Dança da Extinção escrita por yumesangai


Capítulo 17
Entrevistas


Notas iniciais do capítulo

#MonstaX



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— Chanyeol? – Baekhyun se inclinou na cadeira para ver seu amigo entrando em seu apartamento. – Você não tinha uma viagem? O que aconteceu?

 

— Subiu uma tela de voos cancelados, todas as companhias aéreas.

 

Baekhyun largou o notebook e empurrou a cortina, o sol brilhava lá fora, o céu estava claro.

 

— Estranho...

 

— Eu liguei pro meu amigo que está no exército, ele disse para estocar comida e ficar em casa. Tem algo estranho acontecendo.

 

— Algumas estações estão fechadas, agora o aeroporto? O que está acontecendo?

 

— Achei que fosse algo sobre o Norte, sabe? Mas eles teriam se pronunciado rapidamente.

 

— Youtube está fora do ar. – Baekhyun comentou enquanto abria a geladeira.

 

— Como é? – Chanyeol pegou o notebook e tentou acessar, a página, mas não carregava. – Quando isso aconteceu?

 

— Não sei, talvez de madrugada. Aparentemente nós somos a China agora.

 

— Baek isso não é piada, nós precisamos ficar em algum lugar. – Chanyeol falava e parecia procurar algo pela casa sem saber exatamente o que era.

 

— Nós estamos no meio da cidade, isso por si só já é uma péssima ideia. – Baekhyun comenta ainda relaxado, mas seus olhos seguiam Chanyeol.

 

— Como assim?

 

— Se o pior acontecer como vamos sair? O metrô provavelmente não vai funcionar, as ruas vão estar atoladas de carros e pessoas desesperadas.

 

Chanyeol assentiu e foi andando em passos largos até o quarto, ele abriu o armário e jogou uma mochila no chão.

 

— Pegue o essencial, nós estamos indo embora.

 

— Como é? – Isso rapidamente o fez ficar de pé. - Chanyeol não seja absurdo.

 

— Você mesmo disse, eu não vou ficar, então você vem comigo?

 

Baekhyun abriu a boca, mas ele iria para qualquer lugar desde que Chanyeol estivesse com ele.

 

— Para onde nós vamos? – Perguntou passando algumas coisas para Chanyeol que ajeitava a mochila.

— Então, eu lavo as suas costas? – A voz de Lay fez Baekhyun dar um salto e erguer o rosto, seu rosto estava vermelho, seus olhos inchados e ele ainda estava fungando.

— Yixing! – Ele queria se esconder, mas não havia como ou espaço para isso.

— Eu não vou sair. – Seu tom foi simpático, ele tinha um sorriso discreto no rosto, de quem entendia e aceitava.

Baekhyun olhou para o teto e fungou novamente. Os respingos de água já estavam frios.

— Eu lavo as suas costas e você a minha? – Lay perguntou esticando uma esponja macia. – Isso é uma expressão, certo?

— Em que lugar do mundo? – Retrucou querendo rir.

— Em algum lugar, tenho certeza.

Baekhyun tinha sorte por ter encontrado Yixing, ele sorriu olhando para cima, esperando que Chanyeol visse que ele estava tentando.

 

—/-

 

— Sehun me disse que Suho e Jongdae morreram. – Kai comentou olhando para Kyungsoo, mas o amigo continuou encarando os pés. – Como foi?

— Eu não quero falar sobre isso. – Ele fechou os olhos, mas as imagens ainda estavam lá, o barulho continuava em seus ouvidos.

Kai assentiu.

— Eu sinto muito, Soo.

— E pela Jessica? E pela Krystal? Que tal Taemin? – Ele virou o rosto, sério, lágrimas que se recusavam a cair, mas brilhavam.

Kai pareceu com Jongin, pareceu familiar. Ele esticou a mão e desfez o nó do tapa-olho, havia um curativo.

— Eu perdi isso em Exodus. Eu ia contar sobre a Krystal, mas eu fiquei com medo que você quisesse ir atrás dela e eu sabia que ela não iria se juntar ao grupo.

