Escarlate escrita por LSN


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Heya, pessoal!
Como será que Susan lidou com a sua primeira experiência com sangue como vampira recém nascida?
Boa leitura!



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Tudo estava escuro para Susan. E louco, completamente louco. Em um momento ela estava com Elliot no conforto do refúgio, e agora estava na completa escuridão. Logo notou, porém, que não estava realmente escuro, ela apenas não conseguia abrir os olhos. Eles estavam cansados, pesados. Todo o seu corpo estava. Não conseguia mexer um dedo, mesmo que lutasse para isso.

Então ela percebeu que não estava completamente imóvel. Ela estava... bebendo? Como isso é possível se eu nem consigo abrir os olhos?, pensou. Mas definitivamente era isso. E estava com muita sede. Mais que isso, estava sedenta como quem corre uma maratona em um dia quente de verão. Mas o que era aquilo? Não conseguia decifrar o gosto. Não era água, mas a saciava tal como se fosse.

Lentamente, começou a sentir suas forças voltando. Começou a conseguir movimentar os dedos, e logo já cerrava e abria os punhos. Percebeu que já conseguia movimentar os braços quando estes, involuntariamente, num movimento preciso guiaram suas mãos até uma superfície suave, agarrando com força.

Isso é pano?

Enquanto imaginava do que se tratava a textura, ouviu um barulho que fez todos os pensamentos pararem. Um grito? Alguém se machucou? Alarmada, várias coisas passaram na sua cabeça. Mas agora, com a mente mais clara, percebeu que tinha sido baixo demais para realmente ser um grito. E não parecia exatamente de dor.

Um gemido?

Como em um estalar de dedos, a mente de Susan passou de levemente acordada para um estado de completo alerta. Ela se lembrou de tudo. De ficar para trás, dos vampiros, da transformação, de ter fugido para encontrar os outros refugiados, da tontura súbita e... do vazio. E então ela abriu os olhos – com as pupilas vermelhas como o sangue de Agatha.

Quando tomou consciência do que estava acontecendo e afastou seus lábios do pescoço da vampira, a primeira coisa que sentiu foi nojo. Uma repulsa que a deixou completamente nauseada. Empurrou a vampira para longe de si e, para sua completa surpresa, ela caiu com o impulso como um... Bom, como um saco de cimento pálido. Automaticamente ajoelhou-se diante dela e virou seu corpo de frente.

— A-Agatha? Você tá bem?

O corpo pálido, movimentando-se lentamente, olhou para ela e deu um sorriso cansado.

— Estou. – respondeu, com a voz rouca.

 Aliviada, a novata a ajudou a se sentar e sentou-se ao lado dela.

— O que diabos você tava fazendo? – Perguntou, olhando para baixo, envergonhada e ainda um pouco nauseada.

— A alimentando. Você passou várias horas sem se alimentar e como você é muito nova, o seu corpo não conseguiu se manter de pé. Humanos também têm hábitos alimentares, não?

— É claro que sim – respondeu, empertigada – Mas eles não incluem... Isso.

— Sangue. – A vampira completou, suavemente.

— É. Que... que nojo. – Colocou as mãos em seu rosto, completamente perdida naquela situação.

Agatha observou sua reação com calma e esperou algum tempo antes de completar – Mas o gosto não é ruim, é? Agora que você é... – antes que pudesse completar, Susan cortou sua fala, incomodada.

— Eu não senti o gosto de coisa nenhuma! Nem sabia o que eu estava fazendo. – respondeu, irritada.

— Ah – respondeu, cautelosa. Com um sorriso brincalhão, completou -Quer experimentar mais um pouco, agora que está nos seus perfeitos sentidos?

A garota arregalou os olhos e levantou-se bruscamente – Não! Você enlouqueceu?! – Deu um passo para trás, pronta para sair correndo.

— Foi só uma brincadeira – respondeu, rindo baixinho – Até porque eu já estou no meu limite, não aguentaria mais.

De repente, Susan percebeu algo que tinha passado despercebido até o momento: Agatha tinha realmente entregue seu sangue para reanimá-la. Olhou para ela com mais cuidado e então notou algo que a fez parar.

— Seus... olhos – Disse, observando os olhos da vampira que, outrora de um vermelho vivo, agora não passavam de um rosa fosco.

A vampira sorriu e balançou a cabeça

— Não se preocupe. Assim que eu me alimentar eles voltarão ao normal. Logo ficarão escarlates, assim como os seus agora – respondeu, sorrindo docemente para ela.

O silêncio se seguiu por alguns minutos, cada uma com seus pensamentos. Então, Susan o quebrou.

— Desculpe – Falou quase que num sussurro, olhando para uma rachadura na parede da velha sala – Você me salvou e eu... Eu te joguei no chão.

— Está tudo bem. Eu imaginei que seria pior, para ser sincera – Dando um sorriso amplo agora que estava mais recuperada, continuou – Achei que você me mataria quando entendesse o que estava acontecendo. Que me mataria de verdade.

— Então porque fez essa loucura? Você realmente poderia ter morrido! – respondeu a novata, nervosa. Se ela não tivesse parado ou mesmo tivesse tido um acesso de fúria, Agatha estaria fraca demais para fugir. A ideia a fez sentir a vontade de abraçá-la, mas ela preferiu se controlar.

Agatha levantou-se do chão, um pouco cambaleante e Susan a apoiou com os braços. Sua expressão cansada demonstrava o quanto o feito havia a deixado abatida. Já de pé, seus olhares se cruzaram. A vampira hesitou, a respondendo com um sorriso tímido.

— Eu acho que não me importaria se fosse por você. 


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Notas finais do capítulo

Até a próxima! ♥



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