Pov's Manuela

Com o susto, nos levantamos às pressas, o que me fez quase cair para trás. Já está bem óbvio que o plano não funcionará mais. Quero dizer, alguns zumbis idiotas foram atrás do sangue, mas outros nos seguiram.

Quando parei para prestar atenção nos canibais que se aproximavam, reparei em um rosto _ de certa forma _ familiar para mim. É Melissa. Estava suja, com a aparência de um zumbi comum e com a cabeça perfurada pela bala, já que Tomás havia atirado nela. Uma cena horrível e uma coisa à mais para pensarmos se sairmos vivos.

Tomás e eu pegamos nossas armas e começamos a atirar, tentando eliminar o máximo possível de zumbis, mas eu estou conseguindo matar mais do que ele, pois estou mais "acostumada" a manusear um revólver.

Infelizmente, nenhum dos dois conseguiu acertar em Melissa. Mas essa não é nossa maior preocupação agora. Nossa munição acabou. Um zumbi tentou me agarrar pela perna, mas consegui me soltar, mas não mata-lo. Apenas me afastei, percebendo que Tomás fizera o mesmo. Batemos na parede e não tinha mais para onde correr. Apesar de termos acabado com muitos deles, ainda tinha uma quantidade considerável por ali.

Droga, droga, droga. Lutamos tanto para morrermos no meio de tudo? Porém, começamos a ouvir tiros. Canibais caindo. Alguém estava nos ajudando, mas como se não tinha ninguém além de Tomás, eu e zumbis naquele bar?

Após um determinado tempo, não se ouve mais nada. Receosos, meu parceiro e eu andamos até a passagem _ não podemos mais considera-la uma porta, já que está quebrada _ e, como meus olhos estavam voltados para o chão, vi um papel ali. Tinha os nossos nomes escritos.

Toquei o braço de Tomás para chamar a atenção dele e o mesmo se agachou para pegá-la. Começamos a ler.

"Tomás e Manuela, espero que não tenham pensado esse tempo todos que vocês e Rick são os únicos sobreviventes do Brasil. Aliás, se não fosse por mim, teriam morrido hoje, não concordam?

Bom, já estou sabendo que vocês querem a Homoclorina para acabar com essas criaturas e voltar ao inferno de antes. Pois bem. Meu caro cientista, você por acaso sabia que essa substância, se usada com outros ingredientes, pode ter o efeito contrário? Transformar o mundo inteiro em canibais.

Sei que você não tinha a menor ideia disso. Mas quero que saiba de outra coisa também: Estamos jogando em times diferentes. Também quero a Homoclorina e sei exatamente onde ela está.

Que o mais rápido vença!"

Assim que terminamos, nos encaramos. Com algumas palavras, tudo se tornou mais complicado. Mas quem teria mandado aquela carta? Se quer tanto a Homoclorina, por que nos ajudou agora?