Los Guaimarán escrita por Araimi


Capítulo 4
Capítulo 4




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— Marisela.

           

A voz era baixa e a tirou do sono com suavidade. Seus olhos se abriram, mas ainda estava escuro lá fora.

           

— Que? – Sua voz era sonolenta e havia uma mecha de cabelo dentro de sua boca. Ela a tirou.

           

Sua visão entrou em foco e Marisela se deparou com o rosto de Bárbara Guaimaran a poucos centímetros do seu. Ela deu um pulo para trás, olhando ao redor. O quarto estava escuro e lá fora estava mais escuro ainda. Bárbara segurou-a pelos ombros.

           

— Marisela, me escuta. – Sua voz ainda era baixa e suave e tinha uma pontada de alguma coisa que ela não conseguiu desvendar. – Santos Luzardo está morto.

           

Aquelas palavras reproduziram ecos em sua mente. Por um momento ela sentiu-se sem chão. Bárbara continuava a falar, mas Marisela não ouvia. Bárbara balançou-a levemente.

           

— Escutou?

           

Marisela assentiu, tirando o cabelo do rosto. A informação ainda não havia feito total sentido para sua mente sonolenta. Os olhos de Bárbara foram para baixo e Marisela sentiu-a tomando sua mão. Seus olhos começavam a se adaptar à escuridão e a Dona parecia a perfeita imagem da tristeza.

           

Não tinha lágrimas em seus olhos e nenhum soluço escapava seus lábios, mas havia algo em sua postura, na maneira como tocava sua mão; era tão triste que fez Marisela perceber a gravidade da situação e trouxe lágrimas aos seus olhos.

           

— Onde... – Ela começou a perguntar, mas sua voz falhou.

           

— No quarto dele. – Ela a olhou nos olhos. – Você pode ir lá se quiser. Eu vou avisar a Cecília.

           

Marisela assentiu e Bárbara saiu de seu quarto em um segundo. Ela a imitou minutos depois. Caminhou silenciosamente até o quarto de Santos, mas não teve coragem de entrar.

           

Logo Tia Cecília apareceu. Ela estava chorando e abraçou-a assim que ficou perto o suficiente. Antonio veio logo atrás dela, o cabelo bagunçado, prendendo o choro. Marisela ouviu o choro de Cassilda antes de vê-la. Ela abraçou Marisela e ficou dizendo coisas sem sentido.

           

Antonio e Cecília entraram no quarto e Melquiades chegou. Não parecia que havia acabado de acordar, provavelmente não. Ele parou atrás de Bárbara e chamou seu nome.

           

— Melquiades. – Ela disse em meio a um suspiro. – Preciso que você vá até El Miedo e traga Pedro. – O índio assentiu, estava pronto para sair, mas Bárbara o impediu dizendo: - Nem uma palavra sobre o pai dele. Apenas... traga ele e eu cuido do resto.

           

Melquiades assentiu, lançou um olhar a Marisela e saiu no mesmo instante. Bárbara sentou-se no banco que haviam colocado no corredor, olhava para a parede oposta, como se estivesse esperando por algo.

           

Marisela ficou ali, com os olhos molhados, abraçando as pessoas que chegavam e lhe davam os pêsames, como se ela fosse a viúva de Santos. Marisela tinha que admitir que aquele cargo cairia muito melhor em Bárbara.

           

Já estava quase amanhecendo quando o menino chegou. Ele ofegava e tinha os olhos ligeiramente arregalados. Marisela sabia que Melquiades não havia dito uma palavra sobre Santos, como a Dona ordenara, mas ela também sabia que o menino sabia que seu pai estava morto.

           

— É o meu pai? – Ele perguntou com a voz embargada, confirmando as suspeitas de Marisela. Seus olhos azuis estavam em sua mãe, apesar da mão de Tia Cecília em seu ombro. – Ele morreu?

