Alexander escrita por Helena Lourenço


Capítulo 8
Capitulo Oito — Oscilando


Notas iniciais do capítulo

:)



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—Clarke Port, Suíça—
Capitulo Oito —Oscilando

   Eu não entendia como tudo aconteceu tão rápido. Em um dia, Aro e Sulpicia estavam aqui, chorando no caso dela, e preocupados com o sumiço do filho mais velho e “responsável”. No outro, Alexander já tinha sido localizado. Eu não tive a maior vontade de cruzar com ele, porque provavelmente seus pais já teriam contado que fui eu quem deu a dica da localização dele.

  Ele me odiaria. Isso era um fato comprovado. Ele queria um tempo sozinho e eu estraguei tudo.

  Deixei o banheiro do meu quarto, jogando-me em cima da cama. Meu cabelo ainda estava molhado, mas eu realmente não me importei com esse fato. Deixei que meus pensamentos relaxassem e que eu parasse de pensar em Alec.

  Como um flash, minha mente voou para quando eu tinha uns Cinco anos. Não era uma lembrança clara, era turva e confusa. Eu só conseguia distinguir a forma de minha mãe. Ela aparecia brigar ou discutir algo com alguém que eu não sabia.

— Não, Bella! — o homem disse, ele colocou a mão na cabeça. Minha mãe me viu, me colocou atrás de seu corpo — não quero afastá-la de Renesmee, longe de mim.

— Você quer levá-la para a Florida, isso não é querer me afastar dela?

— Sabe que pode vir conosco.

— Eu não vou a lugar nenhum! — Bella exclamou — nem minha filha, Cullen. Desista disso.

— Ela é nossa filha!

— Renesmee?

Olhei para Charlie parado na porta do meu quarto. Ele tinha suas sobrancelhas cerradas em confusão. Levantei da cama, indo direto para meu guarda roupa, onde peguei um vestido qualquer e vesti.

— Algum problema?

— Não, nenhum. — ele sentou na poltrona que eu mantinha para minhas leituras noturnas. — Alexander está ai embaixo. Ele quer falar com você.

—Diga que já vou. — sentei-me em frente ao espelho quando Charlie deixou o quarto. Eu me vi pálida, nervosa por Alec está aqui.

Era raro eu ter medo de algo, depois do que Jacob fez. Tomei aquilo como uma lição, não me deixando dominar por nada. Alec era só um adolescente que estava em confusão.  Disse a mim mesma que não era para eu ter medo, e desci para o andar de baixo.

  Alec estava olhando as fotos em cima do piano de calda que Charlie mantinha. Ele parecia distante, então apenas fiquei observando. Ele mantinha a postura rígida, seu toque sobre o piano era firme. Ele sentou no banquinho, tocando algumas teclas.

— Você toca? — perguntei, finalmente entrando em seu campo de visão.

— Tocava — ele disse, monotonamente. — E você, toca?

— Se eu toco? — segui até ele, e o afastei um pouco para sentar junto a ele no banco — aprecie.

  Comecei a tocar alguma musica. As notas saiam e fluíam com tanta facilidade. Mamãe costumava colocar uma gravação para ouvir sempre que eu estava dormindo. Eu sempre a ouvia e tinha ela decorado em minha mente.

Quando terminei, Alec tinha as sobrancelhas arqueadas.

— Onde aprendeu a tocar?

— Não sei, na verdade. Eu sempre soube tocar. Acho que nasci sabendo. — Ele riu — acho que foi o meu pai.

— Não tem certeza?

— Não — olhei para o teclado — eu era muito pequena quando papai sumiu. Não tenho muitas lembranças dele.  

— Isso deve ser horrível — ele comentou — sinto muito, Ness.

— Não sinta. Bella vive dizendo que ele era um péssimo pai.

  Ficamos em silencio. Ele olhava para fora da janela, enquanto eu dedilhava mais uma musica no piano. Em algum momento, Alec começou a tocar comigo. Aparentemente ele conhecia A Thousand Years tão bem quanto eu.

— O que veio fazer aqui? — perguntei, quando terminamos a musica. Ele me olhou, então sorriu.

— Contei aos meus pais sobre a gravidez de Heidi e minhas suspeitas. — contou — eles disseram que iam conversar com Heidi e os pais dela. Mas, estou nervoso com isso.

Afaguei seu braço.

— Por quê?

— Por que Heidi pode muito bem dizer que é mentira e...

— Alec, confie em Heidi. Sei que está preocupado com isso, mas um teste pode resolver tudo.

Ele escondeu o rosto entre às mãos.

— Sim, eu sei. — ele me olhou — mas não foi para isso que vim aqui.

Cerrei as sobrancelhas.

— Então porque foi?

— Por isso — ele colocou a mão atrás do meu pescoço, e me puxou para ele.

  Eu fiquei confusa no primeiro momento, mas depois me deixei levar pelo momento. O beijo era calmo, lento e doce. Ele se mantinha afastado, de modo que não parecesse invasivo. Coloquei minha mão em seu rosto, e nós ficamos ali, apenas nos beijando.

   — O tempo que passei na Itália — ele dizia entre um beijo e outro — eu não parava de pensar em você.

— Mesmo?

— Mesmo.

Ele se aproximou dessa vez pegando no meu cabelo. Era estranho, há algumas semanas eu nem sabia da existência de Alec, e agora eu estava aqui, beijando ele na sala de Charlie.

  Ele se afastou, dando espaço para me abraçar. Ele repousou sua cabeça em meu ombro e eu fichei meus olhos. Alec parecia mergulhado em seu próprio mundo, seus pensamentos.

— Estou apaixonado por você.

Afastei-me dele, olhando em seus olhos. Eles eram sinceros e tinham um brilho de expectativa. Não sei o que deu em mim no momento, apenas voltei a beijá-lo. O tempo que ficamos ali não foi cronometrado, apenas quando Charlie surgiu ali nos separamos. Ele não disse nada sobre o que estava acontecendo, apenas estendeu o telefone para mim.

— Quem é? — perguntei, quando pegando o telefone em minhas mãos.

— Sua mãe. — disse — acho melhor atender. — ele saiu da sala, deixando-me novamente sozinha com Alec, não sem antes lançar um olhar para ele.

— Aló — Atendi.

— Renesmee, filha. — minha mãe falou do outro lado da linha — tenho ótimas noticias.

— Diga — Alec pegou na minha mão, notando meu desconforto. Falar com Bella nunca foi algo agradável, não depois da chegada de Jacob. Ela era fria e não ligava para mim.

—Jacob e eu estamos indo visitar você.

— O que? — gritei — não, não precisa.

— Renesmee, eu não liguei para pedir sua permissão, estou ligando para avisá-la. Chegamos ai amanha a noite.

Ela desligou. Comecei a chorar. Eu não queria Bella aqui, não queria Jacob aqui. Alec me abraçou, deixando-me chorar em seu peito. Eu sei que ele queria saber o que estava acontecendo, mas ele não perguntou, o que eu agradeci.

Quando meu choro cessou, falei para Alec.

— Minha mãe e padrasto estão vindo para cá.

— E isso não é bom, ter sua mãe perto?

— Você não entende Alec — olhei ao redor da sala, certificando-me de que ninguém estava ouvindo.

— O que eu não entendo?

— O marido da minha mãe, Jacob, ele é um lixo. Alec, ele abusou de mim ano passado.


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Notas finais do capítulo

:)



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