— Eu merecia saber, ok? Você não me deve nada, mas quando se trata de conhecidos em comum, você me deve isso. – Seu tom era sério de um jeito que Kai não estava acostumado, ele sempre o ouvia falar calmamente e com seus sorrisos agradáveis.

— Taemin se transformou na minha frente e eu não fiz nada, eu não podia, sabe? Ele veio na minha direção, mas eu lutei contra, eu não queria morrer, mas eu queria que fosse por ele, isso faz sentido?

Kyungsoo respirou fundo. Ele via perfeitamente Jongdae perdendo a cabeça e indo para cima do garoto com uma arma na mão. Tolo, cego, porém justo.

— Você não morreu. – Disse dando o melhor sorriso que conseguiu, apesar de já estar cansado disso. – Nós não podemos nos dar a esse luxo, não depois de meses nisso.

— Você vai parar de se preocupar comigo?

— Não Jongin, eu não vou. Não me faça prometer isso, porque eu não vou.

— É Kai... – Retrucou, mas fugiu o olhar do dele, se sentindo um pouco mais como Jongin. O lembrete era para si mesmo.

— Por que você mudou de nome?

A pergunta foi aleatória, mas os dois pareciam estar falando consigo mesmo em voz alta e coincidentemente o outro lado respondia.

— Jongin não iria sobreviver, Jongin precisava de Taemin, Kai não precisa. Parece que eu estou falando em 3ª pessoa, é estranho. – Ele riu com as bochechas coradas, se o cabelo não fosse branco, ele seria a visão perfeita do colegial que Kyungsoo conhecia.

Do colegial que em algum momento Kyungsoo teve sentimentos, ele teria se declarado, mesmo sabendo que seria rejeitado, porque Jongin era apaixonado por Taemin. E Kai era por Sehun.

Quão confuso o fim do mundo precisava ser?

De qualquer forma, Kyungsoo não sabia se gostava de Kai, mas ele queria protegê-lo.

 

—/-

 

Kihyun estava sentado no final de uma mesa de reunião, Minseok estava sentado na outra ponta, uma câmera com a luz vermelha estava definitivamente em funcionamento.

— Por favor, diga o seu nome e apresente as pessoas do seu grupo que estão com você. – Kihyun começou de braços cruzados.

Minseok se sentiu numa entrevista de emprego e ele odiava essas coisas, ele precisava proteger o grupo e se sair bem com a tal da resistência e Kihyun era uma pessoa difícil, Hoseok e Changkyun pareciam fáceis de lidar.

— Kim Minseok. – Se apresentou. – No meu grupo Oh Sehun, Kyungsoo, Baekhyun, Kai e Lay.

— Você só é familiar com uma pessoa no seu grupo?

Minseok falhou em não fazer uma careta, mas era inevitável, ele não sabia qual o propósito das perguntas.

— Já conhecia Sehun antes, todos os outros vieram com a situação atual.

— Entendo.

Ele soou colaborativo, mas definitivamente não entendia a situação. Minseok tomo como nota que todas as pessoas desse grupo deveriam estar relacionadas de alguma forma.

— Fale sobre Exodus.

Minseok sentiu um calafrio.

— O que você quer saber?

— Era uma base, mas acabou em ruínas. O que aconteceu?

Eles sequestravam pessoas, o líder era um lunático...

 — Má administração.

Kihyun o encarou franzindo o cenho. Minseok apenas ergueu a sobrancelha. Sim, má administração, Exodus era uma base extensa, A resistência era um prédio, mesmo que um prédio com energia solar, ainda é um edifício.

Eles já haviam passado por provas mais difíceis em condições muito mais não favoráveis.

[...]

— Do Kyungsoo, o restante do meu grupo Kai, Minseok, Sehun, Baekhyun e hm... Lay.

— Alguma pessoa familiar?

Kyungsoo pensou imediatamente em Kai, mas ele duvidava que ele tivesse dado essa informação. Ele respirou fundo Jongin não era Kai, ele deixou isso claro várias vezes.

