O Diário de Katrina Dickens escrita por KayMine


Capítulo 2
Capítulo dois – na minha própria alma amargurada


Notas iniciais do capítulo

Oiiie!
Gente, sorry pela demora, mais eu estava um pouco ocupada.

E me desculpem pelo capítulo pequeno, mais vou tentar fazer maior dá próxima vez.

Obrigada Ittalo Shiver por ter comentado: e a Mari Diana por ter favoritado.

MUSIC: https://youtu.be/hIZEr1D6zVM

2bj de chantilly e buenas leitura!



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Capítulo dois – na minha própria alma amargurada

“Talvez eu vá acordar. E vê que tudo oque eu vivi, o sofrimento que eu passei, fosse tudo um sonho. Mais quando eu acordar, meu subconsciente vai fazer questão de me dizer que nada daquilo foi um sonho. Foi real. Meu sofrimento foi real. Minha dor, foi real. Meus pais foram reais”

 

O vento sorvido, altamente desagradável exerceu uma lufada de ar contra o meu rosto.

— Poderia fechar, por favor? – encarei meu irmão, com o olhar petrificado.

— Incomodada? – ele fitou-me de volta, com a bendita luz do sol refletindo seu olhar, sobressaindo-se seus olhos azuis.

— Alexy, estou pedindo por favor...

— Talvez eu não me importe com o seu “por favor” – então colocou os headphones, e o som do rock um pouco abafado ressonou pelo carro inteiro, cobrindo até o som do carro.

Tia Lisa encarou-me pelo retrovisor do carro, me dando um olhar de compreensão e pena.

Apertei os olhos, com algumas lágrimas já se formando... Talvez eu devesse ter morrido no lugar dos meus pais... Essa dor me sufoca, me consome por inteiro, até não sobrar nenhuma gota de ar pra eu aspirar...

Talvez eu não devesse.

— Kat, tem biscoitos se quiser... Deve está com fome. Faz mais de cinco horas que estamos na estrada e quase um dia que saímos do aeroporto. Nem no hotel você quis comer algo... – minha tia falava, alternando o olhar entre mim e a estrada. Esperou dá o sinal vermelho para virar-se e estender um pacote de biscoito.

Mesmo não tendo fome, peguei-o só para minha tia dá um sorriso singelo e voltar seu olhar vazio para à estrada.

Movi o biscoito até minha boca e sentir o gosto amargo. Cuspi-o disfarçadamente e abri à janela, jogando-o pela estrada. Fechei à janela, e relaxei meus ombros, olhando de relance para meu irmão...

Sua expressão vazia e cansada me causava mais dor. Queria alisar seus cabelos e beijar sua testa. Dizer que tudo ficaria bem e que seríamos uma família feliz!

Mais nada ficaria bem. Nada seria como antes.

Naquele mesmo momento, minha mão coçou em pegar meu diário e começar à escrevê-lo compulsivamente. Até não restar mais linhas.

Até não restar mais dor.

E assim o fiz.

Sentir a textura de sua capa dura. O desenho de uma flor desconhecida entalhada, sobressaindo-se para um tom mais escuro do que o marrom-velho do resto da capa.

Suspirei.

“Querido Diário. Estou na estrada. E não paro de pensar no que eu vou encontrar. Pessoas legais, inimigos, e talvez, um amor? A última propriamente dita eu discordo. Mais seria bom se eu tivesse algum amigo. Com quem eu pudesse conversar, falar bobagens, e sorrir. Chorar em seu colo, abraça-lo quando também precisasse de consolo”

“Será que é pedir demais alguém que me ame incondicionalmente? Um amor que tape todas essas feridas abertas que eu tenho no peito? Aí diário, sinto-me tão fora de mim. Sinto-me longe do meu antigo eu. Líder de torcida, namorada do jogador de futebol e rodeada de pessoas fúteis. Quando perdi meus pais, alguém veio me prestar algum tipo de condolências ou um simples “pêsames”? Não, diário. Eles foram e são hipócritas. E eu os odeio com toda minha alma amargurada”

“Por falar em alma, sinto a mesma sair pelos cantos escuros, atrás de um pingo de sol. Pra iluminar meu mundo escuro e frio. Solitário e triste. Até que ponto a dor de uma perda pode chegar?”

“Até o ponto da vida te dizer ‘chega'. Ou até você mesmo”

“Mais continuo firme pelo meu... –“

Droga!  – exclamei enraivecida, quando o lápis fez um desvio terrível na folha, pelo tamanho impacto que o carro havia acabado de dar.

— Gente, me desculpem! – a respiração de tia Lisa estava acelerada e suas mãos estavam firmemente agarradas no volante.

— Está passando bem? – guardei meu diário na bolsa, e a raiva se esvai, dando lugar à preocupação.

— Sim, – ela aspirou uma grande camada de ar e soltou, maneando a cabeça pro lado – Estou bem! – apertou o freio e novamente suspirou.

Lisa mantinha seus olhos fixos na estrada, como se à sua vida dependesse daquilo. De certa forma dependia. Não só a sua, como a do meu irmão e a minha.

Não sabia como, depois de tudo oque aconteceu, conseguir entrar em um carro novamente. Essa era à primeira vez em seis meses! A toda instante que eu olhava pras janelas, eu me lembrava no carro curvado sobre a ponte. A água quase me sufocando por dentro, tirando todo meu ar, sugando minha alma.

Balancei minha cabeça, tentando afastar aquela sensação horrível. Quis morrer naquela hora! Talvez a morte seria menos dolorosa do que aquela sensação que me tirava o sono todas às noites.

Curvei-me sobre a janela do carro, e pude vê o sol se por atrás dás nuvens, dando uma cor alaranjada e sutil. Sorri com a paisagem e afastei-me da janela, voltando à olhar meu irmão, que dormiu escutando músicas de rock.

— Ah, Alexy! – aproximei-me e toquei seu rosto maciço. Afastei seus cabelos que caíam sobre seus olhos, e sentir o calor de sua testa sobre meus lábios secos.

Senti-o se mexer debaixo de mim. Soltei-o e voltei ao meu lugar de origem, voltando a fitar o sol se pondo, e mergulhar nos meus pensamentos mais profundos.

Foi quando a voz da tia Lisa tirou-me dos meus pensamentos:

— Bem vindos... – ela começou, com um sorriso verdadeiro à qual eu não via a muito tempo – A City Of Hope! A cidade da esperança! 


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Notas finais do capítulo

Deprimente né? u-u
Vou tentar ser mais alegre no próximo.
2bj e até mais :)