O Homem do Fim do Universo escrita por Vlk Moura


Capítulo 17
Capítulo 17 - O Fim dos Tempos




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— Teve alguma aventura em especial de vocês que você se lembre? - o 2PM já tinha se reunido, estavam próximos aos controles da TARDIS. 

Taec tentava pensar em alguma coisa, para ele todos os momentos eram especiais. Para ele cada segundo que passara com Carla tinha valido a pena.

— Tem um, um do qual pensei que não iamos sair vivos-  ele riu - O Fim dos Tempos.

— O fim dos tempos? - Woo perguntou curioso, a galinha gigante estava ao lado dele e atenta as movimentações.

— Sim, o Doctor nos levou para conhecermos um planeta que ele dissera ser bonito e romântico e acho que a última coisa que essa viagem foi, foi romântica. - ele riu.

— Desembarquem meus casal favorito - o Doctor saiu e logo perdeu o sorriso.

— Aqui é o tal lugar romântico? - Carla riu e se encolheu com o frio que atingiu o corpo.

— Era para ser - ele começou a andar e a dupla foi logo atrás. Carla inspirou sentiu um cheiro familiar, parecia flores. 

Ela se afastou um pouco dos dois e andou pela neblina, parou quando sentiu o chão quase sumir de baixo de seus pés. 

— Doctor! - gritou enquanto encarava o que tinha abaixo.

Ele apareceu meio correndo e parou, Taec parou atrás dos dois e observou o que todos viam, uma enorme cratera cheia de flores, das mais diversas espécies. Trocaram olhares tentando entender o que era aquilo. Carla deu um passo a frente, o chão cedeu, ela rolou até as plantas, parou um pouco antes e sentiu um cheiro estranho, um cheiro que deixaram seus sentidos atentos. 

— Doctor! - ela olhou para cima - Acho que aqui em baixo é perigoso!

— Fique ai, não saia dai, Carla! - ele gritou.

— Você vai deixá-la sozinha? - Taec perguntou preocupado.

— Ela não está sozinha - o asiático olhou a cratera e as plantas, viu algo se mexendo.

— Carla! - ele gritou, ela o olhou e ouviu o barulho nas plantas, observou a movimentação.

— Doctor! - ela o olhou, ele analisava algo - Doctor! - as plantas se ergueram e a pegaram.

— Carla! - o Doctor e o Taec gritaram ao mesmo tempo enquanto ela lutava contra as raízes e tentava se soltar, mas se prendia cada vez mais.

Carla escorregou por um buraco, seu corpo preso pelas mais diversas flores, muitas reconhecia serem terrestres, mas outras ela não fazia ideia de onde eram, caiu de encontro a uma máquina que apitou quando ela chegou. Se levantou com dificuldade e observou em volta, não entendia ao certo o que todo aquele maquinário fazia, mas algo que tinha aprendido era que se uma máquina tinha um contador que apitava a cada regresso de números não era algo bom, e ali marcava que que restava vinte e duas horas, quarenta minutos e trinta e dois, um, trinta e diminuindo segundos. Tentou continuar se soltando das raízes, mas não conseguia, livrou uma das mãos e era a canhota, não conseguia quase nada coma  mão esquerda, mas teria de ser suficiente.

— Doctor, faça alguma coisa! - Taec estava assustado, de todos os passeios que fizeram nunca tinha perdido Carla de vista e ficar sozinho com o louco Doctor era assustador demais a sua mente.

— Estou fazendo - o Doctor observava as plantas. Olhou o asiático. - Você deveria fazer alguma coisa.

— O quê? - o Doctor voltou a olhar em volta. 

Não sabia o que estava acontecendo ali.

O chão tremeu, o Doctor se afastou da cratera puxando Taec, os dois olharam em volta, a neblina dispersou, a volta deles uma cidade, ou o que restara dela. Os dois se olharam e Taec sabia o que aquilo queria dizer, aquele homem ia tentar entrar naquele lugar, e foi o que o Doctor fez, caminhou até a entrada da cidade e observou a destruição. 

— O que você acha que aconteceu aqui? - perguntou sem alguém em mente.

— Uma bomba? - Taec arriscou - Guerra? 

— Talvez, mas vê aquele prédio ao fundo? - Taec não via e nem tinha como ver, estava há quilômetros dos dois, era o único prédio de pé e parecia que tinha os vidros bem limpos. Era estranho considerando o resto da cidade - Ele não é daqui.

