Cursoriam escrita por Shoreline


Capítulo 3
Capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

aaa eu sei eu demorei, eu fui terrível, mas eu juro que foi por uma boa causa, ok? eu tive uma prova e depois fiquei tirando o atraso de várias coisas da faculdade, mas agora estou aqui, beeeem no fim do dia do meu aniversário, compensando a minha ausência com um capítulo a mais; eu me dediquei ao máximo para poder terminar tudo ainda hoje, então aqui está a minha lembrancinha de aniversário para vocês çlaksjd boa leitura, bbys ♥



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Adrien estava diferente desde a última vez em que ele havia sido visto publicamente. Seus cabelos loiros, os quais tanto amava quando caiam sobre seus olhos, estavam mais curtos em um corte que mostrava mais seu rosto e, consequentemente, facilitava que pudesse ver as olheiras escondidas com maquiagem de maneira falha. O rapaz não usava mais as roupas do estilo despojado que tinha no colégio, ele parecia muito mais sério com a camisa social sob o colete preto, sem contar com o relógio dourado que ele tinha no pulso e fazia que se lembrasse de alguém. Ele era um ótimo ator, sabia bem por conhecer todos os seus trabalhos, então tinha a certeza de que ele não estava bem em muitos sentidos; desejava fazer perguntas, talvez um abraço pudesse fazer bem a ele, mas não saiu do próprio lugar enquanto o observava.

O próprio corpo parecia ser feito de concreto, como se cada uma das pernas pesasse dez quilos e as solas dos pés estivessem grudadas naquele chão com a mais forte das colas. Não ousava se mexer um centímetro sequer, tinha medo de que ir para mais perto dele fosse o suficiente para que se lembrasse de cada um dos sentimentos que aqueles olhos verdes já trouxeram para si; repetia para si mesma que já havia o superado, que não deveria ter medo de simplesmente falar com ele, porém as batidas rápidas e descompassadas do próprio coração pareciam discordar completamente do que pensava. Sabia que também estava diferente e conseguia ver no olhar no modelo que ele comparava as novas características com as antigas. Tinha certeza de que ele tinha notado os traços menos infantis, as roupas pouco mais chamativas e os olhos azuis que pareciam mais reluzentes com ajuda da maquiagem que usava. Tantos anos tinham se passado, tão pouco contato mantiveram que já não sabiam qual era o gosto do outro ou sequer se recordavam de detalhes que antes enriqueciam a rotina; era como se fossem estranhos novamente.

— Tive de cuidar de alguns assuntos importantes. Desculpe por não ter aparecido mais cedo. — o ouviu falar enquanto observava seus movimentos cuidadosos e leves como se fosse perigoso chegar perto de si de alguma forma. Não mantinham ressentimentos de forma alguma, a pequena separação que tiveram fora tão rápida que sequer houve tempo para dramas de colégio, porém ambos sabiam que com as mudanças dos anos qualquer passo em falso poderia acarretar algo ruim.

— Não sabia que fazia artes cênicas aqui. Achava que estava nos Estados Unidos. — mentiu. Era óbvio que sabia que ele não tinha saído de Paris depois de passar um ano em Nova Iorque, se ele tomasse um tempo para observar conseguiria ler em si que sabia bem o que ele fizera no tempo que ficaram desaproximados; sabia de seu noivado com Chloé, sabia que ele estava mais famoso do que nunca e, acima de tudo, sabia que ele não lhe vira no enterro de seu pai. O ver ali deixava-lhe nervosa, como se algo parecesse errado e por isso se apressou em se mover. — Eu tenho que ir.

— Marinette, por favor.

