Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 5
Chapter 4 - O Festival de Verão


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!!
Estou muito feliz com os novos acompanhamentos, e queria agradecer á Luciana e a Luxy Heartfilia pelos comentários no capitulo passado, eu adoro ler todos os comentários, e sempre respondo todos ;)
Bem, nesse capitulo vamos começar a desenrolar mais um pouco a história.
Boa leitura!



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 - Então é aqui que onde os filhos da mãe estão? – Gray disse descendo de seu cavalo e colocando suas mãos nos bolsos de sua calça, e olhando o velho prédio a sua frente com certo desprezo.

 Seguindo as orientações da carta, Erza os levou para um prédio abandonado no subúrbio da cidade de Magnolia.

 - Sim. Pelo menos foi o que Igneel nos disse. – Erza falou se aproximando do rapaz.

 - Parece abandonado. – Natsu disse caminhando até a porta e a abrindo em um chute. – Seus bastardos! Venham aqui se forem homens! – Ele começou a gritar, onde seus dois amigos que estavam o acompanhando reviraram os olhos. Natsu sempre agia assim em missões... Nada cauteloso.

 Depois disso houve um silêncio total.

 - Parece que não tem ninguém em casa... – Erza comentou enquanto analisava o local com cautela. Gray também fazia a mesma coisa.

 - Bem... Quando o gato sai, os ratos fazem a festa, não é esse o ditado? – Natsu perguntou divertido. – Vamos entrar e detonar essa espelunca!

 E assim os três entraram.

 O prédio em si não tinha muitas coisas interessantes. Parecia com um bar antigo, onde fazia décadas que ninguém ia limpar o balcão. Erza se sentiu enojada ou ver ratos e baratas andando por ai e quase subindo em sua perna, mas com apenas um chute se livrou de um infeliz.

 - Sério que nossos pais nos mandaram pra esse lugar? – Gray comentou desanimado, olhando o local rapidamente.

 - Tem que ter alguma coisa aqui... – Natsu sussurrou. – Meu pai não me mandaria aqui à toa, mandaria?

 - Tem razão, Natsu. Precisamos achar alguma coisa que entregue quem eles realmente são. – Erza disse objetiva, olhando vários quadros rasgados na parede.

 Nisso, Gray, que estava perto da porta de dispensa desse local, ouvira um barulho ali dentro. Tinham pessoas sussurrando.

 Rapidamente e cautelosamente ele se aproximou de Natsu e Erza, e colocou a mão nos ombros dos dois, fez um sinal de silêncio e apontou para a porta que ouvira o barulho. Rapidamente, os dois entenderam o que era, e caminharam sorrateiramente até a porta.

 Ao se aproximarem, porém mantendo uma distância segura, Natsu assumiu a frente e chutou a porta, a fazendo arrebentar e cair no chão num estrondo, fazendo com que, pelo menos doze mercenários aparecessem de dentro do cômodo.

 - Aí estão vocês... – Natsu disse socando sua palma da mão e olhando para os doze homens, que demoraram um pouco para se recompor do susto que levaram. – Se preparem pra levar uma surra.

 Nisso, os homens saíram correndo do lugar e sacaram suas armas, que eram espadas fajutas, compradas com vendedores ambulantes. Natsu, Gray e Erza também sacaram as suas.

 A espada do rosado era de aço vermelho, com detalhes em preto, e o cabo era coberto de couro, e na ponta dele ostentava uma pedra vermelha, que lembrava um rubi.

 A espada de Gray era mais simples. Era toda em aço branco e nenhuma decoração ou coisa do tipo. A única coisa que tinha era uma pedra azul escura na ponta do cabo, que era coberto por couro também.

 Era difícil falar qual espada Erza tinha, já que ela possuía uma coleção delas em um de seus quartos fornecidos pelo rei. Mas dessa vez estava com uma espada prateada nas mãos, sem muitos detalhes nem ornamentos.

 Dois homens se aproximaram rapidamente de Erza, que acharam que, por ser mulher, seria a mais fraca do trio. Os outros apenas assistiram a derrota drástica de seus dois colegas, onde um acabou morto com sua própria espada cravada no peito.

 - Nunca mais me subestime... Ah não... Espera... – A moça disse para o cadáver no chão com certo sarcasmo.

