Invisível aos olhos escrita por Flávia Monte


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco, mas aqui está



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Abro a porta e dou de cara com Caleb, que nos olha de cima a baixo. Cruzando os braços, nos dá passagem e eu ando escada a cima. Escuto um barulho de algo quebrando e corro até o quarto de Tom. Gae está perto do teto, com asas. Achei que para se transformar em um dragão, era tudo de uma vez... Tem como ela ficar mais mutante?

— Não pense assim de mim! – Desce do teto e pisa na cama. Tom está no canto do quarto.

— Ela disse que você estava com problemas. Por causa da chuva. – Tom fala, olhando para mim. – Quando neguei o pedido de sair, ela ficou irritada. Achei que ela fosse soltar fogo pela boca ou algo assim.

O menino vem até perto, e não me toca. Estou encharcada. Eu sei.

— Está bem?

Confirmo com a cabeça e entrego os picolés. Sem nenhuma cerimônia, Tom pega o de chocolate, e Gae o de uva, sobrando para mim o de coco. Tenho que colocar na cozinha as batatas e o quiabo...

— Irmão... Acho que estou sonhando. – A voz de Dylan, as minhas costas, me congela.

Porra... Eu podia jurar que eu tinha fechado a porta.

— Nem me diga...

Viro o rosto e já sei o que está acontecendo. Antes deles surtarem eu puxo os dois pelo braço para dentro do quarto.  Tom, Amon e Matt já sabiam... Agora os gêmeos. Não sei quanto tempo mais eu vou conseguir esconder isso de Pam e Billy.

— Fiquem quietos! – Eu faço o sinal com a mão, e Gaelle vem para o meu lado e parece muito na ofenciva. – Não contem isso para meu irmão, nem para a mãe de vocês...

— Assim nós não temos mais que brigar. – Eu escuto Caleb dizer para Dylan. – Quero dizer... Se são duas Cass...

— Como são duas Cass? E por que ela tem rabo e orelhas de cachorro?

Coço a cabeça. Que complicado. Depois de explicar a situação, ambos os ruivos ficam examinando minha familiar, como se ela fosse um boneco de testes.

— Vai ser divertido ter duas Cass por aqui! – Caleb toca em Gaelle, e eu sinto a corrente de vontade que ele passou para ela.

— Pare com isso! – Digo protegendo o meu corpo, ao mesmo tempo em que ela dá um tapa na mão deles.

— Se você tentar me tocar de novo, eu corto fora o seu pinto e adeus alimentação pelo prazer do sexo! – Do jeito que ela fala, me faz pensar se eu seria capaz de fazer o mesmo. De ter raiva sim, mas de concluir o ato?

— Bem... A Cassie real é contida, já a Gaelle é completamente solta e vai expor os pensamentos de Cassie. No entanto, não vale culpar a Cassie por isso. Já que ela não controla o que a outra diz... – Tom se senta na cama, no meu colo e parece bem confortável, apesar de tudo isso.

— Então, Cass solta. Digá-me tudo sobre a Cass verdadeira! – Dylan puxa a cadeira da escrivaninha de Tom e senta na frente de Gaelle. – Com quantos garotos a Cass já ficou?

— Eu não vou dizer. – Obrigada! Pelo menos uma vez eu não vou passar vergonha por você contar a minha vida e...

— Ah! Essa pergunta é fácil. Contando os que ela só beijou por beijar? – Tom se intromete e eu tampo a boca dele com a minha mão. – O que foi? – Ele pergunta sem conseguir solta o som direito.

— Não se mete, Tommy!

— Que isso, Cass? Estamos conversando de uma forma amigável aqui! E sem tocar em nenhuma das duas. – Diz Caleb, como se tivesse o direito de nos tocar. - A Cass tem namorado?

Não. O Tom mexe o dedo.

— A Cass gosta de alguém? – É a vez de Dylan perguntar.

Sim. O menino levanta o dedo, para fazer um “positivo”.

Os gêmeos se entreolham e parecem pensar juntos em que perguntar.

— Sabe quem é, Tom? – Eles perguntam ao mesmo tempo

— Chega! – Levanto e empurro os dois garotos para fora do quarto. Evito escutar os protestos e fecho a porta, enfim olhando o relógio.

