Um novo recomeço escrita por IsabellaORodrig


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem ? Espero que sim haha, então saiu um capítulo novinho para vocês, espero que gostem. Beijoooos de luz ✨



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Vê-la naquele estado acabou comigo. Ela estava se repudiando, se rebaixando pelo o que tinha sofrido. Seu choro só demonstrara dor.

— Ehlena olha para mim? - Disse-lhe em meio ao seu desespero, em uma tentativa falha de ajuda-la

— Não, não toque em mim, você não merece. Sou muito suja para você, saia daqui. - Disse ela. Aquilo soou como uma faca em meu peito.

— Ehlena olha para mim, eu mereço tudo o que você tem a me oferecer, eu quero você Ehlena!

— Sai daqui por favor... - Sua voz falhou e os soluços tomaram conta dela. Vê-la naquele estado acabara comigo, eu teria que de agora em diante parar de dizer a mim mesmo que não queria nada com ela. Meu instinto tomara conta de mim novamente e a abracei. A debrucei em meu peito e acariciei-lhe os cabelos. Esperei-a se acalmar e aquele momento foi fundamental para tal coisa. Ela tremia em meus braços, e tentava conter os choros singelos.

— Ehlena? - Chamei delicadamente.

— Me perdoa...-

— Shiuu! - Disse-lhe baixinho - Você já passou por muita coisa, e eu quero te ajudar com isso.

— Obrigada. - Disse ela afundando o rosto em meu peito.

— Você faria algo por mim? - Ela me olhou sem entender a pergunta.

— Como assim? - Perguntou em um sussurro.

— Se eu lhe pedisse algo, você faria?

— O que quer me pedir?

— Quero que você conte o que aconteceu para a sua família. - Disse-lhe delicadamente.

— Não! Está fora de cogitação...

— Não, não está! Eles precisam saber de você, e eu quero ajudar você, isso não é um fardo para ser carregado sozinho. - Ela se encolheu em meus braços e levantei-lhe o rosto. - Eu quero que desista da viagem. E que fique mais tempo aqui comigo.

— Mas Erick, eles não vão entender e ...

— Vão sim, e eu vou lhe ajudar, contaremos a eles amanhã pela manhã. Agora, vamos. Te levarei para o quarto, você deve desfazer suas malas.

— Mas, eu nem disse minha decisão.

— Você não quer ficar aqui comigo?

— Quero...

— Então, Pronto! Você vai voltar para a festa?

— Sim, eu vou.

A levei para a quarto e esperei ela se recompor, eu estava tomando uma decisão brusca em minha vida, e já tinha tempo que não tomava decisão alguma. Quando ela saiu do quarto a observei e percebi que seu olhar ainda estava cansado. Mesmo assim, segurei sua mão e seguimos para a festa. Ao chegarmos todos nos olharam, como se o centro principal que eram os noivos, mudasse para nós. A percebi se encolhendo depois logo meu irmão e Lility se aproximaram.

— Ehl, achei que você tinha ido embora, fez eu chorar atoa. - Disse ela sorrindo.

— Calma Lily, ele me convenceu a ficar um pouco mais. - Disse ela olhando para mim, sua face imediatamente enrubesceu. Meu irmão me olhou e sorriu, ao fundo ouvíamos Wake me up tocando, logo meu irmão e Lility fez com que a atenção voltasse para eles ao chamar todos para cortar o bolo. Em todos os momentos, Ehlena ficou ao meu lado, e assim eu não conseguia parar de lembrar de momentos antes na sala da casa de praia. Eu estava intrigado e triste como algo tão violento, ainda nos dias de hoje, são feitos.

— Pessoal, é a hora de jogar o buquê, vamos meninas. - Ouvi Lility gritando para agrupar todas as mulheres presentes. A beira de um vaso com peônias, Lility se postou e virou de costas para todas aquelas mulheres, Ehlena participava do grupo, porém estava afastada. Afastada o bastante para não ter a possibilidade de pegar aquele ramo de flores.

— 1,2,3 E... - Vi Lily jogar o Buquê para alto, os alvoroços de todas as mulheres faziam meus ouvidos zumbirem pela altura do volume de suas vozes. Acompanhei onde o buquê caíra e me impressionei de imediato. Ehlena, mesmo afastada e longe de todas pegara o buquê, olhou para as flores em suas mãos com uma expressão confusa, arregalou os olhos e me olhou nervosa, todas as mulheres começaram a lhe dar parabéns e soltar piadinhas do tipo:

— Acho que adoraríamos ver seu casamento, até porque seu pretendente... - Ao falarem isso eu a vi corar momentaneamente. Todos sorriram e então eu me aproximei.

