Dangerous escrita por Karina A de Souza


Capítulo 70
A Mais Procurada




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—Achei que Cooper a esganaria assim que te visse. –Ressler comentou, na sala dele.
—Eu também. –Cruzei as pernas, batendo os dedos na mesa entre nós. –Mas eu mereci esse puxão de orelha. Sabia que estava fazendo a coisa errada. De novo. –Estreitou os olhos na minha direção.
—Você não foi pra Las Vegas outras vezes com Reddington, antes, foi?
—Não. Mas eu tô sempre fazendo besteira.
—Isso, infelizmente, é verdade.
—Se isso me ajuda, eu não sabia o que Red queria em Vegas. Achei que tivesse a ver com a lista, mas suspeitei um pouco que não.
—Não sei como não te prenderam. Sequestro, Jen, é um crime grave. Além de assassinato...
—Você não vai mesmo esquecer isso, vai?
—Um dia, eles virão atrás de você, Jenna. Não pode esquecer que cometeu crimes, depois da sua imunidade ser retirada.
—Eu sei. Mas os únicos que sabem estão do meu lado. Eu acho.
—Nunca entregaria você. Nunca. Mas Reddington...
—Red não seria idiota. Eu sei coisas sobre ele que poderiam encrencá-lo. Coisas que o FBI não gostaria de saber que ele anda fazendo. Ele não me entregaria, e Keen... Eu confio nela.
—Mas se um dia te pegarem... Martin está doido por algo te que coloque na rua. As coisas que fez podem ajudá-lo nisso.
—Ele não vai saber, ninguém vai.
—Eles podem estar preparando sua demissão.
—Boa sorte pra eles. E quer saber? A partir de hoje... Eu serei uma agente exemplar. Força só quando necessário, nada crimes, nada de atirar na cabeça das pessoas... Uma nova Jen, sem restos da Dangerous.
—Espero que consiga. De verdade. Se você for presa, não vou te visitar.
—Também amo você, Donald. Esquece isso, não vou presa. Tenho Red do meu lado.
—Eu não teria tanta certeza. Ele prometeu provar sua inocência, e não foi o que aconteceu.
—Isso é verdade. Mas acredito que ele parou com essa manipulação toda. Pelo menos comigo. Lizzy não fala muito da relação dela com Red, então eu não sei o que ele anda aprontando.
—Como é que a sua mãe confiou você a ele? Reddington não é confiável.
—Achei que ele tivesse salvado sua pele uma vez. Ou foi só um boato...?
—Ah, então agora está do lado dele?
—Estou do meu lado, Ressler querido. Do meu. Mas Red salvou sua vida, e a minha. Devíamos dar uns pontos pra ele.
—Nem pensar. –Sorri.
—Vocês se detestam, não é mesmo?-Levantei. –É melhor ir se acostumando, ele é quase seu meio sogro.
—Ou é ele ou Miguel. Você não podia ter um pai normal?
—Eu não sou normal, Ress, não posso ter pessoas normais perto de mim.
—Está me chamando de louco?-Sorri e o beijei rapidamente.
—O que você acha?
***
Procurei pela chave no bolso, não encontrei. Era só o que me faltava, ter perdido a chave do carro. Vasculhei os outros bolsos, nada. Me virei para voltar ao esconderijo, então algo me atingiu, bem no peito. Caí contra a caminhonete, pega de surpresa. Passos apressados se afastaram.
Eu tinha levado um tiro. No estacionamento do esconderijo. Um tiro. Isso não podia ser mais estranho.
Tentando ignorar a dor, e tentando ser rápida, alcancei meu celular. Tentei discar o número de Ressler, mas o sangue fez minha mão ficar escorregadia e o aparelho caiu.
—Jenna? Jenna, o que aconteceu?-Keen se abaixou na minha frente, tentando estancar o sangue. –Quem fez isso?-Olhou em volta rapidamente. –Socorro! Ajuda! Socorro!-Fechei os olhos, incapaz de deixá-los abertos. –Jen, fica acordada, por favor. Fique acordada...
