Equinócio escrita por karoreis


Capítulo 18
Mistério




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“Tudo voltou ao normal agora” Doce ilusão. Nunca vi Jacob tão distante, três dias haviam se passado, e eu já estava quase tendo um colapso. Jacob me assegurou que os Volturi não tinham encontrado minha família, e que estavam prestes a chegar. Eu já estava cansada daquele sumiço repentino.

         Quando voltei da escola no dia seguinte. Até que enfim. Estavam todos de volta. Fui recebida quase com uma festa! Todos me abraçavam e tagarelavam sem parar. Ok. O que eu estava perdendo? Não desgrudei do meu pai o dia inteiro, enquanto minha mãe, tia Alice e tia Rose fofocavam pelos cantos da casa. Emmett implicava com Jasper, Carlisle e Esme estavam sentados no sofá de três lugares, conversando com Jake.

         Eu estava empoleirada no colo do meu pai na poltrona, como sempre.

         - Vó? – Eu choraminguei. Meu pai me olhou confuso. Ué? Ele não podia ler meus pensamentos? Pra que aquela cara?

         - Pois não minha querida. – Minha avó respondeu já quase se levantando pronta para me atender.

         - Você não faria aquela sua torta salgada para mim?

         Os olhos de Esme brilharam e ela correu para a cozinha, Carlisle não pareceu se importar, mas meu pai ainda me olhava confuso.

         - Que foi pai?

         - Nessie minha filha, você quer mesmo comer isso?

         Foi minha vez de fazer a careta dele.

         - Claro! Por que?

         - É comida humana, e você quer! Isso é ótimo. – ele disse mostrando seus dentes.

         Claro, eu lembrei a briga que era toda vez que eu me recusava a comer qualquer coisa humana, mas a fome estava demais.

         - Jacob vai querer comer também? – Esme berrou da cozinha, já que nesse caso ela teria de fazer uma torta só para ele.

         - Não vou comer aqui Esme, obrigada.

         Eu ergui uma sobrancelha. Se ele não iria comer aqui, onde comeria?

         Embora eu soubesse que meu pai havia feito essa mesma pergunta mentalmente, a essa altura ele já deveria ter ouvido a resposta na cabeça de Jacob.

         - Vai sair? – meu pai perguntou.

         - Hãm? – disse Jacob distraído.

         - Você vai sair Jake? – eu repeti a pergunta de meu pai.

         - É, vou. Vou a La Push.

         Eu estranhei, ele estava tão frio, e sempre lutava tanto para não ir a La Push. Eu tive medo que ele fosse e não voltasse mais, considerando toda a distância que surgiu entre nós.

         Jacob saiu quase sem se despedir de ninguém, afirmando que voltava no dia seguinte, Esme me serviu a torta e eu comi logo. Estava tarde e meu pai fez a nossa rotina me colocando na cama. Eu achava engraçado, eu costumava ver aquela cena em filmes, quando as meninas tinham no máximo nove anos de idade.

         Ta bom. Eu tinha seis, mas considerando minha mente e meu corpo de dezessete aquilo definitivamente era bizarro. No entanto eu não me importava. Mamãe essa noite ficou conversando com tia Rose e Alice desde que chegaram.

         - Elas já não passaram tempo suficiente jutas? – eu disse emburrada. Meu pai riu e se acomodou ao lado de mim na minha cama.

         - Elas andam bem estranhas ultimamente.

         - Mas você sabe o que elas tanto falam. – eu acusei.

         - Infelizmente. – ele disse fazendo uma careta de nojo. Certo ele não me falaria. Eu já tinha desistido de tentar descobrir as coisas que aquela família me escondia, era demais pra mim. Todos vampiros perfeitos que vestiam suas mascaras muito bem. Meu pai sorriu com o meu pensamento, eu apenas revirei os olhos. Ele começou a cantarolar minha canção de ninar, mas eu falei rápido antes que o sono me tomasse.

         - O que há de errado com Jacob? – eu disse.

         Meu pai hesitou um minuto quando interrompi sua canção, ele pigarreou, e tornou a cantarolar.

         - Pai! Por favor. – eu pedi.

         - Você sabe que ele não bate bem da cabeça e...

         - Pai pelo amor de Deus! Eu estou falando sério. – o que havia de errado com meu pai também? E com minha família? Meu deus, teriam sido abduzidos? Se eu não fosse o que eu era eu não acreditaria em alienígenas, mas eu era, então eu acreditava. Ai, será que era uma doença? Contagiosa? Devia ser, e já estava me afetando. Meu pai gargalhou com meus pensamentos.

