Quando o beijo parou e ambos tomaram folego, Ryuuki pegou a mão de Shuurei para ajudá-la a ficar de pé. Quando ela se levantou ele se ajoelhou e retirou uma caixa de sua túnica. Na caixa estava um anel dourado com uma rosa – esta esculpida em um delicado rubi – em cima que ele estendeu a Shuurei.

— Você aceitaria se casar comigo, Shuurei? – ele não hesitou na pergunta e amou a resposta.

— Sim, Ryuuki. – ela o aceitou oficialmente.

Mais do que muito feliz, Ryuuki pegou o anel que havia mandado fazer apenas para ocasião e colocou no dedo de Shuurei; se erguendo do chão logo em seguida. Quando colocou seus olhos sobre Shuurei ela parecia que começaria a chorar e ele pensou se não havia feito algo errado no pedido.

— Eu não sou a princesa perfeita e também não sei como retribuir totalmente este amor. Mas vou aceitar esta chance para ser realmente feliz com você e aprender o que realmente é este sentimento. – ela foi sincera e deixou algumas poucas lagrimas escorrem.

Ryuuki a abraçou com toda delicadeza e carinho para que ela se tranquilizasse. Para ele nada daquilo importava. A única mulher que poderia se casar com ele e subir no trono de Saiunkoku seria Shuurei e tão somente ela por toda eternidade.

Como já escurecia o casal retornou para Kiyou. Shuurei sabia que o noivado teria que ser anunciado no dia seguinte e que seu tio tentaria matar Ryuuki – Reishi ainda não era totalmente a favor daquilo.

Na capital Ryuuki a deixou em casa e despediu-se com um beijo em sua tão amada mulher – que agora estaria a vida toda com ele. Ele foi embora enquanto Shuurei entrou em sua casa desligada da realidade de tão feliz e realizada que se sentia. Seus tios, Seiran, seu pai, Kouyuu e Lihara estavam na casa aguardando ela voltar e não acreditavam o quão feliz ela aparentava estar.

O combinado foi ela contar antes a sua família do noivado e no dia seguinte os dois fazerem o anuncio oficial. Ela pensava feliz e distraída em Ryuuki admirando a cerejeira florida e bela do jardim que ele havia lhe dado quando Lihara a tirou de seus pensamentos.

— Shuurei!  - ela automaticamente olhou um pouco assustada – Quem te deu isso? É lindo! – Lihara foi a primeira a reparar no anel e chamou a atenção da família toda para o mesmo deixando Shuurei um pouco envergonhada.

— Isto é um anel de noivado!? – Kuro estava pasmo enquanto Reishi não compreendia, Kouyuu estava surpreso e Seiran pegou o rumo da situação com Shouka.

“Os dois.... Ele a pediu!? Ela aceitou!? Não pode ser.” – Seiran pensou a mesma coisa que Shouka – este não segurou a pergunta.

— Shuurei, o que você e o Ryuuki fizeram hoje? – ele queria confirmar que não estava louco.

— Hoje o dia foi apenas meu e do Ryuuki e no final ele me pediu em casamento. – a família parou perplexa – E eu aceitei. – ninguém reagia! Apenas encaravam ela com uma expressão tão alegre e serena que a fazia parecer muito mais com a mulher que verdadeiramente era.

Kouyuu entendeu na mesma hora a razão do imperador ter organizado um dia em que não precisasse trabalhar para sair com Shuurei – ele riu quando imaginou a reação de Shuuei quando descobrisse. Ela explicou a família como foi e que finalmente havia compreendido que amava Ryuuki. No final até mesmo Reishi admitiu o casamento – ela o fez lembrar de quando Shouka foi contra tudo para se casar com Shoukun e como havia conseguido se casar com Yuri.

No dia seguinte os oficiais aguardavam o anuncio que Ryuuki havia dito que faria. Quando um guarda anunciou que Shuurei havia chegado, ele se levantou de seu lugar e foi até a porta busca-la. Ela entrou lado a lado com Ryuuki e os dois pararam um pouco à frente do lugar dele na sala. Nesta hora Ryuuki anunciou o casamento e Shuurei descobriu a mão com o anel para apresenta-lo como prova oficial da união.

Os oficiais tomaram um susto enorme! Mas não havia o que dizer contra ela! Shuurei tinha um curriculum contra o qual nenhuma outra mulher poderia competir e Ryuuki havia finalmente escolhido sua esposa e próxima imperatriz de Saiunkoku. Os oficiais acabaram por aceitar e comemoraram que finalmente o imperador se casaria.

Shuurei sabia que teria que renunciar a seu posto como oficial do império para se casar com Ryuuki e se preparar para virar a imperatriz de Saiunkoku! Aquilo era um título muito pesado e poderoso que não podia ser tratado de forma leviana. Mas ela fez o que era necessário e começou a se preparar para seu casamento.

Ryuuki disse que não haveria nenhum problema ela chamar as amigas e Kouchou para virem ao casamento – Kouchou mal acreditava no convite que lhe havia chegado e Tsarina e Rariama já se preparavam para sair de casa, vir até Saiunkoku e fazer uma grande festa pelo casamento de Shuurei.

Enquanto Ryuuki arrumava as coisas no palácio para o casamento, a família de Shuurei se reunião uma semana antes para fazer uma pequena comemoração. Estavam todos os membros da família e alguns poucos amigos na casa. Quando a festa chegou na parte de brindarem pelo casamento de Shuurei, Shouka lhe fez um anuncio:

— Quero que fique com isto. – ele entregou uma pequena caixa a Shuurei.

Ao abrir a caixa ela se deparou com um maravilhoso grampo de cabelo. Parecia um tesouro: era prateado com dourado, repleto de pequenas flores em volta de uma linda rosa – todas encrustadas em pequenas joias – e tinha junto finos barbantes de seda que davam o toque final ao grampo. Ela estava pasma! De onde seu pai havia tirado aquilo?

— Ele era da sua mãe. – Shuurei tomou um susto – Ela usou no dia em que nos casamos. Ficava maravilhoso nela e espero que fique em você também. – ele terminou com um leve sorriso.

Shuurei o abraçou sem pensar duas vezes e o agradeceu pelo presente – ela sabia que deveria ser uma das poucas coisas de sua mãe que haviam restado a seu pai. Quem estava na festa não pensou duas vezes em brindar naquela hora mesmo o casamento. Depois ela ficou conversando um pouco com Lihara sobre o casamento e os três irmão se pegaram conversando junto de Yuri.

— Eu disse que cabe ao destino decidir pelos apaixonados. – Shouka lembrou Reishi de suas palavras.

— O destino de dois corações que se amam é estarem juntos como um só. – Yuri foi bem sucinta e profunda dando um leve abraço de lado em Reishi tirando alguns risos dos irmãos.