— Nossa, que incrível, você pegou o buquê. - Disse-lhe com Sarcasmo.

— Muito engraçado Erick, mas eu não quero esse buquê.

— Acho que nunca ouvi falar, de casos em que a "ganhadora do buquê"- Fiz um gesto de aspas com as mãos - Devolvesse a noiva.

— Ah Erick, saia daqui com o seu sarcasmo. - Disse ela se forçando a sorrir, a valsa começara a tocar e todos foram a pista de dança.

— Você aceita dançar comigo?

— E se eu não quiser?

— Dançarei com você mesmo assim.

— Como faria isso? - Disse ela me olhando desafiadoramente.

— Assim. - A puxei pela cintura e a segurei firme em meus braços. A conduzi por entre as pessoas e dançamos graciosamente.

A todo momento ele me olhava. Ao pegar em minha cintura e me conduzir pela pista de dança fez com que eu me sentisse ainda mais estranha em relação a ele. Ele segurou em minhas mãos de tal forma, que fez com que eu suspirasse. Seus passos graciosos faziam com que eu deixasse sentir a música, a cada passo, ele se aproximava mais de mim, senti sua respiração próxima demais, as vozes que antes eram um incomodo para mim, sumiram aos poucos, tudo ao meu redor foi perdendo foco, e a única coisa que eu conseguia ver era ele. Cada passo fazia com que meu corpo ficasse mais à vontade. Seu toque sobre minha pele era sensível e suave, deitei minha cabeça em seu peito e dançamos juntos, daquela maneira sem se importar com o que acontecia em nossa volta. Ele mesmo dançando acariciava meus cabelos. Havia tanto tempo que não me sentia bem, a tanto tempo que eu nem lembrava. E agora, com ele eu me sentia leve. Sentia-me segura. Sai de meus pensamentos quando ouvi todos batendo palmas. A atenção se voltava para nós agora e todos batiam palmas para Erick e eu.

— O que está acontecendo? - Perguntei-lhe timidamente.

— Acho que atraímos a atenção quando dançamos sozinhos.

— Dançamos sozinhos? Tipo somente nós dois na pista?

— Sim, e você estava dançando lindamente. - Escondi novamente o rosto em seu peito.

— Obrigada. - Ele soltou uma gargalhada. A noite foi passando e os convidados foram embora, Lility e Felipe viajariam para a França pela manhã, passariam a lua de mel por lá, e na segunda a mãe de Erick voltaria a cidade. Eu estava me sentindo cansada e sentei-me em uma cadeira. Depois de todos os convidados dispersados. Erick e Felipe guardaram algumas coisas dentro da casa. Minha irmã e Felipe se despediram de mim e foram descansar. Eu estava exausta e minhas pernas estavam latejando. Erick se aproximou me analisando.

— Você está cansada? - Perguntou ele me analisando.

— Sim, minhas pernas estão latejando.

— Acho que você se esforçou muito hoje.

— Eu estou bem, fique tranquilo. - Ao falar isso, ele me analisou novamente com uma expressão preocupada.

— Se você diz. Vamos, está esfriando aqui. - Ele me ajudou a levantar da cadeira e quando minhas pernas tocaram o chão, falharam. Quando percebi eu estava prestes a cair quando senti o braço de Erick perpassar por minha cintura, evitando a queda.

— Você está bem?! - Disse ele assustado.

— Sim, eu estou bem. Só as minhas pernas. Eu não posso ter tantas emoções em um dia só...- Minha voz falhou.

— Calma Ehl, vou te ajudar. - Disse ele me pegando no colo sem esperar qualquer resposta minha.

— Não precisa, eu dou conta...

— Shiuu, quero ajuda-la, você se esforçou muito. - Não havia mais nada a ser dito. Encaixei minha cabeça entre seu pescoço e pude sentir o cheiro de seu perfume amadeirado. Me aninhei em seus braços e ele me carregou para dentro. Ao invés de me levar ao meu quarto, ele me levou para o seu e eu logo questionei.

— Porquê você me trouxe para cá?

— Por que você está muito fraca para ficar só, nem pensar que vou deixa-la sozinha neste estado.

— Erick, eu estou acostumada por favor...

— Não! Eu disse que vou ajudar você, não vou deixar você aguentar mais essas coisas sozinha. - Disse ele me deitando a cama.

— Erick? - Ele estava tirando meus sapatos quando levantou o olhar.

— Oi? - Perguntou ele delicadamente.

— Obrigada! - Disse-lhe um pouco tímida.