***
Abri os olhos ao ouvir vozes baixas e apressadas. Red estava perto da porta, dando instruções à Dembe. Eu não me sentia bem. Estava fraca e havia um zumbido estranho na minha cabeça. Além disso, havia uma certa dormência me impedindo de pensar claramente.
—Ela acordou. –Dembe disse.
—O que está... Acontecendo?-Sussurrei. –Red?
—Precisamos tirá-la daqui, agora. –Respondeu.
—Onde... Estamos?
—Num hospital. –Franzi a testa. O que havia de errado num hospital?
—O que...
—Temos que sair agora, não temos muito tempo. –Dembe soltou alguns fios que estavam no meu braço e me pegou no colo. Eu sequer conseguia fazer algum movimento pra sair dali.
—Red...
—Está tudo bem. Vamos. –Saímos do quarto, passando rapidamente pelos corredores. Ou eu não pesava droga nenhuma, ou Dembe tinha muitos músculos, por que nem cansado ele parecia estar.
—Pra onde... Pra onde nós... –Fechei os olhos, tonta. -... Vamos?
—Para casa.
***
Quando acordei, por alguns segundos pensei que havia sonhado com Red e Dembe. Aí descobri que tinha sido real. E que eles haviam me levado para casa de Red. O que estava acontecendo?
Estava me sentindo um pouco melhor, mas nem tanto. Não consegui sair da cama, e esperei por longos minutos até Red aparecer com Dembe.
—O que houve?-Perguntei. –Você me sequestrou?
—Se ficasse no hospital, as pessoas que a querem morta teriam fácil acesso a você.
—As pessoas que... –Parei. –Quem quer me matar?
—Aqueles que você chama de “Chefões do FBI”. –Tentei me sentar, Red me segurou.
—O que?
—Não querem demiti-la, querem tirá-la do caminho de vez. Quando sua equipe morreu, a Dangerous deixou de ser segredo para o FBI todo. E vocês foram vistos como ameaça à Segurança Nacional. Agora querem eliminá-la.
—Não quero matar ninguém.
—Eles querem. Você. –Respirei fundo.
—A agente Keen mandou um áudio. –Dembe avisou. –É de uma reunião que aconteceu poucos minutos atrás.
—Então nos deixe ouvir.
Red sentou na beirada da cama, ficamos em silêncio absoluto.
—A agente Mhoritz não pode continuar nessa força tarefa. Precisa ser afastada imediatamente. –Martin, era a voz dele.
—Jenna Mhoritz está no hospital. Foi baleada, no estacionamento do meu esconderijo. Coincidentemente, as câmeras não gravaram o responsável por isso. Não é muito suspeito?-Cooper. Era ele.
—Está acusando algum de nós, diretor Cooper? Por que está parecendo.
—Quantas vezes não acusaram Jenna em vão?-Espera, que?
—A Dangerous restante é um perigo, Harold. –O dono dessa voz eu não conhecia, mas parecia ser um homem mais velho. –Ela precisa ser afastada, o mais rápido possível.
—Afastá-la por quê? Por que no passado ela foi obrigada a ser o que é hoje? Mas, parece que não querem apenas afastá-la, e sim matá-la.
—Nenhum de nós ordenou o ataque.
—Se você diz... –Cooper não parecia ter acreditado. Nem eu.
—A agente Mhoritz desapareceu do hospital horas atrás. Será que sabe nos dizer o que aconteceu?
—Não. Não sei o que aconteceu, e faria a mesma pergunta a vocês. Não é a primeira vez que caçam algum dos meus agentes. Perseguição, seria a palavra.
—Não queremos uma cria de Raymond Reddington solta por aí. Se a agente Mhoritz não aparecer até o fim do dia, ela irá para a lista dos mais procurados. –Arregalei os olhos.
—Aparecer para ser assassinada?
—Cuidado com o que insinua, Cooper. –Martin aconselhou. –Não quer perder o cargo que tem hoje, quer?
—Não acham que ficarei calado quando estão perseguindo injustamente uma das minhas agentes, acham?
—Jenna Mhoritz jamais seria aceita no FBI se tivesse entrado por modos convencionais. Ser uma Dangerous não deveria ter dado passaporte para ela entrar nessa agência. Ela é impulsiva, não segue regras, e sua ficha está se sujando mais a cada dia que passa.
