Dangerous escrita por Karina A de Souza


Capítulo 38
A Espiã


Notas iniciais do capítulo

Oi :3



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—Você simplesmente aceitou informações de alguém desconhecido?-Meera perguntou, enquanto Aram mexia no computador que eu estive usando.
—Eu achei que era Reddington!
Fui obrigada a contar tudo à Meera. E, pra variar, recebi um sermão daqueles. Como eu ia saber que não era Raymond me dando informações? Caramba.
—Os emails foram apagados. –Aram disse. –E seu email acabou de sumir. Acho que foi hackeado. –Todos os presentes olharam pra mim.
—O que? Eu não hackearia meu próprio email.
—Hackearia, - Meera começou. –se quisesse sumir com as provas.
—Provas de que?
—Provas que possam incriminá-la.
—Me incriminar? Eu não estou entendendo... Espera, está me acusando de ser uma espiã?
—Estou.
—O que?
—Enquanto não soubermos como e quem lhe deu essas informações... Lamento, Mhoritz, mas vai ter que ser detida.
—Detida como?-Alguém puxou a minha arma, tirando-a do meu coldre. Me virei, mas sabia que não podia fazer nada. Dois agentes que eu só conhecia de vista me algemaram. –Isso não é justo! Eu não fiz nada.
—Meera... –Ressler tentou, ela apenas fez um gesto, mostrando que o assunto havia sido encerrado.
—Levem-na pra caixa.
***
Me sentei com as costas contra a parede de vidro e tentei ficar calma. Demonstrar nervosismo só ia me encrencar de vez. Sabia que estava sendo observada por câmeras.
Eu não era uma espiã, isso era absurdo! Porém, como ia provar? Meu email havia sido hackeado. Mas por quem? Pelo Informante? Pra que faria isso? Pra que me mandar informações e depois sumir com elas? Isso era suspeito, e como não podia provar nada, a suspeita caía sobre mim. O que era uma injustiça! Eu havia apenas investigado e levado Colliar para a prisão! Como podiam achar que eu era uma espiã?
Como Dangerous minha fama não era boa no FBI. Muitos agentes pareciam me detestar simplesmente porque eu era da “falecida” equipe. Tudo bem, nós da Dangerous nunca gostamos do FBI mesmo.
Procurei meu celular no bolso para ver as horas, infelizmente ele havia sido confiscado por Meera também. Quando tempo eu estava trancada ali dentro? Impossível saber. Dei uma batida de leve no vidro. Pra que fazer uma caixa daquele tipo pra prender Reddington? O que eles achavam que ele ia fazer? Se tornar o Hulk e arrebentar a caixa? E pra que me trancar ali também? Tudo bem que eu podia ser bem perigosa, mas não ia machucar ninguém. Era inocente, e ia provar isso.
—Vejo que a situação não é nada boa. –Ergui a cabeça, Reddington se aproximou, parando perto do vidro. –Realmente desconfiam de você, ou não teriam te colocado aí dentro.
—Como tem coragem de vir falar comigo depois do que fez? Você matou a minha equipe...
—Você não entenderia se eu explicasse.
—Tenta. Tenta. Quero vê-lo explicar.
—A Dangerous estava me caçando tempo demais. Em qualquer momento podiam me pegar e eu não ia correr riscos. Tinha que me livrar de vocês. Fiz Daniel me ajudar, prometendo que deixaria você e ele vivos. Ele acreditou e me ajudou a entrar na base.
—Daniel... Ele não faria...
—Ele fez. Ou o faria, ou eu mataria você, e ele fez. Parece que a amava muito. Por que desistiu dos outros sem hesitar. –Meus olhos começaram a arder, mas me recusei em chorar na frente de Reddington.
—Por que não me matou?
—Você sabe por quê. Não menti quando disse que cuidei de você por quatro anos.
—Daniel... Você o matou?
—Sim. Como descobriu tudo?
—Ele me mandou uma carta. Não quis acreditar, mas ficou muito mais do que claro depois de tudo. O matou porque temia que ele me contasse tudo.
—Você não ia entender, então era melhor acreditar que ele os matou sozinho. Creio que ele preferiu essa versão, para não fazê-la correr riscos vindo atrás de mim para se vingar. –Meu coração apertou. Daniel havia mentido pra mim pra me salvar. Se contasse a verdade, eu caçaria Reddington até o inferno. Daniel havia preferido que eu o odiasse por uma mentira, do que morrer pela verdade. –Ele foi muito corajoso.
—Não fale dele! Sequer diga o nome dele! O que você fez... Como pode? Devia ter me matado, como fez com os outros...
—Não...
—Sim. Devia.
—Não quer isso, não de verdade.
—Você não sabe nada sobre mim.
—Sei mais do que pensa. Infelizmente. Agora, sobre seu informante...
—Não quero falar disso. –Desviei o olhar, tentando ignora-lo.
—Achei que quisesse descobrir quem ele é. Mas pelo jeito me enganei. –Se virou para ir embora.
—Espera. –Levantei me aproximando do vidro. –Pode descobrir quem é?
—Talvez. –Colocou as mãos no bolso, sem expressão. Porém, eu sabia que estava contente em ter uma vitória sobre mim de novo. Eu queria mandá-lo pro inferno com um tiro na testa, mas sem ele, eu estava perdida. Me perguntei se era o mesmo com Keen. –Ele vai entrar em contato de novo, aposto que sim. Então vamos pega-lo. Preciso que me passe o endereço de email que ele usou. –Pegou um pequeno cartão no bolso interior do casaco e uma caneta. Ditei o email.
