A Sombra do Pistoleiro escrita por Danilo Alex


Capítulo 1
A Origem da Lenda


Notas iniciais do capítulo

Olá, galerinha!

Escrevi essa história há um bom tempo, porque sempre fui fascinado por faroeste.
Sempre volto a ela para tentar revisá-la e decidi compartilhá-la com vocês.
Tem aventura, tem ação, tem romance, tem comédia, tem drama... Conteúdo para a maioria dos gostos. Espero realmente que gostem.

Boa leitura!!!



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Toda noite ao ir deitar, suplico ao Senhor para minha alma guardar.

Não, não estou pedindo perdão,

Mas antes de ser enterrado em seis palmos de terra,

Deus, tenho de pedir um favor, e espero que compreenda,

Pois tenho vivido a vida no limite.

Permita a este garoto morrer como homem, encarando uma bala.

Deixe-me mostrar meu ultimo truque,

Derrubado em uma chama de glória. “

 

(Blaze of Glory, Jon Bon Jovi)

 

 

Há muito tempo, muitas lendas do gatilho viveram no Oeste Norte-Americano.

Ora, dizem que por trás de toda lenda do Oeste sempre existe um grande pistoleiro, e que por trás de todo pistoleiro sempre há uma história, geralmente triste.

Uma espécie de sombra chamada Passado seguia esses homens, deixando um rastro de dor, sangue e lágrimas. Essa sombra marcava sua vida e suas almas de forma profunda, indelével.

É bem verdade também que a maior parte desses homens lendários havia nascido, vivido e morrido em território Norte-Americano, tendo seus nomes, envoltos por fama, gravados na História desse país.

No entanto, como sabemos, toda regra tem uma exceção, e nem todo lendário às do gatilho do Oeste tinha olhos azuis e sangue ianque. Alguns deles vieram de fora, viveram, mataram e morreram ali. Foram temidos, respeitados, admirados, perseguidos e odiados como os outros.

Vamos falar de um homem assim.

Enrico Aguilar De La Cruz veio ao mundo na clara manhã de Dezoito de Dezembro de mil oitocentos e cinqüenta e cinco.

Nasceu na cidade de Monterrey, no México. Realmente longe de um berço de ouro, Enrico era filho de um humilde casal mexicano. Maria Dolores De La Cruz Aguilar era uma mulher muito bonita e jovem ainda, mas que infelizmente tinha pouca instrução. Acercara-se mais dos afazeres domésticos e agora, da tarefa de cuidar do pequeno Enrico.

O pai de Enrico, Javier Aguilar Diaz, era um homem forte, honesto e trabalhador, porém, também possuía pouca instrução escolar, mal sabendo assinar o próprio nome. Além disso, era quase dez anos mais velho que a esposa.

Maria e Javier sempre viveram em Monterrey. Eram caseiros em um rancho onde trabalhavam e moravam. A propriedade pertencia a um poderoso e correto fazendeiro chamado Hector Gonzales, que possuía aquela propriedade mais com objetivos de plantio. Dedicava aquelas terras à agricultura, e os únicos animais do rancho eram umas poucas galinhas, uma meia dúzia de porcos, três cavalos e apenas uma gorda vaca leiteira.

Em contrapartida, ao longo dos inúmeros hectares de terra do rancho “La Madre de Díos”, as lavouras se estendiam para o horizonte, correndo além de onde a vista alcança. Havia plantações de milho, feijão, café e etc. Uma beleza de se ver, pois a terra ali era muito fértil.

Enrico Aguilar De La Cruz, então, passou boa parte de sua infância no campo, crescendo entre as plantas e os animais. Aprendeu desde muito cedo a montar e a domar qualquer tipo de cavalo, tendo se tornado um exímio cavaleiro com apenas nove anos de idade. Até ali tivera uma vida humilde, embora feliz, junto de seus pais.

Javier recebia um ordenado modesto por seu trabalho, e sempre agradecia ao céu por seu salário sustentar a família. Todavia, guardado em seu íntimo, Javier Aguilar Diaz tinha um sonho: o de possuir suas próprias terras, se tornar um proprietário bem sucedido e oferecer uma vida melhor à esposa e ao filho.

Foi quando Enrico completou seus dez anos, que Javier se deparou com o que lhe pareceu a grande oportunidade de realizar seu sonho: uma promissora Companhia de Mineração de Durango estava recrutando mão de obra para uma grande empreitada.

Ao que parece, tinham descoberto um veio de ouro na cidade de El Paso, no Texas, no Oeste dos Estados Unidos. O referido veio situava-se nas terras de um amigo de um dos donos da Companhia de Mineração.

O proprietário das terras, um americano chamado Robert Spencer, acabou entrando como sócio majoritário na Companhia e, por isso, a empresa estava contratando o pessoal para começar a explorar a tal jazida.

Mesmo sabendo dos riscos que corria, Javier Aguilar decidiu ir. Afinal, se ausentaria apenas por um ano, que era o tempo previsto pela Companhia, e ganharia uma quantia suficiente para mudar completamente sua vida – cerca de trinta e cinco mil dólares.

Assim, quando entrou naquele trem, na manhã nublada de vinte de dezembro de mil oitocentos e sessenta e cinco, Javier sabia que estava fazendo o melhor para si e sua família.

Assim que a ruidosa composição apitou e começou a se afastar lentamente da estação de Monterrey, Javier viu, pela janela, sua mulher e filho parados na plataforma, com lágrimas nos olhos, acenando para ele. Apesar do nó preso na garganta, o homem conseguiu sorrir e, acenando também, gritou:

— Não se preocupem, voltarei logo. Mandarei notícias.

Nem Maria Dolores, nem Enrico, e nem o próprio Javier Aguilar sabiam, mas aqueles três infelizmente jamais voltariam a se ver.

 


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Notas finais do capítulo

E ai, meus amigos?

Que acharam?

Quem passar por aqui, deixa um comentário, um feedback para ajudar a história, por favor.
Isso ajuda e muito, e quero realmente postar aqui para vocês algo que valha a pena ler.
Até o próximo capítulo!!!