Filhos do Império - Chapeuzinho Vermelho(Livro Um) escrita por Ally Faro


Capítulo 41
Capítulo Quarenta e Um - Fúria


Notas iniciais do capítulo

Sei que fiquei longe por um tempo, mas tive motivos pra isso, passei por alguns problemas pessoais e por isso precisei ficar sem postar, mas agora estou de volta! VIVA O/
Desculpem a demora.
Espero que gostem do capítulo.



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          Charlotte se jogou na cama e encarou o teto.

—Vocês dois parecem muito mais que amigos, sabia? –Mark provocou, entrando no quarto e sentado na cama da menina.

—Não. –Ela resmungou, o encarando.

         Mark viu os olhos verdes irritados e angustiados.

—Acho legal essa sua preocupação com ele, não por ele ser um Cavaleiro ou qualquer porcaria assim. –Ele bufou.

—Acho que nunca fui próxima com alguém, de verdade, como sou com ele. –Ela deu de ombros. –Talvez por essa ligação de Feiticeira e Cavaleiro ou talvez porque ele seja tão parecido comigo. –Ela suspirou. –Acho que é isso que me aborrece, ele é parecido demais comigo.

—Você é tão irritante que consegue irritar a sua cópia, veja só. –Ela sorriu com a piada.

—Meu melhor amigo, Harry, dizia que eu sabia fingir ser amável como nenhuma outra pessoa, mas que eu sou a criatura mais irritante do mundo quando me mostro de verdade. –Ela sorriu.

—Toda vez que você fala desse Harry, você fica diferente.

—Ele é meu irmão. –Ela suspirou. –Até agora deve pensar que estou morta e isso é horrível, porque os pais dele morreram e a família dele se resume a irmã e a mim.

—Por que não manda uma carta?

—Por quê? –Ela fez careta. –Acho que porque eu fiquei sendo uma... Prisioneira, acho que esse é o termo, por um longo período e quando consegui minha liberdade, fui mandada imediatamente para o Vilarejo.

—Uma caravana irá sair amanhã. –Ele sorriu. –Escreva e eu mandarei entregar.

—Obrigada. –Ela sorriu.

          Mark achava intrigante quando Char ficava tão dócil, parecia uma garota comum e realmente amável.

—Alfred vai se desculpar.

—Não vai. –Ela sorriu.

—Vocês dois se acertam.

—É, acho que sim.

—Você acha? –Ele arqueou uma sobrancelha.

—Alfred tá estranho e distante, algo aconteceu.

—Considerando que o Alpha dele é obcecado por você e ele tá tendo que conviver com o Kyle.

—Realmente Kyle deve estar deixando ele louco.

—Você não vê ou finge não ver? –Mark fez careta e ela o encarou.

—Do que você tá falando, Cabeça de Fogo?

—Lottie, minha querida Lottie. –Ele sorriu. –Você é a pessoa mais idiota, quando se trata de sentimentos, que eu já tive a oportunidade de conhecer.

—Que?

—Me diz, como você conseguiu enrolar o Kyle, sabendo que ele gostava de você?

—Foi fácil. –Ela sorriu. –Eu dormi com ele.

          Mark gargalhou.

         Char achava incrivelmente fácil conviver com Mark, eles não tinham muito pudor para conversar, era quase como falar com Harry, só que um Harry de cabeça vermelha e menos amistoso.

—Você sente mais que amizade pelo Alfred, não é?

         A pergunta a pegou desprevenida, o que a fez se calar por bons segundos, até conseguir organizar os pensamentos.

—De verdade? –Ele assentiu. –Eu gosto da companhia dele, ele me diverte, somos amigos, mas... –Ela deu de ombros. –Eu não sei.

—Como não sabe? –Ele ria.

—Eu preciso experimentar para ter certeza. –Ela confidenciou.

—Vocês nunca tiveram nada? –Ele estava surpreso e ela bufou.

—Vamos mudar de assunto, você está pior do que a Nanda. –Ele resmungou. –Achei que homens não fossem curiosos a esse ponto.

—Todos somos, só que em níveis e com pessoas diferentes. –Ele se ergueu. –Acho que vai querer acabar de ler isso aqui. –Colocou o livro sobre a cama.