 Gray, que durante o ataque de Erza havia derrotado uns três de uma vez só, estava lutando com o maior cara do grupo. O homem que mais parecia uma porta, não possuía somente uma, mas sim duas espadas. Porém não fora difícil tirar uma de suas mãos. E acertando o homem com um soco, o deixando desnorteado, ele o atingiu na cabeça com a parte cega da espada, não o cortando, mas sim o fazendo desmaiar.

 Natsu parecia que ia soltar fogo pelos olhos quando viu que fizeram uma jovem moça de refém. Com um golpe de espada, derrubou dois mercenários, e com mais um chute, acabou com o outro que estava atrás dele.

 Passou-se mais um tempo com apenas o barulho de espadas colidindo e gritos dos mercenários, quando perceberam que já haviam derrotado todos.

 Gray Fullbuster, percebendo que o perigo passara, fora até a moça e desamarrou seus braços e pernas, que estavam atados antes.

 - Muito obrigada! – A moça disse pulando no pescoço do rapaz, que ficou sem jeito. Logo depois ela saiu correndo do prédio. Deixando os três sozinhos com vários corpos caídos no chão.

 Depois de embainhar novamente sua espada, Erza disse:

 - Vamos embora.

 - Por que não aproveitamos um pouco do festival? – Natsu perguntou olhando pela janela do prédio, enquanto apoiava seu pé na barriga de um dos homens que ele derrotara. – Fizemos nosso trabalho antes do previsto... Podemos ter um momento de diversão, não podemos?

 - Natsu... – Gray resmungou. O rapaz não gostava muito de festas e grandes aglomerados de gente que ele não conhecia. – Seu pai está preocupado com você. Aliás, ele sempre esteve muito preocupado por onde você anda.

 - Ele deve estar em reunião com o Conselheiro uma hora dessas, nem vai notar que demoramos um pouquinho a mais. – O rapaz disse saindo do prédio. – Vamos. O que custa ver como está o lugar?

 - Mas você vai assim? Quero dizer... Se souberem que é o príncipe... Não vão te deixar em paz. – Erza disse olhando para o fino casaco do rapaz. Era todo vermelho e tinha detalhes em ouro nas mangas e na gola. Não era qualquer um que tinha um casaco assim em Magnolia, já que eram bem caros. Ele acompanhou o olhar da mulher, e logo deu de ombros.

 - Não vou ficar ali no meio da multidão, pra começo de conversa. Eles nem vão notar onde eu estou. Vamos! – O rapaz disse animado, esboçando um grande sorriso. Em seguida subiu em sua montaria e galopou até o centro da cidade, com Gray e Erza atrás dele.

 - Por que temos que segui-lo mesmo? – Gray resmungou para a amiga ao seu lado, enquanto fazia seu corcel andar mais rápido, a fim de alcançar Natsu, que também acelerara.

 - Se o rei souber que o deixamos aqui, sozinho, no meio de um festival... Ele vai nos matar. Só nós sabemos o quão bom Natsu pode ser quando se trata de arrumar confusões em público. – Erza disse tomando a frente.

 O festival de Verão era a festa que todos mais gostavam no ano.

 Desde os primórdios do reino, era uma tradição fazer um festival de Verão, de Primavera, de Outono e de Inverno, para celebrar as boas colheitas de sementes de cada estação, e dizem que celebrar com muita alegria traz paz e prosperidade. E Natsu adorava todos que já fora, ou os que fora obrigado o ir.

 Sempre no último dia de festival havia um desfile da família real e dos nobres convidados pelo rei, ou seja, ele, seu pai e mais alguns parentes distantes andavam pela cidade em uma carruagem, acenando para as pessoas e sorrindo como se tudo fosse um paraíso.

 Coisa que Natsu odiava.

 Ele preferiria muito mais ficar na plateia, ou sentado em alguma sacada alta, do que ter o dever de agradar a todos que estavam ali. Gostava muito mais de assistir tudo a sua forma. Mas Natsu não tinha esse privilégio, afinal, ele era o herdeiro legítimo do trono, todos esperavam grandes coisas vindas dele. Então, ele não podia simplesmente assistir de longe.

 Suspirara em seu cavalo ao se lembrar de seus “deveres com Fiore”, que era como seu pai lhe falava.

 - Natsu! – Erza gritara para o rapaz. – Vamos parar os cavalos por aqui.

 Nisso os três pararam e amarraram suas montarias em uma árvore, e foram o resto do caminho a pé.