— Minseok, eu acho. Nós nos damos bem.

Kihyun não pareceu desconfiado.

— O que houve com seu ombro?

— Tiro. Conflito em Exodus.

— Dor?

— Nada que eu não esteja acostumado.

Kihyun apenas assentiu.

[...]

— Park Baekhyun. Minseok, Kyungsoo, Sehun, Yixing, Kai, Chanyeol, Suho e Jongdae.

— Chanyeol...? Ah, essas foram as pessoas que morreram.

Baekhyun continuou sério e deu de ombros.

— Quem é Yixing?

— Lay. Yixing é o nome dele.

Kihyun sentiu uma pontada de dor de cabeça, ele misturava muitas coisas ao falar, ele não contava as histórias no passado ele falava dos mortos como se estivessem vivos. Ele escreveu a palavra “distúrbio” no canto da folha.

Pensou porque Kai disse que não se importava com ele, ele parecia frio o bastante.

[...]

— Yixing ou Lay. – O garoto simpático deu de ombros, ele era o único que tinha um sorriso de leve nos lábios.

— Fale o nome dos integrantes do seu grupo.

— Baekhyun... eu não lembro o nome dos outros, o líder baixinho, o das sobrancelhas que está machucado, estoico e o outro antes de mim.

Kihyun riu alto.

— Você se juntou a eles recentemente.

— Bom, sim, Baekhyun me salvou, o resto é meio fechado.

— O que você sabe sobre os outros integrantes ou sobre Exodus?

Lay sequer parou para pensar.

— Nada, que eles morreram, que Chanyeol morreu. Eles não gostam de falar sobre isso então eu não pergunto.

— Você está num grupo que cometeu uma série de assassinatos.

— Eu não estaria vivo se eles não tomassem essas atitudes, além do mais, não é como se eles atirassem primeiro.

Kihyun empurrou a prancheta para o lado e apoiou o queixou nas mãos.

— Então, vamos conversar um pouco mais...

 

—/-

 

— Eu deveria estar preocupado? Eles ainda não falaram comigo. – Sehun comentou enquanto enchia um copo de água.

O grupo ocupava uma pequena copa que estava anexada a uma sala que aparentemente era como uma cozinha com mesa de jantar. Kihyun disse que eles poderiam descansar, mas que mais tarde iria falar com Sehun.

— Não, eles sabem sobre você, eu fiz alguns acordos. – Kai mexia no açúcar e jogava no café.

— Que tipo de acordo?

— É sobre a missão de amanhã.

— Você quer esclarecer sobre isso? – Minseok perguntou de braços cruzados na porta.

Lay, Baekhyun e Kyungsoo estavam sentados à mesa, mas pararam o que estavam fazendo e olharam na direção deles. Kai olhou na direção que Sehun, que assentiu.

— É uma missão de recursos, aqui tem energia solar o que é ótimo, mas a comida não cresce sozinha. Tem bons estoques porque cada andar desses estava com armários cheios como açúcar, café, galão d’água, e essas coisas que empresários comem em reuniões.

— Eles estão com nossas armas, nós vamos consegui-las de volta para a missão? – Minseok acompanhava cada movimento de Kai que parecia relaxado demais.

— Vamos, nós precisamos das armas afinal.

— Então nós temos que invadir um mercado ou algo assim? – Sehun perguntou mergulhando o sachê de chá na água quente.

— Hyungwon ainda vai aparecer para falar com vocês, o que vocês precisam entender que mais importante do que recursos é Minhyuk.

— Quem?

— Minhyuk é outro membro da resistência, ele precisa de insulina e essa vai ser a missão.

— Nós temos que nos arriscar pela vida de uma pessoa que nunca vimos na vida? – Kyungsoo perguntou arqueando a sobrancelha.

— Bom, nós estamos na casa deles e comendo os recursos. – Lay disse erguendo a torrada com geleia.

— Eu não me importo de saquear um mercado, mas para onde teremos que ir para conseguir insulina? – Baekhyun chamou atenção dos outros. – Nós não conhecemos a cidade.

