Alexander escrita por Helena Lourenço


Capítulo 14
Capitulo quatorze — O Anjo


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoa. :)
Prontos para mais um capitulo? lembrando que está na reta final, beleza?
Boa leitura :)



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—Clarke Port, Suíça —
Capitulo quatorze — O Anjo.

  Minhas pernas tremiam. Lágrimas corriam por meu rosto. Ainda meio tonta com tudo que tinha acontecido, pude distinguir o som das sirenes e a voz de meu avô Charlie ao fundo.  Mas minha mente não processava direito o que tinha de fato acontecido.

   Com dificuldade, ergui meu corpo do chão. Minhas pernas tremulas e sem forças. Forcei-a correr em direção ao corpo caído. O anjo que tinha me salvado e que agora podia estar morto.

   Aquilo me fez lembrar Romeu e Julieta. Não sei se fazia algum sentido pratico as duas situações, mas foi à primeira coisa que veio a minha cabeça. Eu sempre odiei Romeu e Julieta. O egoísmo de ambos, não aceitando viver sem o outro me irritava. Mas ali, vendo-o caindo, quase sem vida, eu entendi tudo o que Romeu sentiu ao ver Julieta caída, morta.

Apoiei sua cabeça em meu colo.

— Alec — choraminguei — Alec, por favor.

  Seus olhos tremularam e abriram, encarando-me. Seus orbes azuis cintilando a luz da lua. Pus-me a chorar, enquanto rezava baixinho que ele não morresse. A bala tinha aceitado seu abdômen, podia ter fraturado alguma coisa. 

 Afaguei seus cabelos, tentando me manter calma. Mas era demais para mim, pensar que podia perdê-lo. Beijei seu rosto, mas ele não se mexeu. Estava gelado, pálido. Gritei. Ele não podia ter morrido. Ele não podia ter morrido.

   Senti braços me erguerem e deixei que meu pai me tirasse dali, enquanto os paramédicos levavam Alec para dentro do hospital. Eu implorava mentalmente que ele ficasse bem, vivo. Eu precisava do meu alicerce.

— Ele vai ficar bem — a voz do meu pai dizia, mas era impossível de dizer algo com o choro entalado em minha garganta — vamos fazer o possível para salvá-lo, Ness.

Agarrei-me a seu jaleco e me permiti chorar ainda mais. Nada mais na minha mente fazia sentindo. Nada mais importava. A não ser Alec, quase morrendo dentro daquele hospital. Edward me levou até onde Sulpicia estava, chorando baixinho, em um canto de parede. Abraçamo-nos. Meu pai precisou correr para fazer a cirurgia de Alec. Apoiei-me em Sulpicia e ela se apoiou em mim. Eu sentia dor, mas não podia imaginar a dor dela.

— Onde está meu irmão!? Onde está Alec? Mãe, onde ele está? — Virei o rosto para a entrada do hospital, onde Jane gritava e chorava. Ela caiu de joelhos ao chão, enquanto um grito agudo saia por sua garganta.

Sulpicia juntou-se a ela, erguendo a filha do chão. E, novamente, me senti uma intrusa ali. Aquela era a família de Alec e, quem eu era? A namorada que causara tudo aquilo. Sentei em uma cadeira, e deixei que meu sofrimento se desmanchasse em lágrimas.

Então, senti uma mão em minhas costas.

— Ele vai ficar bem — Jane disse — ele tem que ficar bem — sua voz era vacilante. Ergui a cabeça, vendo seus olhos azuis (tais como os de Alec) vermelhos pelo choro. Provavelmente o meu estava do mesmo estado, mas Jane parecia ainda mais acabada. Procurei por Sulpicia e a encontrei alinhada ao marido, que também parecia acabado — ele é forte.

— Sim, ele é forte — respondi sentindo o gosto salgado das lágrimas em minha boca enquanto falava. — ele não pode morrer.

— Não pode — sua voz voltou a ficar firme e autoritária — porque se ele morrer, farei questão de que você não esqueça que isso é culpa sua.

Tido isso, ela saiu para perto dos pais.

— Você me deu um baita susto — falei, enquanto entrava no quarto em que Alec se recuperava da cirurgia. Ele ainda parecia pálido e cansado, mas ele viveria e isso melhorava tudo — pensei que fosse morrer — peguei sua mão livre da agulha do soro, o que o fez sorrir.

