Depois do Orgulho e Preconceito escrita por Princesa ou Sapo


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, estava sem inspiração e aconteceu tanta coisa aqui. Para ser sincera pensei em não continuar, mas li e reli todos os comentários de vocês e não seria justo com a gente deixar pela metade.



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Georgiana se divertia dançando nos braços de Edward, seu coração batia forte, que se não houvesse música e conversas pelo salão os compassos da sua melodia única seriam escutados por toda Pemberley, ela não sabia o que era e nem sabia que o homem que a fazia sentir isso sentia o mesmo, as batidas dos dois corações poderiam bater como uma só se a oportunidade fosse dada e o folego recuperado. Quando a música acabou Edward percebeu Caroline se aproximando deles, provavelmente ia tentar dançar, mas era algo que ele não queria ficar para descobrir, pegou a mão de Georgiana e nadou pelo mar de pessoas até estar na porta mais distante do salão, eles se esgueiraram discretamente para a varanda.

Caroline procurava na multidão, erguendo o pescoço e observando os homens enquanto andava, e chocou-se com a mesa na parede, que estava coberta com um delicado tecido branco e algumas velas, Winter, escondido debaixo da mesa, puxou o tecido e uma vela escorregou para o vestido de Caroline, ela sentindo o tecido queimar cambaleou e se chocou com um dos garçons cuja bandeja escorregou e o champanhe derramou em cima do fogo e o atiçou ainda mais, a moça correu desesperada chorando, Conde Austen puxou a borda do vestido que não estava queimado e rasgou, deixando Caroline de roupas intimas no centro do salão. Ela saiu correndo desesperada em prantos para fora do corredor, distraindo os convidados do lobo que foi para a varanda.

Darcy sentiu-se sufocado com tudo ao seu redor e saiu para andar pelo jardim, ele viu Edward e Georgiana na varanda e instintivamente se escondeu atrás de uma pilastra, mas ainda tinha plena visão do casal. Elizabeth, por sua vez, estava no salão e foi a única a perceber o lobo indo para a varanda, o seguiu até quando ouviu a voz de Edward e se manteve perto da varanda, onde podia escutar.

O casal alheio ao público sorriam um para o outro como se o mundo fosse apenas deles e eles fossem os únicos a saber da verdade, Winter entrou na varanda e Georgiana o acariciou, “Ele realmente gosta de você, a forma que ele age na sua presença...” ele sorriu e balançou a cabeça “deve sentir que você é alguém que deveria se tornar um Wolff...” ele falava se aproximando, colocou a mão no rosto de Georgiana e a puxou, ele a beijou como se tivesse se afogado e finalmente podia tomar uma forte lufada de ar e os lábios dela eram o folego que ele desesperadamente procurava recuperar. Georgiana se assustou, apesar de querer continuar a retribuir o beijo, ela o empurrou e quando ele fez menção a colocar os lábios no dela de novo ela colocou sua mão direita sobre eles, Darcy serrou as mãos com força e se conteve quando Georgiana distanciou Edward.

“O que está fazendo, Mr. Wolff? O que pensa que eu sou?” Ela parecia verdadeiramente indignada, ela podia ter sonhado com aquilo desde o momento que o viu, mas suas ações foram improprias, “Acredito Miss. Darcy, que estou me apaixonando por sua pessoa, me afundei nesse sentimento, meu coração voa quando está por perto. Entenda, senhorita, eu nunca fui de apreciar sorrisos, mas quando vejo o seu o tempo para por alguns momentos, se isso não é paixão me diga que outra doença pode deixar um homem racional tão incapacitado?”

Georgiana percebeu que ela mesma estava se reclamando de uma doença que não conseguia explicar, lembrou-se que Elizabeth nada disse sobre o assunto, mas agora ela entendia que seu coração ganhava asas e seu sangue esquentava por sentimentos que ela achava que tinha conhecido e agora provava o verdadeiro mel dessas emoções. “Eu não posso entender seus sentimentos se nem ao menos entendo os meus, porém não posso negar que sinto algo, como o senhor mesmo colocou, uma possível doença que faz meu coração bate asas como as corujas a meia noite. Não quero admitir que é uma paixão, pois lhe conheço a pouco tempo e mesmo alguém que eu conhecia minha vida toda não era confiável, eu não posso decepcionar meu irmão mais uma vez, então não farei nada que ele não aprove.”, escondido atrás da pilastra Mr.Darcy sorriu com carinho pelas ultimas considerações da irmã, “Eu só não quero meu coração partido outra vez.”

Edward não sabia do que ela falava, mas deu um passo para trás em sinal de respeito e entendimento, ele não sabia, mas ganhou um pouco da simpatia do irmão ciumento que observava, “Não quis ofende-la ou forçar algo, a senhorita não é o tipo de mulher que cairia nos meus braços apenas por algumas palavras, você é o tipo de mulher que os românticos descrevem na literatura, agi por impulso e peço desculpas por isso, mas também lhe peço uma oportunidade para demostrar que o que sinto pode ser algo verdadeiro.” Elizabeth levou a mão ao coração, estava orgulhosa do mais novo, e do outro lado estava Darcy com um pouco de inveja da delicadeza do rapaz com sua proposta, queria ele ter se declarado com mais sensatez a sua esposa.