           

Marisela mirou a Dona, que olhava para o menino. Bárbara assentiu por fim e abriu os braços. O menino se desvencilhou das mãos de Cecília e Cassilda e correu para os braços de Bárbara. Ele afundou o rosto no pescoço dela e chorou. Bárbara passava uma mão por suas costas e a outra a tinha em meio aos seus cabelos castanhos revoltosos. Ela balançava o menino como se ele fosse um bebê.

           

Marisela lembrou de Melendez morto e dos braços que a confortaram, das mãos que a acariciaram. Quase como fazia agora com o menino.

           

As pessoas foram saindo aos poucos, logo só restavam ali Marisela, Cecília ao seu lado, Bárbara, o menino e Melquiades, parado à alguns metros deles. Ninguém dizia nada. O menino chorava e Bárbara o confortava. Tia Cecília massageava as costas de Marisela gentilmente, secando suas lágrimas silenciosamente.

           

Por fim o menino parou de chorar e afastou seu rosto, passando as costas da mão pelo nariz vermelho. Bárbara o olhava com um sorriso gentil, seus dedos acariciando os cabelos do menino.

           

— Eu sei que não deveria chorar. – Ele disse baixinho. – Por que eu sou homem.

           

Bárbara sorriu.

           

— E quem te disse isso?

           

— Pajarote.

           

Bárbara quase revirou os olhos.

           

— Isso não é verdade. Todos nós choramos quando estamos tristes, ou machucados. – Ela secou uma lágrima do menino. – Ou assustados. Chore o quanto precisar, meu amor. – Bárbara encostou suas testas e começou a falar baixo. Marisela quase se envergonhou de estar escutando. – Não tenha medo. Eu estou bem aqui com você. Tudo bem? Eu sei que você vai sentir falta dele. Eu sei. Mas não tenha medo de nada. Eu vou estar aqui o tempo todo. – Ela ergueu o rosto do menino até olhar em seus olhos. – Assim. Forte. Valente.

           

O menino parecia menos abalado, mas ainda assim voltou a abraçar Bárbara. Os olhos dela caíram sobre Marisela. Ela não aguentava mais estar ali. Pediu licença para Tia Cecília e saiu da casa.

           

Eles enterraram Santos ainda na manhã, sem velório, ao lado de seu irmão, Felix e seu pai, José. Marisela passou a maior parte do enterro com os olhos em Bárbara e o filho dela. Lembrou da maneira como trataram Bárbara no enterro de seu pai e ficou intrigada em como a tratavam agora. Todos estavam a uma distância respeitável e isso era exatamente o que chamava a atenção, o respeito.

           

Bárbara era tratada, mesmo que inconscientemente, como a viúva de Santos. Marisela não sabia o que havia acontecido na Araúca enquanto esteve fora, mas imaginou que Bárbara deveria ter cuidado da fazenda enquanto Santos esteve doente.

           

Quando o enterro acabou, o menino lhe entregou seu paletó, pediu permissão para ir e quando recebeu saiu correndo pela estrada de terra. Bárbara pendurou o paletó em seu braço e pediu que Marisela e Cecília a acompanhassem ao escritório.

           

Ela abriu uma gaveta e tirou uma papelada de lá, jogando-a em cima da cama.

           

— É o testamento de Santos. – Ela explicou. – Ele fez algumas alterações umas duas semanas atrás. Mas é basicamente isso. Santos deixou 60% de tudo o que tem para Pedro. 20% das terras são para Cecília. – Tia Cecília não pareceu surpresa com isso. – E os outros 20% são seus, Marisela.

           

Marisela arregalou os olhos, surpresa. Olhou para Tia Cecília, que sorria para ela encorajadora, e depois para Bárbara, que simplesmente esperava uma reação.

           

— Não. – Marisela disse sem pensar, ainda olhando de uma para a outra. Se sentia uma menina novamente. – Não. – Disse mais alto, mais segura. – Eu não... eu não quero terras. Eu tenho uma vida na capital, não posso cuidar... – Ela nem sabia o que falar. Lembrou do menino. O filho de Santos. O filho de Bárbara. Seu irmão caçula. – Quero que os meus 20% fiquem com o me... com Pedro.

