– Clary, foram só palmas, você pode sair de debaixo da coberta agora.
Clary resmungou alguma coisa e não fez menção de sair dali; o loiro abaixou o volume da TV para que as cenas não assustassem mais a garota e sorriu ao ver os cabelos ruivos bagunçados quando ela puxou a coberta.
– É isso aí, Valente. - ele riu e ajudou Clary a arrumar os cabelos, os rostos próximos.
– Obrigada, Jace.
– Tenho uma forma melhor de você me agradecer.
A ruiva sorriu e beijou suavemente o loiro que prontamente retribuiu; hoje ele não estava disposto a deixar a moça escapar por entre seus dedos novamente. Ele acariciou o rosto da ruiva com a mão direita e logo depois segurou firme sua nuca; a ponta da língua de Jace percorreu o lábio inferior antes de mordê-lo sem força, arrancando um suave suspiro da ruiva. O loiro se esqueceu naquele momento de todas as promessas que havia feito a si mesmo de nunca mais se apaixonar porque, se não fosse paixão, ele não tinha ideia do que seria todos aqueles sentimentos insanos que ele não sentia há tanto tempo.
As unhas de Clary percorreram as costas do rapaz por cima da camiseta e ele sentiu os pelos dos braços se arrepiarem; ele encontrou a barra da blusa de Clary e a levantou, acariciando suas costas. Deus como ele queria tirar aquela blusa da ruiva. Em um reflexo, Jace apertou a cintura de Clary e ela se afastou, um pouco ofegante; talvez ela tenha adivinhado os pensamentos do loiro ou era também a vontade dela, mas o loiro não se surpreendeu ao ver a moça levantar suavemente os braços e ele logo escorregou a fina blusa pelos braços dela, deixando-a em algum lugar.
Clary segurou as duas mãos do rapaz entre as dela e tomou um pequeno impulso, sentando-se no colo do rapaz, de frente para ele.
– Sua vez. - ela sorriu e com facilidade retirou a camiseta de Jace.
– Eu já disse que você é linda?
– Não, mas aposto que diz isso pra todas. - ela riu.
– Não... não são todas as mulheres que tem a sorte de estar com Jace Herondale.
– Então, vai me mostrar por que Fireburn? Estou começando a duvidar da sua fama.
Jace estreitou os olhos e prendeu Clary com força contra ele, segurou firme os seus cabelos e deu um suave puxão, encostando o nariz com o dela.
– Você vai se arrepender de cada palavra, Clarissa Fray.

**
Acabava de bater oito horas da manhã em alguma igreja ali perto quando Jace ouviu o celular dar um suave bipe de mensagem.
"ótimo, agora o Church e o meu colega de quarto sumiram."
"Church está em cima da cama de Clary, Simon. Relaxa." - ele enviou ao rapaz.
"E como você sabe?"
"porque EU estou em cima da cama de Clary e Church se enrolou em um canto ali."
"wow! Eu não tenho certeza se quero saber como você foi parar aí."
"começou com um balde de pipocas e um filme de terror."
"sempre começa de um jeito inocente. Se não há mortos nem feridos, volte a dormir. A noite deve ter sido longa."
"e como."
Jace sorriu para o último sms de Simon e guardou o celular, virou-se devagar e sorriu ao ver Clary dormir tranquilamente ao lado dele. Com cuidado, ele a puxou devagar e a abraçou, dando suaves beijos no pescoço e no ombro da moça.
– Que horas são? - ela perguntou, a voz sonolenta fez Jace sorrir.
– Oito. - ele respondeu baixinho.
– E você acorda sempre tão cedo assim? - ela sorriu e se virou, deitando a cabeça sobre o ombro do rapaz e uma perna entre as dele.
– Sim. - ele sorriu e abraçou a ruiva. - Mas você não, então pode voltar a dormir.
– Eu tenho faculdade. - ela disse em um fio de voz.
Jace gargalhou e chamou a atenção de Clary que levantou um pouco seu corpo para encará-lo.
– O que foi?
– Hoje, Clarissa Fray, - ele prendeu os braços de Clary e apoiou parte do seu peso sobre ela. - você só tem que se preocupar comigo e não ouse sair desse apartamento.
– Ah, agora eu sou uma refém?
Jace sorriu. Queria dizer que ele a prenderia do mesmo jeito que havia sido preso pelos olhos verdes da moça e que desde a primeira vez que se viram, ele não conseguiu parar de pensar nela nenhum segundo. Queria dizer que essa noite foi a melhor da vida dele e que ele não ia permitir nunca que ela fosse embora, mas... ele seria louco se o fizesse, certo?
– Jace. - ela chamou a atenção do rapaz com a voz suave e ele soltou os seus braços, apoiando os seus um de cada lado do corpo de Clary. - Você acharia muito estranho se... se eu dissesse que essa noite foi tão perfeita que... eu não quero que acabe, eu não quero que você vá embora.
– O que eu acho estranho, Clarissa, é essa sua habilidade de ler a minha mente e dizer tudo que eu não consigo. Isso sim é estranho.
– Você tem medo. - ela acariciou o rosto dele com carinho.
– Quem não...
– Mas se você quer ficar, fique, se quiser ir embora, vá, mas só faça aquilo que você tem vontade, certo? Os detalhes acertamos quando eles aparecerem.
– Ótimo. - ele sorriu e deu um suave beijo em Clary que logo desceu para o pescoço da moça e, aos poucos, desceu pelo corpo dela.
– E o que você está fazendo?
– Seguindo seus ótimos conselhos, senhorita Fray, estou fazendo o que eu tenho vontade.
– Eu tenho que pensar mais nas coisas que eu falo pra você.
– Percebeu um pouco tarde. - ele sorriu contra a pele da barriga de Clary.