— Logo teremos a janta... E eu não almocei direito depois do exercicio... – Digo segurando a minha barriga. – Mas estou cansada demais para descer...

— Você ainda tem que... – Gaelle começa a falar, mas eu levando a mão para que ela pare.

Abro a porta e vejo que o corredor está vazio. Suspiro e penso bem no que tenho que fazer. Olho para o menino e para a minha sósia.

— Eu sei disso... Tenho que ir ao quarto de Matt...

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— Hum... – Ele olha para trás como se não houvesse percebido a porta abrir e fechar. – Já está na hora?

Do jeito que Matthew fala é como se eu tivesse marcado vir aqui todo dia. Como se fosse algo que eu escolhi fazer. E pela cara dele, não vai pedir desculpas por hoje de manhã. O garoto parece desinteressado em qualquer coisa que eu esteja envolvida, mas assim que olha a minha mão, seu jeito descontraido e indiferente some.

— Não sabe ficar ao menos um dia sem se machucar?

Olho para a minha mão enfaixada e ando até ele. Eu sei que de uma forma ou outra, o garoto vai acabar curando a minha mão. 

— Eu não me machuquei ontem. – Escuto o trovão e isso me faz ficar arrepiada. Mas aqui estou segura. Estou segura... — Eu acho.

Matthew pega a minha mão e a examina, depois de tirar o curativo que fiz, ele parece abismado com o corte.

— Como é possível? A sua mão é tão pequena... Como consegue ter um corte desse tamanho? – Seu toque faz com que aos poucos a pele se junte e a cicatriz desapareça. Isso seria bem útil quando eu era menor...

Ele não pergunta como me machuquei, nem pergunta sobre Cass, muito menos fala sobre o jeito que Amon agiu. Matthew escolhe apenas me olhar, sem dizer mais nada.

— Certo. Obrigada. – Sento na cama, e espero ele guardar o material de estudo e chegar perto de mim. – Vamos logo. Você não queria que eu estivesse aqui, nem eu.

— Tanto faz.

É essa a resposta dele. Original... Sem demora Matthew começa a me curar. Acho que isso seria um eufemismo. Ele segura na minha nuca, enquanto a apoia no travesseiro me deitando. Sexta vez... É a sexta vez que isso tem que acontecer. Contando com hoje mais cedo. Ele ainda parece estar puto comigo. Pelo lance do clube de matemática. Tudo queima. Por que tudo sempre queima quando ele me toca? Que diabos ele realmente faz com a minha pele?

— Ficou tudo bem, com o clube...? – Pergunto no momento em que ele me dá espaço para respirar.

Matthew me olha parecendo suspeitar de alguma coisa, como se eu pudesse de alguma forma atrapalhá-lo nisso.  Viro o rosto, e consigo ver todas as folhas espalhadas pela escrivaninha dele. Nossa... Eu até estudava mais do que atualmente, mas será que era desse nivel?

— O que você quer dizer? – Ele é grosso. Não tenho outra definição. O garoto se senta sobre os joelhos, fazendo com que eu fique meio “aberta”. Cada perna minha está em um dos lados de seu corpo.

— Você parece exausto. E está com olheiras. E quando chegou hoje estava muito estressado. – Lembrei-me da cena com a irmã da namorada dele e isso me distraiu um pouco. Me apoio nos cutuvê-los e seus olhos negros estão me observando. Examinando. Medindo minhas palavras.

— Eu sou o presidente do clube e semana que vem tem um festival que cada clube terá uma barraca para cuidar. Acontece que como o clube é de matemática, nossa parte não será ficar sentado atendendo clientes, e, sim arrumaremos a porra toda... Como se eu quisesse isso... – Matthew parece realmente cansado.

— O seu clube vai ser um dos organizadores? – Ele concorda com a cabeça. – Eu não ia muito as aulas no meu antigo colégio. Lá no Canadá, minha tia deu um jeito deu estudar em casa e só ir para as provas...

— Calma... Você não ia à escola? – O que eu falo o irrita ainda mais. – Bem, então você não sabe da pressão que eu tenho.