— Para o hospital Central. – Kai levou o copo de café até a mesa, Sehun ocupou o assento ao seu lado, mas Minseok continuou onde estava.

— E agora que estamos aqui não podemos virar as costas e ir embora. – Minseok massageou a têmpora.

— Nós podemos mata-los. – Sehun diz bebendo o chá tranquilamente.

— Ou nós podemos pegar a insulina e depois ir embora? – Kyungsoo olhou na direção de Kai. – Eles permitiram isso? Ou estamos lidando com um Zitao que não deixa as pessoas irem embora.

— Não, eles não são como Tao. – Kai respondeu sério. – Eles são sérios. Hoseok e Changkyun são boas pessoas, Minhyuk é extremamente gentil.

— Kihyun é um idiota. – Baekhyun murmurou.

— Por isso as garotas não entraram aqui. – Kyungsoo comentou em voz alta, mas ele estava falando com Kai. – Amber não queria envolve-las nisso, certo? Elas observaram os grupos entrando e saindo em missões, não é tão simples assim, é?

— Não, não é. – Kai olhou na direção dele. – Eles não são loucos, nem nada, nada parecido com que vimos em Exodus ou com o que vocês encontraram na Floresta. – Minseok e Sehun desviaram o olhar para qualquer canto.

— E por que eu ainda não fui entrevistado? – Sehun perguntou chamando atenção de Minseok.

— Porque você é meu namorado, Hyungwon deve te entrevistar.

— Eu deveria me preocupar?

— Não, eu já disse, eles não são pessoas ruins.

Minseok encarou Kyungsoo que deu de ombros. Baekhyun e Lay voltaram a comer e Sehun ficou encarando o próprio reflexo no chá.

 

—/-

 

— Sobre essa missão... – Yixing começou falando mais baixo, embora fossem apenas ele e Baekhyun no quarto.

Os outros haviam se retirado depois do jantar e Sehun havia seguido com Shownu para uma das salas de reunião, embora num andar diferente, provavelmente o de Hyungwon, como Kai havia dito.

— Você acha que nós vamos precisar fugir? – Baekhyun perguntou com uma toalha confortável no pescoço, seu cabelo ainda estava molhado. – Ele não pode viver sem insulina, não é? É esse tipo de doença.

— Não, ele não pode. Mas esse Hospital, não vai ser fácil.

Baekhyun pareceu pensativo.

— Você quer fugir? Apenas eu e você?

Yixing apertou as mãos dele, mas negou com a cabeça.

— Eu não gosto de fugir, eles precisam de ajuda não?

— Eles não estão exatamente pedindo...

— Quem iria aceitar?

— Aparentemente você. – Baekhyun queria rir. – Céus, como você é real? Você é igualzinho--

— Não diga isso. – Yixing apertou a mão dele com mais força. – Eu não sou.

Baekhyun assentiu lentamente, mais pelo choque com a mudança de expressão do que qualquer outra coisa. Ele queria dizer que eles ainda se pareciam, Chanyeol também era sério, mas ele não estava comparando.

Ele queria explicar que não era uma comparação.

— Yixing.

— Se você quiser nós podemos ir embora. – Ele falou rapidamente, o sotaque saiu mais forte e Baekhyun quase não entendeu o que ele disse.

— Não! Não... – Ele foi se ajeitando, quase subindo no colo de Lay. – Não me deixe mudar você, ok? É o que eu mais gosto em você. Nós vamos fazer a nossa parte, depois vamos embora.

— Sobre o Hospital...

— O que? – Baekhyun franziu o cenho ao ver Lay incerto.

— É do outro lado da estação de trem.

Baekhyun tentou fazer um mapa mental, mas ele não conhecia a cidade, mas não precisa de muito, depois do trem era onde não havia mais controle da cidade, quer dizer errantes vagando e tudo que eles conheciam.

— Como vamos chegar lá? É impossível, não? Esqueça o que eu disse, vamos fugir!

— Hyungwon tem um helicóptero.

— Nós vamos fugir de helicóptero?