 Para não ser reconhecido, Natsu deixara seu casaco fino em uma das bolsas laterais da cela de seu cavalo. Sendo assim, o rapaz estava apenas com uma calça preta, botas marrons que iam até o joelho, e uma camisa de linho azul marinho. Ele, assim como seu pai, só usava sua coroa em festas, reuniões no castelo e outras ocasiões especiais.

 Algumas pessoas, claro, o reconheciam, mas como os três andavam rapidamente, ficava difícil alguém os acompanhar para falar alguma coisa.

 - Nossa... Quanta gente. – Gray suspirou ao ver a quantidade de pessoas passeando pela cidade.

 As ruas de paralelepípedo estavam lotadas de crianças brincando, vendinhas com mulheres fazendo compras, homens conversando e jogando. Se olhar para cima, era possível ver que vários enfeites trespassavam as árvores das ruas, formando um arco-íris. Ao longe se podia ouvir uma banda tocando, onde os três achavam que estivesse na praça central.

 - Vamos passar por esse monte de gente? – Erza perguntou.

 - É o jeito. – Natsu disse empolgado tomando a frente.

 Depois de uns dois minutos andando, era impossível calcular quantas pessoas eles já se esbarraram, já que cada passo ali era contado, não havendo espaço para mais do que isso.

 - Vamos sair daqui logo. – Gray resmungou ao lado de Natsu, enquanto desviava-se de uma senhora que carregava várias sacolas de compras.

 Assim que saíram da rua, deram de cara com a praça principal, onde estava a banda tocando. Não havia tanta gente como nas ruas, dando mais liberdade de espaço para os três andarem calmamente. Havia muitas crianças brincando aos pés das cerejeiras ali, e outras perto do lago, onde a banda tocava. Sentados na grama havia também alguns casais abraçados, outros se beijando... Tudo estava na maior ordem.

 - Vamos sentar por aqui... – Natsu disse se sentando atrás de uma árvore de cerejeira, onde poucas pessoas conseguiram vê-lo.

 Gray se sentou mais a frente, encostado no tronco da árvore, e Erza se sentou ao lado de Natsu.

 - Será que tem mais gente por aqui? – A garota perguntou olhando para os lados.

 - Como assim? – Natsu perguntou de olhos fechados, apenas apreciando a boa brisa que as árvores provinham.

 - Mirajane e Lisanna adoram esses festivais, não sabe? Elfman talvez deva estar por aqui fazendo compras com as irmãs. – Ela disse olhando para a árvore acima deles. – Faz um tempo que não vejo Ultear... Por onde ela anda? – Ela perguntou para Gray, que olhava a multidão com um semblante sério, como se analisasse cada um dali.

 - Ela e Meredy saíram em uma missão nas Terras do Norte. Segundo o que Lyon me disse, elas devem voltar daqui alguns dias. – O rapaz falou fixando seu olhar em um grupo de moças que passara perto deles. Uma das moças deu um sorriso para ele ao perceber seu olhar, porém ele não retribuiu, simplesmente olhou para o outro lado, fingindo que não era com ele.

 Meredy era uma amiga de infância de Ultear Milkovich. Ela não era nobre nem coisa do tipo. Sua cidade foi destruída quando era bem pequena, e desde então viva em um orfanato de freiras em Magnólia, até que Ultear a encontrou e as duas viraram amigas. Agora que Meredy cresceu (agora tem dezessete anos), ela acompanha a filha de Ur em algumas missões, a fim de facilitar seu trabalho.

 - Espero que estejam bem. O Norte pode ser bem perigoso. – Erza disse olhando para o céu, aonde nuvens se formavam.

 Nisso, Natsu continuou de olhos fechados, tentando esquecer um pouco das preocupações do castelo que o impunham, como ir assistir á reuniões de guerra, participar delas... Ele não queria isso, pelo menos não na maior parte do tempo.

 - Ei... – Gray chamou a atenção dos três ao mesmo tempo. – Makarov disse alguma coisa sobre podermos estar aqui ao ar livre e sem fazer nada?

 - Não... O velhote estava conversando com o meu pai quando saímos, se lembra? Ele nem deve ter reparado que estamos enrolando um pouquinho. – Nisso, o rapaz pôs suas duas mãos na cabeça e se deitou no chão. Erza fechou a cara, afinal, não gostava de atrasos, nem de enrolações. Gray simplesmente continuou a encarar a multidão com tédio.

 - Natsu... Amanhã tem o desfile, não têm? – Erza perguntou para o rosado, que concordou cansado com a cabeça.

