For you escrita por Viane


Capítulo 3
Emma


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde meus queridos.
Vamos descobrir a reação dos pais da loira.



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Domingo chegou mais rápido do que eu esperava e se fosse sincera não estava nem um pouco preparada para o que iria fazer aquela tarde. Eu realmente estava decidida quando propus a Regina uma semana atrás e poderia estar agora discutindo uma possível data para a nossa união não fosse o mero detalhe de que não havia contado nada aos meus pais.

         - Uau quem é você estranha – ela brincou deitada na cama quando me viu sair do closet já pronta com um vestido florido simples e uma sandália com saltinho.

         - Engraçadinha. Você sabe que foi um presente da minha mãe.

         - Esta tentando preparar o terreno.

         - Não, mas não custa agradar – eu tinha meu próprio estilo de me vestir sempre gostei do básico calça jeans e minhas adoradas jaquetas de couro coloridas, minhas botas cano alto ou baixo normalmente não tinham salto o que eu sabia agradava Regina já que ela era um pouco mais baixa do que eu, mas havia duas ocasiões onde precisava usar outro tipo de vestimenta. No trabalho por exigir uma aparecia um pouco mais seria e nas visitas aos meus pais porque minha mãe sempre gostou de me ver usando vestidos e saias.

         - Se você colocar um casaquinho rosa não vou te reconhecer – sorri e me aproximei da cama beijando seus lábios e me sentindo realmente tentada a voltar para debaixo das cobertas com ela.

         - Tem certeza que não quer ir comigo? – era covardia da minha parte, mas tê-la ao meu lado me faria contar mais rápido.

         - Tenho você sabe que precisa fazer isso sozinha – eu sabia que ela tinha razão, mas não iria admitir – São seus pais Emma, eles amam você e vão entender – olhei descrente para ela – Pode ate ser que não seja imediatamente, mas eles vão e não é como se você estivesse saindo do armário – ela brincou – Quase todo mundo já sabe.

         - Sim, exceto minha família e os moradores de Storybrooke – realmente todos que conhecia fora da minha cidade natal sabiam – Eles são antiquados Regina vivem em uma bolha feliz e estou indo estoura-la depois de anos.

         Aquela era a pura verdade meu pai ocupava o mesmo cargo de xerife na delegacia da cidade que tinha apenas duas pequenas celas a anos, uma cidade onde o índice criminal era quase nulo e ele passava a maior parte dos dias prendendo pessoas como o velho Leroy por perturbação da ordem após exagerar na bebida ou fazendo a ronda com Graham que atualmente era o vice xerife embora eu nunca tenha entendido a necessidade desse cargo na cidade.

         Minha mãe era a típica dona de casa que cuidou dos filhos e do marido a vida toda com muito prazer, era o tipo de mãe que acordava antes de todos na casa para preparar a mesa do café, que acordava os filhos um a um mesmo na adolescência, fazia o lanche de cada um para o colégio com direito a bilhetinho de “bom apetite”, na infância levava e buscava todos os dias na escola e na casa dos amigos, fazia lanche quando levamos amigos em casa, ajudava na lição e era a ultima a dormir só para arrumar a cozinha.

         - Vai dar tudo certo, eu vou estar aqui quando você voltar – beijei seu pescoço e senti o corpo dela arrepiar, mas como se notasse meus planos ela me empurrou de leve – Agora vai – suspirei e concordei com a cabeça e após um ultimo beijo segui meu caminho.

Durante o percurso até Storybrooke não pude não pensar na minha relação com meus pais, eles eram amorosos e eu tinha facilidade de falar com eles na infância, falava sobre tudo que acontecia comigo até ter algo a dizer que eles não iriam entender como achar a anatomia feminina mais atraente do que a masculina então começaram as conversas vagas que só pioraram quando me mudei e comecei de fato a ter uma vida dupla onde inventava alguns namorados esporadicamente apenas para alegrar minha mãe que alias ainda fazia questão de me ligar pelo menos cinco vezes na semana.

Ligações curtas onde normalmente ela queria saber como eu estava e contar alguma coisa aleatória sobre algo seja sobre ela ou meus irmãos então encerrava a ligação com um eu te amo. Era quase uma rotina que ela estabeleceu após minha saída da cidade já que dos filhos eu era a única que tinha deixado a cidade acredito que isso a fazia se sentir mais próxima e já estava habituada a essa rotina embora a vezes desejasse algo mais como Cora fazia com Regina. Meus sogros ligavam todo domingo sem falta e sempre que via minha namorada falando com a mãe sentia uma pontinha de inveja a conversa delas sempre rendia mais do que as varias ligações que a minha fazia por mês. Elas falavam sobre tudo e sobre nada enquanto minhas conversas com a minha mãe se limitavam ao básico da minha vida profissional e a mentiras ocasionais.