— Como assim?

— Ele não está sujo ou destruído, vem, vamos ver.

— E a Carla? - Taec olhou na direção da cratera, não conseguia mais vê-la.

— Não se preocupe, ela sabe se cuidar.

Carla apoiou em uma das máquinas começou a mexer nos botões quando algo apitou, olhou em volta, uma porta se abria, agachou. Percebera que tudo tremera alguns instantes atrás, mas não sabia porquê, mas algo tinha se movimentado. 

— Ele está aqui - ouviu alguém falar - Você tinha razão.

— Claro que eu tinha - ela olhou pela máquina - Ele sempre vem.

Carla deu a volta na máquina, mas tropeçou e caiu de forma ruidosa, os dois que falavam pararam. Foram até ela e a levantaram, eram humanos e acharam estranho ela estar ali, olharam em volta como que buscando por onde ela teria entrado. 

— Quem é você? - o que parecia ser o líder dos dois perguntou.

— Carla - ela falou e o observou - E você?

— Como não sabe quem eu sou? - ela deu de ombros.

— Desculpa, eu estou meio por fora dos astros dos últimos... - ela não sabia em que ano estavam - Que século é esse?

— A julgar pela aparência é humana da Terra - ela confirmou - para vocês século Trinta e sete mil - ela arregalou os olhos, como era possível?

— Então eu estou mais ultrapassada do que eu imaginava - ela tentou se soltar - Vocês poderiam me soltar?

— Não... Se você está aqui logo ele chegará - ela olhou o que a segurava, talvez se acertasse uma boa cabeçada poderia se soltar, o outro não parecia dificil de derrubar, era bem menor.

Ela acertou a cabeçada, o ser não caiu, mas ela ficou com uma forte dor de cabeça, ele a empurrou de encontro a máquina, um tremor.

— A hora está chegando - o líder sorriu.

— Que hora? - ela perguntou com o rosto esmagado contra a máquina.

— O fim dos tempos.

Doctor caminhava calmo e atento, Taec tentava entender como poderiam estar em um lugar como aquele, parecia uma cidade terrestre, mas claramente era alienigena.

Uma nova névoa tomou conta da cidade, uma mão tocou-lhe o ombro, Taec bateu em quem lhe tocara, um grito de dor, o Doctor se virou par ao companheiro não acreditando que ele tinha batido em alguém, mas fazendo mais sentido de Carla se sentir atraida por ele. 

— Quem é você? - o Dcotor perguntou ao ser que parecia um lagarto com enormes antenas.

— Eu sou o cento e vinte e quatro mil trezentos e trinta e quatro - o ser se apresentou - E você é o Doctor.

— Sou... - olhou Taec - Como sabe quem eu sou?

— Estivemos te aguardando - Taec encarou o ser, algo dizia que aquele bicho sabia onde Carla estava.

— Por quanto tempo?

— Muito muito tempo - o ser sorriu e mostrou os enormes dentes pontiagudos.  Avançou sobre os dois.

Taec acordou sentindo o braço formigar, olhou, uma enorme mordida no braço, olhou em volta sonolento, o Doctor estava de pé analisando algo a frente. Se levantou zonzo e olhou o que o Doctor olhava.

— Que bom que acordou - conhecia aquela voz.

— Carla? - forçou a visão e viu a frente deles uma maca, ela estava amarrada como um sapo a ser dessecado - Carla! - ele tocou as grades e tomou um choque.

— Você tem que tomar cuidado - o Doctor analisava a estrutura, nunca tinha visto algo como aquele lugar e já tinha visto de tudo - As mordidas são venenosas. - Taec olhou o braço.

— Eles morderam vocês? - Carla gritava do outro lado. - Eu vou acabar com esses caras - ela tentou se soltar, uma onda de choque percorreu seu corpo, ela babou, as voltagens aumentavam conforme tentava se soltar.

— Calma, eles querem que percamos a paciência. - Doctor alertou.

— Conseguiram! - ela falou brava. - Doctor... Ele não existe mais.

— Quem não existe mais? - Taec perguntou parando de analisar a marca do braço.

— Você disse que ele era o ser mais antigo do universo, só que agora...

— Isso aqui é depois da morte dele, Carla - ela respirou fundo - Agora, nós somos os seres mais antigos do universo.

