Alexander escrita por Helena Lourenço


Capítulo 3
Capitulo Três — Fenômeno


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem? Aproveitem o capitulo. :)



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— Clarke Port, Suíça —
Capitulo Dois — Fenômeno

   Depois do choque inicial, minha reação fora bem amistosa. Quero dizer, não era como se eu e Alec tivéssemos algo, na verdade nossa amizade era até meio que limitada. Eu o conhecia há dois dias. Heidi se mostrou bastante apaixonada por Alec e, o mesmo mantinha um sorriso bobo sempre que olhava para ela durante o intervalo entre 9 horas e 09h45min, o horário era meio grande, mas isso me deu tempo suficiente para conhecer os amigos de Alec. Felix, o mais forte e assustador do grupo não passava de um adolescente extremamente engraçado. Afton, quando desgrudava sua boca da de Renata, soltava algumas piadas direcionadas a Felix e uma garota que eu não conhecia, Bree. Renata por sua vez se manteve calada, mas não parecia uma daquelas garotas que eram mesquinhas. Lembrei-me da irmã de Alec quando aquele pensamento invadiu minha mente. Heidi ela me lançava, de início, olhares sombrios, como se pudesse me matar apenas olhando para mim, mas depois de uns minutos, Alec virou para ela e disse que podia parar com a brincadeira. A namorada de Alec riu, então me estendeu sua mão, alegando que eu já podia me considerar sua amiga, fiquei feliz com aquilo.

  Em Forks, eu não tinha amigos. Sempre fora a garota solitária e depressiva. A verdade era que ninguém sabia o que se passava em minha mente e em minha casa. Quando Jacob casou-se com mamãe, eu ainda era uma criança de 10 anos e, que amava meu padrasto. Ele me dava presentes e sempre me recebia com um beijo na bochecha. Então, eu fiz 15 anos. Comecei a ganhar “corpo de mulher” e, seus olhares sobre mim começaram a mudar. Eu via a malicia em seus olhos, suas insinuações, apenas mamãe que não via. Balancei a cabeça, não querendo relembrar aquele tempo; eu não precisava mais lembrar daquilo, era passado. Agora eu reconstruiria minha vida com meu avô Charlie e com Alec e seus amigos, quero dizer, se eles realmente me aceitarem.

— ... Desculpe, Alec — peguei o final da frase dita por Heidi, quando a mesma bateu a mão contra a mesa, chamando atenção de alguns alunos — mas, sabe que é verdade.

— Sim, eu sei — Alec disse, passando a mão no rosto, suspirando. Eu não tinha prestado atenção à conversa, todavia parecia seria; Alec parecia cansado — ela ainda é minha irmã, Heidi. Eu ainda me importo com Jane, independente do que ela faz. Ela ainda é sangue do meu sangue. — ele levantou-se, arrastando a cadeira provocando um alto barulho. Tapei meus ouvidos.

 Eu vi a silhueta de Alec sumir pelo corredor e, logo em seguida, Heidi estava correndo atrás dele.  Renata e Afton — que por algum milagre tinham parado de se comerem — estavam com seus rostos sérios, Felix apenas enchia a boca com seu X – tudo, dando de ombros. Renata suspirou.

— Já é a quarta vez essa semana — disse, acomodando-se ao corpo do namorado? Eu não havia chegado a perguntar, porem deveriam ser. — Sei que Alec ama a irmã “Ela é sangue do seu sangue” — ela imitou a voz de Alec, fazendo-me rir, junto com Afton e Felix — mas, ele deveria saber da rixa dela com Heidi. Porra, eles namoram a dois anos!

— Qual rixa? — perguntei, não contendo minha curiosidade. Olhei para Jane do outro lado do refeitório, seus cabelos loiros destacando-se dentre os demais. Ela não parecia pertencer aquele mundo. Renata suspirou, exasperada — quero dizer, se você quiser.

— Não, tudo bem — ela sorriu — Quando Heidi tinha dez anos, Jane espalhou para a escola toda que o pai dela traia a mãe dela. O que era verdade, todos sabiam. Menos Heidi. Sulpicia, querendo ou não, é bem informada e, também bastante descuidada com o que fala para os filhos. Heidi amava o pai, mas venerava a mãe. Ela quase ficou depressiva quando os pais se separaram, foi uma época conturbada. — Renata parou por um momento, suspirando — então, Heidi quis se vingar. Aos 13 anos, Jane perdeu a virgindade com o Denali — ela revirou os olhos — não sei como ela soube disso, mas não importa. O que case é, Heidi contou para a escola toda e, eu lembro que foi uma confusão daquelas.

