Professores escrita por Vatrushka


Capítulo 5
Descanso




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Óbvio que na segunda seguinte eu não fui ao trabalho. Estava traumatizado demais, assustado demais, culpado demais.

Eram 9:50 da manhã, e eu estava me abraçando debaixo do cobertor. A campainha tocou.

‘Aleluia.’ Já tinha ligado pra farmácia há séculos - precisava de um calmante mais do que nunca.

Corri até a porta, sem pensar duas vezes. Ações básicas como lavar a cara e escovar os dentes estavam bem longe dos meus pensamentos.

Abri e encontrei Gina, com os olhos arregalados.

“Gina!” Exclamei. “Não era pra você estar trabalhando?”

“Como se você pudesse falar alguma coisa!” Ela tacou uma caixa de pizza em mim e já foi entrando. Sentou-se na bancada da cozinha, analisando o local. ‘Fique à vontade.’

“Todos ficamos preocupados com você, cidadão! Ainda mais quando não deu as caras hoje!”

Fui me sentar na bancada também, esfregando o rosto. “E você saiu da escola só pra me ver?”

“Claro!” Ela respondeu, já mastigando um pedaço de pizza. “Vim representando o Chico. E acho que o Evaristo também.”

Peguei um pedaço para mim, não tão comovido assim.

“Leo… O que aconteceu, exatamente?”

Revirei os olhos. “Deu ruim. Fui perguntar sobre a Stella, ele deu a louca e começou a chorar. Fiquei chocado e fugi. Foi isso.”

Gina analisou minhas palavras, assentindo. Eu encarei o chão. “Acho que ela deve ter morrido, pra ele reagir assim.” Comentei.

“Faz sentido, mas… Não acho que seja o caso. Se fosse isso, sua família com certeza ficaria sabendo.”

Concordei, lentamente. Meu tio e minha mãe eram amigos. Se tivesse chegado a esse ponto…

… Mas então, o quê justificava aquele berreiro todo?

“E tem mais.” Completei. “A Felícia não fugiu com vocês. Ficou na casa mais um pouco, e eu quero saber porquê.”

Gina sorriu, com os olhos negros brilhando. “Já sei exatamente como descobrir.”

Num impulso, ela se levantou e fechou a caixa de pizza. “Se arrume, Leo. Vamos pra escola agora.”

“Mas eu vou ter que justificar minha ausência pro diretor…”

“Acredite em mim, ele não esquenta a cabeça com isso.” Ela me interrompeu. “Você quer descobrir os planos maléficos da Felícia ou não?”

Acabei concordando. Quando estava no corredor em direção ao meu quarto, a campainha tocou de novo.

“Deve ser a farmácia.” Berrei para Gina, lá de dentro. “Eles atrasaram muito, fala que não vou pagar nem fodendo!”


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