Escarlate escrita por LSN


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

*entra desviando das estacas* Oi gente! :xx
Desculpem o sumiço! A vida tá uma loucura por aqui.
Mas não se preocupem. Escarlate tá firme e forte e vamos até o fim... que tá pertinho *cries* mas ainda não chegou. Não hoje, ehehe.
Boa leitura! :)



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Quando finalmente conseguiu se levantar e entender a situação, o vampiro a encarou incrédulo. Não conseguia acreditar que havia sido acertado por uma recém nascida, e ainda pior, por uma fêmea. Susan observava o vampiro com a expressão inalterada.

— Como você ousa? Sua vagabunda! Eu vou fazer questão de quebrar cada osso do seu corpo! – O vampiro correu em direção a Susan em disparada. No momento em que colocou suas mãos no pescoço da novata, ela segurou seus punhos e se jogou para trás, o desequilibrando. Usando o impulso do movimento e os pés, o arremessou contra uma árvore.

Agatha acabava de recuperar a consciência, embora por alguns instantes não conseguisse lembrar o que estava fazendo ali. Porém, o barulho do corpo contra a árvore e o grito abafado de dor do vampiro rapidamente a fizeram recuperar os sentidos. Viu Susan esperando-o levantar com os punhos cerrados e entrou em desespero. Tentou se colocar de pé, mas sentiu uma mão em seu ombro que quase a fez gritar, mas antes viu a mecha ruiva caindo em seu braço.

— Amber, ajude-a! – Choramingou, em pânico. A ruiva apertou delicadamente seu ombro, tentando acalmá-la.

— Está tudo bem, Aggy, ela vai ficar bem. Ela tem uma coisa que ele não pode combater – a caçadora olhou para a novata com orgulho – autocontrole e desejo de vingança.

A poucos metros dali, o vampiro arfou, irado e dolorido, mas partiu em direção da garota mais uma vez. Susan desviou-se do golpe e acertou-o com o joelho em cheio no estômago. Antes que o vampiro pudesse ter qualquer reação, ela o segurou pelos cabelos e, com uma rasteira, o fez girar no ar e cair de bruços. Naquele momento a voz de Amber ecoou em sua mente e acompanhou em seus movimentos seguintes, nítida como no dia de seu treinamento.

“Para matar um vampiro, você precisa fazê-lo sangrar. Um vampiro que esteja bem alimentado e saudável é praticamente imortal”

Susan sentou-se em suas costas e prendeu as mãos do vampiro enquanto ele se remexia em vão. Ele a havia subestimado e aquilo a tinha dado uma vantagem que ela não ousaria perder agora.

“Foque em seus pontos vitais: pescoço, pulso e nuca. Não se esqueça que nós temos uma recuperação muito mais rápida que a de um humano, então se você quiser matar um vampiro, faça isso rápido”

Com os dentes, Susan rasgou a carne do vampiro nos três pontos vitais, o fazendo grunhir e arfar. Olhou em sua volta, procurando algo que pudesse ser útil para seu último movimento. Só naquele momento ela notou Amber ali, junto a Agatha. A caçadora jogou algo em sua direção e ela pegou, prontamente. Era uma estaca de prata, mais uma das ferramentas de urgência da ruiva. A novata virou o vampiro de frente e prendeu seus braços com os joelhos. Quando ergueu a estaca, o vampiro quebrou o silêncio, numa voz que beirava o desespero.

— Espere! Por favor – Seus olhos iam da estaca para os olhos escarlates de Susan – Por quê? Nem sequer fui eu quem a transformou... Eu não fiz nada a você – Sua voz se tornava mais baixa e afável a medida que ele tentava seduzi-la com as palavras.

— Sim, você fez – Susan olhou profundamente em seus olhos, cujo tom já não passava de um rosa desbotado, e completou – há 537 anos atrás.

Sem hesitar, enterrou a estaca diretamente no coração do vampiro, que arfou e se debateu, grunhindo e sangrando até parar de se mover por completo. Estava acabado. Susan levantou-se e foi em direção às duas vampiras. Amber a recebeu com um pequeno soco no ombro, exalando orgulho.

