Pov's Manuela

Passo os olhos pela sala e procuro algum porta-chaves, mas não encontro.

— Argh, onde esse ser guardava as chaves? _ pergunto irritada.

— Vamos ter que procurar. Vou no quarto e você vê por aqui _ ele diz antes de sair para o outro cômodo.

Começo  ver na mesa da cozinha logo ao lado, no sofá e encontro uma carteira jogada do chão. Vejo a documentação do carro e procuro a chave por perto, a encontrando na mesa de centro.

— Tomás! _ o chamo.

— Encontrou? 

Assenti e ele me olhou contente.

— Então vamos! _ disse e foi para a garagem.

Assim que chegamos no carro, o entreguei a chave e entramos.

— Sabe, estou um pouco preocupada _ digo assim que ele liga a chave e percebemos que o carro ainda tem gasolina. Pelo menos uma coisa boa.

Tomás me olha confuso.

— Por que?

— Você já não dirigia bem antes, e agora que já está há um tempinho sem fazer isso... Tenho certeza que piorou _ brinco para descontrair. Tivemos muito tensos nesses últimos dias.

De repente, ele acelera com o carro numa alta velocidade e acabo soltando um grito. Meu parceiro soltou um risinho e parou.

— Se me provocar de novo, faço isso mais uma vez.

Ele começou a dirigir normalmente. Pude perceber alguns canibais seguindo o carro e Tomás acabou até atropelando uns deles. Avançamos mais do que conseguiríamos em um dia à pé. Mas escureceu demais.

Paramos em uma área sem muitas casas. Era bem simples. Tinha algumas elevações de terras e grama. Não conhecia e nem me dei ao trabalho de conhecer, lendo placas.

Entramos em um casebre e deixamos o carro ali em frente.

— É... acho que vamos conseguir chegar antes lá _ meu parceiro comenta.

— Tomara _ digo procurando um banheiro para lavar meu braço. Ele estava me incomodando o dia inteiro. O sangue já tinha secado em volta dele.

Tomás fez o mesmo com o dele.

Ficamos um tempo planejando o que faríamos no dia seguinte, mas logo dormimos.

Esse foi um dia longo.