— Imagino — disse a ela, apoiando minha cabeça em minha mão. Não demorou a que o sinal indicando o fim do intervalo soasse, também indicando o horário do intervalo das outras turmas. Eu ainda tinha minha cabeça maluca com esses horários.

 Minha próxima aula era Inglês e, além de historia, essa era realmente uma matéria que eu gostava. Não penas por ser a minha língua, mas pelo tanto de livros que já li em minha vida. Ganhei Orgulho e preconceito da Jane Austen quando tinha 11 anos e, foi ali que começou minha paixão por livros. Mr. Darcy, eu ainda sonhava com aquele homem. Graças aos Céus que Felix tinha se disponibilizado em me acompanhar até a minha sala, que seria no prédio de trás. Eu iria passar horas ali e não encontraria a bendita sala. Despedir-me dele e entrei na sala, com sorte ainda com pouquíssimos alunos. A professora, uma mulher com baixa estatura, cabelos longos e loiros e olhos azuis brincalhões, recebeu-me com animação. Ela perguntou se eu tinha experiência com livros e literatura, por sorte era a minha melhor área.  

— Esplêndido — ela disse, sorrindo de modo gentil para mim. Irina, o nome da professora, sentou-me na primeira cadeira da fila, garantindo que eu ficasse as suas vistas curtas. Ela era daltônica.  — Bom dia, turma! — exclamou, quando todos os alunos daquela aula chegaram e, infelizmente Jane estava na cadeira atrás de mim.

 Tudo correria bem, se Jane não fizesse um infeliz comentário sobre Austen.

— Eu não gosto dela, suas historias sempre com palavras difíceis e, com diálogos insanos. Além de que, sempre com personagens sem graça.

— Talvez — comecei, ignorando a lembrança de suas palavras hoje mais cedo — você apenas seja burra o suficiente para não entender as maravilhas que Austen escreve.

— O que você disse? — ela bateu sua mão com força contra a mesa, erguendo-se. Continuei olhando para frente, sem realmente importar-me com a ceninha da irmã de Alec.

— Chega, Volturi — Irina disse, colando um fim aquela confusão que Jane tentara começar. — Swan, vejo que é uma admiradora de Jane Austen, poderia citar um personagem que lhe chama atenção?

— Mr. Darcy — respondi na hora, sem pensar realmente. Eu adorava aquele personagem.

Por sorte, nada de muito extraordinário aconteceu depois da aula de inglês. Encontrei com Seth e Leah no estacionamento da escola, ambos escorados no Volvo. Mas, tinha outro garoto lá que eu não conhecia. Ele era alto, moreno e tinha grandes olhos castanhos. Supus que fosse o namorado de Leah, Sam, quando o mesmo depositou um beijo em seus lábios. Nunca pensei que fosse ver Leah sorrindo bobamente como eu vi naquele momento. Seus braços estavam em volta do pescoço de Sam, enquanto as dele estavam na cintura dela e, pareciam tremendamente tentadas a descer mais um pouco.

— Ei, Renesmee ! — Seth gritou quando me viu, acenando com a mão. Caminhei até eles sem muita presa, na verdade. Lembrava-me bem do que Seth disse hoje mais cedo sobre Sam e, aquilo não me agradava.

— Oi, Seth — disse jogando minha bolsa no banco de trás do carro. Virei-me bem a tempo de ver Alec e Heidi entrando em um carro cinza, ele ainda parecia chateado com ela. Suspirei — Ei — exclamei quando senti uma mão grande e quente tocar meu ombro, como as de Jacob.

— Desculpe — disse, erguendo suas mãos ao alto da cabeça. Sam era realmente grande.

— Não ligue para ele, Renesmee — Leah disse, lançando um olhar indiferente para mim e, um de raiva para Sam. O que eu perdi? — ele sempre faz isso.

  Dei de ombros, entrando no carro. A viagem de volta para casa foi tranquila e, eu senti-me bem mais confortável nessa cidade. Apesar de que ainda não conhecia ninguém, eu sabia que podia contra com as poucas pessoas que conversei hoje. E se não, eu me trancaria em casa, como fazia quando morava em Forks. Olhei para o céu pelo vidro e, assustei-me com o que vi. A luz forte iluminava toda a estrada. Seth e Leah pareciam igualmente impressionados — o Sol tinha saído para dizer Olá.


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Notas finais do capítulo

:)