Cursoriam escrita por Shoreline


Capítulo 4
Capítulo três


Notas iniciais do capítulo

ai meu deus o que eu to fazendo alçksdj não vou me prolongar aqui, então espero que leiam as notas finais; boa leitura ♥



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Prendeu a respiração e segurou a estrutura em baixo de si com força até que os nós dos dedos se tornassem brancos por um breve período de tempo. Deveria acreditar em mais uma ilusão? Isso já havia acontecido antes, já tinha imaginado a chegada do herói diversas vezes para mais uma ronda pela cidade, tinha sentido o perfume dele em outros corpos diversas vezes, mas nunca junto do aroma daquele shampoo, jamais junto de seu cheiro característico de suor por ter corrido até ali.

Não deveria acreditar, era o que repetia para si mesma enquanto observava os próprios pés a se balançarem na beira do local. Chat Noir não era real, ele jamais fora, ele era apenas um gato preto que fazia dos próprios sonhos uma morada e do próprio coração um porto seguro; aquele herói jamais existira, ele sempre fora uma obra da própria mente para que ficasse bem quando sozinha, ele apenas estava ali para que não chorasse mais. E era o que fazia. Logo os soluços ficaram mais altos e tivera que esconder o rosto com as próprias mãos.

Não gostava de chorar, não por ele, sempre que o fazia sentia-se fraca e pouco digna de usar os brincos que davam-lhe a honra de ser uma heroína, e mesmo que em muitos casos de fato pensasse que não era a garota perfeita para cuidar de Paris, já não mais se permitia pensar dessa forma. Agora estava sozinha, não tinha um escudeiro nas lutas, não tinha com quem bater os punhos após uma missão concluída e lembrar-se disso apenas fazia que a dor no próprio coração fosse mais aguda.

Até aquele ponto sabia que a ilusão já deveria ter ido embora, era o que sempre acontecia, contudo um toque no próprio ombro fez que pulasse de susto e se virasse rapidamente para ver quem estava ali; a má execução dos movimentos, porém, fez que não conseguisse se equilibrar na beirada da estrutura de aço e, assim, deixasse de sentir sob si o que a mantinha longe do chão. O ioiô não estava consigo, podia ver o ponto vermelho apoiado no local onde antes estava, e assim considerou este o próprio fim.

Não imaginava que a cena da própria morte seria como a dos filmes, jamais diria que uma queda livre seria em câmera lenta daquela forma como se tivesse um tempo adicional para decidir o que faria.

Engoliu o grito que estancou na própria garganta e fechou os olhos enquanto esperava sentir o baque, mas talvez Paris não estivesse pronta para perder a sua heroína, assim como aquele gato preto também não estava. Não se permitiu abrir os olhos quando os braços firmes vieram de encontro ao próprio corpo e manteve-se encolhida junto daquele calor quando a gravidade já não castigava seu destino. As lágrimas que antes escorriam pelas próprias bochechas agora formavam uma trilha salgada e os dedos que anteriormente agarravam o aço agora se prendiam ao traje preto como se ele fosse o último fio de vida que tinha, o que de fato ele havia sido.

— Você pode ser linda, my lady, mas suponho que não caia de pé.

E foi então que abriu os olhos e deu de encontro com as íris verdes que tanto amava. O sorriso presente em seus lábios, sacana como se recordava, fora o suficiente para que tivesse raiva. A ira que crescera no próprio peito fora tanta que se mexera sobre seus braços violentamente até que se sentisse livre deles; os passos que ele dera para se aproximar foram logo apagados quando o empurrou com força.

— O que você pensa que está fazendo?! — passava as mãos rapidamente no rosto, marcando-o de vermelho tanto pela força que usava tanto pela vergonha que atingira-lhe assim que notara o que o rapaz presenciava. Havia chorado como uma criança em sua frente e quase morrera por descuidos; não era esse tipo de imagem que queria transmitir para ele, continuava desejando ser a sua perfeita heroína e ter quebrado essa imagem por um curto momento fez que desejasse sair correndo dali imediatamente, o que até chegou a tentar fazer ao se aproximar da beirada da estrutura de metal, porém acabara por ser parada tanto pela ausência do ioiô quanto pela mão do loiro no próprio pulso.

— Dizer “obrigada” não machuca.

Assim como ele sabia tirar o melhor de si, ele também era um especialista em tirar o pior. Soltou o próprio pulso com certa força antes de caminhar para longe dele, tinha certeza de que ele sabia que queria ficar sozinha, mas ouvia seus passos próximos. Sua insistência enquanto o ouvia chamar-lhe fez que suspirasse alto.

Sabia que deveria estar feliz por ele ter voltado, ou ao menos esperava que não estivesse brincando com a própria imaginação novamente, mas toda a raiva presente no próprio peito não parecia ter freio e também não se permitiu parar assim que recordou que o vilão já não estava presente em Paris como antigamente.

— O que quer que eu agradeça, Chat Noir? Por ter me deixado sozinha durante anos e resolver aparecer justamente quando eu estou desabando por sua culpa? — a voz pouco mais alta não permitia qualquer tipo de reação do rapaz, o que pensou ser ótimo, afinal, se ele ousasse falar algo novamente iria desabar e a última coisa que desejava era que ele visse o quanto era fraca e como não conseguia esconder os próprios sentimentos tão intensos. — Sabe quanto tempo esperei você aqui? Quantas noites passei em claro com a esperança de que você viesse? No início pensei que você tivesse sofrido um acidente, depois imaginei que algo tivesse dado errado com seu miraculous, então notei que você me abandonou.