 - Tem. Por falar nisso, meu pai pediu pra que antes de anoitecer eu esteja no castelo para provar as roupas que ele mandou fazer. – Natsu falou se levantando. – Parece que meu momento de descanso acabou.

 Ele deu alguns passos a frente, enquanto Gray e Erza se levantavam. Nisso algumas crianças passaram correndo em sua frente, o fazendo mudar rapidamente de curso, porém se arrependeu quando sentiu suas costas se chocando com alguém.

 - Ai! – Uma voz feminina reclamou.

 - Desculpe. – Natsu se virou para ver quem era. Uma jovem o encarava.

 - Eu que peço desculpas. – Ela disse se curvando um pouco ao pedir desculpas.

 - Não precisa de tudo isso, sabia, camponesa? – Natsu disse sorrindo para ela. A moça era, aos olhos do rosado, bem bonita. Tinha cabelos loiros, que estavam presos em um coque, e usava um vestido cor de rosa, onde da cintura para cima era bem justo, realçando seu busto.

 - Camponesa? – A moça perguntou olhando para seu próprio vestido. – Acho que está enganado... Rapaz. – Essa última palavra ela acrescentou com certo escárnio.

 - Como? – Natsu perguntou arqueando uma sobrancelha para a garota de olhos castanhos, mas logo fora interrompido pelo chamado de Gray.

 - Vamos logo, cabeça de fogo! – O rapaz e Erza já estavam alguns metros longe dele.

 - Tenho que ir. – Natsu falou sorrindo de canto, a fim de fazer a garota suspirar, mas o que recebeu foi um olhar um tanto quanto curioso e sério. Depois dessa, decidiu ignora-la e passou a seguir Erza para o castelo.

Mais cedo naquele mesmo dia, em uma área afastada da cidade, se localizava a mansão Heartfilia...

 

 - Bom dia, princesa! – Uma empregada entrara de supetão no quarto de Lucy Heartfilia, a única descendente da Casa Heartfilia. – Hoje o dia vai ser corrido, pelo que seu pai me falou. Então, temos que nos apressar!

 E, falando dessa forma, foi abrindo as compridas cortinas de seda branca que tampavam a janela, que dava vista para os jardins da mansão.

 - Virgo... – Uma moça reclamou enquanto colocava um travesseiro por cima do rosto, a fim de evitar a luz do Sol. – Só mais cinco minutos...

 - Princesa... O senhor seu pai me obrigou a chama-la mais cedo hoje, pois hoje é o dia. – Virgo, a empregada de cabelos rosa e curtos, e olhos lilás de Lucy disse se pondo ao pé da cama da moça, com a intenção de satisfazer todos os seus desejos. A mesma tinha o hábito de chama-la de princesa, pois quando era pequena, a única coisa que Virgo sabia para fazê-la sorrir era chama-la de princesa, ou Vossa Alteza.

 Em apenas um movimento, Lucy pôs-se de pé e saiu correndo para seu banheiro.

 - Por que não disse isso antes, Virgo! – Ela falou fechando a porta e já tirando sua camisola. – Meu pai deve estar uma fera por eu ter atrasado desse jeito... – A garota sussurrou ao lembrar-se que na noite anterior seu pai, Jude Heartfilia, exigiu que ela acordasse ao amanhecer, para que a viagem até Magnolia pudesse ser mais produtiva possível.

 Entrou rapidamente na grande banheira de sua casa, que, agradecendo eternamente a Virgo, já estava quente e com os sais que gostava ali.

 Nem dando muito tempo para relaxar, apenas lavou seu corpo curvilíneo e logo saiu da banheira e viu que Virgo estava a esperando na porta com uma toalha na mão.

 - Obrigada, Virgo. – A garota disse sendo enrolada na toalha pela empregada. – Poderia me ajudar a colocar meu vestido? – Lucy perguntou envergonhada. Normalmente ela não gostava de pessoas a vestindo, mas como a situação era emergencial, ela pediu a ajuda da empregada.

 Vestindo um vestido rosa, que foi ajudado por sua empregada a se ajustar no corpo, Lucy prendeu seus cabelos em um coque e passou um pouco de maquiagem, apenas para não deixar sua pele tão pálida.

 Rapidamente desceu para a sala de jantar, onde seu pai a esperava impacientemente por ela.

 - Preciso dizer que está atrasada? – Jude Heartfilia disse olhando cético para sua filha que vinha caminhando até ele e lhe depositou um beijo na bochecha.