— É assim que se faz. Se continuar assim, logo será uma excelente caçadora, novata.

— Isso significa que já posso usar uma balestra também? – falou, com um sorriso brincalhão.

— ...Vamos por partes, sim? – Respondeu a caçadora, fingindo mau humor e sorrindo em seguida. – Ah, e o seu humano está sob os cuidados de Melinda. Acho que é hora de dar algumas explicações a ele.

Susan fez que sim e saiu em direção a onde o havia deixado, sabendo que o olhar de Agatha a acompanhou até que ela afastou-se o suficiente para ser perdida de vista. Chegando lá, encontrou o rapaz, com a perna enfaixada e tomando água.

— E ai, como você tá? – Falou, procurando agir o mais normalmente possível. Já bastava de surpresas para um humano aquela noite. Melinda, vendo que a novata havia chegado, levantou-se sem dizer nada e deu privacidade aos dois, indo ao encontro de Agatha e Amber.

Ele, porém, não conseguiu esconder a surpresa em vê-la.

— Su, é você mesmo – Seu olhar, antes assustado, tornava-se cada vez mais calmo – Eu não imaginava que... Eu achei que tinha te perdido pra sempre. – Seu rosto, agora coberto por uma barba que não existia quando ela era humana, estava cheio de tristeza – Eu sinto muito. Você não imagina quantas vezes eu quis mudar o passado, o quanto... eu me odiei por ter permitido que aquilo acontecesse. Eu sei que agora as coisas estão bem malucas, mas eu não ligo. Eu quero ficar com você e corrigir os meus erros. Eu te amo, Su. Sempre te amei.

Susan sentou-se ao lado do rapaz e eles conversaram por horas.

***

Quando terminaram já era quase 2 da manhã e o rapaz estava exausto. O levaram de volta a seu grupo e, com ele explicando o incidente e Susan aparecendo para o resto de seu grupo, as coisas não ficaram hostis. O líder, um senhor barbudo e de aparência firme, reconheceu Susan automaticamente e, mesmo com alguma hesitação, foi o primeiro a aceitar a situação.

— Muito obrigado por devolver o nosso Elliot. Nós gostaríamos de oferecer algo em troca. Sei que nossa espécie não dispõe de tantos atributos como a de vocês, mas se existir alguma coisa em que nós pudermos ajudar, o faremos de bom grado.

— Na verdade – Melinda interveio, com um sorriso diplomático – existe sim.

Foi decidido que os humanos entregaram parte de seu rebanho e os dois grupos traçaram áreas para a criação e abate dos bichos. Decidiram, ainda, que o sangue dos animais do limite humano seria entregue aos vampiros, e estes, em troca, cederiam a carne de seus animais. A troca seria feita através de Susan, que conhecia bem os dois grupos e não representava perigo para nenhum deles.

Com todos os detalhes acertados, os vampiros retornaram a sua casa. Melinda tratou de jogar-se em seu sofá, completamente satisfeita, enquanto Luke e Jhonny a seguiam, querendo ouvir sobre o que havia acontecido. Amber seguia para seu quarto quando viu Daniel. Ela segurou o rapaz de pela gola da camisa, o fazendo estremecer.

— Escuta aqui seu imbecil. Nunca mais, nunca mais se arrisque desse jeito – disse e, puxando o rapaz para os seus lábios num beijo urgente, completou – ou então eu mesma vou acabar com você.

Luke e Jhonny observaram boquiabertos, enquanto Melinda sorriu, revirando os olhos. Agatha estava taciturna, então seguiu para o quarto, em silêncio. Vendo a vampira, Susan a acompanhou. Quando entrou, seus olhos se encontraram de imediato. Após um breve silêncio, a vampira foi a primeira a falar.

— Obrigada – disse Agatha hesitantemente, mas com uma expressão sincera.

— Não precisa agradecer. Eu não ia te deixar na mão. – Embora Susan sorrisse, Agatha apenas olhava para baixo –... Ainda tá brava por aquele dia?