E então sentiu seu toque. Seus dedos quentes envolveram o próprio pulso assim que dera meia volta; conseguia sentir sua mão suada, sentia a pressão falha de seus dedos que pareciam tremer apenas por estarem perto novamente. Esperava que ele não notasse o quanto tremia, pedia para que continuasse sendo uma pessoa boa em esconder arrepios que se espalhavam pelo próprio corpo. Tinha medo de olhar para trás, não queria encontrar o seu olhar novamente, não queria sentir-se fraca perto dele novamente. Mordeu o próprio lábio inferior assim que ele aproximara-se em alguns poucos passos. Adrien ainda não estava perto o suficiente para que desistisse de qualquer resistência, mas conseguia sentir o cheiro de seu perfume, o mesmo perfume de sempre.

Hesitou por um instante e quase se virou decidida a pedir que ele pudesse deixar-lhe ir, mas alguém fora mais rápido que si em protestar.

— Largue ela, Agreste. — Nathanael estava parado perto da grande porta do estúdio e ele não parecia feliz com o que acontecia ali, jamais havia visto aquela expressão em seu rosto e não podia mentir dizendo que não estava assustada. Nem mesmo o modelo era valente o suficiente para bater de frente com o ruivo. Assim que foi solta deu poucos passos para trás de forma que pudesse observar quem antes lhe mantinha ali; ele também não parecia feliz.

— Está diferente, Nath. A universidade pareceu te mudar um pouco.

— A você também. Onde está Chloe? Não acho que ela gostaria de te ver com a garota por quem você tinha uma queda, gostaria? — desviou o olhar do rapaz para o loiro assim que ouviu suas palavras. Não tinha como evitar a surpresa e sabia que o modelo não estava em condições de negar o pequeno ataque feito a ele; conseguia ver suas bochechas tomarem o tom rubro e as mãos que se fecharam em punho pareceram ser uma forma de evitar qualquer reação exagerada para o que era uma novidade para si. — O ensaio já acabou, Adrien. Vá embora.

O clima pesado fez que suspirasse o que acabou por atrair ambos os olhares para si como se fosse o ponto crucial de toda a discussão que se desenvolvia ali, o que era de fato. Se Alya soubesse que estava envolvida em uma briga entre dois homens como se fosse o prêmio para um deles, ela primeiro gritaria por ambos serem lindos e depois diria para si que não era um objeto para ser um tipo de premiação ao vencedor, e fora por lembrar da melhor amiga que saíra de perto de ambos de forma que fosse até um dos tripés ainda montado por ali.

Ficava irritada com o fato de não saber o que fazer diante dos dois que estavam ali, era como se tivesse a obrigação de decidir entre um e outro e não era como se os próprios sentimentos fossem tão simples e banais a ponto de mudarem por qualquer um que não fosse a si mesma. Era segura de si, ser Ladybug durante tanto tempo trouxera a si a confiança que não tinha e, naquele momento, quando elevara o tom de voz e apoiara a destra no tripé fora como se a heroína estivesse de volta.

— Ele não precisa ir embora. Eu disse o número exato de modelos que eu apresentaria em meu trabalho e Adrien é quem falta para que eu termine. — desviou o olhar para o dono dos cabelos vermelhos a tempo de ver a decepção passar por sua expressão por um curto período de tempo. — Adrien, acredito que possa arranjar um pouco de seu tempo para um ensaio nessa sexta, certo? — continuou apenas quando o viu acenar positivamente com a cabeça. — Não arrume desculpas, sim? Se não vier terei de arranjar outro modelo.

— Mas Mari eu tenho uma prova importante nessa sexta esqueceu?

— Você fará sua prova, Nath, e eu irei fazer o ensaio com Adrien. Você me ensinou como fazer as pinturas, eu posso me virar sozinha. — e teria sorrido com certo sentimento de vitória se o ilustrador não tivesse ficado irritado o suficiente para encarar o modelo uma última vez antes de sair a passos duros do estúdio. Sabia que ele tinha sentimentos diferentes de si quanto a Agreste e, por mais que não o entendesse, achou melhor não o seguir para fora dali.