Lay quase começou a rir.

— Não, eu vou pilotar até a cobertura do Hospital.

 

—/-

 

Hyungwon era bem mais novo do que Sehun esperava, talvez ele conseguisse reconhece-lo de alguma revista, mas ele não tinha hábito de prestar atenção nisso. Ele tinha uma beleza exótica e para o fim do mundo, o cabelo dele estava ótimo.

Sehun agradeceu o recém corte.

— Pode se sentar. – Hyungwon apontou para a cadeira, ele o estudava sem ser discreto, os lábios comprimidos de uma forma que parecia deboche, mas Sehun acreditava que fosse apenas algo natural.

O tipo de pessoa que parece que está te julgando, mas é apenas sua expressão básica de segunda-feira de manhã. Ao menos era o que Luhan costumava dizer sobre as expressões de Sehun.

— Vocês salvaram Kai.

— Kihyun fez a parte dele. – Hyungwon ocupou a cadeira do presidente na ponta da mesa.

Sehun não precisa de detalhes, ele apenas assentiu.

— O que Kai prometeu?

— Pegar o que eu preciso.

— O que Minhyuk precisa. – Sehun o corrigiu, Hyungwon ergueu a sobrancelha e sua expressão definitivamente virou algo assustador. – Quem é Minhyuk?

— Você parece uma pessoa sensata, que não se importa com histórias tristes, não é?

Sehun parou para pensar, pensou em primeiro lugar em Luhan, depois em Chanyeol e Baekhyun, Suho e Jongdae, pensou até mesmo em Taemin.

— Não ganho nada em me importar, apenas dói mais. – Disse se sentindo vazio, como se faltasse algo.

— Exato. Minhyuk é a minha melhor metade e ele foi abençoado com a dependência de insulina, mas nós estamos presos aqui e bom, ele não pode esperar.

Sehun assentiu, ele pensou que faria o impossível se fosse Luhan, céus, Luhan teria invadido todas as casas até eles encontrarem um hospital mais próximo.

— Vocês têm carros, a cidade parece controlada, qual a dificuldade de chegar ao hospital?

— Tudo isso parece incrível, mas não foi fácil conseguir tudo isso. Quer dizer, foi partindo do princípio que esse prédio sempre funcionou com energia solar, a linha de trem foi custeada pela mesma empresa, então nós sempre tivemos acesso a tudo o mecanismo deles, além do mapa das linhas.

— Quem é você? – Sehun perguntou confuso e admirado pela primeira vez.

Hyungwon sorriu arrogante.

— Eu não sou um idiota, as pessoas que estão comigo também não. Minhyuk é um investidor, Shownu é meu guarda-costas, Kihyun é veterinário, Hoseok e Chankyun trabalham nessa empresa.

Sehun se perguntou se teria dado certo ficar no meio de pessoas tão conhecidas, mas ele sabia a resposta.

— Você nunca teve que perder ninguém, você não sabe como é lá fora, como é de verdade lá fora. Você controla aquele trem, não é? A maioria das ruas estão limpas.

— É? De nada. – Hyungwon manteve o tom. – Nada disso foi feito com controle remoto, você acha que esse prédio sempre foi habitado por seis pessoas? Meus amigos morreram, colegas de trabalho, conhecidos, vizinhos, muitas pessoas se sacrificaram para a cidade funcionar como está hoje.

Mas Sehun tinha certeza que Hyungwon não tinha sangue nas mãos, não sabia o que era enfrentar um errante, ele mandava pessoas fazerem o trabalho difícil e maioria não iria voltar, ele só tinha que conviver com isso.

Ele teria se solidarizado, mas ele sinceramente não se importava.

Não era problema dele, não eram seus amigos ou seus conhecidos.

— Onde fica o hospital? – Repetiu.

— Depois da linha de trem.

— E você acha que o meu grupo vai fazer alguma diferença em chegar até o Hospital se fica numa área sem controle?

— É mais fácil, Kihyun descobriu uma pessoa interessante entre vocês.

Sehun não se preocupou em esconder a surpresa.