—Acha que consegue? Ele deve tê-lo apagado.
—É um começo. –Guardou os objetos nos devidos lugares.
—Me responda uma coisa.
—Sim?
—Isso tudo foi planejado desde o começo? Cuidou de mim, depois me entregou ao FBI sabendo que no futuro ia poder me usar como cão de caça?
—Se eu dissesse que foi, estaria tentando parecer mais esperto do que sou. Não planejei, pois não saberia se você seria aceita no projeto, e muito menos ter certeza de que sobreviveria.
—Quando soube que eu estava viva... Quando foi atrás da equipe...
—Eu sempre me mantive de olho em você, Jenna, nunca sumiu das minhas vistas.
—Fez o mesmo com Elizabeth?
—Por que insiste nisso?
—Você só pode ser pai dela. Ou é um velho pervertido que está de olho em nós duas. –Sorriu.
—É um bom palpite.
—Você é detestável.
—Bom, tenho que começar com as investigações. Volto mais tarde pra falar com você. –Se virou e saiu.
Voltei a me sentar. Não sabia quanto tempo ficaria ali, mas suspeitei que muito. Dependia da investigação de Meera, que, com certeza, não seria tão eficiente quanto à de Reddington.
Parecia que horas haviam se passado. Eu estava quase dormindo, por puro tédio, quando batidas no vidro me trouxeram de volta à realidade. Era Ressler.
—Oi. –Murmurei, me levantando e me aproximando. –Não veio me liberar, veio?
—Não. Jen, eu confio em você. Sei que não é uma espiã.
—Meera não tem a mesma opinião.
—Lizzy e eu estamos tentando convence-la disso, mas ela disse que se dermos mais uma palavra sobre isso, nos tira do caso.
—Não sei como não tirou.
—Ela não é má, só está fazendo o trabalho dela.
—Eu sei. Mas experimenta ficar trancado aqui com todo mundo te acusando de algo que não fez.
—Logo vai sair daí.
—Espero. Ou vou pirar. –Suspirei. –Estou com fome. Veja se Meera se importa em me dar pão e água.
—Jenna.
—O que?
***
Meera não era tão cruel, e deixou Ressler (vigiado por alguns agentes bem armados) me trazer comida. Olhei para a câmera que localizei no canto da caixa e sorri.
—Obrigada, alteza Malik, por não me deixar morrer de fome. –Então me sentei e comecei a comer. Ressler me deu um olhar repreensivo e saiu.
Horas e horas se passaram. Concluí que já havia anoitecido e amanhecido, e dormi por umas duas horas. Irritada e impaciente, dei umas voltas pela caixa, tentando arrumar alguma distração mentalmente. Não consegui. Quando tempo ia ter que ficar ali?
Escutei um som estranho, então Reddington apareceu, digitando algo num teclado ali perto. A porta da caixa abriu.
—Vamos, Mhoritz, não temos tempo.
—Que?-Foi tudo o que eu consegui perguntar.
—É seu segundo dia aqui, está anoitecendo, muita gente está indo embora, é um bom momento para fugir.
—Ficou doido? Tá cheio de câmeras aqui...
—Não estão funcionando. As desliguei. Agora vamos.
—Não posso fazer isso. –Me afastei da porta. –Eu sou inocente, mas se fugir, vou parecer culpada. Vão me caçar até o dia da minha morte. Assim como caçaram você.
—Não se esqueça de que eu me entreguei. Posso escondê-la sem problemas. Vamos.
—Red, não! E se souberem que você... –Meera, Ressler e Keen entraram. Recuei mais ainda, ficando o máximo possível longe da porta. –Eu não estava tentando fugir! Foi que ele que abriu isso aí! E...
—Eu sei. –Meera disse. –Fui eu quem o convenceu a fazer isso.
—... Ele insistiu e... Que? Você o fez abrir a caixa e me ajudar a fugir?
—Era um teste. Se fosse uma espiã, não hesitaria em fugir. Ainda mais com Reddington. Pode sair daí. A investigação terminou, e nada aponta você como uma espiã.
—Jura? Posso sair mesmo?
—Pode. –Saí da caixa devagar, sem acreditar. Porém, Ressler não ficaria ali ajudando Meera a me enganar.
—Bom... Então tá.
—Só uma coisa. Se o informante entrar em contato, você vai ter que me contar. Entendeu?-Refleti. Achei melhor parecer que concordava.
—Claro. Aviso se acontecer.
—Ótimo. Liberada.
***
—Não acredito que quase foi presa por suspeita de ser uma espiã. –Ressler disse. Abri a porta e o deixei entrar. Meu apartamento parecia organizado, mesmo que eu não o arrumasse fazia dias. Passei mais tempo no apartamento de Ress do que no meu naquela semana.
—Acontece. Sempre sou injustiçada.
—É normal, suspeitaram de Keen também.
—Jura? Vocês do FBI são bem paranóicos.
—“Vocês do FBI”? Você também é do FBI, querida Jenna.
—Verdade. Que droga, acho que está na hora de me demitir. –Rimos.
Meu celular vibrou, o tirei do bolso. A mensagem me deixou alerta. Donald não havia percebido, estava falando enquanto mexia no próprio celular.
“TENHO PROVAS PARA COMPROMETER RAYMOND REDDINGTON. AVISE SE AS QUISER.
INFORMANTE”
Ele havia voltado...


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Notas finais do capítulo

Quem vocês acham que é o Informante e por que escolheu a Jenna? No próximo capítulo, ela irá encontrá-lo
Até lá ♥



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