— Pelo o que meu bem? - Arregalei os olhos e me encolhi um pouco ao ouvir isso.

— Por estar fazendo isso por mim. Faz tão pouco tempo que você me conhece, ninguém nunca fez nada parecido com isso.

— Isso o que? - Disse ele me olhando curioso.

— Cuidar de mim. Digo, depois de minha família e minha melhor amiga, ninguém mais se importou comigo. Sempre fiz as coisas sozinha, por isso, muito obrigada. - Disse-lhe, o vi me encarando e sentando-se na cama, ele me olhou por alguns segundos depois olhou para frente.

— Você foi a primeira mulher que eu beijei depois de Sarah. - Para mim, isso foi uma revelação.

— Eu não sabia...- Ele me olhou e me interrompeu:

— Sarah foi a mulher da minha vida. Ela me encantava como ninguém nunca me encantou, perdê-la - Suspirou- fez-me virar apenas migalhas. Perdi toda a vontade de viver, sair, ter encontros. Me tranquei em casa. No dia que você chegou, tinha sido a primeira vez que tinha saído de casa, em dois anos. Eu sentia e sinto muita falta dela.

— Eu sei que é difícil...

— Por favor, deixe-me terminar. - Disse ele com a voz carregada de emoção. - Eu não me sentia bem a muito tempo até o momento em que eu te conheci. - Ele sorriu e me olhou- Você Ehl, fez-me mais feliz, apesar de eu não ter aceitado a princípio, e brigar com você por causa das minhas memórias de Sarah, fez com que eu ficasse desesperado. Eu desde o primeiro momento que eu a vi, me encantei. Os seus olhos intensos têm um mistério que me faz querer deseja-la. -

Senti meu rosto enrubescer e ele prosseguiu:

— Porém, isso é muito novo para mim, eu não sei se eu estou preparado para tudo isso, mas, eu sinto que devo protege-la não por causa do que me contou, mas desde a primeira vez que eu a vi, eu senti vontade de lhe abraçar e lhe proteger de tudo ao seu redor. - Ele me olhou novamente. - Eu acho que quero que dê certo, e a ideia de vê-la sofrendo, vê-la chorando, ou se martirizando me deixa destruído.

O olhei e me sentei na cama para poder abraça-lo. O toque dele em minha pele era suave, enterrei minha cabeça em seu peito e ele beijou o topo de minha cabeça.

— Obrigada. - Disse-lhe com sinceridade. Ele se deitou e me puxou para si, encostei minha cabeça em seu peito e aquele momento não precisa de palavras. Adormeci ali mesmo.

Ao entrar no hospital, os paramédicos falavam ao mesmo tempo: _

—- Precisamos de oxigênio aqui, a ferida ainda está aberta, precisamos estancar o sangue, rápido, isso é uma emergência. _

Vultos passavam em minha volta, conseguia ouvir vozes e mais vozes. Focalizei ao longe uma mulher, parecia minha mãe a vi se aproximar correndo:

—- Meu filho! Meu Deus, o que aconteceu? Ele está bem? _

—- Senhora, precisamos que se afaste, o que a senhora é dele? _

—- Oras, eu sou mãe dele. Cadê a mulher dele? _

—- Senhora, infelizmente a perdemos no local. _

—- Oh meu Deus, o que aconteceu? - Foi a última coisa que eu ouvi.

Acordei novamente em um sobressalto, Ehlena estava dormindo ternamente ao meu lado, puxei-lhe o edredom para cobri-la melhor. Sentei-me na cama e massageei minhas têmporas. Que dor de cabeça horrível. Olhei no relógio que se encontrava no criado-mudo para descobrir que ainda marcava 7h da manhã. Levantei-me e fui fazer minha higiene matinal. Felipe e Lility viajaria às 10h daquela manhã então daria mais um tempo a Ehlena na cama. Vesti uma roupa mais fresca, calcei uns tênis e fui a praia fazer uma caminhada. Flashbacks da noite do acidente ocupavam a minha mente. Lembrar de Sarah me fazia sentir-me impotente. Meus pensamentos voaram de um lado para outro. Me fazendo voltar a realidade, vi alguém tentando me acompanhar.

— Calma, vai mais devagar, eu não dou conta de correr assim. - Giselle me seguia com um short curto, e uma blusa bastante decotada, da qual fazia seus seios parecerem ainda maiores.

— Olá Giselle, bom dia. - A cumprimentei cordialmente.

— Você corre muito Eri, nunca consegui alcançar você, nem mesmo quando éramos crianças. - Disse ela a mim diminuindo os passos, fui forçado a seguir o mesmo ritmo.

