi passando, Ariel e os amigos estavam tontos e Owen tentava se controlar, por dentro e por fora, tinha bebido mais do que podia e isso não podia acabar bem.

— Okay, Ariel, desafiamos você a beijar o nosso Vegas Boy

— Não, gente! – Owen disse rindo – pelo amor de deus vocês são ridículos

— Vai negar que nunca quis isso Owen?

— Não, eu só...

— Viu, ele quer – Ariel rolou os olhos

— Sinceramente, vocês são ridículos – ela se levantou, foi até Owen e segurou seu rosto o beijando. Owen não teve reação nenhuma de começo mas com o tempo foi envolvendo seus braços em sua cintura e aprofundou mais o beijo. Ariel estava gostando, sorria entre o beijo e se sentou no colo do amigo. Os outros assobiavam e comemoravam o que estava acontecendo. Os dois se separaram e Ariel jogou um guardanapo amassado na cara de um deles – cala a boca idiotas!

— Já era tempo! – todos riram. Beberam um pouco mais até terminarem a comemoração e todos saírem juntos andando pelas ruas já desertas da cidade. Ariel ia abraçada com Owen e os outros iam espalhados. Cada quadra um se separava, Ariel e Owen permaneceram juntos até chegar a quadra aonde Ariel morava

— Não ligue para eles okay, eles são idiotas

— Está tudo bem – ele sorriu, aquela voz gritava na sua cabeça, ele ignorou ela mais uma vez naquela noite – eu preciso...

— Eu também, amanhã eu tenho certeza que eu vou acordar com ressaca – ela sorriu e se aproximou do rosto do amigo. Owen pegou seu rosto delicadamente e depositou um beijo rápido em seus lábios. Ariel o abraçou e, antes de se afastar, deu outro beijo.

Owen foi andando até uma rua aonde passava alguns taxis e pegou um até a sua casa que era mais afastada. No caminho veio lutando com a voz em sua cabeça. Externamente ele parecia normal, internamente ele estava sendo derrotado dolorosamente por uma versão pior dele.

Outubro de 2016

Ariel tinha acabado de entrar no bunker, os dois pareciam muito concentrados para perceber que ela tinha chegado, como sempre. Sam lia alguma coisa no notebook enquanto Dean tinha um livro grosso demais aberto. Ariel sorriu e passou por eles.

— Espera – ao ouvir a voz de Sam ela parou e se virou para eles – gostei do cabelo – Ariel tinha o cabelo mais curto agora, tinha se dado de presente

— Estava enjoada do outro, sabe, aniversário é um bom dia para fazer mudanças – ela sumiu na cozinha. Sam olhou para o irmão e os dois se levantaram seguindo-a

— Seu aniversário? E você não fala nada?

— É uma coisa boba para o momento que estamos passando agora okay? Relaxa – ela disse sorrindo e guardando algumas coisas na geladeira – é sério, quanto tempo vocês não veem o que está bom ou não aqui dentro? – eles não souberam responder – deixa para lá, melhor não responder – ela pegou um pote pequeno e, com uma careta, jogou no lixo – então... encontraram alguma coisa?

— Não – Sam puxou a cadeira e se sentou olhando para ela – estamos sem nenhum sinal deles a 3 meses e isso já está começando a ficar estranho demais

— Talvez eles tenham resolvido antes de você cometer um suicídio – Dean estava encostado na parede com os braços cruzados. Ao ouvir aquilo, Ariel se virou para o mais velho e suspirou

— Não começa okay? – ela mexeu no cabelo e puxou, também, uma cadeira para si - eu estou com medo. Da última vez que Owen sumiu desse jeito sabemos muito bem no que deu quando ele apareceu novamente – ela disse olhando para Dean

— Eu te julgaria uma tola se você não estivesse com medo – disse Sam estendendo as mãos e segurando as mãos dela – estamos vendo algum meio possível de encontra-lo, vai ficar tudo bem

— Eu espero que sim – ela respirou fundo e se levantou novamente – eu vou... eu vou para o meu quarto preciso pensar um pouco. Ah! Não se preocupem em fazer alguma coisa para o dia de hoje, não é preciso, é sério

— Como você...

