Realizando as inspeções e investigações de tudo que seria preciso para continuar a desenvolver o império, Ryuuki topou com graves problemas que precisariam ser urgentemente resolvidos. Um em particular era alarmante! Haviam relatos de crianças desaparecidas em Saiunkoku e outros impérios.

Shuurei revirou e organizou incontáveis documentos do depósito para que o governo do império se organizasse; pois, com a pressão das famílias e a esperança que havia se reacendido com a competência que Ryuuki demostrou foi organizada uma força tarefa que deveria se emprenhar particularmente em resolver o caso.

Durante meses a força destacada buscou pelas crianças até encontrar dezenas delas em péssimo estado e apavoradas no esconderijo de criminosos. As crianças morriam de medo dos soldados tanto quanto daqueles que as havia sequestrado e não falavam uma só palavra. Foi extremamente difícil leva-las até o palácio – um problema agravado por estarem em uma cadeia de montanhas do outro lado do império.

Quando chegaram a capital tentaram passar as crianças com médicos e acomoda-las no palácio. Também não funcionou. O condicionamento era tanto que elas dormiram em baixo das árvores do jardim e não deixaram o médico sequer se aproximar delas. Elas precisavam de cuidados especiais, se alimentar e serem enviadas para casa... mas estava sendo complicado lidar com elas.

                Muitos haviam tentado conversar com as crianças e falhados. Nem Shunki, Shusui, Eiki, Kourin e Lihara tiveram êxito. Uma das crianças em particular não parava de chorar insistentemente e ninguém conseguia descobrir o problema. Semanas de tentativas falhas e muita improdutividade estavam sendo maçantes e atrapalhando os trabalhos rotineiros do império.

                Em um dia Shuurei entrou na sala da corte sem documento nenhum para conversar com todos.

— Com licença majestade. Teria um minuto para que possa lhe falar? – ela foi educada para não criar problemas.

— Entre Shuurei. – Ryuuki a deixou entrar após uma breve troca de olhares com os que estavam sentados na sala.

— Com sua permissão. – ela então entrou na sala, se posicionou e realizou um cumprimento formal.

— Diga o que gostaria de falar – Sho deu aval para ela se pronunciar.

—  Eu gostaria de permissão para trazer meus alunos da escola do templo aqui no palácio. – dito isso murmúrios e comentários incessáveis ecoaram pelo local.

— Para que precisaria fazer tal coisa? Isso soa um absurdo. – Riou não pode deixar de questionar o pedido que Shuurei fizera.

— Eu sou professora. – ele não entendeu o que ela queria com aquilo – Por tanto sei lidar com crianças e acho que posso ajudar estas crianças que trouxeram para cá. – agora ele havia entendido onde ela queria chegar – Me deem pelo menos uma semana para tentar e talvez meus alunos e eu possamos ajudar estas crianças. – ela finalizou aguardando uma resposta.

                Aqueles que estavam na sala não tinham tido êxito com as crianças ou uma ideia melhor para ajuda-las, e como Seiran comprovou a competência de Shuurei em lidar com crianças sua ideia foi aprovada. Na semana seguinte Shuurei ficaria encarregada de tentar ajudar as crianças que haviam resgatado.

                Naquele mesmo dia, Shuurei entregou a cada um de seus alunos autorizações para participarem de uma aula especial no palácio imperial. As crianças ficaram extremamente animadas e os pais mal podiam acreditar naquilo.

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                Na semana seguinte Shuurei buscou todas as crianças na porta da escola para leva-las ao palácio que havia sido preparado para recebe-las. Os pais entregaram as autorizações assinadas e no caminho Shuurei deu instruções claras para todas as crianças.

                No portão do palácio Shuurei falou com os guardas que deixaram ela entrar com as crianças. Atravessado o portão do palácio, Shuurei levou as crianças a sala de reuniões onde estavam sendo esperados. Na porta da sala um soldado deu permissão para ela entrar com as crianças. Dentro da sala Shuurei começou a dar instruções.

— Muito bem crianças. Façam como ensinei. – tendo dito ela fez as crianças se mexerem e realizarem um cumprimento formal para Ryuuki e aqueles que estavam na sala (surpreendendo a todos).

— Sejam bem vindas crianças. Foram muito educadas. – Yuushun gratificou as crianças que mais uma vez demonstraram o que sabiam.

— Muito obrigado (a). – as crianças agradeceram o elogio da maneira educada e correta (mais uma vez surpreendendo todos).

— Muito bem crianças agora prestem bastante atenção. – Shuurei fez as crianças voltarem sua atenção total e absoluta para ela – Nós estamos no palácio imperial onde pessoas muito importantes trabalham pelo local onde vivemos; portanto vamos nos comportar muito bem enquanto estivermos aqui para não atrapalhar. Certo? – as crianças responderam que sim em coro – Muito bem. Agora... – antes de continuar uma criança levantou a mão – Diga Kinren.

— Shuurei-sensei O que exatamente vamos aprender esta semana? Estou curiosa. – a menina disse tímida e animada tirando uma leve risada de Shuurei.

— Bem, vocês vão aprender várias coisas bem diferentes e divertidas. O que serão será uma surpresa. – ela terminou com uma piscadinha tirando risadas das crianças – Agora vamos as regras básicas. – as crianças prestaram total atenção nela – Primeiro: nada de se aproximar ou brincar na árvore maior que tem perto do depósito nos fundos do palácio. La é onde o exército treina! É muito perigoso. – as crianças assentiram e ela continuou – Segundo: caso haja algum problema falem com um adulto que estiver mais próximo de vocês ou usem os apitos que pedi que trouxessem. – mais uma vez as crianças assentiram e ela seguiu – Terceiro: é para se comportarem! Quem não se comportar vai voltar para casa na mesma hora. Entendidos? – as crianças mais uma vez assentiram – Muito bem! Então vamos cumprimentar nossos anfitriões mais uma vez, nos instalar e descobrir a primeira surpresa que tenho para vocês. – as crianças se animaram e fizeram o que ela pediu saindo da sala logo em seguida.

Na sala, todos estavam surpresos e comentavam sobre a educação das crianças, as regras de Shuurei e a maneira como eles se respeitavam. Não havia quem não estivesse curioso para saber o que ela planeja com aquelas crianças.

Em um quarto grande e espaçoso, camas foram preparadas para as crianças e locais para guardarem seus pertences. Com o quarto arrumado ela guiou as crianças até a parte do jardim onde as outras crianças ficavam encolhidas desde que foram resgatadas.

Nenhum dos grupos de crianças podia acreditar no que viam. Um via crianças sorridentes ao lado de uma jovem mulher que transmitia muita paz e confiança e outro via crianças assustadas, surpresas, machucadas e muito magras.

— Minha primeira surpresa para vocês são amigos novos. – todas as crianças dos dois grupos olharam Shuurei perplexas.