Dangerous escrita por Karina A de Souza


Capítulo 7
Frustração


Notas iniciais do capítulo

Hello, povo!



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—O que está fazendo aqui, Mhoritz?-Meera perguntou.

—Eu trabalho aqui, esqueceu?

—Você foi sequestrada ontem.

—E daí? Estou viva e inteira. Não morri. Notícias de Keen?

—Ela está no hospital, teve que passar por uma cirurgia de emergência, mas deve ficar bem.

—Ah. E Reddington?

—Se recusa a trabalhar. Não vai dar mais nomes enquanto Keen não voltar ao trabalho. –Revirei os olhos. Ressler passou por nós, irritado. Deixei Meera pra trás e segui meu colega de trabalho, entrando na sala dele e me sentando na cadeira em frente à mesa.

—Que foi?

—Reddington não quer falar. –Respondeu. –Tentei falar com ele. Mas ele só fala com Keen.

—Deixa pra lá.

—Não tem como “deixar pra lá”. Sou do FBI há mais tempo, mas Reddington me trata como se eu fosse um novato.

—Ignora, Ressler. Ele faz as coisas do jeito dele, não vai mudar de opinião só porque você se sente ofendido porque ele não quer te tratar como trata Keen.

—O que?

—Está com ciúme, por que se fosse a ponte de Reddington com o FBI, talvez avançasse na carreira.

—Você pelo menos pensa antes de dizer as coisas?-Sorri.

—Às vezes. Cara, deixa pra lá, sério. Se ele não quer falar, problema dele. Tem alguma coisa que o liga à Keen, por isso a preferência. Não acho que algo vá o convencer de mudar de ideia.

—Só não parece justo. –Tadinho. Deu até dó... Só que não.

—Para de choramingar! Reddington não gosta de você e você não gosta dele.

—E você?

—Ainda não decidi se odeio aquele cara ou se o acho legal.

—Não foi o que eu perguntei.

—Como assim?-Olhei pra ele, então minha mente encontrou a resposta. –Hã... Eu vou falar com Reddington. Se isso te deixa melhor.

—Tudo bem.

Me levantei e saí, digitando o número de Reddington tinha me dado para contato. Ele estava no hospital, com Keen. Ela ainda não tinha acordado.

—Como ela está?-Perguntei, entrando no quarto. Reddington estava sentado ao lado dela, um livro no colo.

—Bem. Deve poder sair logo. Por que você não a salvou, Jenna?

—Eu não consegui. Sabe, Elizabeth parece frágil, mas mesmo nesse estado ela conseguiu pegar uma arma e matar aquele desgraçado. Seríamos duas desse jeito se ela não o tivesse feito.

—Lizzy é... Muito forte. Muito. Mais do que imagina.

—Você fala dela de um jeito... Gosta dela, não gosta?

—Por que veio até aqui, Jenna?

—Ressler. Está frustrado por que você não quer dar um nome da lista pra ele. –Riu.

—Ah, Donald. Achei que ele já tivesse entendido que falo apenas com Lizzy.

—Não há como te convencer, há?

—Não. Aproveitem o dia de folga. –Sorri.

—Vou tentar falar isso pro Ressler.

***

—E então?

—Ele nos mandou aproveitar o dia de folga. –Respondi, me sentando e cruzando as pernas. Ressler suspirou, mais frustrado ainda. –Caramba, você é muito pilhado. Deixa pra lá.

—Podíamos estar prendendo criminosos importantes.

—Esquece isso.

—Você pode não se importar com isso, em fazer seu trabalho, mas eu sim. –Revirei os olhos. –Não sei o que esperava de uma Dangerous.

—Vai voltar com as ofensas, Ressler? Sério isso? Por que você não pode falar de mim. Você é...

—Jenna. –Cruzei os braços, reprimindo um sorriso.

—Brincadeira.

—Tem certeza de que tem vinte e oito anos? Parece ter menos.