         - Você é tão bizarra quanto a sua mãe para fazer teorias. – ele disse entre risos.

         - Pai, pára de me confundir e responde ta?!

         - Por que você não pergunta pra ele?

         - Ele não esta falando comigo direito. – eu reclamei.

         - É mesmo? – ta legal, como se ele não soubesse. Eu só revirei os olhos.

         - Querida, acho melhor você ir dormir. – ele disse, simplesmente retomando a canção. Eu não discuti, fechei meus olhos e dormi.

 

--

 

         - ACORDA DORMINHOCA. – berrou Alice, com sua voz estridente ao meu lado. – Anda, anda levanta, levanta, depressa!

         - O que foi meu deus do céu?

         - Sem perguntas ok.

         - Ah ta! E quando foi que eu fui excluída da família que eu não to sabendo?

         Alice se limitou a rir e jogar algumas peças de roupa em minha cara, apontando para o relógio ao lado da minha cama.

         - Cinco minutos. – ela disse saindo do quarto. É claro que eu me arrumei e desci impaciente por saber que ninguém me diria o que estava acontecendo afinal.

         Quando desci a mesa estava posta para o café, no entanto, Jacob não estava lá.

         - Jacob... Ele não voltou ainda? – eu perguntei à Esme enquanto ela me servia um pedaço de bolo.

         - Ainda não querida, terá que ir sozinha para a escola.

         - Ela não vai à aula hoje! – disse Alice empolgada.

         - E por que não? – eu indaguei.

         - Temos coisas a fazer.

         - Coisas?

         - Sim, milhares delas!

         - Tia, quer fazer o favor de parar de pular?

         - NÃO ME CHAME DE TIA! – ela disse cruzando os braços e fazendo beicinho. Típica cena de Alice.

         - Ai ta bom, desculpa. – eu disse me encolhendo na cadeira. - Vó, por que esse alvoroço todo? Todo mundo está tão elétrico...

         - Relaxe meu bem, e se misture.

         Ta ok, como eu ia me misturar a toda aquela alegria, sendo que pra começar eu nem sabia o motivo, e também, porque eu não tinha motivo pra me unir, eu não estava alegre, Jacob não falava mais comigo direito, ele estava frio, distante.

         - Pai, eu vou pra aula. – eu o avisei.

         - É claro que vai meu amor...     

         - Não. Não. Não. Não. Não e não. – minha tia berrou do alto da escada.

         Meu pai e eu reviramos os olhos.

         - Não vou faltar a aula para fazer sabe lá Deus o que com você. Tchau. – eu disse simplesmente partindo para fora de casa. Sai até mesmo sem me despedir de meus pais. Mas eu estava chateada demais, e pensei nisso rapidamente para que meu pai entendesse e me desculpasse, e explicasse também para mamãe.

         Apesar de que no estado que eles estavam eu achava quer seria até difícil eles realmente estarem preocupados com o tchau que eu não dei. Eu não estava indo pra aula por realmente não querer faltar. Eu só queria um tempo sozinha, onde eu pudesse pensar.

         Desde que meu pai voltou, bom, desde que eu descobri o que estava sentindo por Jacob, eu evito pensar sobre isso na presença dele, é constrangedor demais, então eu tento disfarçar sempre que corro o risco de pensar nisso, o que já estava me torturando. Minha mãe é que tinha sorte por ter um escudo na mente dela. Que inveja.

 

 

 

[POV Edward]

Havia alguma coisa de errado com Renesmee. Eu não sabia o que. Mentira! Acho que na verdade saber eu sabia, mas aceitar era outra história. Ela andava distante, e ultimamente preferia falar em voz alta a pedir do seu jeito. Aquilo não era normal, tinha alguma coisa que ela não queria mostrar.

         Eu procurei pela casa qualquer sinal de que ela tivesse feito algo de errado, pensando que pudéssemos brigar. Mesmo sem saber o que estava procurando, não encontrei nada. Bella com sua mania de ser muito calma, disse que não era pra eu me preocupar.

         Eu sei que sempre fui um pai um pouco possessivo. Protetor demais, coruja demais. Fazer o que, não me controlo. E pra mim já é difícil o suficiente não poder ler os pensamentos de Bella.

         Eu sei que minha filha adora musica, mas eu sinto, que quando ela começa a compor uma letra qualquer, é porque esta tentando esconder alguma coisa de mim. Eu a conheço muito bem a ponto de saber as intenções dela. Eu queria saber mesmo, o que ela tenta esconder.

         Então, como posso me sentir? Se minha mulher tem a mente protegida, e minha filha compõe musicas só para me esconder os seus pensamentos...

 


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