Depois do Orgulho e Preconceito escrita por Princesa ou Sapo


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Esse eu não demorei muito, fiquei inspirada. Acho que vou demorar mais para postar o próximo porque não sei como ele seria, nenhuma ideia me como vou fazer. Desculpa os parágrafos terem ficado tão grande, não se desanimem por causa disso.



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Enquanto Georgiana dançava, Elizabeth ficou sozinha observando o baile, feliz pela outra moça, mas frustrada pela distância que o marido colocou entre eles depois de passarem pelas portas do salão, ela sentia os olhares dos convidados nela, os cochichos que eram facas em seu ego, manteve-se firme e ereta enquanto observava o belo casal dançando, sentindo vontade de juntar-se a eles, mas sem um par para acompanha-la. Estava próxima a um grupo que conversava sem se importar, eram quatro homens e uma mulher, falavam sobre Elizabeth, a descreviam como o maior erro de Mr. Darcy.

“Seu pai ganha duas mil libras, acredito que por ano, ele tem cinco filhas, Mr. Darcy não deve ter recebido dote algum.” Disse o homem um tanto gordo, Elizabeth o conhecia pelo nome de Mr. Agreste, ele venerava Conde Austen e beijava o chão que o homem passava. Ele não viu Elizabeth se aproximando por trás, o resto do grupo tentando disfarçar se concentraram em beber o que tinha no copo, Lizzy sorriu, um sorriso que apenas aqueles que a conheciam podiam ver o veneno escorrendo por seus lábios, o olhar afiado e ofendido, aqueles que despertam seu desprezo sofrem do infortúnio, um dos homens chamou a mulher do grupo para uma dança e outro foi atrás da esposa, sobrando apenas dois miseráveis, Conde Austen percebeu o sorriso da moça e se preocupou, estava dançando com Lady Catherine e não podia sair de imediato, o pânico se apoderava de todas as fibras de seu corpo.

“Você deve ter esquecido de comentar algo, poderia ter me convidado afinal sei tantas coisas sobre mim. Mas é ótimo quando me encontro nessa posição, acabo de descobrir coisas sobre mim que nunca soube.” Disse Lizzy com um sorriso doce, como se estivesse a elogiando o tempo todo, Mr. Agreste ficou branco, as palavras morreram e o último de seus amigos também se foi, ele olhava a bela moça e se desesperava, sua beleza não era extraordinária, mas sua forma era cativante o fazia imaginar como ela era entre quatro paredes.

“Acredito que sei porque Mr. Darcy a escolheu, provavelmente o que sabe fazer na cama deve fascinar um homem como ele, mas acredito que qualquer mulher da noite saiba fazer melhor e tenha feições mais agradáveis. Além disso, fariam por menos quantias de dinheiro que você.” O homem não sabia como agir, então atacou. Pobre miserável, não sabia que despertava a fúria não apenas da moça, mas do homem a distante que assistia sem poder interferir, um homem do qual ele venerava.

Elizabeth deu o sorriso mais doce que tinha, um com todos os dentes a amostra, como se estivesse vazando satisfação, ele não esperava a atitude composta que ela teve, qualquer mulher se desesperaria e faria um escândalo e ele sairia como o ganhador por manter as aparências até o final. “E seu pai, deveria ter vergonha de exibir tal homem em Pemberley, você não nasceu para ser uma Senhora dessa propriedade” Ele falou agora mais exaltado.

“Devo dizer, caro senhor que, não se deve julgar pelos valores de nascimento de alguém e sim pelo caráter. Gosto de pensar que sou uma estudiosa dessa área e, apesar de não poder analisar o meu com valor imparcial, tenho certeza que não posso ser considerada como uma caçadora de riquezas. Comparando-me com metade das mulheres nesse salão meu casamento não foi arranjado por conveniências, entenda, não gosto de comparações, porém, farei essa exceção, pois o senhor está fazendo.” Ela disse calmamente, ele ficava impressionado pela eloquência dela, esperava uma caipira que planejou um golpe da barriga em um homem rico. “Não escolhi um marido baseada nos seus lucros mensais, nossos amigos podem contar que não almejávamos nem amizade entre nós, mas ele tinha algo a me oferecer que cavalheiros, como o senhor mesmo, não tinham, disputas inteligentes e diálogos eloquentes. No final do dia, meu senhor, temos mais a acrescentar um ao outro do que apenas as aparências de um casamento. E, desculpe, mas você pode dizer o mesmo da sua esposa? Em todas as coisas que tem a dizer, quem realmente se importa com as suas palavras no final da noite?” O diálogo se dava de forma tão natural que ninguém reparava no qual mortificado o homem estava, as palavras de Elizabeth não ferira apenas seu orgulho, mas todo seu valor como homem.