—Ela não...
—Se Reddington a quer aqui, então ela está como uma espiã.
—Já discutimos isso sobre a agente Keen, e sabemos que não é verdade. Acusar Jenna de espionagem é...
—Não temos mais o que dizer. Ou a agente Mhoritz aparece até o fim do dia, ou ainda hoje seu nome vai para a lista dos mais procurados.
A gravação acabou, mas ninguém falou nada. Se eu aparecesse, iam me matar. Se não aparecesse, seria uma criminosa procurada como Red costumava ser antes do acordo.
O telefone de Dembe tocou, era Lizzy. Red saiu do quarto para poder falar com ela. Quando voltou, continuava com a mesma expressão séria de quando estávamos no hospital.
—Donald está sendo vigiado. –Avisou. –Se entrar em contato, eles pegam vocês dois. Você por espionagem, ele por ser cúmplice.
—Quando tudo atingiu essas proporções? O que está acontecendo?
—É uma bola de neve, Jen. Foi acumulando pequenos motivos, e agora você está totalmente enterrada.
—O que vamos fazer?
—Ainda não sei. Primeiro precisa se recuperar, e depois veremos o que fazer.
—Red, nós não temos tempo. Você ouviu Martin. Eu preciso aparecer até fim do dia.
—Se fizer isso, eles a matarão.
—Correrei esse risco. Harold pode se encrencar por me defender; Keen está nos atualizando, outra cúmplice, e se eles pensarem o mesmo de Ressler...
—Jenna, eles ficarão bem. Você tem apenas uma chance. Não vou deixá-la sair daqui para se entregar. Faça isso e você morre.
—Raymond...
—Se sugerir isso de novo, eu a tranco no meu porão.
—Red, eu tenho apenas seis horas antes de ser a mulher mais procurada desse mundo. Eu tenho que ir.
—Isso não está em discussão. –Me levantei, ignorando a dor no peito.
—Não pode me impedir. –Olhei em volta, procurando minhas roupas. –Vou dar o fora e...
Alguém acertou minha cabeça (Red) e eu apaguei.
***
Quatro horas. Era tudo o que eu tinha. Estava presa no quarto, e se não fizesse alguma coisa, ia continuar ali. Era hora de dar o fora. Uma saída no nível Dangerous.
Dembe entrou no quarto, trazendo uma bandeja com comida. Permaneci onde estava, sentada no chão, encostada na cama. Não ergui a cabeça quando ele entrou. Sabia que o cara era esperto, por isso precisava ser mais esperta ainda.
—Jenna, está tudo bem?-Perguntou.
—Não estou me sentindo bem. Será que pode me ajudar a sentar na cama? Tá tudo rodando...
—Claro. –Largou a bandeja na cômoda e se aproximou. Admito que fiquei morrendo de dó ao nocauteá-lo. Catei a arma que estava com ele e o grande casaco com capuz.
—Desculpa. –Sussurrei. –Desculpa, Dembe, sério.
Me virei e corri.
***
—A ex-Dangerous, Jenna Mhoritz, desapareceu essa tarde do hospital Santa Carolina. O FBI se recusa a comentar o caso, crescendo as suspeitas de que a agente Mhoritz é uma fugitiva da lei agora. A repórter Tânia Stone traz mais informações sobre...
Abaixei mais o capuz, cobrindo o rosto, e olhando discretamente em volta para ver se alguém tinha me notado. Estava num bar qualquer, tentando me atualizar sobre meu “sumiço”. Parece que a população não sabia ainda o que tinha acontecido. Eu tinha duas horas até o fim do prazo. Parecia muito pouco.
Um cara sentou ao meu lado, ignorei, mas ele se aproximou um pouco mais, a mão fechando em volta do meu pulso. Droga.
Soltei lentamente o copo de bebida, pensando no que tinha me metido agora.
—Saia daqui comigo, não precisamos de escândalo, Dangerous. –Sussurrou.
—Quem é você?
—Agentes do FBI estão vasculhando a cidade toda, duvido que algum deles deixe de passar aqui. Há três policiais nos fundos. Quer se pega?-Levantei e segui o cara por uma porta lateral. Saímos num beco entre o bar e uma loja. Puxei a arma, apontando pra ele.
