Escarlate escrita por LSN


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Heya, lindxs!
Desculpem :x Ontem realmente não deu pra postar.
Mas aqui vamos nós. Boa leitura! :D



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Após o incidente, a relação entre as duas ficou abalada. Trocavam poucas palavras e não conseguiam conversar ou agir naturalmente quando estavam por perto uma da outra. Susan sentia-se confusa, não conseguia não pensar em Elliot, mas o afastamento repentino das duas a deixava triste e com uma ansiedade estranha. Agatha manteve-se absorta em seus livros por vários dias, trancada em seu próprio mundo.

Uma noite, quando saiu da casa para organizar os pensamentos, foi surpreendida pela voz grave e amigável de Jhonny.

— Agatha, que surpresa. É difícil encontrar você fora do quarto e dos seus livros – sorriu gentilmente

— Olá, Jhonny. A noite está linda e eu desejei aproveitá-la um pouco. Senti falta do ar do verão. E você, o que está fazendo por aqui? – respondeu, devolvendo o sorriso terno. Ela gostava de Jhonny como um irmão, eles sempre se deram bem.

— Estava procurando uma área aberta o suficiente para ensinar rugby a Luke. Finalmente consegui fazê-lo querer experimentar e preciso ser rápido antes que ele desista de novo – disse, dando um breve sorriso. Observou a vampira por um instante e completou – O que há? Você parece um tanto desapontada. E isso não é de hoje.

Fitando o vazio, Agatha manteve-se em silêncio, sem saber o que dizer. O vampiro, que a conhecia bem, resolveu quebrar o silêncio.

— Algo a ver com Susan, eu suponho – A afirmativa a fez piscar, fazendo-o entender imediatamente. Ele sentou-se e gesticulou para que ela fizesse o mesmo – Quer falar sobre isso?

No começo, ela não queria falar sobre aquilo. Não queria expor seus medos e tristezas. Mas aquela dor a atormentava a tantos dias que ela não conseguiu manter dentro de si. Falou para Jhonny tudo que sentia por Susan, e tudo que a novata sentia pelo humano. Eles conversaram por horas e quando terminaram, por mais que ele não houvesse notado as coisas se encaixando para a vampira, a partir dali ela sabia exatamente o que deveria fazer.

***

— Nós vamos a praia! – Luke cantarolou, saltitando.

— Errado, nós vamos procurar comida nos arredores – Completou Amber, enquanto arrumava sua parafernália de caça.

— Mas nós vamos passar pela praia também. Isso também significa ir à praia – O rapaz respondeu, imperturbável. Amber resmungou algo sobre não saber por que ele precisava ir junto.

— Ah, céus – Melinda interveio, rabugenta – Vocês podem entender como uma caça nos arredores da praia ou uma noite na praia procurando animais, está bem? – completou respondendo aos dois, como sempre encerrando a discussão.

— Susan, segure – Amber jogou uma bolsa marrom em formato retangular para a novata. Dentro havia uma aljava de flechas. – Pegue seu arco, hoje você deve usar o que aprendeu. – Animada, Susan pegou seu arco e o grupo saiu.

O percurso, diferente do que a novata pensou, não foi nada tedioso ou cansativo. Logo descobriu que seu novo corpo aguentaria andar por dias sem mostrar sinal de cansaço. E, além disso, o tempo passava rápido com as conversas do grupo. Sendo mais específica, com a conversa do animado Luke.

— Sabe, acho que nós deveríamos ter um gato – Afirmou o rapaz, convicto.

— Eu não sabia que você gostava de gatos, Luke – comentou Susan.

— Se ele gosta? Se dependesse dele, nós nadaríamos em gatos – Completou Amber, com um suspiro.

Luke, que já estava acostumado com as respostas desagradáveis da ruiva, não se deixou abalar.

— Se eu tiver um algum dia, o chamarei de Hector.

— Hector? – Amber arqueou uma sobrancelha, com desdém – Por que Hector? Por que não um nome mais interessante, como Nefasto ou Hades?

— Eu gosto de Hector – respondeu Jhonny simplesmente, fazendo Luke sorrir involuntariamente.

— Bom – emendou Amber, pigarreando – Eu também queria um bichinho, mas Melinda nunca permitiu.

— E por que não? – Perguntou Susan, subitamente curiosa.

— Por que ela é cruel e insensível – Respondeu Amber, teatralmente.

— Porque na noite em que eu acordasse e desse de cara com uma tarântula dormindo ao meu lado no travesseiro, Amber – Melinda interveio – aquela casa iria abaixo em dois segundos. Com aranha e tudo.

— Mas... Mas você é uma vampira! – Respondeu Amber, irritada.

— Exatamente. Uma vampira. Não uma apresentadora de documentário sobre a vida na selva. – Completou, fazendo todos – exceto Amber – caírem na gargalhada.

Em pouco tempo eles estavam na praia. Começaram a decidir como fariam suas buscas. Melinda decidiu subir a montanha ao leste junto com Amber a procura de uma visão melhor da área, enquanto Luke e Jhonny ficariam para trás um pouco, enquanto o vampiro musculoso aguardava pacientemente o doce Luke ter sua tão esperada noite na praia. Susan e Agatha aguardariam ali até que as duas caçadoras voltassem com as rotas.

Susan sentiu o olhar de Agatha enquanto treinava com seu arco. Olhou rapidamente e voltou-se para a mira, errando o alvo. Suspirou. Sabia que aquela situação não podia continuar. Colocou o arco em seu ombro e foi em direção da vampira. Quando ia começar a falar, ouviu um grito ao longe. Aquela voz despertou todos os músculos de seu corpo, como se tivesse levado uma descarga elétrica. Mesmo que mil anos se passassem, ela ainda conseguiria distinguir aquela voz.