—Eu sei. Não tive uma adolescência normal, então... Essa sou eu. –Ele suspirou, voltando a ficar bravo com a situação.

—Não consigo parar de pensar no que poderíamos estar fazendo se Reddington colaborasse. Keen tem previsão de voltar logo?

—Ela ainda não acordou, e os braços estão bem machucados. Acho que não volta logo. O que Antoine tentou fazer?

—Encontramos lâminas de ferro que pareciam garras, com sangue, achamos que estavam dentro das mãos dela. –Estremeci.

—Ele queria criar um Wolverine mulher?

—O que?

—Wolverine. Aquele carinha dos X-Men. Ele tem garras de adamantium. É interpretado pelo Hugh Jackman.

—Não faço ideia do que está falando. –Dei de ombros.

—Então tá. –Me levantei. –Vem, acho que precisamos de café.

Fomos até uma cafeteria próxima, compramos nossos cafés, e saímos andando. Ressler ainda tinha cara de quem queria socar Reddington para fazê-lo dar algum nome da maldita lista.

—Você está focado só no trabalho. Devia fazer alguma coisa. Sua namorada não deve gostar da falta de atenção.

—Que namorada?-Perguntou, olhando pra mim. Dei de ombros.

—Achei que tivesse. Bom, que seja. Tem algum hobby?

—Eu trabalho quase o dia todo, não tenho tempo pra isso. E você, o que faz?

—No momento nada. Tem sido uma confusão desde que saí da Dangerous. Lá sim eu trabalhava cada segundo. Não tinha pausas e nem férias. Era difícil.

—Imagino. Por que aceitou ser... Isso?

—Isso?-Franzi o cenho.

—Uma Dangerous.

—Ah... Não sei. Nunca parei pra pensar. Só aceitei. E tenho sido assim há tempos.

—Nunca hesitou?

—Só quando matei pela primeira vez. Foi assustador. Mas depois... Acontecia naturalmente. Até que eu parei de pensar, e apenas agi. Deve me achar doente.

—Esse era seu trabalho. Mas não era dos melhores.

—Você nunca matou alguém, Ressler?-Hesitou antes de responder.

—A questão é que... Você gosta de matar.

—Não, eu não gosto. Mas era necessário. Caçava homens que destruíram famílias, que destruíram vidas, que plantaram o mal, que mataram inocentes. Devia ter piedade desses monstros?

—Nunca pensou em fazer outra coisa, de desistir da Dangerous?

—Não sei fazer mais nada. Essa é a minha vida.

—Era. Você é do FBI agora. Não se esqueça disso. – Me lembrei da minha equipe morta, de Harold dizendo que eu ia ser transferida, e das minhas primeiras missões como uma apenas uma agente, e não como Dangerous. Olhei para Ressler, então para a rua à nossa frente. Estava começando a anoitecer.
—Não há como esquecer.


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Notas finais do capítulo

O próximo...
Capítulo 8 – Anjos da Morte – Seguindo o conselho de Reddington, Jenna tenta deixar o passado como Dangerous para trás.
"-Se nem Harold brigou comigo, você é que não vai fazê-lo, Ressler. Você não é meu superior.
—Você acha que está na Dangerous, mas não está. Com Keen fora das missões, eu é quem devia...
—Estou te ofuscando? Estou atrapalhando você na sua tentativa de crescer na carreira? Desculpe, tirei seus créditos de novo, não é?
—Você é um desastre."
...
"-Você tem muitos problemas com a raiva, Jenna. Isso não é bom.
—Vai me dar lição de moral, Raymond?-Perguntei, sem olhar pra ele. –Acho que você não é a pessoa mais indicada pra isso.
—Com certeza não mesmo. Não se zangue com o agente Ressler. Prender diretamente os criminosos da minha lista daria alguns pontos pra ele. Mas você é mais rápida no gatilho do que ele no pensamento. Aliás, o dia em que Donald reagir antes que você, o mundo acabará."



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