— Está escrito na sua cara em neon Dean, esquece isso – ela sorriu e saiu da cozinha deixando os dois sozinhos.

—x-

Ariel não tinha pesadelos a dias, algumas vezes tinha sonhos estranhos mas nada com aquele seu reflexo. Dessa vez era, novamente, com sua mãe. Ela agora não estava cozinhando, ela estava arrumando a sala para algum tipo de comemoração, uma festa infantil. Ariel ligou as imagens a sua lembrança mais feliz, sua festa de 6 anos. Aurora tinha arrumado tudo com flores, o quintal da casa em Londres tinha ficado com alguns banquinhos de madeira e algumas mesinhas com comidas. Seu pai estava presente no dia, aquele sim tinha sido um dia feliz.

Ela olhou para os lados e viu o anjo ao seu lado. Ariel se assustou com a presença dele repentina

— Lembrou que tem alguém que você protege?

— Eu não... É o bunker, eu não consigo simplesmente...

— Não me venha com essa desculpa, você já conseguiu outra vez – ela cruzou os braços e suspirou – eu estou com medo

— Eu sei. E está em seu total direito de estar com medo. Ariel, essa missão é suicida, você não pode...

— Quem está falando isso? Você ou sua chefe? – ela olhou par ao anjo, Castiel olhou confuso para a menina a sua frente – deixa para lá – ela olhou para frente e sua mãe sorria abraçada com seu pai, Ariel sorriu e sentiu os olhos encherem de lágrimas – porque você apareceu?

— Preciso te passar uma mensagem – ela se virou para ele – você... – ele olhou para a menina mais uma vez com confusão – espera...

— O que?

— Ariel você... – a menina acordou, Ariel olhava para os lados e, ao ver que não tinha ninguém ali, bateu com raiva no colchão

— Droga – ela cruzou os braços, ainda estava deitada, olhava para o teto e respirou fundo. Aquela era uma das melhores lembranças que ela tinha, sua avó estava naquela festa, alguns dias depois ela faleceu, muito mais importante, o seu pai estava ali. Era um presente, era seu subconsciente dando-lhe um presente, um motivo para continuar ali.

Não era como se ela sentisse sono, a mente dela levava ela para lugares longes, para lembranças que ela pensava que tinham se perdido em algum momento de sua vida. Era estranho, parecia que ela estava dormindo mas não estava. Ela não estava dormindo direto já tinha 2 meses.

Ainda estava cedo, ao andar pelo corredor ela ainda ouviu as vozes dos irmãos. Os dois pareciam discutir sobre algo e não era sobre ela, ela não tinha escutado o seu nome em nenhum momento, era sobre Dean, e sua marca. Ela se encostou na parede próxima e conseguiu escutar com mais clareza a conversa. Eles tinham encontrando alguma coisa mas era arriscado, Ariel sabia muito bem como iria terminar, eles dois iriam começar a brigar e não iriam resolver nada no final de tudo. Ficou tudo em silêncio e um barulho de duas armas foi escutado, Ariel saiu de onde estava e Haziel estava de braços erguidos mais a frente.

— Vocês podem parar – Ariel passou pelos dois e foi até o anjo – então...

— Já chegou a hora, vamos amanhã. Hoje é seu aniversário então, só aproveite – ele sorriu – hm, eu não sei muito bem como isso funciona então... eu só... aqui – ele entregou uma caixa preta e pequena nas mãos da menina

— Não precisava, é sério – ela ao abrir a caixa, viu um colar com um símbolo como pingente

— É uma proteção, atrás dele tem alguns escritos em enoquiano. Se tudo sair como planejado, você vai precisar dele – Ariel abraçou o anjo, Haziel não soube como reagir e deu alguns tapinhas nas costas da menina – não sou de abraçar

— Eu imaginei – ela sorriu e se afastou dele – obrigada

— Vocês demoraram esse tempo todo para...