— Quem garante que não vamos simplesmente ir embora?

Hyungwon sorriu com a pergunta de um milhão de dólares e Sehun tinha certeza que havia pisado numa mina.

— Você.

E ele não podia mais se mover.

— Kai sabe como nós funcionamos. Você vai ficar, o restante vai para a missão junto dos meus amigos. E quando todos voltarem, vocês podem ir embora. Simples assim.

— Simples assim? – Sehun mordeu a bochecha.

— Kai, Lay, Baekhyun, Minseok, Kyungsoo, Changkyun, Hoseok, vão para o Hospital.

Sehun conseguia ouvir o som do próprio coração batendo, ecoando em seu ouvido.

— Eu não posso contestar, posso?

— Não.

— Eu posso trocar com Kai?

— Não.

— Por quê?

Hyungwon o olhou como se ele fosse uma criancinha.

— Você sabe a resposta.

Sehun queria gritar que ele não sabia e não entendia, mas foi só pensar em Minseok que ele entendeu o motivo. O grupo iria executar a missão e voltar porque ele estava como refém.

Ele também conseguia pensar no cenário se os integrantes do grupo dele não retornassem.

— A missão é amanhã, vocês vão de manhã e voltam até o pôr do sol, de preferência antes. Depois disso vocês podem descansar mais um dia e irem embora.

Se eles voltarem.

Mas se eles não voltarem então o tempo de Minhyuk estará esgotado. Sehun olhou para o prédio, era um bom prédio com boas coisas. Hyungwon era rico, a família dele era rica e seus amigos igualmente ricos, por que continuar ali?

Era tão arriscado ou todos estavam apenas se fazendo confortáveis porque não precisavam passar por nenhum tipo de provação? Todos dormiam em camas macias e tinham água quente.

— Você tem uma sala de cinema ou algo assim?

Hyungwon pareceu surpreso e então sorriu.

— Algo assim.

— Algum filme bom?

Ele fez uma careta.

 

—/-

 

— Como está o seu ombro? – Minseok perguntou antes de ocupar uma das camas. Kyungsoo estava na outra, já deitado e com roupas limpas.

— Kihyun deu uma olhada, eu não queria me envolver em mais algum débito, ou seja, lá como isso funciona.

— Nós temos que ganhar alguma coisa no meio disso tudo, não?

— Eu acho... Ele fez um trabalho descente, está ruim por conta de... tudo, mas eles têm bons remédios, e não está infeccionado nem nada.

Minseok assentiu, ele deitou na cama, mas acabou se revirando de um lado e para o outro.

— Você acha que nós erramos em ter vindo até aqui?

Kyungsoo o encarou de forma reprovadora.

— Eu viria de qualquer jeito. Sehun também. Algumas decisões não dependem do grupo. Era apenas algo inevitável.

— Mas e o que acontece agora?

Kyungsoo usou o controle para desligar a luz.

— Nós temos uma noite de sono sem vigia. Uma verdadeira noite de sono, qual foi a última vez que você teve uma?

Minseok não respondeu, ele fechou os olhos, automaticamente pensou no mundo ainda como mundo, em seu próprio quarto, nos jogos de vídeo game não terminados.

 

—/-

 

— Nós temos uma missão amanhã e você conseguiu que nós fossemos ver um filme? – Kai perguntou rindo, enquanto eles ocupavam um sofá tão macio que Sehun poderia morar nele e nunca mais sair.

— Eu consegui uma sala de cinema e pipoca! – Ele sorriu extremamente orgulhoso ao colocar o pote um pouco mais a frente.

— Hyungwon te deu pipoca? – Kai quase engasgou.

— Claro que não. Acho que foi Minhyuk, mas quem entregou com Changkyun. Eles parecem normais, como você disse.

Kai encheu a mão de pipoca.

— Você iria gostar deles, de verdade. O que nós vamos ver?

— Bom, sobre isso...

— O que diabos é “Meu Vizinho Totoro?” – Kai perguntou segurando o dvd.

Sehun se ocupou com a boca cheia para não responder.


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