 - Desculpe, papai. – Ela falou se se sentando à mesa e um dos empregados colocou um prato a sua frente. Por sorte, era sua comida favorita naquele dia: Torta de morangos.

 - Lucy... Não deveria ficar lendo durante toda a noite. – Jude disse dando uma mordiscada em sua torta, que não era de morangos e sim de maçã.

 - Mas eu não estava lend... – Lucy foi interrompida quando viu nas mãos de seu pai um livro de aventuras.

 - Virgo achou isso atrás de seu travesseiro. – Ele disse suspirando.

 - Eu li só um pouco... Depois fui dormir. – A moça disse decidida enquanto levava o garfo à boca.

 - Bem... Essa não é hora para se discutir. Espero que suas malas estejam prontas. Partiremos para Magnolia assim que acabar seu café. – Jude se levantou, e antes de sair deu um beijo na testa de sua filha, que o retribuiu com um sorriso.

 Quando acabara de morder o último pedaço da torta, mal terminou de engolir e foi direto para a sala principal da mansão, onde suas malas estavam sendo carregadas por empregados. No meio de tantas caixas, vira alguém familiar.

 - Loke! – A loira disse indo abraçar o velho amigo.

 - Lucy! Que saudade! – O rapaz a abraçou.

 Loke é um dos seus amigos de infância, que nutre uma paixão platônica por ela. Mas claro, a loira não entendia o porquê de ele ser tão atencioso e carinhoso com ela daquela forma, então apenas encarava como um amor fraternal.

 - Voltou cedo de viagem, para onde foi dessa vez?

 - Fui visitar uma tia minha no litoral. – Ele falou sorrindo para a garota, que o olhava esperançosa. – Mas já estou partindo novamente. Meu pai tem alguns negócios a tratar com um comerciante na capital, e vou acompanha-lo, depois de ir visitar um colega meu numa cidade do Norte. O que é todo esse alvoroço? Vai viajar? – Ele perguntou olhando em volta as várias empregadas carregando bolsas e sacolas. Deu um discreto sorriso ao ver que uma delas o olhava discretamente.

 Mas ninguém poderia contestar, nem mesmo Lucy. Loke era lindo nas visões das mulheres, e já visitara várias em sonhos, também.

 - Bem, parece que iremos nos esbarrar em Magnolia. – Lucy falou animada. – Fiz dezoito anos semana passada, e como presente, meu pai comprou uma nova casa bem no centro da capital, onde poderei ver mais do que pasto, plantas e vacas. – Lucy disse suspirando, o que fez Loke rir.

 - Pelo que estou vendo, chegará mais rápido que eu. Nem comecei a fazer minhas malas ainda. – Ele falou observando o local. - Lucy... Eu não queria tocar no assunto agora, desse jeito repentino... Mas... Um dia você me disse que sua mãe lhe escrevera uma carta, pedindo que abrisse ela com dezoito anos, certo? – Ele disse recuando um pouco, com medo de que a loira chorasse, ou ficasse brava com ele por tocar em um assunto tão delicado como a morte trágica de sua mãe. Mas a moça só ficou o olhando, de forma com que o fez continuar sua fala. – Você já a abriu para saber o que tinha lá?

 - Não. – Ela falou seca. – A carta não está comigo, Loke. Meu pai a guarda e disse que só iria me entregar no momento certo, ou alguma coisa do tipo. Eu não insisto que ele fale, por que acho que minha mãe disse alguma coisa pra ele antes de... Você sabe. – Ela falou baixinho, tentando não parecer abalada. Mesmo nunca se lembrar do rosto de sua mãe, apenas por pinturas, ela sempre sentia um vazio no peito ao falar dela.

 Seu pai sempre quisera lhe dar tudo do bom e do melhor, mas ele não podia repor o lugar de uma mãe, e os dois sabiam muito bem disso.

 - Bem... Magnolia deve ser um lugar bem interessante... Mas aposto que vai ser mais quando eu chegar lá. – Ele disse piscando para Lucy, que revirou os olhos.

 Nisso, uma empregada veio a avisar que tudo estava pronto, e que seu pai a estava esperando na carruagem que iriam viajar.

 - Te vejo daqui a alguns dias, loirinha. – Loke falou dando um último abraço na amiga, e depois sumiu no meio dos empregados.

 A viagem de Lucy fora tranquila. Como não morava tão longe de Magnolia, demorara apenas uma parte da manhã na estrada, até conseguir ver algumas casas, e pessoas fazendo compras em pequenas vendas na beira da estrada. Porém, conforme foi andando, foi percebendo o quão grande a cidade era.