           

Nenhuma das duas pareceu surpresa com isso. Tia Cecília deu um sorriso, apertando sua mão de leve. Bárbara voltou os olhos para os papéis, brincou com eles por um momento e disse por fim:

           

— Tudo bem. Vou ver isso.

           

É claro que ela iria querer o máximo para o seu filho, Marisela sabia disso. Não deveria ficar magoada se ela ainda não a queria.

           

Marisela se perdeu em pensamentos, ouvia vagamente o que as duas mulheres conversavam. A conversa acabou quando elas pareceram chegar a conclusão de que Cecília, Antonio e as crianças iriam morar na casa de Altamira, ou algo assim. Elas saíram da sala e Bárbara pediu que os trabalhadores de Altamira viessem falar com ela.

           

Marisela estava no batente da porta quando todos eles ficaram reunidos ao redor da Dona. Ela tinha uma mão na cintura, acima de sua arma prata que brilhava ao sol, a cabeça estava erguida e ela falava alto para que todos ouvissem.

           

— Escutem bem! Agora que Santos Luzardo morreu o dono de Altamira é seu filho, Pedro. Pedro ainda é muito jovem e enquanto não complete a maior idade, eu vou tomar conta da fazenda. Então, se alguém tem algum problema com isso, está livre para pedir demissão e ir procurar outro emprego. – Sua cabeça se ergueu mais ainda. Houve um silêncio, Bárbara esperava uma resposta, mas não ouviu nada. – Mas se não, podem ficar como sempre. Até que Pedro assuma a fazenda, Altamira continuará sendo uma fazenda separada de El Miedo e os trabalhadores continuarão como estão. A menos que alguém me dê motivo para ser demitido.

           

Bárbara deu um sorriso e os trabalhadores riram baixo. Marisela ergueu uma sobrancelha surpresa. Ela foi para a cozinha, onde estava planejando ir a princípio. Voltou de lá com uma goiaba e trancou-se em seu quarto. Tia Cecília estava na sua casa no povo, resolvendo algum assunto com as crianças. Marisela pensou em escrever uma carta para Daniel, talvez uma para Maurice.

           

Desistiu da ideia, já voltaria para a capital de qualquer maneira. Mas precisava contar para Maurice o que havia acontecido. Precisava de alguém a par da situação quando voltasse para casa. Vasculhou as gavetas e encontrou um caderno e algumas canetas.

           

Escreveu uma carta curta e direta ao ponto.

           

Agora precisava ir ao povo para enviar a carta. Pensou em pegar um cavalo, sua Branquinha deveria estar por ali ainda. Resolveu pegar a caminhonete, seria mais rápido, e Marisela não montava há um bom tempo, não queria ficar dolorida enquanto estivesse ali.

           

As chaves deveriam estar no escritório, como costumavam ficar antes. Foi para lá e entrou sem bater ou avisar, o que foi um erro, pois Bárbara estava ali. Ela virou-se de costas para Marisela no mesmo instante, colocando a foto de Santos com o menino de volta a prateleira em um segundo. Marisela ouviu seu fungar e viu sua mão limpar o rosto rapidamente.

           

Não era de Dona Bárbara mostrar fraqueza na frente dos outros.

           

— Desculpe. – Marisela pediu. Bárbara não virou-se para ela. – Eu tenho que ir até o povoado. Queria a caminhonete emprestada. Posso?

           

Bárbara olhou-a, parecia confiante de sua recuperação. Abriu uma gaveta da mesa, tirou as chaves e jogou-as para Marisela.

           

— É sua enquanto estiver aqui. – Ela declarou.

           

Marisela franziu as sobrancelhas.

           

— Obrigada. – Quase parecia uma pergunta.

           

Deu as costas para a Dona, mas antes que pudesse sair ela a chamou.

           

— Marisela.

           

— Sim?