Sabia que tinha estragado tudo, tinha certeza de que não encontraria o rapaz e a moto do lado de fora e sem ter chance de qualquer conversa para apaziguar a situação, apenas sentou no pufe que continuava no cenário da sessão de fotos. Havia um tempo desde que os sentimentos de Nathanel pareciam mais intensos do que o comum, não apenas o seu amor, o qual fazia com que dormisse sorrindo, mas também a raiva e a tristeza; quando achava que os sentimentos bons preenchiam o peito do “quase-namorado” os seus excessos de raiva diziam o contrário. De início havia pensado que algo estava errado, contudo, com o tempo, passara a acreditar que estranhava tais mudanças rápidas como algo que apenas não conhecia nos tempos do colégio.

Conseguia sentir o olhar do loiro sobre si e isso fez que o observasse durante um curto momento. Ele parecia estranhar tudo tanto quanto si e notar tal estranheza em seu olhar fez que risse brevemente; era raro ver expressões diferentes no rosto do garoto quando ainda estavam no colégio, para si ele sempre parecia feliz e animado independente do dia, e notar agora que ele também tinha expressões engraçadas fez que certo sentimento de conforto se estabelecesse no próprio peito. Ele poderia ter sido um amor platônico um dia e mesmo que às vezes desejasse todas as sensações boas que ele trazia para si no passado, gostava de poder notar que tinha o superado a ponto de notar que ele também tinha os seus defeitos. Adrien Agreste também poderia ser um garoto comum ao mesmo tempo em que seu sorriso, que agora era presente em seus lábios, fosse o bastante para que corações jovens, incluindo o próprio, fossem embalados em bons pensamentos.

— Então... Nos veremos na sexta?

— Sem atrasos.



Naquela noite, assim que pisou no quarto fora direto ao espelho. Por algum motivo sentia-se diferente, como se algo no dia tivesse sido capaz de mudar por completo o que era assim que acordara. Analisou bem as roupas que usava, o cabelo que agora tinha alguns fios soltos do penteado e até mesmo aproximou-se para que pudesse olhar a pequena curva do nariz levemente arrebitado; tudo parecia igual, mas sabia que por dentro algo estava diferente e foi por isso que Tikki sorriu.

Não hesitava em prender o iô-iô em chaminés e postes, vez ou outra cometia algum erro e até tinha medo de cair, mas a adrenalina continuava a ser a mesma e o vento gélido a esfriar o próprio corpo quente continuava sendo um mártir naquela noite em que a lua estava alta no céu. O destino sempre era o mesmo desde a ausência do parceiro, era no topo da torre que todas as esperanças moravam, contudo naquele dia preferiu pensar que todas as energias positivas estavam ali, afinal, era ali que as rondas começavam e terminavam, aquele era o lugar em que via os sorrisos do gato preto todos os dias.

Respirava fundo, vez ou outra cantarolava alguma das músicas que mais gostava enquanto observava Paris do alto de uma das sete maravilhas do mundo. Ali se sentia infinita, com as pernas balançando no ar enquanto imaginava ser apenas um ponto de luz no meio de todas as luzes noturnas. Poderia ser completa se estivesse sozinha, conseguiria ficar bem sem ter um parceiro fiel, e ah! como queria continuar a pensar nisso mesmo depois dos passos ecoarem no piso de aço. Reconhecia aquele ritmo, diria a si mesma que estava sonhando se naquele momento não tivesse sentido seu perfume.

Não se virou. Esperou o sinal... E logo ele veio.

— Sentiu saudade de mim, my lady?


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Notas finais do capítulo

vemos aqui um gato preto que vai receber vários tapas çlksadj eu fiquei orgulhosa desse capítulo, o próximo já tá todo planejadinho até para que eu não tenha problemas de novo, me desculpem mesmo por eu ser uma escritora irregular :c eNFIM, muito muito obrigada por terem lido até aqui, tentem não odiar o nath e nos vemos no próximo capítulo. até, mozis ♥



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