No dia seguinte da festa, Deidara, Ino, Sasori e Sakura foram passear no shopping. Enquanto, Sakura e Ino se enfiaram numa loja para ver roupa, os rapazes ficaram conversando num banco no corredor do shopping.

— Você tá amuado desse jeito por que, Deidara? É ressaca? – Perguntou Sasori preocupado com o amigo.

— Antes fosse. Culpa da Ino, como sempre. – Respondeu Deidara.

— O que ela fez dessa vez?     

— Ela fica me ameaçando, cara! Ontem ela falou que se eu me empolgar de novo daquele jeito, ela vai mostrar os peitos na próxima festa. Fora que hoje insinuou fazer greve se sexo. Ela tá muito desaforada. – Reclamou Deidara.

— Você fica cutucando a fera!

— O que tem eu dançar?

— Você sabe que a Ino é ciumenta e você também ficou olhando pra outras. Ela ficou uma arara com você! – Lembrou Sasori.

— Acho que não to a fim de mudar minha vida pra adequar à Ino! Não dá pra ser tão meloso quanto a Ino quer! – Desabafou.

— Pensei que você amasse a Ino. – Disse Sasori.

— Eu amo, mas do meu jeito.

— E se ela tiver a fim de uma coisa mais romântica?

— Ah, cara! A Ino conhece o meu jeito! São praticamente sete anos! Não sei como ela ainda se irrita com as mesmas coisas!

— Olha, conselho de amigo, ou casa de uma vez ou termina! Ficar desse jeito não dá.

— Eu não consigo largar dela. Eu só queria que ela me compreendesse.

— Eu desisto te tentar entender vocês dois.

Enquanto isso dentro da loja, Ino desabafava com Sakura sobre seus medos e inseguranças em relação à Deidara.

— Sabe o que me deixa mais puta, Sakura? Ele finge que o que faz não é nada demais! Você viu ele se mostrando para as outras mulheres, dele olhando para a bunda de outras! Deidara só me faz passar vergonha! – Reclamou Ino olhando algumas peças de roupa.

— Você já brigou com ele. Agora, resta a ele entender ou não que isso te faz mal. – Comentou Sakura.

— Sei lá, às vezes, eu acho que o Deidara nunca vai mudar. Ele quer ser um eterno meninão! A história do casamento é outra coisa que me deixa bolada, mas eu nem to com vontade de falar disso agora porque ficaria muito chateada.

— Ino, talvez você devesse dar um ultimado ao Deidara. – Sugeriu Sakura.

— Como assim?

— Pede pra ele decidir ué? Diz que ou ele casa ainda nesse ano ou acabou.

— Eu tenho medo que ele diga que acabou. – Confessou Ino.

— Ino, se ele disser que acabou, você vai ter que entender. Mas, sinceramente, eu acho que ele casa. Ontem, ficou claro pra mim que vocês se amam.

— Ah, valeu Sakura! Às vezes, eu queria uma coisa mais tranquila assim como você e o Sasori tem. Eu e o Dei somos muito temperamentais, explosivos.

— Meus problemas com Sasori são outros.

— É. Vocês têm que enfrentar a distância, mas, olha, vocês vão tirar de letra. O Sasori não é como o Dei. Duvido que ele olhe pra bunda de outra mulher!

— Acho que o Sasori não faz esse tipo mesmo! – Sorriu Sakura.

As duas novas amigas continuavam enfurnadas na loja, quando Shion apareceu no caminho das duas e foi falar com Ino.

— Oi, Ino. Tudo bem? – Disse Shion.

— Oi, Shion. Tudo e você? – Respondeu Ino.

— Tá fazendo o que aqui? E quem é ela? – Perguntou Shion e apontou para Sakura.

— Compras? To de brinks, vim passear com o Dei, Sasori e esta é a Sakura, nova namorada do ruivo. – Ino fez as apresentações.

— Sakura?

— Oi, Shion. Prazer, sou a Sakura! – Sorriu.

— Sakura, a Shion é a ex do Sasori. – Comentou Ino e um clima estranho se formou no local.

— Olha, é um prazer te conhecer! Sasori já me falou de você. – Disse Shion tentando parecer simpática.

— Ele também falou de você pra mim. – Rebateu Sakura.

— Deve ter falado que eu sou uma bruxa e que te odeio né? Muito exagerado! Eu já superei, juro! – Sorriu Shion.

— Ele comentou qualquer coisa sobre você me odiar mesmo. – Riu Sakura.

— Sakura, não te odeio! Sério, se você faz o Sasori feliz é tudo que eu preciso saber! Já conheceu a Dona Chiyo né?

— Sim, Shion. Estou hospedada na casa deles. A avó do Sasori é adorável. – Respondeu Sakura.

— Como você vê Shion, Sakura é uma garota incrível e o Sasori um baita de um sortudo! – Disse Ino.

— Bom conhecê-la, Sakura! Espero te ver de novo! Você também Ino, vê se não desaparece! – Despediu-se Shion.

— É claro, Shion! Nos vemos! – Respondeu Ino.

— Até mais, Shion! – Despediu-se Sakura e então Shion sumiu entre os cabides. - Ino, o que você acha dela? Seja sincera!

— Ela não é uma bruxa, mas até pouco tempo morreria pelo Sasori. Talvez, ela tenha superado.

— Ela não me odeia?

— Acho que não, Sakura! Você é muito fofinha pras pessoas odiarem! – Riu Ino.

[...]

Quando já era de noite, Shion voltou ao shopping para jantar lá. Jantou tranquilamente e se surpreendeu ao ver um rapaz alto, branco, com olhos ônix pediu licença para se sentar com ela na mesa da praça de alimentação.

