Escarlate escrita por LSN


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Quando Susan acordou, não viu a vampira, mas havia uma pilha de roupas limpas e um bilhete, escrito numa letra delicada:

 

Achei que gostaria de se trocar quando acordasse. O banheiro fica a direita. Quando terminar, nos encontre na sala. É só seguir o corredor.

Agatha.

 

A garota pegou as roupas e foi tomar um banho. Sua cabeça continuava cheia de coisas e ela só pensava em sair dali. Por mais que odiasse a lembrança de Elliot a abandonando, ela precisava ver se ele estava bem, se havia conseguido. Não conseguia parar de pensar nele e aquilo estava a deixando louca.

Saiu do banho e se surpreendeu ao notar que as roupas caíam muito bem nela, quase como se tivessem sido feitas sob medida. Seguindo as instruções do bilhete, seguiu pelo corredor até a sala onde havia acordado na noite passada. Quando chegou, viu Melinda deitada no sofá assistindo um filme e a ouviu reclamando algo sobre a tv ser muito pequena e precisar comprar uma nova. O vampiro com aparência um tanto nerd, que ela acreditava ser Daniel, estava jogando video game. Agatha voltava de um cômodo, com uma pequena bolsa transparente em sua mão.

— Susan! Vejo que leu o bilhete. Fico feliz que as roupas tenham lhe caído tão bem. Luke, você fez um excelente trabalho – disse, sorrindo para o rapaz. Ele parecia com receio de falar com a novata. Vendo o olhar confuso de Susan, a vampira completou – ele ajustou essas roupas para você. Eram minhas, espero que não se importe. Nós compraremos roupas novas para você em breve.

— Obrigada, Luke – disse Susan. Agora que a confusão havia diminuído e ela sabia que não seria mais um almoço para eles, sentia-se mal pelo jeito como havia tratado o rapaz – Ficaram ótimas.

O rosto do rapaz iluminou-se e logo ele estava sorrindo para ela assim como fez quando a viu acordar. Susan não conseguiu evitar achá-lo adorável.

— Susan, bom te ver – Melinda a saudou, por cima do sofá – Quer comer? Tome – A vampira jogou para ela uma pequena bolsa, idêntica a que Agatha segurava. Susan olhou mais de perto e viu o líquido vermelho dentro da embalagem transparente. Sentiu-se zonza e achou que ia desmaiar, mas procurou se acalmar. Ela já devia ter imaginado.

— Não, eu... não estou com fome. – disse colocando a bolsa em uma mesa, enjoada.

— Entendo. Talvez você só precise de mais um tempo. Agatha e Luke, podem levá-la para dar uma volta? É bom que ela se familiarize com os arredores e talvez isso abra seu apetite. Não é normal uma recém nascida não sentir fome.

Durante a caminhada, Luke falava animadamente sobre os animais ao redor e que planejava fazer um pequeno jardim ali perto. Agatha acompanhava, apontando para lugares que tinham uma vista panorâmica ou simplesmente a explicando que tipo de construções as muitas ruínas que existiam por ali tinham sido no passado. Susan ouvia em silêncio. Ela sabia que aquele era o momento perfeito de dar um jeito de voltar para casa.

— Isso aqui era uma lanchonete? – disse, fingindo interesse – eu sempre adorei esse tipo de lugar. Vou dar uma olhada. Ei, vocês podem pegar a minha câmera? Eu, uh, gosto de fotografia e queria tirar umas fotos. Tá na minha mochila. Eu acho que ela tá na sala.

Agatha foi buscar a câmera enquanto Luke decidia, em um terreno plano que acabara de notar, qual seria o tamanho de seu jardim.

Quando a vampira voltou, não viu sinal da novata. Perguntou para o vampiro e ele arqueou as sobrancelhas, dizendo que ela realmente não havia voltado das ruínas. Agatha soube instantaneamente o que estava acontecendo.

— Ela foi atrás dos humanos – disse, logo tomada por uma mistura de pavor e pena. Ela sabia que a garota estava confusa, mas não achou que iria tão longe a ponto de fugir. Ela sabia o quanto aquele lugar era perigoso para se estar sozinha e sentiu uma pontada de medo – Eu preciso encontrá-la.

— Bom, isso não vai ser tão difícil. – Disse Luke, olhando para baixo - A novata se alimentou alguma vez desde que nasceu?

Um tremor desceu pela espinha da vampira. Ela sabia exatamente o que aquilo significava. Sem dizer uma palavra ela disparou floresta adentro, guiando-se por qualquer resquício do cheiro de Susan no ar. Não sabia quanto tempo havia se passado em sua procura quando encontrou o corpo imóvel em uma sala decrépita do que parecia ser a secretaria de uma escola. Se seu coração ainda batesse, certamente teria parado por um segundo naquele momento.

— Não – sussurrou de novo e de novo enquanto colocava a garota sentada de costas para a parede da velha sala.

Sentou-se em seu colo e afastou os cabelos, expondo seu pescoço pálido e os dois pequenos furos que caracterizavam o que ela era. Com a mão direita, guiou os lábios da garota para seu pescoço e implorou mentalmente que os instintos recém adquiridos de Susan não falhassem naquele momento.

Mas nada aconteceu.

— Vamos, Susan – sussurrou, com a angústia apertando sua garganta – Vamos. Por favor.

Não adiantava. O corpo da garota continuava imóvel junto ao seu. Tomada pelo desespero, olhou pela sala e encontrou uma mesa metálica contorcida. Arrancou um pedaço e passou a lâmina em seu pescoço. Sangue começou a surgir do pequeno corte, e ela voltou rapidamente para Susan, aproximando seu rosto do ferimento. Era a única coisa que poderia fazer, uma vez que ela já estava muito fraca e arriscar levá-la para casa antes que ela tivesse qualquer tipo de alimentação poderia matá-la.  

De repente sentiu um pequeno movimento da cabeça da novata e em pouco tempo os lábios da garota encontraram o fino corte em seu pescoço. Sorrindo de alívio, fechou os olhos e apenas sentiu.


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Notas finais do capítulo

E aí gente, o que estão achando?
Desculpem o capítulo meio fraquinho. A história tá só começando, então não me abandonem hehe. ♥
Até a próxima!



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