Meus pais me receberam realmente animados quando cheguei e não me surpreendi ao ver que meus irmãos já estavam lá com suas respectivas famílias, domingo era dia de almoçar na casa dos meus pais e mesmo saindo cedo de casa na velocidade que vim não me surpreendi em estar atrasada como James fez questão de ressaltar. O plano inicial era contar assim que chagasse antes dos meus irmãos chegarem para poder dizer a eles depois, mas as coisas já estavam saindo de uma maneira diferente então optei por esperar depois do almoço.

Meu pai provavelmente já tinha falado com minha mãe sobre nossa conversa no domingo anterior então não me surpreendi quando ela não falou nada sobre Killian ou qualquer outro bom rapaz da cidade e obviamente ela estava curiosa para saber mais sobre meu suposto namorado, mas não perguntou me dando espaço para falar por conta própria. O problema era que eu não tinha ideia de como iniciar a temida conversa então deixei o dia passar aproveitando meus sobrinhos e jogando conversa fora após o almoço. Quando meus irmãos se despediram e seguiram para suas respectivas casas não tive outra escolha a não ser iniciar o que tinha para dizer antes de me acovardar e voltar para casa ainda mantendo a mentira.

— Mãe pai será que podemos conversar?

— Claro minha filha – meu pai sorriu e se sentou na sua velha poltrona enquanto minha mãe se sentava no sofá ao lado, fiquei de pé na frente dos dois pensando na melhor maneira de começar. Talvez com algumas palavras motivadoras, quem sabe dizendo que eles não tinham culpa ou talvez pudesse falar que ninguém é igual a ninguém.

— Emma sabe que pode falar qualquer coisa com a gente não sabe filha – minha mãe sorriu então optei por fazer como se tira um curativo e soltei a bomba de uma vez.

— Sou gay – o sorriso em seu rosto morreu no mesmo instante.

— Como?

— Gosto de mulheres – olhei meu pai e ele parecia estático.

— Não Emma, você não é ... seu pai disse que havia um cara que era especial que você acreditava ser a pessoa certa.

— Eu achei a pessoa certa mãe – falei com calma - Mas não é um cara vocês deduziram que fosse um cara, mas em nenhum momento disse que fosse um homem.

— Emma você teve namorados você não é ... – ela colocou a mão na boca como se dizer a palavra fosse errado e pude ver desespero no rosto dela, como se esperasse que eu fosse contar que era uma brincadeira.

— Eu nunca tive um namorado mãe, você nunca se perguntou o por que nunca apresentei ninguém a vocês, por que nunca sai com nenhum dos caras que vocês me apresentaram nos últimos anos.

— Você estava procurando a pessoa certa, você é como eu seu pai foi meu primeiro namorado Emma a única pessoa que apresentei aos seus avos e você é como eu – minha mãe sempre teve orgulho de dizer a todos o quanto éramos parecidas, embora minha aparecia fosse nitidamente herdada da família do meu pai, ela dizia que em gosto e temperamento éramos idênticas mesmo não sendo totalmente assim. Na cabeça dela eu não apresentava ninguém porque queria apresentar a pessoa certa, e de certa forma tinha sido isso nunca cogitei apresentar qualquer mulher a minha família, não antes da Regina antes dela eu provavelmente teria mantido as mentiras para sempre.   

— Não mãe – ela estava atordoada – Pai fala alguma coisa – pedi olhando para o homem que eu mais amava no mundo.

— Eu não entendo, você sempre foi minha princesa minha menininha – eu odiava ver ele assim.

— Eu ainda sou sua menina, nada mudou pai eu sou a mesma pessoa.

— Tudo mudou Emma – ele passou a mão no cabelo nervoso - Eu nunca devia ter deixado você ir para Boston, nunca devia ter deixado você sair das minhas vistas, você devia ter ficado aqui onde é o seu lugar. Em Storybrooke não tem essas coisa aqui fazemos o que é certo.

— Pai eu não sou gay porque sai de Storybrooke eu sai de Storybrooke porque sou gay, porque aqui eu sabia que não conseguiria ser eu mesma. E não há nada de errado na minha vida.