Ele está certo. Eu nunca tive que organizar algo grande como um festival escolar. Sendo que ele tem apenas dezesseis anos. Não que eu seja muito mais velha... Eu não acho que daria conta nem nos meus melhores dias. Matthew se apoia em um dos braços e volta se deitar em cima de mim. Uma das suas mãos vai para meu cabelo e deslisa. Ainda estou molhada por causa da chuva.

A outra mão entra pela minha blusa e lentamente sobe até a lateral do meu seio. Mordo o meu lábio e acabo fazendo o mesmo com o dele, sem querer. Meus olhos se abrem por surpresa, mas os dele continuam fechados. Tranquilos, apesar deu ainda notar as olheiras. Minha mão direita vai até a sua blusa e eu o afasto um pouco.

— Não acha que às vezes você se esforça demais?

Matthew segura em minha nuca e volta a me beijar, como se eu não tivesse falado nada. Ele dá uma mordidinha leve em meu lábio, como fiz com o dele e depois volta a deslisar a lingua para tocar a minha. Dou um selinho e mais outro. Para, assim, ele perceber que eu continuo querendo falar.

— Hein?  

— Olhe bem para mim, Cass. – Apesar de dizer isso, ele desce para o meu pescoço e dá alguns beijos e mordidinhas. Calma! Isso é nescessário? - Que chance eu tenho se não me esforçar?

— Co-como pode dizer isso? – Eu fico um pouco arrepiada quando ele respira onde está molhado. – Todos dizem por aqui o quanto você é inteligente e tudo mais. – Fecho os olhos tentando me concentrar. Por que as coisas não podem magicamente fazer sentido?

Ele sobe de volta para a minha boca e puxa uma das minhas coxas para mais perto dele, me fazendo deslizar mais para baixo. Eu retribuo o beijo. Mesmo isso sendo tão... Errado. Porque logo ele tem que ter namorada? Assim me faz sentir como destruidora de lares. Sinto dois de seus dedos entrando no meu sutiã, enquanto aperta um pouco o meu peito.

Hoje tive certa esperiencia com Dylan e apesar dele ser um demônio e Matthew uma fada... A personalidade dos dois parece errada. Nada é bom ou mau em si; depende do julgamento que fizermos. Shakespeare também disse isso.

— Eu sei que você está atarefado. – Eu dou outro selinho nele e a sua mão em minha coxa passa a ser mais suave, em vez de agressiva. – Mas parece que algo mais está te chateando...

— Mais do que você resolver ser minha psicóloga enquanto estou tentando te curar?

É... Está bravo. Não é o melhor momento para tentar falar com Matthew, mas acontece que ao menos dentro desse quarto ele costuma não ser tão grosso ou indiferente. E eu sei sobre os sentimentos dele por mim. Sei que me despreza e ele já disse o quanto eu prejudiquei a vida dele, no entanto, sempre que vejo alguém com problemas... Sinto vontade de ajudar. Como o menino que quebrou os óculos de hoje cedo. E Matthew é um tanto diferente. Mesmo ele me tratando mal, de vez em quando, ele é sincero e gentil. Não sei qual é a verdadeira personalidade dele...

— Eu preciso retirar um dos integrantes do grupo. – Ele enfim diz o que está o aflingindo. E ainda fala sem eu continuar a forçar!— Ele é o meu melhor amigo, mas só está usando o clube como ponto extra nas aulas. Sendo que ele não faz nada além de ficar sentado no canto da sala, mexendo no celular. Já que está no último ano, deveria usar o tempo que tem com mais sabedoria, mas ele não é assim. O professor titular já veio falar comigo algumas vezes, e hoje, logo antes de eu ter que correr para casa, o professor mandou eu o expulsar logo... Mas eu não sei o que fazer...

Acho que é a primeira vez que o vejo frágil. E é logo relacionado a estudo... Ninguém merece. Me apoio nos cutuvelos, de novo, e consigo sair de baixo dele. Ajoelho-me na cama e ficamos assim, um olhando para o outro.