— Dean, como você, eu não quero arriscar a vida dela. Precisamos ser perfeitos e um plano demorado como esse é a nossa chance. Espero que vocês estejam prontos para amanhã, a vida dela estará em suas mãos novamente – ele sumiu novamente

— Às vezes ele parece mais seu guardião do que o Castiel

— Para com isso – ela fechou a caixa e colocou em cima da mesa – então, quando vocês iam me contar sobre a solução para essa marca?

— Se pudesse? Nunca – Dean passou por ela sem olha-la

— Dean eu já te disse que...

— Não, Ariel, você não pode ajudar – agora foi a vez de Sam falar – você já tem problemas demais para colocar mais um na sua lista. Vamos resolver isso depois. Você vai sair ilesa dessa e tudo isso vai acabar, tudo vai voltar ao normal

— É nessa ilusão que eu estou me apegando – ela saiu dali. Ao entrar no quarto só encostou a porta e colocou a caixa em cima da cama. Ela ficou em silêncio por uns segundos até cair de joelhos no chão e colocar a mão na cabeça. Chorava compulsivamente mas sem fazer barulho algum, não queria chamar a atenção de ninguém até ali. Ariel se sentia uma bomba relógio, uma granada, que qualquer pessoa que se aproximasse dela morria, foi assim com o seus pais, foi assim com todos que ela conhecia, seja a morte da pessoa natural ou não, ela agora tinha essa culpa nas costas, mesmo que ela não fosse sua.

A menina olhou para a porta na hora que ouviu três batidas de leve na mesma, ela se levantou, limpou o rosto rapidamente e abriu a porta. Não queria que ele visse ela naquele estado, chorando, fraca. Ariel tinha demonstrado nesse espaço de tempo que conseguia ser forte, que não era uma menina frágil e, naquele momento ela mostrava isso, e mostrava para a última pessoa que ela queria.

— Você...

— Eu só... aniversários me deixa emotiva, é só isso. Me desculpe – ela virou de costas e passou rapidamente a mão pelo rosto, secando as últimas lágrimas que desciam pelo mesmo – depois da morte da minha mãe, acho que isso só vai piorar.

— Justo – Ariel, que estava de frente novamente para Dean, sorriu e se sentou na cama, não conseguia manter seus olhos no homem a sua frente, não queria demonstrar que ela estava frágil – olha, isso tudo é uma loucura, eu sei. Eu não sei como ainda estou deixando isso seguir em frente. A minha vontade é de fazer você desistir disso de uma vez por todas.

— Eu já disse, é minha escolha – ela sustentou o olhar dele – é minha chance de mostrar que eu sou corajosa – ela sorriu – eu não quero ser obrigada a ver aquele idiota matar todos vocês. Eu certamente não veria isso já que seria a primeira vítima dele, mas... droga – Ariel sentiu sua voz embargar, respirou fundo e continuou a falar – eu só quero que isso acabe. Eu só quero a minha vida de volta eu só... quero ser livre para eu ficar com a pessoa que eu quiser, de ter a vida que eu quiser, sem ninguém interferindo em minhas vontades ou me controlando. Eu só quero voltar a ser Ariel Smith e não um objeto de preservação. Eu só quero ter uma chance de viver – ela suspirou e fechou os olhos, não demorou muito para ela sentir alguém envolvendo ela em um abraço. Ao sentir o perfume dele, Ariel o apertou ainda mais, conseguia se sentir estranhamente segura com ele ali com ela, mesmo depois de tudo. Os dois se afastaram, Ariel ainda tinha lágrimas nos olhos, Dean segurou seu rosto e beijou-a.


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Notas finais do capítulo

Não vou falar muita coisa, vejo vocês no próximo ;)



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