“Eu estou casada com Mr. Darcy, o senhor pensando mal de minha pessoa ou não, mas sua esposa suporta escutar suas palavras ou foge para exibir sua aparência de pavão em cada festa que deveriam estar juntos, ou lojas gastando seu dinheiro como se não fosse nada comparado com o que ela tem que fazer para consegui-lo? Ou quando ela não consegue mais suportar sua presença finge cansaço e vira para o lado oposto?” O homem estava miserável com a própria existência, a fala da moça trouxe lembranças de desde antes de seu casamento, Elizabeth sorriu mais uma vez, estava cansada de uma guerra com um oponente incapaz. “Não se preocupe, meu senhor, o que sei afinal? Meu pai é pai ganha duas mil libras por ano, tenho cinco irmãs e nenhuma governanta, os meus maus modos devem ser reflexo da pouca educação.”

A dança acabava e Conde Austen cruzou a distância o mais rápido que a etiqueta o permitia, não ouviu o que Elizabeth havia dito, pois a moça foi muito mais discreta que o homem com quem discutia, quando chegou próximo a moça pegou sua mão direita e a beijou com uma leve reverência com os olhos de repreensão presos ao da moça, ela sorriu nem um pouco arrependida, ele virou-se para o homem que estava chocado encarando a cena.

“Mr. Agreste, vejo que já conheceu nossa bela anfitriã, Mrs. Elizabeth Darcy. Devo dizer que nenhuma mulher neste salão merece mais elogios do que a senhora, os Darcy passam a estar sobre minha proteção depois que conheci tão estimada joia.” Disse Conde Austen, aquilo era a maior afronta para o Mr. Agreste, que já estava atormentado, mas chegou ao ápice em quase um ataque, via todo trabalho de adulação que vinha fazendo a anos ser estraçalhado por palavras sem consideração que exprimiu a uma jovem mulher que não conhecia, entendeu naquele momento que havia perdido a batalha antes mesmo de entrar.

Conde Austen pediu licença e levou Elizabeth consigo, pegando-a pela mão, “Como pode uma moça tão bela ser tão má? Não sei o que você fez ou falou, mas ele mereceu cada alfinetada, estou orgulhoso por ter se mantido firme, pequeno lobo.”, ele falou baixo próximo ao ouvido dela, ela sorriu agora feliz.

“Você não me chama de pequeno lobo desde que eu era pequena.” Nada mais foi comentado sobre a discussão, ele a levou para dançar ao lado de Edward e Georgiana que iniciavam sua segunda dança. Distante, Darcy os observava, via os dois homens, sua esposa e sua irmã se divertindo e entendeu, demorou mas entendeu, aqueles homens estiveram ao seu lado desde sempre, a protegiam como lobos protegem sua matilha e isso era algo precioso, tanto quanto perigoso, de se ver.

—___#______

Mr. Agreste retornava a sua casa, junto com a esposa que fazia cara de desgosto por sair do baile tão sedo, estava adorando olhar tantos homens belos e sedutores e imagina-los na cama. O caminho na carruagem foi silencioso com o Mr. Agreste revivendo o vexame em sua cabeça.

Quando chegaram na casa ele se serviu de whisky e sentou-se em uma poltrona suando e passando a mão na cabeça, “Por que saímos tão sedo? A anfitriã é uma caipira, mas a festa tinha os mais requisitados círculos sociais.”, disse a esposa exaltada.

“Você não viu o que aconteceu...” Ele falou, mas foi interrompido, “Não me interessa o que aconteceu com você, eu comprei um vestido novo e essa era a oportunidade perfeita para me gabar.”, disse Mrs. Agreste saindo da sala e indo para sua suíte individual. As palavras de Elizabeth rodavam na cabeça de Mr. Agreste, “quem realmente se importa com as suas palavras no final da noite?”.

“Ninguém... Nem eu mesmo.” Engoliu todo whisky e foi para sua suíte individual, longe da esposa.  


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Notas finais do capítulo

Comentem se gostaram, eu não to acostumada a fazer finais de capítulos assim. Gostei de escrever esse porque eu queria mostrar o quanto Elizabeth era forte mesmo sem alguém para defende-la, deem sua opinião sobre a forma que ela lidou com a situação.



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