—Tem cinco segundos pra me dizer seu nome ou estouro sua cara.
—Matt Rivera. –Me olhou de cima abaixo. –Não acredito que veio até esse lugar. Querem sua cabeça numa bandeja, senhorita Mhoritz.
—Isso eu sei, não precisa repetir. É policial?
—Sim.
—E vai me prender?
—Não. Sou justo, e estou vendo que não fez nada para ser presa.
—Então o que quer comigo?
—Ajudá-la. –Fiquei em silêncio, avaliando-o. Parecia sincero. –Se vai se entregar, precisa convencê-los de que não é uma ameaça à Segurança Nacional. Para isso, precisa estar viva. Tenho armas e munição em casa. Vai precisar delas.
—Tudo bem, vamos para sua casa. Mas uma gracinha sequer, e eu mato você.
—Pode deixar. –Começou a andar, então parou. –Ah, cubra o rosto. Há muita gente nas ruas procurando você.
***
Havia três policiais na rua de Matt. Isso nos fez parar e recuar, mas um dos três homens nos viu e pareceu desconfiado em me ver de capuz.
—Ele vai vir aqui. –Comentei. –Ver quem está escondido embaixo desse casaco.
—Podia ter arrumado outro disfarce.
—Eu tava com pressa.
—Tudo bem. Plano B.
—Que plano B? Atirar neles?
—Demonstração de afeto. O cara vai virar em cinco segundos.
—Do que você... –Matt era bem rápido, preciso admitir. Eu nem terminei, e ele tinha me puxado pela cintura e me beijado. Só não o soquei porque entendi o plano. Me afastei. –Se fizer isso de novo, eu acabo com a sua raça.
—Pelo menos funcionou. –Os policiais sequer estavam olhando na nossa direção agora. –Vem, por aqui.
Pulamos um muro, caindo num quintal bem cuidado. O atravessamos e saímos na rua de trás. Dali, seguimos até uma casa pequena e branca.
—Chegamos. –Matt abriu a porta dos fundos, então entramos. –Vou buscar minhas coisas. Fique aqui, vigiando.
—Tá.
Sumiu por um longo corredor, indo para a parte da frente da casa. Olhei para fora, atenta. Estavam me procurando, e o prazo não tinha acabado. Eu ainda não estava na lista dos mais procurados, mas isso não demoraria muito. Eu tinha uma hora e meia.
Ouvi um som alto. A porta da frente tinha sido arrombada. Tiros foram disparados, e alguém gritou. Sem pensar, eu corri para fora da casa.
Pulei um muro, dessa vez indo parar num quintal grande e bem cuidado. Perto de mim, um cachorro começou a rosnar. Estava preso, pelo menos isso.
—Shh, cachorrinho. –Sussurrei. –Shh. –Sentei no chão e cobri o rosto com as mãos.
Matt tinha sido pego por minha causa. Merda. O que eu ia fazer?
—Só tem um jeito. –Murmurei, levantando. –Hora de me entregar.
Voltei pra rua. Um carro preto passou lentamente por mim, então parou. Homens armados saíram dele. Coloquei a arma no chão e ergui as mãos.
—Eu me rendo. –Avisei. –Podem me levar para os seus chefes.
***
Tiraram a venda dos meus olhos. Pisquei, me acostumando com a claridade. Havia muita gente ali, muita gente mesmo. Olhei em volta tentando reconhecer alguém, mas o único que eu conhecia era Matt, sentado no chão, os pulsos amarrados.
—Poxa, Martin não está aqui? Achei que ele quisesse ver minha execução de camarote.
—Sem gracinhas, Dangerous. –Um dos homens disse, esse não estava armado. –Veio para o seu funeral.
—Disso eu sei. Já podem soltar o senhor Rivera. Isso não diz respeito a ele.
—Seu cúmplice?
—O fiz de refém, mas ele escapou. –Dei de ombros. –Podem mandá-lo embora.
—Está exigindo muito, para quem vai morrer. –Outro homem se aproximou, encostando a arma na minha cabeça. Nem me movi, recusando-me a abaixar a cabeça ou mostrar medo. Eu ia morrer, mas ia de pé.