Virou-se de frente ao rapaz assim que chegara até a barra de proteção daquele andar na qual apoiou as mãos e posteriormente o quadril. Ele mantinha o silêncio e o olhar baixo, conseguia ver a tristeza em seu olhar parcialmente cobertos pelas mechas loiras e notar isso fora o suficiente para que respirasse fundo e voltasse a olhar as luzes da cidade da forma que sempre fazia.

Desde que ele havia partido, ou ao menos era o que tinha suposto, ia para aquele lugar todas as noites apesar de qualquer cansaço pois sabia que ele estaria em algum lugar em meio a todos aqueles pontos de luz. Jamais havia arriscado chegar perto e nunca soubera dizer o motivo para isso. Talvez tivesse medo. Medo de o encontrar e não saber o que dizer, medo de ele ser diferente do que imaginava quando estava sem a máscara, medo de ele realmente ter desistido de si. Repensara as próprias ações diversas vezes desde que ele havia partido e em muitos momentos se arrependia tanto que chegava a pensar que a ausência de seu gatinho era sua culpa.

Fora então que sentira as mãos a rodearem a própria cintura e ouviu o pedido de desculpa sussurrado ao pé da própria orelha. O arrepio fora imediato e sequer hesitou ao colocar as mãos sobre as dele como forma de mantê-lo ali; queria continuar envolvida por aquele calor durante o máximo de tempo que conseguia, o desejava por perto mais do que nunca, por mais que isso parecesse tão errado para si.

— Eu senti tanto sua falta.

— Eu também senti sua falta, gatinho. — sussurrou virou-se de frente para o herói apenas para que pudesse apoiar a cabeça em seu peito e ouvir o seu coração bater tão rapidamente quanto o próprio, o que foi o necessário para enfim acreditar que, sim, ele era real e tinha voltado. Ele estava de volta e apesar de toda a gratidão, não evitava pensar no quanto os próprios sentimentos estavam confusos e embaralhados como nunca antes. Não entendia por qual motivo as borboletas no próprio estômago pareciam voar desesperadas e apesar de toda a curiosidade, decidiu que seria melhor não pensar em tal assunto no momento.

Não foram patrulhar naquela noite e o acordo para isso fora silencioso e feito através de uma troca de olhares simples e alguns passos para o andar de cima da torre para que pudessem pegar o ioiô abandonado por ali. De cima do local passaram a ver as luzes da cidade juntos sem medo de qualquer consequência que viessem a acarretar para quem estava sob as máscaras; o horário não importava e o frio não os incomodava, os simples toques desferidos nos abraços breves era o suficiente para que tudo ficasse bem.

Evitou perguntar por qual motivo ele havia sumido a partir do momento que notara o quanto ele ficava desconfortável com o assunto e por isso acabaram por conversar sobre coisas rotineiras sem muito deixar escapar sobre suas verdadeiras identidades. Um fato que estranhara, contudo, fora que o rapaz não perguntara um momento sequer sobre algo mais íntimo ou tentou arrancar de si qualquer pista para descobrir quem era e talvez isso tivesse sido o suficiente para que notasse o quanto era estranho ter ele ali novamente, por mais agradável que fosse.

Sabia que Chat Noir sempre era curioso sobre si, tal como toda a restante de Paris, mas não esperava que isso mudasse nele e mentiria se dissesse que não estava decepcionada de alguma forma, afinal, durante os anos que se passaram se perguntara diversas vezes se teria sido melhor dizer quem era antes de ele correr de si; e mesmo agora que tinha total confiança para o fazer, já não se sentia mais tão certa de qual poderia ser a reação, por isso talvez não tivesse arriscado continuar ali quando começara a sentir sono.

Assim que se levantaram e as mãos esbarraram, seguraram-se com firmeza, intensificando o toque assim que entrelaçaram os dedos e ficaram de frente um ao outro. Conseguiam identificar nos olhares o medo e a insegurança e por isso a pergunta fora feita ao mesmo tempo por ambos.

“Eu irei te ver amanhã?”

As risadas mútuas e a confirmação no olhar fora suficiente para que se despedissem e corressem entre os prédios em direção a suas respectivas casas. Não arriscaram uma perseguição em silêncio e não pensaram em identidades secretas, a única coisa que rondava suas mentes era como poderia ser a noite seguinte e talvez por isso acabaram não notando a borboleta negra que passara entre eles.


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Notas finais do capítulo

ok, certo [respira fundo] antes de qualquer coisa eu queria pedir as minhas mais sinceras desculpas pela demora porque eu sei que eu demorei muito, mais de dois meses, e eu não pretendia fazer isso com vocês de forma alguma, juro do fundo do meu coraçãozinho; a faculdade pesou, eu tive um bloqueio terrível e alguns outros fatores também ajudaram, mas aqui estou eu porque quem é vivo sempre aparece né? çlskdjçj eu estou muito feliz mesmo pela quantidade de pessoas que estão acompanhando, isso me deixa muito sorridente mesmo e muito animada para poder continuar com essa história que é o meu xodózinho ♥ espero do fundo do meu coração poder ver vocês no próximo capítulo, vocês me deixam muito feliz mesmo por simplesmente estarem aqui, obrigada mesmo!
caso alguém queira falar comigo tanto sobre a fanfic quanto sobre qualquer coisinha da vida eu estou seeeempre no twitter, minha conta é @Kaigansxn. beeeijos no core de vocês e até!! ♥



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