           

— Você não aceitou a herança de Santos por minha causa?

           

Marisela sorriu, tentou fazer com que parecesse um sorriso de deboche.

           

— Não, Dona. Minha vida não gira em torno de você. Eu tenho uma vida na capital. Meu emprego, meus amigos, meu noivo.

           

Bárbara ergueu uma sobrancelha, um sorriso de lado crescendo em seu rosto.

           

— Noivo?

           

— Noivo.

           

Marisela cruzou os braços e se recusou a dizer qualquer coisa além. Bárbara assentiu com a cabeça e essa foi a deixa de Marisela para sair dali.

           

Enquanto dirigia pela estrada de terra, não pode deixar de pensar que se Bárbara fosse uma mãe normal, agora seria o momento em que Marisela sentaria com ela e falaria sobre sua vida.

           

Sobre o emprego que sempre quis, sobre as conquistas na sua carreira. Falaria sobre Daniel, sobre seu sorriso brincalhão, sobre como a tratava bem, como era engraçado e inteligente. Contaria a ela que sentia seu coração bater mais forte com ele, como jamais imaginou que bateria para qualquer outro homem que não fosse Santos.

           

Mas Bárbara nunca fora uma mãe normal, pelo menos não para ela.

           

Sua mente voltou ao lugar quando viu um menino balançando os braços na beira da estrada. Era ele. Pedro Luzardo Guaimaran.

           

O menino tinha uma expressão confusa e ligeiramente desapontada quando viu quem dirigia a caminhonete de seu pai.

           

— O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou.

           

Ele a olhou por alguns segundos, como se estivera avaliando se ela serviria para o trabalho. Parecia tanto à Bárbara que assustava.

           

— Eu achei minha cadela. – Ele disse enfim. – Ela teve filhotes, não quer sair dali. Preciso de ajuda para leva-la pra casa. Pode me ajudar?

           

Marisela olhou para trás do menino e ao longe viu a cadela. Era grande, de pelo amarelado e lambia um filhote preto com vigor. Ela sempre se dera bem com animais.

           

— Posso. – Respondeu.

           

O menino a guiou para perto da cadela, que rosnou para Marisela quando ela chegou muito perto.

           

— É melhor você ficar aqui. – Ele disse, estendendo uma mão para pará-la onde estava.

           

Ele abaixou-se, fazendo um carinho na cabeça da cadela e dizendo palavras de conforto. Ele pegou o filhote negro sem receber reclamações da mãe, pegou outro da mesma cor da mãe e outro negro com manchas amarelas, equilibrando-os confortavelmente.

           

— Coloque os braços juntos. – Ele instruiu.

           

Marisela obedeceu e recebeu os filhotes em seus braços. Eram pequenos e pegajosos e choravam alto. A cadela rugiu para Marisela.

           

— Tudo bem, Chuva. – Ele disse, fazendo um carinho nas costas da cadela. – Tudo bem, ela é amiga. É a minha irmã.

           

Marisela sentiu algo dentro de si se aquecer quando ouviu aquilo de maneira tão natural e inocente. O menino continuou acariciando a cadela até que ela se acalmasse, então pegou mais dois filhotes marrons. Eles caminharam em direção à caminhonete e a cadela, Chuva, os seguiu.

           

— Então. – O menino começou. – Você é a garota que o meu pai gostava. – Marisela congelou ao ouvir aquilo, imaginando até onde o menino conhecia aquela história. – E também é a minha irmã. Isso é esquisito.

           

Marisela teve que rir com o modo como ele falara aquilo.

           

— Bem, é por isso que não fiquei aqui. Seria muito esquisito. Não é?

           

O menino riu, assentindo.

           

— Onde você mora?

           

— Na capital.

           

— Puxa. Talvez eu vá lá um dia.

           

Marisela deveria ter convidado o menino para ir visita-la, mas ao invés disso apenas soltou um som de confirmação. Eles acomodaram a cadela com os filhotes no banco de trás.