—Então atira logo e para com o discurso. Sou um incomodo? Que coisa, não é mesmo?
—Olhem isso. –O que estava atrás de mim disse. –Rebelde até na hora da morte. Vai ser assim lá no inferno agora mesmo...
Um som de disparo, então o homem estava no chão. Vários outros entraram, rendendo os que apontavam armas pra mim. Red entrou logo depois, ajeitando o chapéu, e Dembe ao seu lado. Minha equipe de resgate.
—Lamento pela demora. Ah, Jenna. Aí está você. –Acenei com a cabeça. –Desculpem interromper, mas a Dangerous vive.
—Ela tem que morrer, Raymond. –Era o homem que havia se pronunciado primeiro. –É uma ameaça para todos nós.
—Não, ela não é. Eu sou. E se tocar num fio de cabelo de Jenna Mhoritz, muita coisa pode acontecer. Ligações podem ser expostas, informações podem vazar... Nunca se sabe o tamanho do estrago.
—Tudo por causa de uma Dangerous. Você se atreveria a...
—Sim, me atreveria. Agora, se não se importa, vou levar a agente Mhoritz e o amigo dela daqui. Jen. –Acenei para o homem e me aproximei de Matt, soltando-o. - Vamos. Esse tipo de gente pode acabar contaminando-a.
***
Bati na porta de Cooper e entrei. Estava de volta ao trabalho, e com grande estilo. Red anunciou minha volta, e disse que ninguém me tiraria dali enquanto a lista durasse. Nossa força tarefa agora era invencível.
—Senhor, queria falar comigo?-Perguntei. Harold levantou e fez a última coisa que eu esperava: me abraçou.
—Não acredito que a trataram como uma criminosa. –Se afastou. –Jenna, eles podiam tê-la matado.
—Eu sei. Mas... Aqui estou eu. De volta. Vocês não vão se livrar de mim tão fácil. –Sorriu.
—Assim espero. Sei que Reddington é sua garantia de segurança, mas aconselho que se mantenha na linha de agora em diante.
—É o que eu pretendo.
—Vamos, tenho que anunciar um novo integrante na equipe.
—Um... Novo integrante?
—Isso mesmo. Vamos. –Descemos até onde Lizzy, Ressler e Aram conversavam. Me sentei na mesa do último, fazendo-o revirar os olhos. –Como sabem, nossa equipe tem um menos um membro. –Olhei diretamente para a mesa de Meera, os outros fizeram o mesmo. –Reddington autorizou um novo integrante.
—Quem?-Aram perguntou.
—Mattew Rivera. –Olhei na direção do homem que se aproximava. Matt. O cara que tinha me ajudado no dia anterior.
—Ah, caramba. –Murmurei.
—Matt?-Ressler perguntou, se aproximando para abraçá-lo. Franzi a testa. –Não acredito que vamos trabalhar juntos de novo.
—Vocês se conhecem?
—Crescemos na mesma rua, estudamos juntos no colégio e trabalhamos juntos por alguns anos. –Ah, maravilha. Eles eram amigos.
—Podemos conversar, Ressler? É urgente.
—Tudo bem. –Me seguiu até a minha sala. Me sentei na minha mesa, escolhendo as palavras enquanto Donald fechava a porta. –Jen?
—Vou ser direta: Matt e eu nos beijamos.
—De onde vocês...
—Ele me ajudou ontem. Achei que fosse só um policial, mas parece que alguém mentiu.
—Jenna, o que...
—Não significou nada. E, sem querer encrenca: ele me beijou. Além disso, foi só para fazer os policiais que estavam me procurando pararem de olhar na nossa direção. Não traí você... Eu juro. –Respirei fundo. –Não está zangado comigo, está?
—Não estou feliz por ter beijado meu amigo, mas... Tudo bem. Vamos esquecer isso.
—Ótimo. Concordo totalmente. –Saí da mesa, beijando-o rapidamente. –Vamos, temos que dar boas vindas para o nosso novo colega. –Olhou pra mim, divertido.
—Mantenha-se na linha, Mhoritz.
—Eu sempre me comporto, querido. Aprenda mais essa.


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