— Não – a vampira respondeu suavemente – Acontece que... quando me atirei em Vladir, eu... não esperava sobreviver.

— Como... Como assim? - Os olhos da novata arregalaram. Após uma breve pausa, a vampira continuou.

— Antes de irmos à praia, eu havia decidido que daria a felicidade a você a qualquer custo. Elliot sempre foi a sua fonte de felicidade e não havia nada que eu pudesse fazer.

— E você quase se matou para salvá-lo? – Susan acompanhou, incrédula.

— Não. Para proteger a sua felicidade. – os olhos de Agatha ficaram perdidos por um momento e encheram-se de lágrimas. – Só... Caso um dia ele te machuque ou... se não der certo, eu só quero que entenda que eu vou estar aqui. Vou estar te esperando por toda a eternidade, Susan.

Sem acreditar no que estava ouvindo, Susan levou um momento para processar toda aquela informação. Sentou-se ao lado da vampira e, com a mão em seu queixo, virou o rosto da vampira em sua direção, limpando suas lágrimas. Aproximou seu rosto do dela e a beijou, delicadamente.

Agatha a olhou surpresa, encarando a novata com uma expressão de pura incompreensão.

— Eu também decidi algumas coisas essa noite. – Disse Susan sorrindo, hesitante.

Mais lágrimas brotaram do rosto sorridente de Agatha enquanto seus lábios macios tocaram os da novata mais uma vez. O beijo dessa vez foi mais intenso, como se uma necessidade de ambas finalmente estivesse sendo saciada após uma vida inteira de espera. A vampira colocou uma mão na nuca de Susan, aproximando-se mais, a arranhando. Não queria e não iria se afastar. Naquele instante, uma pertencia à outra e a ninguém mais.

A novata colocou as mãos em sua cintura, perdida naquela sensação. Quando seus lábios se separaram, Susan olhou para Agatha, hesitante. A vampira se preocupou por um instante, mas logo compreendeu e sorriu delicadamente.

— Você não sabe como fazer?

— Eu... eu nunca... – Susan não conseguia encará-la e Agatha estava achando tudo aquilo incrivelmente adorável.

— Não se preocupe, Susan – sorriu delicadamente, guiando suas mãos aos botões da camisa de Susan – eu posso ser a sua professora hoje.

Desabotoando a camisa de Susan por completo, se aproximou e começou a beijar o pescoço da garota suavemente, sentindo a pele na região arrepiar por causa do toque de seus lábios. Susan estremecia e apertava a cintura da vampira. Mas uma percepção a fez sair do transe por um instante.

— Mas como você sabe...? – Susan definitivamente não queria saber a resposta, mas também não conseguiu ficar sem perguntar. Agatha parou por um instante e corou.

— Não, eu nunca... – A vampira foi pega de surpresa. Começou a procurava as palavras, uma vez que jamais imaginou que revelaria aquilo a ela. Mas percebendo que não havia saída, completou – Desde que eu conheci você eu passei a sentir... vontades, então procurei estudar como isso é feito através de livros caso algum dia... você também quisesse – O rosto de Agatha estava completamente vermelho e foi a vez de Susan ficar encantada e sorrir.

 A garota repetiu o movimento da vampira e tirou a blusa dela, começando a beijar seu pescoço. A vampira gemeu baixinho e colocou a mão na nuca de Susan, para que ela não se afastasse dali. Entre um beijo e outro, Susan tirou os lábios do pescoço da vampira e sussurrou, com a voz rouca.

— Então quero que me ensine tudo que você aprendeu.

Fizeram amor lentamente, apaixonadamente, ambas descobrindo o corpo da outra e o seu próprio. Susan notou que seus corpos se encaixavam perfeitamente, como se houvessem sido feitos para receber e dar carinho uma a outra. E naquele momento, ela não poderia ter mais certeza de que seu corpo nunca pertenceu a outra pessoa senão a Agatha.


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Notas finais do capítulo

Até logo (espero que sem atrasos dessa vez)!



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