— Você não pode ligar para isso, Matt. – Concentro minhas palavras, e tento alcançar o fundo do abismo dos seus olhos. - Você é o lider, não é? E o que acontece se você fraquejar? Se você duvidar de si mesmo? – Eu não sei dizer o que passa na cabeça dele. Matthew é O inteligente. E seu rosto, seu jeito, até mesmo os seus olhos, não são sinceros comigo. Não sei se ele está me escutando de verdade ou não. - O que vai acontecer com eles se você não tiver coragem de seguir em frente? Pense nisso, Matt. Se você fica mal por essa decisão não significa, necessariamente, que ela é ruim. Só não é a escolha do seu coração e, sim, da sua mente. E sabemos que eles te escolheram como lider por algum motivo, não?

— Bem... Eu acho que sim...

Matthew fica quieto e se levanta. Anda até a mesa e pega dois papeis, já escritos.

— Em um deles eu escrevi para o professor dizendo que sentia muito, mas eu acredito que Scott deve continuar no clube. E no outro é uma carta de recomendação para retirarem o Scott. Eu consegui os prós e os contras do meu amigo e aqui estão. – Ele me entrega, mas eu não chego a olhar para o papel para ler o que está em cada.

— Certo, e o que você vai fazer?

— Eu... Er... – Matthew olha para cada uma das minhas mãos e dá de ombros. – Não sei...

Fica em silêncio me observando. Olhando de uma carta para outra e depois para mim. E assim em diante. Ele não vai mesmo pedir ajuda? Só vai me encarar?

— Você é de Libra por acaso? – Ele concorda com a cabeça e eu sorrio infeliz. Eu nunca acreditei em horóscopos na minha vida... Mas quem sabe agora eu não acerte? Se até advinhei qual é o dele.

Puxo o celular do meu bolso, com um pouco de dificuldade por que minha calça jeans é um pouco justa. Coloco no horóscopo e no sígno dele.

— Vou ler sua previsão da sorte. Libra: amor é quando você aguenta. A distância, o tempo, os defeitos... – Olho de volta para a tela do celular. Será que ele não vai dizer nada sobre o estudo? Que horóscopo imprestável!— As intrigas, as discussões, os desentendimentos. É quando você suporta sofrer, é quando você dá tudo mesmo sabendo que pode não receber nada, é quando você faz questão de gostar da pessoa, e carregar todos os fardos que esse sentimento trás, por mais pesados e torturantes que eles sejam.

Matthew inclina a cabeça para mim e seus olhos estão me perguntando: que merda você está falando? A resposta? Não faço idéia, amigo.

— Desculpa, talvez queira dizer que você tem que parar de pensar em estudo e pensar mais em amor? – Ele parece se zangar com a minha brincadeirinha. – Por exemplo! Você poderia se acertar com a sua namorada e as coisas vão melhorar na escola! – Ele me olha e é como se dissesse: não vamos falar dela agora. Uma das pernas dele está dobrada e a outra apoiada por cima enquanto eu ainda estou tentando ajudar. – Ou, talvez você tenha que ser sincero com o seu amigo e ver no que dá. Não é justo ele se dar bem na escola a suas custas...

— Não fale assim dele. – Ele é rispido, e isso me magoa um pouco. Apesar de saber como o Matthew é. – Me de outra opção! – Apesar do jeito mandão que fala, ele parece estar querendo pedir ajuda, mas não sabe como.

— Está certo, eu vou escrever em um papel “Scott fica” e no outro “Scott vai”. Vou dobrar e você vai escolher um ao acaso. E então lidará com a consequência desse ato.

Matthew faz cara de “quem comeu e não gostou”, mas mesmo assim levanta e pega dois papéis pequenos e uma caneta. Assim que me entrega, espera pacientemente enquanto escrevo. Não acredito que isso esse louco aceitou! Dobro e coloco os dois em minhas mãos e balanço.

— Agora é só você pegar um...

Ele sorteia e segura. Olha para mim com espectativa, como se eu tivesse escrito algo além daquelas palavras. Sinto muito, mas nem tinha pensado nisso... Assim que abre, concorda levemente com a cabeça.

— Scott vai. – É o que Matthew diz e então amassa o papel e paga as duas redações que fez. Enquanto coloca uma delas na mochila, leio o papel que continuou em minha mão.