—Obrigada.

—Se precisar de alguma informação extra, anota em algum lugar e não me chama. –Ela sorriu.

—Boa soneca.

 

           Alfred entrou no quarto com vários pãezinhos recheados e um copo de suco, fechando a porta atrás de si.

—Isso não vai fazer eu ficar menos irritada. –Ela alertou, erguendo os olhos do livro. –Mas fará amenizar a atual irritação.

          Alfred sorriu e entregou o lanche para a menina.

—Eu...

—Tanto faz. –Ela bufou. –Você é péssimo para se desculpar.

—Quem disse que eu pediria desculpas? –Ele a encarou e ela sorriu.

—Então?

—Kyle está me deixando fora de controle. –Ele confessou. –É difícil lhe dar com a raiva do alpha. –Deu de ombros. –Ele é louco por você...

—Ele acha que sou propriedade dele, não é apaixonado por mim. –Assegurou.

—Eu sei. –Assumiu.

—Então por que tenta defendê-lo?

—Força do habito, acho. –Coçou a nuca e encarou a ponta da cama, cogitando se sentava ou não.

—Pode sentar, Alfred. –Ela sorriu. –Eu não mordo... muito.

          O rapaz sorriu de canto.

—Mas eu mordo... E muito.

         Charlotte arqueou a sobrancelha e passou a língua levemente nos lábios.

—Você provoca muito e não faz nada. –Ela repetiu o que ele dissera certa vez.

—E se eu fizesse?

           Char sentiu um calafrio percorrer sua coluna e abriu a boca para responder, sendo interrompida pela maldita porta.

—Alfred, preciso falar com você. –Era Kyle.

—Sério? –Ela questionou frustrada, encarando o rapaz de olhos cinza.

—Apesar de tudo, ele ainda é da matilha, Char.

—Mas serve a uma Anciã. –Ela devolveu.

—A Lua Cheia é daqui a alguns dias, Charlotte. –Kyle segurava a irritação. –Amanhã uma caravana partirá, alguns são Lobos e logo irão se separar dos que não são. Os demais vão parar em algum Vilarejo para passar a noite...

—Alfred não poderá ir. –Ela informou.

—Ele é um Lobo, não pode ficar no Vale. –Ele se indignou.

—Ele é um Cavaleiro, não pode se afastar de seu Ancião na Lua Cheia.

—E quem merda é o Ancião que ele serve, Charlotte? –A fúria explodiu.

          Alfred se mexeu protetoramente, erguendo a cabeça e encarando o outro de frente.

—Ele me serve, Kyle.

—Como é? –O rapaz entrou no quarto como um furacão. –Você só pode tá brincando comigo.

—Jamais brincaria com algo sério.

          Kyle sentiu a raiva ficar a um fio de seu controle.

          Alfred estava na cama da garota que era dele, que lhe pertencia, como também não a deixaria nunca mais graças a maldita ligação de Ancião e Cavaleiro.

—Ele tem o dever de me obedecer, então...

—Eu sirvo a ela. –Alfred respondeu. –E somente a ela devo obediência.

         Charlotte o encarou surpresa. Alfred nunca aumentava o tom com Kyle e nem o encarava tão abertamente.

          Kyle o encarou de cima, com um ódio que deveria fazer qualquer Lobo recuar e lhe implorar o perdão, mas Alfred manteve o olhar.

—Baixe o tom quando falar comigo.

—Primeiro tenha cuidado em como fala com ela. –Revidou.

—Então você não me serve mais?

—Não.

—Quer dizer que posso arrancar sua jugular durante a Lua Cheia. –Ele ameaçou. –Isso é interessante.

—Alfred, me dê um minuto a sós com o Kyle, sim? –Char pediu.

         Alfred assentiu e se ergueu.

—Eu não quero falar com você! –Kyle alertou.

        Charlotte arqueou a sobrancelha, como se o comentário não tivesse importância alguma.

        Alfred a encarou por um segundo, esperando sua decisão.

—Isso não é um pedido. –Ela disse com simplicidade e encarou seu Cavaleiro. –Alfred?

—Como quiser.


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Notas finais do capítulo

E ai? Vocês gostaram?

Deixem seus comentários.

Beijos e até o próximo capítulo.



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