— Posso ser sincero? Lembro-me muito pouco de você. Quase não a reconheci ontem.

— Eu imaginava, percebi sua expressão confusa ontem. - Disse ela sorrindo.

— Ainda bem que você percebeu, fiquei sem jeito de falar ontem. - Disse-lhe meio desinteressado.

— Vamos parar um pouco, acho que estou um pouco cansada e ... - Ela praticamente se jogou em meus braços, não pude amparar o peso a tempo e cai, Giselle caiu por cima de mim e seus seios ficaram completamente abarrotados em cima de mim. Foi o momento que eu percebi com a visão periférica, uma xícara caindo, e então vi Ehlena entrando correndo dentro de casa. Momentaneamente empurrei Giselle de cima de mim e fui atrás de Ehlena, ela estava arrumando sua mala.

— Ehlena, me escuta, ela caiu por cima de mim. Eu não tive culpa.

— Não Erick, você faz o que você quiser da sua vida. Mas eu vou embora hoje, e você não vai me convencer a ficar.

— Eu não quero que você vá.

— Mas eu vou, e não adianta tentar impedir.

— Ah, quer saber? Vai então, eu tentei, agora você fica aí tirando conclusões precipitadas, faça o que você quiser. Não vou insistir. - Disse-lhe mais nervoso do que deveria.

— Eu vou sim, bom que eu volto para o meu mundinho e nunca mais o vejo.

— Se é isso que você quer. Não posso fazer nada. - A essa altura do campeonato, todos na casa já estavam acordados, sai do quarto de Ehlena bufando e ouvi Giselle me chamar a frente

— Eri, venha cá, vamos se acalme.

— Saia Giselle, não venha, não quero papo com você. - Sai casa a fora, e sentei-me novamente na beira da praia.

Depois de tudo que ocorrera eu achei que ele seria diferente. Deixei-me iludir novamente, mas claro, o que estava pensando? Eu, Ehlena Wood entrar em um relacionamento? O que eu estava pensando? Peguei minhas malas e sai do quarto, Lility estava à minha espera e me preparei psicologicamente para o que viria.

— Você vai mesmo voltar ao Brasil? - Perguntou ela delicadamente.

— Vou, acho que já está na hora.

— Eu queria muito que você ficasse.

— Não posso Lily, tenho uma vida no Brasil, preciso voltar.

— Isso não tem nada a ver com o Erick?

— Não!

— Bem, espero mesmo que não. Não quero que briguem.

— Não se preocupe irmãzinha, está tudo bem. Daqui a pouco vocês vão pegar o avião para Paris, pense na sua felicidade. - A abracei sinceramente.

— Eu te amo Ehl.

— Eu também te amo Lily.

Me despedi de todos na casa, e percebi que Erick não estava lá. Ainda era 09h da manhã, e voos para o Brasil neste horário eram constantes. Ao sair da casa vi Erick sentado a praia tampando os olhos, o olhei daquela maneira somente uma vez. Guardaria para sempre suas memórias, e me lembraria para sempre de nós dois juntos. Peguei o carro que alugara no aeroporto quando cheguei e segui rumo a rota que ligava da casa de praia ao aeroporto. Cheguei ao Check-in e pedi uma passagem para o Brasil:

— A que horas têm um voo para o Brasil?

— As 10h senhorita, deseja comprar uma passagem?

— Sim.

— Classe econômica, executiva ou primeira classe?

— Uma executiva por favor. - Entreguei todos os meus documentos a ela e logo estava com as passagens em mãos. O relógio do aeroporto ainda marcava 9:25am, e então percebi a fome que me acometia. Havia a loja de um Starbucks lá, me acomodei e pedi um cappuccino com creme e raspas de chocolates com dois Donuts. Ao chegar o meu pedido, ataquei imediatamente aquele Donuts maravilhoso. Saboreei-o tentando esquecer tudo que acontecera nos últimos dias. A imagem dos gestos carinhosos e da intimidade que trocaram na noite passada, fez com que eu ficasse tonta momentaneamente.

— Voo 425 com destino ao Brasil, portão 5.

— Voo 425 com destino ao Brasil, portão 5. - Ouvi meu voo ser anunciado peguei minhas malas e corri para a entrada principal do portão 5, olhei somente mais uma vez. Para ter certeza de que não veria aquele lugar por um bom tempo.


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Notas finais do capítulo

E ai ? Ehlena realmente ficou muito chateada com o Erick não é? O que será que o Brasil, reservará para nossa personagem principal? Breve sairá mais um capítulo. Para aqueles que estão lendo , meu muitíssimo obrigada, amo de coração todos vocês. ❤



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