— Desculpe incomodá-la, mas é que as outras estão ocupadas. – Disse o moreno e Shion sorriu.

— Tudo bem. Aqui tem poucas mesas, então não é a primeira vez que divido uma mesa com um estranho. Qual seu nome? – Perguntou interessada, pois o homem era muito bonito.

— Sasuke e o seu?

— Shion. Prazer, Sasuke! – Respondeu sorridente.

— Você mora aqui? – Perguntou ele dando sequência a conversa.

— Moro e dá pra perceber que você não é daqui. Qual o ser humano na face da Terra que escolhe Suna para passar férias? – Perguntou divertida e Sasuke riu.

— Meu motivo não é esse.

— Veio à trabalho então? – Chutou.

— Também não.

— Fiquei curiosa. O que levaria um homem como você vir até Suna?

— Um homem como eu? O que quer dizer com isso?

— Primeiro, olhe suas roupas! Você é mais elegante do que 98% da população daqui. Tem porte de ser alguém famoso ou um executivo de sucesso.

— Você é esperta. Sou executivo de uma empresa.

— E o que veio fazer em Suna?

— Vim atrás de uma mulher.

— Sua namorada mora aqui?

— Não, mas minha ex-namorada está na cidade. Veio atrás do atual namorado dela, um ruivo desgraçado. – Falou ressentido antes de começar a comer.

— Ruivo? – Shion perguntou, mas já sabia sua resposta. Não haviam muitos ruivos na cidade. Provavelmente a ex-namorada daquele cara era Sakura, a nova namorada de Sasori. Se fosse isso, ela tinha dado muita sorte.

— Sim. O nome dele é Sasori. Por acaso, você conhece algum?

— Hoje é seu dia de sorte, meu caro Sasuke! Meu ex-namorado se chama Sasori, é ruivo e namora uma garota de Konoha chamada Sakura. É ela quem você procura?

— É. Que mundo pequeno! Você vai ser de grande ajuda.

— Se o que quer é separá-los, pode ficar em paz porque eu tenho o plano perfeito pra isso.

— Agora sim essa cidade começou a ficar interessante. – Sorriu Sasuke.

[...]

Itachi estava preocupado com o seu irmão mais novo. A obsessão de Sasuke por poder fazia o moreno perder o sono de vez em quando. Tudo o que ele não desejava era ver Sasuke se transformando num homem de negócios igualzinho a seu pai. Na verdade, quando Itachi abdicou do cargo na empresa da família, sabia que Sasuke poderia assumir a sua função. No entanto, ele acreditava que o lado artístico de seu irmão, que antes era tão ligado a música, falaria mais alto e ele também abriria mão da empresa. Só que Itachi estava enganado. Foi só Fugaku fazer alguma pressão que Sasuke desmanchou sua banda e começou a pensar em se casar com Sakura.

O que antes era um namoro que não levaria a lugar algum, acabou se tornando a grande chance de Sasuke conquistar a confiança do pai com um casamento. Sakura não era nenhuma milionária, mas vinha de uma família tradicional de Konoha, era uma jovem bonita e fértil. Enfeitaria bem as fotos dos eventos oficiais da empresa ao lado de Sasuke. Era assim que Fugaku pensava e, da mesma maneira, Sasuke se deixou levar pela opinião do patriarca. Itachi foi contra. Mas há algum tempo Sasuke não ligava mais para os palpites do irmão mais velho.

Sasuke gostava de Sakura. Na adolescência, o rapaz havia sido apaixonado pela dona da loja de discos. Entretanto, Sasuke sempre foi um irresponsável mulherengo. De vez em quando, Itachi via o irmão procurar Sakura de novo e dar a ela mais esperança, só que nunca passava disso. Até que Sasori Akasuna surgiu no caminho do Uchiha e Sasuke achou interessante provar para si mesmo que conseguiria ter Sakura de volta. Para Sasuke, namorar com a rosada não era nada mais do que um desafio ao qual ele se propôs e venceu. Ser passado para trás um ano depois não foi agradável. Vingativo, Sasuke queria destruir o relacionamento de Sakura com Sasori. Ele nem a queria de volta. Ele só desejava impedir que ela fosse feliz. Algo que Itachi julgava como mesquinho demais. O Uchiha mais velho pediu para o caçula desistir da viagem para Suna, insistiu para que esquecesse sua vingança infantil e procurasse uma nova noiva. Fugaku disse que bastava ser bonita e inteligente. Não faltavam garotas com essas qualidades na cidade e todas loucas para terem uma única chance com Sasuke. Itachi não entendia porque Sasuke continuava agindo como uma criança mimada. Por isso, quando Sasuke ligou e avisou ao irmão que voltaria para Konoha, ele sabia que tinha alguma coisa errada.

— Você já vai voltar? – Assustou-se Itachi.

— Já. Digamos que minha vingança poderá se cumprir sem a minha presença. – Comentou enigmático.

— O que você aprontou, Sasuke? – Questionou Itachi.

— Eu? Eu não vou fazer nada, mas não fui o único prejudicado com essa história toda e vou ter uma mãozinha de uma amiga. – Revelou o moreno.

— Amiga? Sasuke, você não conhece ninguém em Suna! – Respondeu Itachi, já perdendo a paciência com o irãozinho.

— Enganado, maninho. Eu tenho uma aliada nesta guerra e, por isso, vou vencer sem fazer qualquer esforço. – Riu Sasuke. Para ele, a aliança com Shion renderia bons frutos.