Pov's Manuela

Acordo um pouco antes de Tomás e vou para a sala. Como a cama era de solteiro, combinamos que eu dormiria lá e ele no sofá.

Cutuco levemente seu ombro e ele acorda.

— Parabéns! _ digo e ele me encara confuso. _ É seu aniversário.

Sua expressão de confusão some e ele abre um sorrisinho enquanto se levanta. _ Obrigado.

Dou um abraço nele, mas logo me afasto.

— Como você sabia?

— Rick me disse antes de sairmos _ dou de ombros e ficamos em silêncio. _ Temos que carregar as armas _ Tomás assente e eu olho para o banheiro. _ Seria pedir muito tomar um banho? Temos que aproveitar as oportunidades, né?

Ele ri. Tenho certeza que estou com cara de criança vendo seu brinquedo favorito.

— Fique à vontade. Vou carregar nossos revólveres.

Sorrio para ele e vou na direção da minha mochila, que tinha uma muda de roupa lavada, da última vez que estive em uma casa. Vou para o banho e aproveito para lavar a roupa que eu estava usando. Vai que encontramos mais uma casa por aí!

Saí e Tomás foi tomar banho. Vou para a cozinha e encontro pão de forma ali na mesa. Ainda está bom. Não tem nada para colocar nele, mas acho que é melhor salgadinhos (biscoitos) de manhã.

Eu estava distraída, mas um barulho vindo de fora, me chama a atenção. Eu tentei olhar pela janela para saber se era um zumbi, mas é velha. Até eu abrir demoraria um ano. Tenho um mau pressentimento e sinto meu coração apertado. Abro a porta e só vejo o carro passando na frente de meus olhos e avançando em alta velocidade.

— TOMÁS! _ o grito desesperada antes de sair da casa correndo.

Persigo o carro e agora é oficial: Nunca corri tão rápido em toda a minha vida. Vejo a pessoa colocando a mão para fora e só escuto um tiro. Grito e me abaixo, tentando evitar ser baleada. Mas nada me aconteceu. O perdi de vista.

— ARGH! DROGA!!! _ passo as mãos pelo cabelo quase os arrancando, ainda acachada. Eu queria xingá-lo de todos os nomes possíveis, mas não consegui pensar em nada naquele momento.

Logo avalio a cena mentalmente e percebo que ele direcionou a bala para o lado, e não para trás. Ele não queria me acertar, e sim, me distrair.

— Manuela! _ ouço Tomás. Me viro e o vejo correndo em minha direção. _ Você tá bem? Ouvi um tiro _ ele estava ofegante e, obviamente, preocupado.

Me levantei.

— Levaram nosso carro!

— O que? _ pergunta ainda confuso.

— Levaram o carro! Aposto que foi aquele desgraçado que escreveu a carta. Que ódio!!!

Tomás passa a mão pela barba, pensativo e respira fundo.

— Droga! Eu não desliguei o carro ontem. Esqueci, e também achei que não precisasse _ confessa. _ O que a gente faz?

Tento me acalmar para respondê-lo de forma inteligente.

— Pegamos nossas mochilas e achamos outro carro _ falo e volto para a casa. Ele me segue.