Scott vai.

Eu tenho certeza que não escrevi duas vezes Scott vai! Eu não faria algo assim! Finjo que não percebi que ele mentiu para mim e escolheu isso, e jogo o papel no lixo. Eu não sei bem o que ele está pensando, no entanto... É a vida dele. As escolhas são dele. Assim que termina de arrumar a mochila de amanhã, Matthew vai até a porta.

— Estou com fome, vamos continuar depois da janta... – Ele toca na maçaneta, mas não me vê levantar. – Que foi?

— Hm... – Além de você mentir? — Nada. Só vou direto para cama, perdi a fome.

De repente ele não se mexe e fica em possição de estátua em frente a porta.

— Você precisa se alimentar. Você não tem saúde para comer o que bem entende e depois nada. – Ao dizer isso, parece que ele sabe sobre o sorvete. Matthew respira fundo e volta à cama. – Podemos esquecer nossos problemas agora e concentrar em... Er... Te curar?

— Eu estou me sentindo um pouco tonta... – Digo, percebendo que sua mão está me tocando. – E com um pouco de frio agora. Você ligou o ar?

Ele nega com a cabeça.

— Você está com febre. E isso surgiu do nada enquanto conversávamos... Achei que estivesse prestando antenção...

— Mas amanhã eu tenho que ir a aula! Tenho coisas para fazer! Muito importantes. – Levanto da cama e ele me puxa. Matthew me deita e sai de cima do colchão. Tento colocar as minhas pernas para fora, mas não consigo. – O que você fez?

— Eu estou indo jantar, enquanto isso, você descança aqui. Se até eu voltar você não estiver bem, você vai ficar aqui.

— O quê? Você me trancafiou nessa cama? E meu pijama. E Tom? – E Gae?

— Eu trago seu pijama. Tom vai ficar bem. Tem outra de você lá com ele. E sua cópia precisa de um lugar para dormir também, não é? A cama de Tom não é tão grande assim.

Eu ainda não havia pensado em onde ela dormiria...

— Se você dizendo que ela vai dormir com Tom... Onde eu vou dormir?

— Hoje, aqui. Por que você está doente. Enquanto você dorme, eu vou fazer você ficar melhor a ponto de conseguir ir a faculdade amanhã. Febre é uma doença humana. Não tem nada a ver com o meu trabalho. Você deveria apenas descançar, mas já que você quer ir amanhã...  – Ele anda até perto da porta, ainda olhando para mim. – Isso é um agradecimento por me... Fazer escolher. – Devia ter dito ajudar!  

Ajoelho-me e engatinho até a ponta da cama, para chegar mais perto dele.

— Ei, você não pode me prender aqui!

— Tecnicamente, eu posso sim. – Matthew mexe os dedos e eu sinto algo passar por debaixo da cama. – É como a proteção que tem no meu quarto.

Esse negócio de proteção não faz sentido. Alice entrou aqui facilmente hoje de manhã e eu também agora a pouco... Não entendo como ele diz que apenas quem ele quer, pode entrar.

— Você vai ficar aqui. Vou fazer você ficar melhor.

Do jeito que ele fala, me faz duvidar das suas intenções. Independentemente dele ser meu subrinho, é ruim eu ficar aqui. Temos quase a mesma idade. E a gente já se pegou algumas vezes, mesmo que tenha sido para minha saude. Acho que essa foi uma das frases mais estranhas que pensei, até agora.

— Ou você confia em mim, ou eu terei que mentir a você.

Como se agora fizesse sentido! Será que faz e ele é realmente mais inteligente do que eu? Fazendo com que eu não entenda? Sento sobre meus joelhos, e o vejo olhar o quarto. Parece procurar alguma coisa, mas, de repente, para e volta a me observar.

— E Cass, o beijo no pescoço foi por que você estava com um roxo aí. – Como se essa explicação fosse muito lógica, ele deixou a conversa assim. E saiu do quarto, me deixando presa no terreno que a cama de casal dele ocupa.

Passar a mão como ele estava fazendo não adiantava? Mágia é tão complicada! Não sei se um dia vou entender...

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Notas finais do capítulo

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