           

— Você vai ficar aqui muito tempo?

           

Para quem havia praticamente se recusado a falar com ela no dia anterior, Marisela estava surpresa com a tagarelice do menino.

           

— Acho que não.

           

— Uhm... – Ele tirou os cabelos dos olhos. – Que pena. Nunca tive uma irmã mais velha. Lucía diz que é horrível ser a caçula, mas eu acho que deve ser legal.

           

Eles entraram no carro, Marisela não sabia o que dizer. Se sentia extremamente desconfortável ao lado daquele menino.

           

— Meu noivo é o mais novo de três. Ele diz que tem suas vantagens e desvantagens.

           

— Você vai casar?

           

Marisela assentiu.      

           

— Eu também vou casar. – Marisela o mirou intrigada. – Não agora. Algum dia.

           

— E vai casar com quem?

           

— Lucía, oras. – Ele respondeu aquilo como se fosse óbvio.

           

Marisela sorriu.

           

— Espero que seja convidada para o casamento. – Ela brincou.

           

— Se você quiser. – Ele pareceu bem sério.

           

Os dois caíram em um silêncio. O menino olhou para trás para checar a cadela e os filhotes, assumindo uma expressão preocupada. Marisela não o conhecia direito, mas esperou sua fala de qualquer maneira.

           

— Você quer um cachorro?

           

— Que?

           

— Um cachorro. Quer um desses?

           

— Acho melhor não.

           

— Seu noivo não gosta?

           

— Não é isso... É que... Olha, posso pensar no assunto. Tá bem?

           

Ele deu um sorriso vitorioso, que logo morreu.

           

— Não vou poder ficar com eles. – Ele explicou. – Minha mãe vai ficar furiosa. Ela diz que eu já tenho cachorros demais. – Seus lábios se abriram em um sorriso largo. – Tenho três. – Ele disse orgulhoso. – Chuva, Trovão e Flor.

           

Marisela gostava dos nomes.

           

— Quer conhecer?

           

Ela não sabia se sentia confortável o suficiente para entrar em El Miedo. A fazenda que também seria dele um dia. Ao final Altamira voltaria a ser uma grande fazenda, só não da maneira como todos imaginavam.

           

— Talvez outra hora. Preciso deixar uma coisa no correio.

           

O menino assentiu, meio desapontado.

           

O caminho até El Miedo era curto e eles logo estavam lá. Marisela olhou para a entrada da fazenda com pesar. O menino pulou do carro e correu pedindo ajuda à um homem ali perto. O homem lhe cumprimentou e tratou de ajudar o menino a pegar os filhotes.

           

— A Dona não vai gostar disso. – Ele falava enquanto levava quatro filhotes e a cadela o seguia em seus calcanhares.

           

O menino virou-se para ela, um cãozinho amarelado nos braços.

           

— Tem certeza que não quer ficar com ele?

           

Marisela sorriu.

           

— Ainda estou pensando.

           

O menino sorriu. O sorriso de Santos.

           

— Gostei de te conhecer, Marisela. – Ele declarou sincero.

           

— Também gostei de conhecer você, Pedro. – Ela se surpreendeu com a veracidade de suas palavras.

           

— Você vai voltar, né? Pra conhecer Trovão e Flor. Eu posso te levar no riacho. Podemos pegar os cavalos, minha mãe deixa.

           

Marisela não estava acostumada a ver os olhos de Bárbara pidões, mas era o que via quando olhava para o menino.

           

— Amanhã. – Ela prometeu.

           

Marisela deu partida em seguida, deixando El Miedo e o menino para trás.

           

Ela deixou a carta para ser enviada a Maurice, mas não pode voltar para Altamira. Foi para a casa de Tia Cecília e pediu a Antonio que buscasse suas coisas. Se despediu de todos ali e prometeu que manteria contato.

           

No dia seguinte, enquanto um menino com os olhos de Bárbara a esperava em El Miedo, Marisela estava pronta para embarcar no primeiro voo para a Capital.


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