— Não te deixaria — sua voz era fraca, suave e tranquila — não poderia deixá-la. Nunca. Assim como não poderia vê-la morrer.

Sorri para ele.

— Digo o mesmo.

Ele afagou minha mão.

Inclinei-me para beijá-lo suavemente nos lábios.

— Seu pai disse que terei que ficar na cadeira de rodas enquanto a fratura na costela não melhora — disse, revirando os olhos — que é para não forçar a coluna.

Olhei para ele.

— Você fará isso, certo?

— Eu disse isso? — ele abriu um sorriso e eu me vi sorrindo também. Nesse instante, Sulpicia e Jane entraram no quarto. Jane beijou a testa do irmão, surpreendendo até mesmo ele. — Jan...

— Nunca mais, ouviu? — ela o interrompeu — nunca mais me assuste dessa maneira, seu idiota. Eu quase precisei lhe doar sangue! Tem idéia do que é isso? Eu odeio tirar sangue. Se não estivesse nessa cama eu lhe daria um tapa. — então, ela jogou-se em cima dele, chorando.

Sorri, abraçada a Sulpicia.

— E, Renesmee — ela olhou para mim — desculpe por tudo que lhe disse mais cedo e... — ela atrapalhou-se — eu só queria a felicidade do meu irmão e...

— Tudo bem, Jane. Eu entendo.

— Renesmee?

Era meu pai.

Olhei para ele, sorrindo.

— Preciso que venha comigo. É Isabella, ela foi envenenada na prisão.

  Meu sorriso se desfez no mesmo momento. Minha mãe, envenenada? Arfei, seguindo meu pai para fora do quarto. Nós corríamos pelos corredores, apressados.

— Ela vai ficar bem, não vai?

Eu podia sentir o medo em minha voz.

— Não sabemos. O veneno... Bem, ele espalhou-se pelo sangue.

As palavras de meu pai me fizeram chorara novamente. Entramos em um quarto.  E eu vi minha mãe. Pálida, fraca e respirando por aparelhos. Gritei seu nome, correndo a seu encontro.

— Renesmee... — ela sussurrou — minha garotinha. Perdoe-me...

— Mãe... — choraminguei — não fale...

— Eu preciso te contar — ela disse, séria, olhando firmemente para mim — tudo...

— Tudo o quê...?

— Como conheci Jacob. — sua fala me fez paralisar. Porque eu deveria saber daquilo? Meu cenho se franziu, mas a deixei continuar: — você tinha apenas dois anos quando seu pai foi embora, disso você sabe. Mas, um ano depois, Marcus me procurou. Disse que sabia quem eu era e o que minha filha seria no futuro. A herdeira de Edward Cullen. E, tudo o que ele queria era que o dinheiro dos Cullen fosse dele. Então, ele me apresentou Jacob. Um de seus maiores aliados. Jacob Black, filho de Billy Black, o...

— O contrabandista de dinheiro. — completei sua frase — ele foi preso umas três vezes antes de sumir.

— Sim, mas ele deixou seu filho cuidando do serviço. — ela engoliu em seco — Marcus disse que eu só teria que fingir que era casada com ele, para que, no futuro, Jacob soubesse o que fazer com você. Eu não sabia o que era, juro. Mas quando descobri, a mandei para cá. Ele queria matar você, Renesmee. Para que eu pudesse herdar do dinheiro de Edward, em se nome. E depois ele me mataria.

— Mas você não fez nada quando ele me estuprava! — as lágrimas saiam descontroladamente, eu só não sabia se de raiva ou de tristeza.

— Eu não podia fazer nada, Renesmee. Jacob dormia com uma arma em baixo do travesseiro e me batia toda noite antes de dormir. — ela segurou minha mão, me puxando para perto — você precisa contar tudo o que lhe disse agora para seu avô. Ele saberá o que fazer.

— Mas, porque você não conta?

Ela não teve tempo de responder. Senti seu aperto em minha mão afrouxar, e então seus olhos ficaram sem rumo.

As lágrimas voltaram a descer por meu rosto, dessa vez mais angustiada do que quando Alec levou o tiro por mim, mais do que as lágrimas que saiam de meus olhos quando Jacob me estuprava. Cai de joelhos, ao lado da cama, gritado.

— MÃE!


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Notas finais do capítulo

:')



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