— Doctor, eu não consigo imaginar um universo sem ele, não dá.

— Mas existe, ele não é a marca do universo.

— Mas é a do meu.— ela chorou e mais uma voltagem a atingiu.

— Parem! - Taec gritou - Vão matá-la!

— Deixa - ela sorriu - Deixa que o façam se isso for deixá-los felizes.

— Carla... - Doctor respirou fundo e olhou o asiático - Você não pode desistir assim. Ele não é tudo para você.

Ela o observava cansada.

— Você ainda tem sua avó e seu pai.

— Doctor... Eles morreram há muito muito tempo mesmo - ele pensou.

— E nós? Nós ainda estamos aqui - Taec falou e ia se aproximar da grade, mas parou - Você não vai nos deixar, vai? - ela o olhou e riu, olhou o Doctor.

— O que acontece se eu morrer no futuro? - ela perguntou de uma forma que fez Taec sentir um arrepio pelo corpo.

— Você só vai morrer no seu tempo, Carla. - o Doctor ficara sério. Taec não sabia o que estava acontecendo, mas nunca pensou ver aqueles dois mergulhados em um clima tão pesado, já os vira brigar, já os vira desafiando um ao outro, mas agora era diferente. 

A porta se abriu, os seres entraram, o trio os encarou, todos eram répteis com antenas enormes. Taec se afastou da grade, aquilo estava lhe deixando assustado, olhou Carla do outro lado, ela encarava os seres como se fossem humanos comuns. O Doctor os estudava com cuidado.

— O que vocês querem? - Carla gritou, um deles se virou para ela.

— Queremos ele. - apontaram para o Doctor.

— Para quê? - ela olhou o homem preso, Taec se sentia invisivel ali.

— Para o fim dos tempos - Doctor respirou fundo.

— O que é isso, Doctor? - Taec perguntou.

— Eles querem acabar com esse universo. - Doctor falou sem voz.

— Como pretendem fazer isso? - Taec prendeu a respiração ao saber daquilo.

— TARDIS - Carla respondeu, se debateu tentando se soltar - Mas nunca vão encontrá-la - falou ofegante pendurada sem forças.

— Não vamos sozinhos - outro ser falou - Vamos levá-lo - apontaram a cela.

— Eu não vou dizer onde ela está-  o Doctor falou.

— Você não, mas ele sim. - Carla e Doctor olharam Taec que encarou todos meio perdido. 

Abriram a cela e iam pegar o asiático. Carla começou a se debater ainda mais, os choques a atingiam cada vez mais forte, o Doctor assistia aquilo tentando pensar em algo para fazer, tateou os bolsos, talvez a chave de fenda sônica estivesse com ele ainda. E estava. 

— Eu não vou contar onde ela está - Taec falou.

— Você vai. - colocaram uma cadeira de frente para Carla, ela estava pendurada cansada, observava o que faziam - A cada momento que você não nos responder iremos aumentar as voltagens.

— Taec - Carla cuspiu pro chão, sangrava - Não importa o que façam comigo, não conte a eles.

Taec a olhava assustado, não sabia o quanto resistiria assistir aquilo. Se culparia caso ela morresse ali na sua frente por culpa dele.

— Vamos começar - um dos seres falou - Nos diga onde está a TARDIS.

— Não!

A voltagem, Taec fechou os olhos e ignorou o bater de dentes de Carla, ela olhou os monstros.

— Quando eu sair daqui vou acabar com a raça de vocês - ela falou cansada.

— Claro que vai - um deles sorriu mostrando os dentes.

Carla olhou para o Doctor. Ele estava falando com ela, ela confirmou com um breve aceno, nunca pensou que veria aquilo vindo dele, como ele tinha autorizado, Carla apenas confirmou.

Perguntaram novamente, ele negou falar. Outra onda de choque.

— Parem! - Taec gritou - Eu mostro para vocês.

— Ta...ec... Não...! - ela levantou a cabeça com dificuldade, ela tinha espasmos involuntários. - Taec! - ela gritou quando os seres o levantaram.

Os três sairam o guiando. Doctor apontou a chave de fenda para a menina que ao se soltar caiu no chão, ainda tendo espasmos, ela foi até uma máquina, apertou alguns botões e o soltou. Olharam o contador apenas três horas até o fim. Correram, Carla tinha problemas para se manter de pé.