— Elliot!

***

Ao ouvir a voz, Susan partiu em disparada bosque adentro, sem hesitar. As caçadoras também ouviram o barulho no meio do caminho para as montanhas.

— O que foi isso? – Perguntou Amber, sem saber distinguir o barulho. Melinda, porém, com sua maior experiência sabia exatamente o que deveria ser.

— Problemas. Vamos voltar agora.

***

Guiada por sua audição, Susan logo encontrou a origem do barulho. Ela não estava errada, era realmente Elliot. Sua roupa estava cortada e ele estava no chão, lutando para tirar uma pedra imensa de cima de sua perna direita. A garota correu em sua direção para ajudá-lo.

— Su... Susan? – O rapaz a olhou, incrédulo.

— Tá tudo bem agora. Como diabos essa coisa caiu em você? – Perguntou, esforçando-se para tirar a rocha de cima do rapaz.

— Não... Não fui eu que fiz isso. Foi... Ele. – respondeu, tremendo e apontando para a esquerda.

Quando virou-se na direção que o rapaz mostrou, encontrou um vulto pálido. Seu primeiro desejo foi atacar, mas em seguida viu mais dois corpos saindo das sombras.

— Ora ora, que prazer em revê-la, jovem milady. – disse o primeiro vulto. O vampiro tinha cabelos negros e uma voz sedutora, era tudo que ela conseguia discernir. A confusão nos olhos de Susan o fizera continuar, com um tom de desculpas – Perdoe-me, devia ter presumido que a senhorita não lembraria de mim. Como poderia? Digamos que eu estava presente na noite da sua transformação.

De olhos arregalados, a novata lembrou-se das palavras de Melinda: “Foram vampiros de outro bando. Nós os afugentamos e a trouxemos para cá”.

— Então... Então foi você? – Susan falou, trincando os dentes – Qual de vocês me transformou? Respondam!

— Transformar? – a risada do vampiro ecoou pelo bosque – Quando eu me aproximei de onde você estava, você já estava branca como mármore, minha querida.

A resposta do vampiro a deixou paralisada. Como aquilo poderia acontecer? Era lógico que não passava de uma mentira para tentar se safar. Enquanto organizava suas ideias, um dos vampiros a surpreendeu, jogando seu corpo contra uma árvore. Enquanto se recuperava do baque, ouviu passos e uma voz se aproximando mais e mais.

— É uma pena que você tenha cruzado nosso caminho num dia em que estamos tão famintos. Você é tão linda... – ela sentiu as mãos do vampiro, uma em seus ombros e outra puxando sua cabeça para a direita. No momento que sentiu o hálito apodrecido em seu pescoço, uma flecha de metal foi encaixada a centímetros da cabeça do vampiro, surpreendendo ambos.

— Solte-a. Não abuse da minha bondade. – Amber falou, com sua balestra apontada diretamente para ele. Melinda estava logo atrás.

O vampiro soltou Susan, com um sorriso. – Muito sagaz, minha jovem. Pena que todos nós temos surpresas para esta noite. – Amber olhou com desconfiança e arfou quando viu o terceiro vampiro sair da escuridão, segurando Daniel.

— Um rapaz corajoso. Quase conseguiu me emboscar quando tentei pegá-la, pena que não foi tão afortunado.

— Desgraçado. Solte-o! – A ira da ruiva apenas fez a risada do vampiro parecer mais viva.

— Detesto pessoas preguiçosas. Se você quer, por que você não vem pegar? – O sorriso convidativo do vampiro foi a gota d’água para a Amber. Ela se lançou contra o vampiro, fazendo-o soltar Daniel. O segundo vampiro tentou interceder, mas Melinda o atacou prontamente. Susan apenas observava, ainda em choque, mas sabia que precisava ajudar Elliot.

Levantou-se e alcançou o rapaz, retirando a pedra de sua perna com uma facilidade surpreendente, o levantando e planejando levá-lo para um lugar seguro. Ele sangrava muito e ela sabia que ele precisava de socorro médico imediato. Daquele momento em diante, as coisas aconteceram rápido demais. Enquanto procurava um abrigo, ouviu um barulho e um vulto enorme vindo em sua direção. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, viu o vulto ser arremessado para longe. Deixou Elliot próximo a um velho carvalho e seguiu na direção em que o vampiro foi jogado. Quando o encontrou, a visão a fez parar, de olhos arregalados.

O vampiro, já de pé, segurava Agatha, a enforcando com as duas mãos firmes em seu pescoço, mantendo-a suspensa contra uma árvore. A expressão da vampira era do mais profundo pavor. Tomado pela ira, o vampiro não ouviu a novata chegando.

— Então, você acha mesmo que pode me impedir de fazer o que eu quero? Vejo que você realmente não mudou em nada. Mas sua prepotência inútil acaba agora, – com uma breve pausa, o vampiro completou sua frase num tom afável que beirava a psicopatia – querida esposa.

Ouvindo aquelas palavras, Susan sentiu um ódio que jamais havia experimentado. Era como se seu corpo tivesse finalmente libertado todo o poder de destruição que existia dentro dela. Sentiu o desejo profundo de destruí-lo, de reduzi-lo a nada além de cinzas e sabia que era capaz. Fechou os olhos por um segundo e os abriu lentamente, focando seu único alvo. Naquele momento, ela tinha controle total de sua ira.

Avançou em direção ao vampiro, não vendo mais nada ao seu redor. Com um golpe preciso, acertou a orelha de seu oponente com o dorso do pé, fazendo-o soltar Agatha e cair para o lado, desnorteado. O corpo de Agatha também tombou para o lado, inconsciente.

Susan fechou seus punhos e esperou.


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Notas finais do capítulo

Inté! :3



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