Com o final da reunião, Shuurei se despediu de todos no palácio e sua família para ir junto de sua amiga Rariama participar do casamento de Tsarina em Mandarim. Ela mandaria notícias quando chegasse e iria acompanhada de um grupo especial de guardas do clã que deveriam protege-la caso algo acontecesse – estes foram particularmente escolhidos por Shouka.

O casamento de Tsarina foi um espetáculo. O noivo dela foi oficialmente coroado e declarado como membro da família real ao final da cerimônia. Uma grande festa que durou uma semana inteira foi armada para celebrar a união. As três jamais se imaginaram namorando ou casando – pensavam que eram diferentes demais das outras mulheres para isso; mas ver o amor de Tsarina e ainda dar uma ajudinha para sua oficialização abriu mais as portas de seus corações.

Com o final da cerimônia e da festa, Rariama e Shuurei se despediram de Tsarina e começaram seus caminhos de volta para casa – Shuurei estava muito ansiosa para contar tudo a seu pai, Seiran e sua família.

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Enquanto Shuurei se divertia no casamento de Tsarina em Mandarim o trabalho não parava no palácio. Ryuuki precisou destacar quatro oficiais para ajudar com os documentos que eram responsabilidade de Shuurei – ela tinha um grupo que trabalhava com ela, mas em sua ausência ficava muito difícil dar conta de tudo sozinhos (ela fazia uma grande parte do trabalho).

Ryuuki estava trabalhando e preparando uma surpresa para Shuurei – ele estava decidido a entrega-la quando ela voltasse e não teria interrupções ou companhias extras! Seria apenas para ele e ela.

No dia em que Shuurei voltou de Mandarim foi uma grande festa e um enorme alivio. Os oficiais que trabalhavam com ela voltariam a suas rotinas de trabalho e Ryuuki colocaria sua surpresa em pratica.

A família se juntou durante a noite para escutar como foi o casamento de Tsarina e as experiências que Shuurei havia tido. Foi uma reunião que contou com amigos e até Ryuuki conseguiu comparecer – Kouchou fez questão de organizar a festa no distrito da Luz Vermelha e providenciar um jeito do imperador comparecer.

Shuurei contou com prazer como foi o casamento e a festa em Mandarim e mostrou algumas pinturas que haviam sido feitas na ocasião – uma era de Tsarina e seu noivo juntos e outras era de Shuurei, Tsarina e Rariama juntas (as três pareciam deusas na pintura de tão lindas que estavam).

Como havia muito trabalho a se fazer apenas dois meses depois, da volta de Shuurei, Ryuuki conseguiu tempo para pôr seus planos em prática. Ele marcou de sair um dia inteiro com Shuurei – um dia apenas para eles! Sem nem Seiran, Kouyuu ou Shuuei vindo junto. Ela o estranhou, mas concordou em sair um pouco com Ryuuki. O encontro foi marcado para dali três dias quando Ryuuki havia conseguido arrumar tudo para saírem sem o menor problema.

Ninguém sabia o que viria daquilo, mas tinham certeza que seria algo grande. No dia do encontro Shuurei havia se arrumado muito bem para sair com Ryuuki e ele também se preparou muito bem – não queria chamar muita atenção, mas não iria de roupas simples sair com Shuurei.

Ryuuki buscou Shuurei em sua casa onde Reishi estava sendo contido por Shouka e Kuro que estavam curiosos para saber o que viria daquilo. Após um breve cumprimento informal os dois saíram juntos pelas ruas. Ela estava muito linda e Ryuuki também – os dois chamavam a atenção por onde passavam.

Tendo sido um dia mais do que perfeito para ambos Ryuuki decidiu leva-la para fora da capital em um morro de flores que tinha uma maravilhosa vista da capital e do pôr do sol. Lá Ryuuki juntou toda confiança e esperança que tinha para colocar oficialmente seu plano em prática.

— Shuurei. – Ryuuki chamou sua atenção e ela se virou para olha-lo – Sabe que tenho sido bastante pressionado a me casar, certo? – ela apenas assentiu de leve e ele continuou – Mas eu já recusei todas as propostas de casamento que me mandaram. Nem mais me lembro quantas pilhas delas foram! – ele deu uma leve risada junto de Shuurei que ainda não sabia onde ele iria chegar – Eu as recusei por que nenhuma daquelas mulheres sequer pode ser comparada a mulher que amo. – ela tomou um leve susto com a declaração e se lembrou de quando Ryuuki disse que a amava – Apenas ela é a luz que ilumina meu escuro, somente ela é digna de assumir a posição que vira quando me casar com ela, ela é mais única e bela do que a mais rara das joias e acima de tudo apenas ela pode ver o homem por de trás do imperador. – Shuurei sentia seu coração pulsar a mil e via Ryuuki, por alguma razão, como algo muito mais que um homem comum naquele momento – Ela é você. E tão somente você, Shuurei. – ele finalizou esperando uma resposta de Shuurei.

Ela demorou um pouco e Ryuuki repousou seus olhos sobre ela para uma cena que ela jamais deixaria alguém ver e ele nunca achou que testemunharia: ela estava vermelha de vergonha, com olhos arregalados de susto, lagrimas insistentes correndo sem trégua e tremendo de emoção. Ele não acreditava! Aquela reação era a prova mais do que suficiente para ele que suas palavras haviam chegado ao coração de Shuurei e ela o responderia.

— Ryuuki... – ela não conseguia sequer pensar no que dizer e foi quando se lembrou de algo importante que aprendeu com as amigas Tsarina e Rariama: chegara o dia em que vai encontrar alguém que ame a mulher tão diferente que você é e ira ensinar seu coração a amar de verdade.

Shuurei realmente gostava de Ryuuki! Ela sabia que com o tempo aquele sentimento de amor não era mais o mesmo que tinha por seu pai ou Seiran, mas sim um verdadeiro sentimento de amor para o qual ela havia colocado barreiras em seu coração. As palavras de Ryuuki haviam derrubado sem dificuldade a já fragilizada barreira. Ela estava demorando tanto que Ryuuki começou a se preocupar com o que ela diria.

Toda a preocupação se foi quando ela beijou Ryuuki – ele se assustou com a reação que ela havia tido, mas não a recusou. Ela o afastou um pouco envergonhada para dizer tudo que Ryuuki sempre sonhou em ouvir dela: “Eu também te amo”. Ele a puxou de volta para o beijo quando ela disse e para surpresa dele ela o abraçou e deixou o momento fluir. O tempo havia parado para o casal que finalmente afirmava seus sentimentos verdadeiros.