— Doctor - ele a olhou enquanto corriam - Será que ele estaria com a gente?

— Estaria sim - ele sorriu e a apoiou - Agora, vamos pensar no seu companheiro ainda vivo, ok? - ela confirmou - E sobre eu ter permitido bater neles, pegue leve, são seres perdidos, eles seguem o que acham que o ser superior deles diz.

— Tipo um deus? - ele confirmou - Ah, a religião não muda mesmo no fim do tempo - ele riu.

Saíram do lugar, estavam perto das plantas, elas se mexeram para tentar aprisionar os dois. Doctor apontou a chave de fenda para o ser e constatou que realmente era uma camuflagem, um enorme ser se disfarçava de um belo jardim. Subiram par a superficie, Carla senti a baba escorrer sem controle, era constrangedor. 

— Ei! - ela gritou quando avistaram os seres, eles pararam e olharam para eles. - Doctor - ela sussurrou - Eu vou distraí-los, você pega a TARDIS e sai daqui.

— Eu vou voltar para pegar vocês.

— Não se preocupe - ela sorriu.

Caral foi correndo até os seres, tropeçava em sim mesma, sentiu algo atingiu a lateral do corpo, uma das antenas a tinha atingido, aquilo doia. Caiu.

— Doctor, vai! - ela gritou - Taec! - ele acertou o que o prendia e tentou derrubar o outro.

A antena voltou para acertá-la, Carla a prendeu e puxou o ser para perto de si o atingiu com um chute, ele ficou zonzo. Taec derrubara um deles, o outro tentava mordê-lo. 

O Doctor corria, pulou dentro da TARDIS, a ligou e o som inconfundivel começou a soar pelo espaço. 

Carla foi até Taec e o pegou pela mão. Ela sentia que ficarem ali era perigoso demais. O puxou para a cratera, se jogaram, o enorme ser os prendeu e jogou para debaixo da terra. 

— Sinto muito que seja dessa forma deploravel que será sua última lembrança de mim - ela falou rindo.

— Eu não estou muito melhor - ele falou depois de conseguir se soltar das raízes e ajudar a menina.

— Você continua lindo - ela falou e sorriu inchada, ele riu da cena, segurou o rosto dela entre as mãos e a beijou.

— Você também - ela sorriu, olharam o contador.

— Vinte minutos - ela respirou fundo - Acho que é isso - ela se sentou com Taec, entrelaçaram os dedos e se abraçaram, aguardavam o fim chegar. 

— Espero que tenha se divertido - ele falou.

— Me diverti bastante - ela sorriu - Mas não pensei que meu fim seria assim. - Pensei que...

— O quê?

— Nada. - ela se ajeitou no ombro de Taec.

Ela pensou que o Capitão estaria ali com ela, pensou que no seu fim ele era quem seguraria sua mão, em meio aos pensamentos sentiu uma lágrima escorrer pela bochecha queimada. 

A contagem regressiva final começara, dez segundos, Taec a abraçar amais forte, Carla já podia imaginar a explosão. Sabia que ela não seria forte o suficiente para destruir o tempo que conheciam, mas seria forte para destruir aquele lado do universo.

Em meio ao inicio da explosão Carla e Taec ouviram um som, olharam para trás e lá estava a cabine azul, os dois se levantaram e correram, abriram a porta, pelo monitor acompanharam a explosão. Carla fechou os olhos quando o planeta terminou de ser destruído.

 

— E que planeta era? - JunHo perguntou curioso.

— A Terra - Taec respirou fundo para não chorar na frente dos amigos.

— A nossa Terra? - ChanSung perguntou assustado.

Taec confirmou.

— Uau!

— Sim, uau.

— O que é uau? - o Doctor se aproximou os observando e rindo.

— O Fim do Tempo. - Taec falou e se levantou, encarou os outros Doctors - Você vai salvá-la, não vai?

— Vou fazer o meu melhor - ele sorriu.

— Ela confia em você até o último segundo - o Capitão os ouvia, fingiu não ouvir, mas ouvia e aquilo o machucava.

— Não é em mim que ela confia até o último segundo, TaecYeon. - o coreano não entendeu, o Doctor riu - Você vai ver.

O Doctor olhou o Capitão que mexia em algum aparelho.

— E então, onde ela está? - Khunnie perguntou a River.

 


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