 Magnolia era uma cidade imensa, tinha absolutamente tudo o que poderia imaginar.

 - Aqui é nossa casa, Lucy. – Jude disse apontando para uma mansão, que ficava no centro da cidade. Suas paredes eram todas brancas, com detalhes em roxo em alguns pontos. Já havia alguns empregados os esperando na porta. Nesse momento, Lucy sentira saudades de Virgo.

 Assim que saíra da carruagem, fora tomada pelos barulhos da cidade. Pessoas conversando alto, vendedores gritando seus preços para a população, o ruído dos cascos de cavalos nas ruas de paralelepípedo, crianças brincando. E no meio de tudo isso ouviu um barulho de música.

 - Esse som... – Ela comentou baixinho, e um dos empregados veio conversar com ela.

 - Hoje é dia do Festival de Verão em Magnolia, minha senhora. – Ela tinha os cabelos cacheados e cor de rosa, e seus olhos eram castanhos.

 - Mesmo? – Brilho surgiu nos olhos de Lucy. – Pai! – Ela chamou o homem, que estava conversando com Capricorn, e parecia uma conversa séria, mas no momento que ouviu a voz da filha ele se virou para ela.

 - Sim, querida?

 - Enquanto as coisas vão se arrumando por aqui... Posso ir ver um pouco do festival? – Ela perguntou esperançosa.

 Jude olhou desconfortável para Capricorn, que veio junto com os dois, que encarou Lucy com seus olhos negros como a noite.

 - Acho que Lucy deveria ir conhecer um pouco mais sobre a cidade. – Ele disse com sua voz grossa.

 - Bem... – Jude disse sorrindo para a garota. – Apenas não demore muito.

 Assim, a garota saiu contente pela rua, sendo guiada pelo som da música, que não parecia estar muito longe dali.

 - Capricorn. – Jude chamou o empregado, e também um velho amigo. – Já sabe o que fazer. Lucy não está mais segura aqui. – Ele disse e o empregado de cabelos loiros, quase brancos, saiu rapidamente atrás da loira.

 Nisso, Jude entrou para a mansão, e foi direto em uma das suas malas. Dela retirou um pequeno embrulho.

 - Layla... Lucy vai receber sua carta, não se preocupe. Ela vai saber de tudo. – Ele disse abraçando o embrulho no peito. – Só espero que ela entenda.

~~~~~~~~~~

 Conforme ia andando pelas ruas, ficava cada vez mais impressionada com os enfeites e com as pessoas dali.

 “Todos parecem ser tão alegres...”— Ela pensou encarando um grupo de adolescentes sentados em um bar, todos rindo de, provavelmente, alguma piada que alguém contara.

 Andara por entre as ruelas, até chegar a uma praça, onde o movimento não estava tão intenso como antes. Parou um pouco e aspirou o ar dali. Era tão bom ver que não estava mais isolada do mundo como parecia estar durante toda sua vida. Olhou em volta, e viu uns garotos brincando de bola. Acidentalmente, a bola veio rolando para seus pés que cm um chute devolveu á eles, que a agradeceram com um monte de sorrisos banguelas.

 - Por aqui.— Ela ouviu uma voz a chamando. Olhou para os lados, mas ninguém parecia olhar para ela. — Aqui.

 Ela virou bruscamente de direção quando percebeu que a voz estava perto das árvores.

 Seria uma intuição? A voz que Lucy estava ouvindo não parecia ser real.

 “Isso é possível?” – Ela se perguntou caminhando até as árvores.

 Caminhando lentamente entre as árvores, Lucy ouviu barulho de pessoas conversando, mas não que isso importasse agora. Quem a chamara?

 - Cuidado, moça! – Um rapaz gritou, bem a tempo de Lucy se desviar de uma bola, que atingiria direto em sua cabeça. – Me desculpe!

 - Não foi nad... – Ela teria continuado a falar, se não tivesse trombado com as costas de certo rapaz de cabelos rosa.


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Notas finais do capítulo

Nossa Lucy apareceu!! E já se encontrou com... Um certo sujeito de cabelos rosas kkkkk
Sobre o dom da Visão dela... Aguardem, a história está apenas começando.
Até o próximo! Comentem o que acharam, e se quiserem, me perguntem tudo o que querem saber, responderei com todo carinho!
Beijos!



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