A Estranha Vida de Carmenny Edmond escrita por Katerrin
Notas iniciais do capítulo
Eaiiii
Carmenny Edmond
O lugar em que o carro parou era uma casa estranhamente normal, com um pátio bonito e uma pequena horta no canteiro. Quem passasse por ali nunca diria o que estava prestes a (não) acontecer.
— Aqui estamos - digo ao descer do carro. Daniel fecha a porta com uma certa força.
— Vamos entrar.
— Nem sabemos se eles estão armados - falo, agarrando o braço dele como se fosse impedi-lo de ir.
— Eles drogaram a garota, aqueles covardes do caralho não tem arma nem aqui nem na puta que pariu - ele vai até a janela no lado esquerdo da casa.
— Isso é verdade - falo e sigo Daniel - Vamos acabar com eles.
Paro de repente, dou meia volta e vou até o carro dos filhas da puta. Acho que com os pneus furados eles não vão a lugar algum, não?
Pego o chaveiro de canivete que guardei na bota e rasgo os pneus.
— Daqui ele não sai.
E vou até Daniel, que está pulando a janela. Não deve ser tão difícil, eu penso. Bem, é um pouco mais complicado que eu imaginava, mas consigo pular sem fazer muito escândalo.
— E agora? Vamos pegar uma faca, né? - falo - Quero arrancar os olhos de alguém hoje.
Daniel faz que sim e começamos a procurar facas.
— Quem não tem faca em casa? - falo baixinho enquanto abria e fechava as gavetas - Bingo.
Pego uma faca e entrego para Daniel.
— E você? - ele pergunta.
— Tenho um pequeno canivete no pé. É bom eles acharem que estamos em desvantagem.
— Esperta. Agora vamos subir as escadas, eu acho que ouvi algo lá em cima.
— Hey, vou ligar pra polícia - falo, pegando o celular - Nunca se sabe.
Ele assente e de fato tinha alguma coisa acontecendo no segundo andar, havia barulhos de garrafas de vidro e risadas estúpidas.
Subimos as escadas fazendo o menor barulho. Os sons vinham de um quarto no final do corredor.
— Aqui vamos nós.
Abrimos a porta bruscamente e nos deparamos com 3 rostos assustados, que se transformaram em raivosos e um desacordado na cama.
— Deixem ela ir ou chamamos a polícia - Daniel fala em tom de ameaça.
— Nós não temos nada a ver com isso - diz um deles, indicando mais um amiguinho.
Eu estreito os olhos.
— Deixaram acontecer. Por mim estariam mortos agora, mas existe algo chamado direitos humanos - falo -, que vocês não devem saber muito a respeito, não?
A esse ponto estavam todos de pé, todos maiores que eu e um deles era maior que Daniel.
— Esqueçam que viram isso - o gorila fala - Ou morrem.
Eu seguro a risada. Que cara imbecil do caralho.
Um deles parte para cima de Daniel, que simplesmente dá um soco no nariz do cara e tira a faca do bolso, deixando à mostra em forma de ameaça. Os dois caras que sobraram trocaram sua expressão de raiva por surpresa e se entreolharam. Eles não tinham armas.
— Sem armas, huh? - digo.
— E você tem o quê? - um deles fala - Vai me nocautear com essa mãozinha de... de menininha?
— Menininha é a sua ofensa? - Daniel diz rindo.
O gorila fica puto da vida e vem direto em minha direção, mas Daniel enfia a faca na barriga do cara, que para de repente e fica com uma expressão assustadora.
Eu levo as mãos à boca e observo ele tombar no chão. Olho para Daniel, que percebe o que fez e larga a faca no chão. Espero que ele não surte.
— Daniel - chamo - Está tudo bem. Foi legítima defesa.
Minhas palavras saem meio tremidas, mas com determinação.
— É...
— Erro fatal - fala o homem no canto do quarto. Ele segurava a faca sangrenta.
— Merda - deixo escapar. Me abaixo como se fosse me render e levo a mão à bota, pego o canivete e pulo pra cima do cara. Ele se assusta e afrouxa a mão que segurava a faca, então eu pego e posiciono o canivete no pescoço do cara - Você vai ficar aí até eu dizer o contrário, seu merda.
Ele estava claramente assustado.
— Daniel, pega a garota e leva pra fora. A polícia deve estar chegando - falo e Daniel assente.
— Mas vocês... - o cara começa - disseram que não chamariam a polícia.
Eu sorrio ironicamente.
— Você de fato é tão burro quanto parece, né? - falo - Nós não deixaríamos três vagabundos como vocês se safarem assim...
Ouço o barulho da polícia e tumulto lá fora.
— Sua carona chegou - pego o braço do cara com brutalidade e conduzo-o até a porta da frente, que estava cheia de gente.
Dois policiais vieram em direção ao cara que eu "carregava".
— É um deles? - eles perguntam e eu faço que sim.
A esse ponto eu não estava mais com o canivete ou a faca na mão, a faca estava no quarto e o canivete de volta à bota.
— Senhores - chamo os policiais, que prestavam atenção no cara algemado - Eu temo que tenha um homem morto no quarto lá em cima...
Eles olham para mim, se entreolham e um deles vai para cima. O outro leva o homem para uma viatura.
A área da frente estava tumultuada em volta da garota desacordada. Daniel estava sentado em um canto meio afastado. Vou até ele e me sento ao seu lado.
— Hey - falo - Você tá bem?
Ele olha para mim meio triste e dá de ombros.
— Já estive melhor - ele sorri de canto.
— Você fez bem. Aquele dinossauro do cacete ia me matar se você não fizesse nada - falo.
— Eu sei... Mas me remete a lembranças desagradáveis - ele fala, meio encolhido -, sabe?
Eu assinto e foco a atenção no tumulto: policiais, vizinhos, paramédicos e até cães. Isso é novidade. A garota desacordada estava sendo levada para a ambulância e o tumulto ia se dissipando aos poucos.
Tudo estava bem na medida do possível.
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See ya