O coração da moça deparou, seus pés não tocavam mais no chão, mas logo se repreendeu, ficou pensando em todas as possibilidades das palavras do rapaz serem mentiras doces, ela não sabia o que ele ganharia a ludibriando e não queria descobrir, queria continuar encantada pelo jovem galanteador a sua frente. Lagrimas correram pelo rosto da moça, sua mente estava em um turbilhão, lembrava de Wickham e sentia-se sangrando por dentro, não pelo patife que a magoou, mas pelo belo homem a sua frente que ela não sabia se poderia confiar. Ela se dirigiu a porta e se chocou com o corpo de Elizabeth que entrava na varanda, a mais velha levantou o rosto da jovem, limpou as lagrimas e deu um sorriso doce, “Sorria, tristeza não combina com você.”, Georgiana seguiu para fora e foi para seu quarto.

Mr.Darcy permaneceu onde estava, vendo sua esposa entrar na varanda, Edward fez menção a seguir a jovem que saia, mas Elizabeth segurou a barra do casaco puxando-o para perto do parapeito, “A quanto tempo esta escutando?” perguntou Edward se abaixando para passar a mão nos pelos de Winter. “Desde o começo. Eu deveria repreende-lo, ela é jovem e doce e já sofreu por amor, você fez tudo de forma repentina.” disse Elizabeth virando de costa para a paisagem e olhando para o rapaz, “Tome seu tempo, amores não são tão rápidos, eles são artesanato, levam seu tempo, esforço e não se pode adiantar os procedimentos. Levei um ano para perceber que amava alguém, para nossa história se desenrolar e para entender como ele se sentia.”

Edward sorriu, “Lembro de receber suas cartas sobre Mr. Darcy, você o detestava. Lizzy eu quero um amor como o seu, não quero ter alguém por conveniência, títulos ou dotes e eu acho que realmente sinto algo por essa doce moça. Mas eu não entendo sua história, você diz que ela se decepcionou no amor, ela ainda o ama?” ele se levantou e olhou para a mais velha, “Não viverei como minha mãe, Lizzy. Quero casar por amor, mas não quero amar mais do que sou amado.” Elizabeth se aproximou e abraçou o rapaz passando uma mão pelos cabelos dele o consolando, Darcy não sentiu ciúmes, mas pena do mais novo. “Ela não ama outro, ela apenas foi enganada uma vez, deve estar pensando que você é mais um patife.” Elizabeth parou e riu, “O que você é, as regras sempre foram claras, não faça nada de mal e nunca quebre corações. Escutei tantas histórias de meninas desiludidas por sua falta de acessibilidade, as vezes você me lembra Darcy quando nos conhecemos.”       

Com aquela fala descontraída Edward relaxou, eles se voltaram para o parapeito, brincavam um com o outro, “Sou o mais novo, nenhuma regra se aplica a mim, afinal as regras foram feitas para você, não vamos nos esquecer do Príncipe de Gales.” Edward riu “Além disso você era a maldosa na nossa infância, sempre fazendo aquilo que lhe era dito para não fazer, sua criação foi a mesma que a minha, ou seja, você nunca será uma moça delicada como Jane. Papai lhe estragou.”.

“Eu fui criada para ser o que eu queria, para caso eu me perguntar se estou satisfeita com o que eu me tornei a resposta ser ‘sim’, e você cresceu para inspirar os outros a seu redor.” Elizabeth pegou o rosto dele nas mãos e apertou um pouco “Tivemos bons momentos, grandes brigas, talvez tudo tenha sido porque somos parecidos. Eu sei que você vai para longe, mas distância nenhuma vai mudar o que você é para mim, meu irmãozinho não por escolha, mas meu amigo por causa desse sentimento que nos segura juntos.”  

“Eu tenho pena da pessoas que não sabem como é ter uma irmã.” Disse Edward puxando Elizabeth para um abraço, e ali estava o que todos falavam, dois irmãos que se amavam e não diziam, Darcy entrou para a casa um pouco decepcionado consigo mesmo pelos ciúmes sem fundamento.

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Mr. Bennet e Conde Austen estavam encostados em uma parede, distantes do resto do baile. “Acredito que esteja na hora de contar a verdade para Elizabeth.” disse Conde Austen tomando um grande gole de seu copo.

“É um tolo se acredita que ela já não saiba.” disse Mr. Bennet com um sorriso triste no rosto, ao pensar em sua filha mais amada.


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Notas finais do capítulo

Que a espera de vocês tenha valido a pena, se gostaram comentem, eu ainda não tenho ideia de como continuar, então talvez demore, mas tomara que não demore tanto quanto essa.
E as pessoas que eu não respondi os comentários, me desculpem, falta de tempo faz isso com a gente, não foi por intensão, mas obrigada por todos os comentários, eu os li só não pude responder. Bjs