"_Ainda não! _ escuto a voz de Tomás antes de ouvir tiros."

Pov's Tomás

Por incrível que pareça, devo ter demorado uns cinco minutos _ responderia com exatidão se tivesse relógio _ para perceber que Manuela e Melissa não me acompanhavam mais.

— Droga _ murmurei, correndo em direção contrária, percebendo que os mortos-vivos não me seguiam mais. Comecei a imaginar as duas sendo devoradas por zumbi. Mas, sinceramente, pensava mais em Manu.

Quando viro a segunda esquina, chego na rua em quem tudo começou. Vejo um círculo de zumbis.

Meu Deus, elas estão ali no meio!, penso.

Me aproximo em passos rápidos. Ainda estou sujo de sangue. Creio que ela também, isso está confuso! Como serão devoradas?

Chegando perto do círculo, vejo uma coisa que me surpreendeu.

Pov's Manuela

Continuo pressionando a mão no meu braço direito afim de fazer parar o sangramento e amenizar a dor, que vai ser mil vezes maior quando sentir seus dentes arrancando cada pedaço de mim. Eu realmente não esperava por esse "tiro" no braço. Ela dizia que não sabia mexer em revólver. Ela nos engnou, e muito!

Começo a ofegar. Sinto o nervosismo tomar conta de mim e as coisas na minha frente começam a desfocar. O círculo se fecha mais ainda em torno de mim. Colapso nervoso agora?

— Vamos Manuela, aceite. É o seu sim! _ diz Melissa.

— Ainda não! _ escuto a voz de Tomás antes de ouvir tiros.

Não demorou muito para que Melissa caísse baleada na cabeça, acompanhada por outros zumbis. Ando de joelhos até ela, tentando manter uma distância segura, e retiro meu revólver dela. Ainda ajoelhada, sem tempo para me levantar, começo a atirar em outros zumbis. Percebo que as balas de Tomás acabaram, pois ele para de atirar. Não sei ao certo quantos canibais ainda restam, mas consigo passar por eles e finalmente chego perto do meu parceiro.

Começamos a correr o mais rápido possível, e continuamos assim até encontrarmos um beco e nos jogarmos, sentados, ali.

— Você... você está bem? _ ele perguntou ofegante.

— Já estive melhor _ minha voz sai junto com um gemido de dor.

— Como se machucou? _ se aproxima de mim para analisar o ferimento.

— A infeliz da Melissa atirou em mim. Mas acabou pegando apenas de raspão.

— O que aconteceu ali? Ela é...?

— Sim, Tomás, ela é uma deles. Uma zumbi _ a expressão dele não pode ser mais confusa. Não é pra menos: Estávamos acostumados com zumbis deformados e fáceis de identificar. _ Nunca gostei dela!

— Eu sei _ disse baixo, ele. _ Tenho que prestar mais atenção nas suas opiniões.

Ficamos um pouco em silêncio. Não há mais zumbis por aqui. Despistamos os que restaram.

— Temos que cuidar disso_ Tomás fala.