— Por que esta nos dizendo isso agora Emma? – minha mãe perguntou.

— Porque estou cansada de mentir – me sentei ao lado dela no sofá e peguei sua mão com carinho - E porque achei a pessoa certa, alguém que eu amo demais e que me faz feliz – tentei sorrir – Regina e eu queremos nos casar.

— David eu não estou ouvindo isso diz que não estou – achei que ela iria desmaiar.

— Mãe...

— Você quer se casar com sua colega de apartamento?

— Não somos colegas de apartamento mãe, somos companheiras há quatro anos. Ela me faz feliz como ninguém e queremos nos casar com tudo que temos direito cerimonia, festa a presença dos nossos familiares e amigos.

— Você só pode estar brincando comigo Emma, casar contar a todos?

— É mãe, vou contar ao James e ao Graham ainda essa semana ia contar hoje, mas acabou não dando então volto para contar para eles. Os pais da Regina sugeriam um jantar para oficializar nosso noivado quero que vocês os conheçam.

— Os pais dela sabem? – confirmei com a cabeça e olhei para o meu pai as palavras dele tinham me magoado, mas o silencio dele estava acabando comigo – Emma eu amo você eu sempre vou amar você, mas não faz isso.

— Como?

— Contar para todos o que você faz ou o que você é – naquele momento senti como se ela tivesse cravado uma estaca no meu peito - Seu pai é uma autoridade na cidade Graham vai assumir o lugar dele em breve, as pessoas não vão entender Emma, eles vão falar dizer que não soubemos criar você.

— Mãe, não foram vocês não é errado.

— Você não vive mais aqui, mas nos e seus irmãos vivemos as crianças eles não merecem isso. O que você faz fora de Storybrooke é algo seu, mas aqui é diferente aqui não Emma por favor aqui não.

— Pai

— Eu sei que o mudo mudou, não estou sendo preconceituoso sei que sua mãe também não esta, mas não tem isso aqui Emma – ele não olhou diretamente pra mim enquanto falava - Sua mãe esta certa a melhor coisa é deixar isso longe de Storybrooke.

— Eu vou indo – peguei minha bolsa e sai em direção ao carro sem olhar para trás, sentindo um aperto no peito.

O percurso de volta para casa foi feito no limite que a velocidade permitia eu precisava chegar o mais rápido possível e assim que abri a porta avistei minha morena esperando sentada em frente ao piano dedilhando com uma mão lentamente algumas notas aleatórias a outra segurava uma taça de vinho.

— Você contou? – eu sabia que ela estava ansiosa então confirmei com a cabeça – Como foi? Como você esta se sentindo? – ela veio até mim deixando a taça em cima do instrumento o que era sem duvida um sinal de nervosismo já que ela não faria algo assim em qualquer outra ocasião e só de ver os olhos dela senti que apesar de tudo tinha feito a coisa certa.

— Eles não querem que eu conte pra ninguém – ela me abraçou e me puxou para o sofá – O olhar deles era como se estivessem com vergonha de mim, como se fosse errado – contei pra ela cada palavra que foi dita aquela noite.

— Amor se você quiser sabe cancelar o casamento eu vou entender – olhei para ela surpresa.  

— Por que cancelaríamos? Você não quer se casar comigo?

— Claro que quero, é o que eu mais quero agora, mas eu sei o quanto sua família é importante pra você – Regina havia aberto mão ate hoje dos planos dela pelos meus receios, por amor a mim ela havia deixado de lado os planos de se casar e ter filhos só porque eu não tinha coragem de falar com meus pais e agora ela esta disposta a fazer isso novamente.

— Não são meus pais que vão se casar com você sou eu, e eu falei serio Gina quero tudo com você um casamento filhos tudo.

O sorriso que recebi no minuto seguinte fez tudo valer a pena não havia duvidas Regina Mills era a pessoa certa para mim.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da reação dos Swan? Bom por anos Emma fez uma verdadeira rede de mentiras para a família e os pais de certa forma preferiam assim, mas como diz minha mãe mentira tem perna curta então vamos ver até onde isso vai.
No próximo capitulo vamos conhecer um pouquinho mais dos Mills e também algumas diferenças do nosso casal.
Comentem e digam o que acharam e o que esperam ver, sei que alguns viram o filme e eu quero mostrar outros pontos que o mesmo não mostra entre outras coisas então quem quiser dizer o que acha legal ser mantido aqui fique a vontade.
Bom fim de semana a todos.
Beijos